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Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2014-2019 Documento de sessão 8.1.2015 B8-0000/2014 PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência de uma declaração da Comissão nos termos do artigo 123.º, n.º 2, do Regimento sobre o relatório de 2014 da Comissão referente aos progressos realizados pela Turquia (2014/2953(RSP)) Kati Piri RE\1045488.doc PE544.475v02-00 Unida na diversidade

B8-0000/2015 Resolução do Parlamento Europeu sobre o relatório de 2014 da Comissão referente aos progressos realizados pela Turquia (2015/2953(RSP)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o relatório de 2014 da Comissão referente aos progressos realizados pela Turquia (SWD(2014)0307), Tendo em conta a comunicação da Comissão, de 8 de outubro de 2014, intitulada «Estratégia do alargamento e principais desafios 2014-2015» (COM(2014)0700), Tendo em conta as suas anteriores resoluções, nomeadamente a de 10 de fevereiro de 2010 sobre o relatório de 2009 referente aos progressos realizados pela Turquia 1, a de 9 de março de 2011 sobre o relatório de 2010 referente aos progressos realizados pela Turquia 2, a de 29 de março de 2012 sobre o relatório de 2011 referente aos progressos realizados pela Turquia 3, a de 18 de abril de 2013 sobre o relatório de 2012 referente aos progressos realizados pela Turquia 4, a de 13 de junho de 2013 sobre a situação na Turquia 5 e a de 12 de março de 2014 sobre o relatório de acompanhamento de 2013 relativo à Turquia 6, Tendo em conta o quadro de negociação para a adesão da Turquia à UE, de 3 de outubro de 2005, Tendo em conta a Decisão 2008/157/CE do Conselho, de 18 de fevereiro de 2008, relativa aos princípios, prioridades e condições previstos na Parceria de Adesão com a República da Turquia 7 (a «Parceria de Adesão»), bem como as anteriores decisões do Conselho de 2001, 2003 e 2006 sobre a Parceria de Adesão, Tendo em conta as conclusões do Conselho de 14 de dezembro de 2010, 5 de dezembro de 2011, 11 de dezembro de 2012, 25 de junho de 2013 e 16 de dezembro de 2014, Tendo em conta o artigo 46.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH), que estabelece que as partes contratantes se obrigam a respeitar as sentenças definitivas do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) nos litígios em que forem partes, Tendo em conta a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, 1 JO C 341 E de 16.12.10, p. 59. 2 JO C 199 E de 07.07.12, p. 98. 3 JO C 257 E de 6.9.2013, p. 38. 4 Textos Aprovados, P7_TA(2013)0184. 5 Textos Aprovados, P7_TA(2013)0277. 6 Textos aprovados, P7_TA(2014)0235. 7 JO L 51 de 26.2.2008, p. 4. PE544.475v02-00 2/11 RE\1045488.doc

Tendo em conta o relatório do Banco Mundial de 28 de março de 2014 intitulado «Avaliação da União Aduaneira UE-Turquia», Tendo em conta o relatório da Comissão sobre os progressos realizados pela Turquia no cumprimento dos requisitos estabelecidos pelo roteiro para a liberalização dos vistos (COM(2014)0646), Tendo em conta o artigo 123.º, n.º 2 do seu Regimento, Tendo em conta o facto de que as negociações de adesão com a Turquia tiveram início em 3 de outubro de 2005 e que a abertura dessas negociações foi o ponto de partida para um longo processo, cujo desfecho continua em aberto, baseado numa condicionalidade justa e rigorosa e num compromisso de reforma, Tendo em conta o facto de a UE continuar empenhada em prosseguir o alargamento enquanto política chave para promover a paz, a democracia, a segurança e a prosperidade na Europa; tendo em conta o facto de que cada país candidato será julgado com base nos seus próprios méritos, Tendo em conta que a Turquia se comprometeu a cumprir os critérios de Copenhaga, a empreender reformas satisfatórias e eficazes, a manter boas relações de vizinhança e a proceder a uma harmonização progressiva com a UE; tendo em conta o facto de que estes esforços devem ser encarados como uma oportunidade para a Turquia reforçar as suas instituições e continuar com o seu processo de modernização, Tendo em conta o facto de que a UE deve continuar a ser a referência para a Turquia em matéria de reformas, Tendo em conta o facto de que o pleno cumprimento dos critérios de Copenhaga e a capacidade de integração na UE, em conformidade com as conclusões do Conselho Europeu de dezembro de 2006, continuam a ser a base da adesão à UE, Tendo em conta o facto de que o Estado de direito tem uma importância fundamental no processo de adesão incluindo, nomeadamente, a separação de poderes, a luta contra a corrupção e a criminalidade organizada, a liberdade de expressão e os meios de comunicação social, os direitos das mulheres, os direitos das minorias (nacionais) e a luta contra a discriminação de grupos vulneráveis como os ciganos e as pessoas lésbicas, gay, bissexuais, transexuais e intersexuais (LGBTI), Tendo em conta o facto de que, na sua comunicação intitulada «Estratégia do Alargamento e Principais Desafios para 2014-2015», a Comissão conclui que a Turquia é um parceiro estratégico para a União Europeia, em termos económicos e de segurança energética, e que a cooperação com a Turquia em matéria de política externa é fundamental, Tendo em conta o facto de que a Turquia continua a não aplicar, pelo nono ano consecutivo, as disposições decorrentes do Acordo de Associação CE-Turquia e do Protocolo Adicional ao acordo; tendo em conta o facto de que esta recusa continua a ter um impacto profundamente negativo no processo negocial, RE\1045488.doc 3/11 PE544.475v02-00

Tendo em conta o facto de que a Turquia necessita de redobrar esforços no sentido de solucionar questões bilaterais ainda em aberto, incluindo obrigações jurídicas não cumpridas e litígios que envolvem as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas com os seus vizinhos mais próximos, em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, Importância estratégica das relações UE-Turquia 1. Congratula-se com o relatório de 2014 da Comissão referente aos progressos realizados pela Turquia e partilha a sua conclusão de que a Turquia é um parceiro estratégico para a UE e de que umas negociações de adesão ativas e credíveis proporcionarão o quadro mais adequado para aproveitar todo o potencial das relações UE-Turquia; acentua que o processo de adesão é uma oportunidade única para a Turquia desenvolver um sistema democrático pluralista robusto, com instituições sólidas, em benefício de todos os cidadãos da Turquia; 2. Sublinha que uma relação efetiva e mais estreita entre a UE e a Turquia tendo em conta a sua proximidade geográfica, a grande comunidade turca residente na UE, os laços económicos estreitos e os interesses estratégicos comuns beneficiará ambas as partes; exorta a Turquia a dar ao processo de adesão um papel central nas suas opções de política interna e, em particular, no processo de reformas; considera que a UE deve aproveitar esta oportunidade para se tornar o principal esteio do processo de democratização continuada da Turquia através da promoção de valores universais e das normas de regulamentação enquanto critérios de referência para o processo de reformas; 3. Aplaude o compromisso renovado por parte do governo da Turquia relativamente ao processo de adesão à UE e aguarda com expetativa o seguimento concreto da estratégia da UE recentemente adotada que visa dar novo ímpeto ao processo de adesão da Turquia; observa que em novembro de 2013 foram abertas as negociações sobre o Capítulo 22 (Política Regional); aprova a disponibilidade manifestada pela nova Comissão Europeia para reforçar o seu compromisso com a Turquia tendo em vista os interesses partilhados e os desafios comuns; 4. Sublinha a importância dos contactos entre os povos para criar um ambiente de cooperação favorável; acentua, por conseguinte, que é extremamente importante efetuar progressos no âmbito da liberalização dos vistos, que se preveja a facilitação da emissão de vistos para empresários no período que antecede a liberalização dos mesmos e que se promovam ativamente os programas de intercâmbio académico e de estudantes; Estado de direito e democracia 5. Observa que a Turquia continua a implementar as reformas dos anos anteriores; congratula-se, neste contexto, com a revisão do quadro jurídico em matéria de partidos políticos e campanhas eleitorais, que agora permite efetuar campanhas políticas em línguas que não o turco, que legalizou a copresidência nos partidos e tornou menos rígidas as normas que regem a organização local dos partidos políticos; reitera a importância de baixar o limiar eleitoral de 10 %, o que tornaria possível a participação política de todos os elementos da sociedade turca; PE544.475v02-00 4/11 RE\1045488.doc

6. Considera que é necessária uma nova Constituição que promova uma sociedade pluralista, inclusiva e tolerante para servir de base ao processo de reformas; louva o trabalho desenvolvido pelo Comité de Conciliação Constitucional, que obteve um consenso sobre 60 alterações à Constituição antes de ser dissolvido; apela à continuação do processo de reforma constitucional e considera que a nova Constituição deve basear-se num consenso alargado em todo o espetro político e na sociedade em geral; 7. Aplaude a nova estratégia concebida pelo governo da Turquia para canalizar toda a nova legislação para o Ministério dos Assuntos da UE; recomenda, neste contexto, e sempre que possível, uma consulta estreita com a Comissão de Veneza e um diálogo mais intensivo com a Comissão Europeia sobre a nova legislação em fase de elaboração e sobre a aplicação das leis existentes, a fim de assegurar a compatibilidade com o acervo da UE; 8. Recomenda que sejam desenvolvidos mecanismos estruturados de consulta da sociedade civil no âmbito dos processos legislativo e decisório; elogia o dinamismo da sociedade civil na Turquia; observa que são necessárias reformas para garantir de forma mais eficaz a liberdade de associação, permitindo que as organizações da sociedade civil operem mais livremente e sem restrições, e para melhorar o acesso ao financiamento; 9. Apoia vivamente os esforços envidados pelo governo para encontrar uma solução abrangente e sustentável para a questão curda com base nas negociações com o PKK; encoraja o governo a reforçar os direitos sociais, culturais e políticos dos cidadãos de origem curda; congratula-se com a lei que visa «dar uma base jurídica mais sólida ao processo de resolução», adotada pela Assembleia Nacional turca (TGNA) em 11 de junho de 2014, que abrange medidas para eliminar o terrorismo, reforçar a inclusão social, reintegrar os que saem do PKK e depõem as armas e preparar a opinião pública para o regresso de antigos combatentes; considera que a resolução bem-sucedida da questão curda daria um contributo positivo para a estabilidade e a proteção dos direitos humanos na Turquia; encoraja, por conseguinte, todos os partidos políticos a apoiar este processo; insta a Comissão a fornecer apoio técnico e a atribuir os recursos disponíveis ao abrigo do Instrumento de Assistência de Pré-Adesão (IPA), nomeadamente aos programas de integração socioeconómica e educação no Sudeste, enquanto meio de reforçar o processo de resolução do problema curdo; observa que as negociações sobre o Capítulo 22 (Política Regional) podem ajudar a Turquia a definir um programa de coesão eficaz para o Sudeste; 10. Refere o Índice de Perceção da Corrupção de 2014, publicado pela Transparência Internacional em 3 de dezembro de 2014, que aponta para um forte aumento da corrupção na Turquia durante o último ano e classifica este país no 64.º lugar do índice; lamenta a reação do governo turco às alegações de corrupção feitas em dezembro de 2013 e considera que devia ser levada a cabo uma investigação transparente e independente sobre as acusações feitas nessa altura; destaca a necessidade de um quadro jurídico adequado para a luta contra a corrupção, que, além de minar a confiança dos cidadãos na democracia, pode prejudicar o desenvolvimento económico e um ambiente favorável ao investimento; 11. Salienta que as recentes alterações à Lei relativa ao Conselho Superior da Magistratura e do Ministério Público (CSMMP) e as subsequentes inúmeras reafetações e despedimentos de juízes, magistrados do Ministério Público e agentes da polícia suscitaram sérias RE\1045488.doc 5/11 PE544.475v02-00

preocupações quanto à independência, imparcialidade e eficiência do sistema judiciário e à separação de poderes; aplaude a supressão do artigo 10.º da Lei de Combate ao Terrorismo; manifesta, contudo, a sua preocupação face ao âmbito de aplicação da Lei de Combate ao Terrorismo, ainda excessivo; recorda a necessidade de rever o artigo 314.º do Código Penal, de forma a que apenas os membros de organizações armadas ou terroristas, ou as pessoas que contribuam para as respetivas atividades, possam ser levados a tribunal; apela à adoção de uma estratégia de reforma judicial consentânea com as normas europeias, em cooperação com todas as partes interessadas; regozija-se com o primeiro passo dado no sentido da redução da duração máxima da prisão preventiva, de 10 para 5 anos, mas acentua que há necessidade de uma redução maior; sublinha a importância de criar tribunais regionais de segunda instância; 12. Congratula-se com uma série de decisões importantes tomadas pelo Tribunal Constitucional da Turquia, que protegem o Estado de direito e direitos fundamentais como a liberdade de expressão, o que ilustra a solidez do sistema constitucional; observa, além disso, que os acórdãos do Tribunal Constitucional destacam a má condução das investigações e julgamentos subsequentes dos processos Energekon e Sledgehammer; congratula-se com o facto de o Tribunal Constitucional continuar a receber pedidos de recurso; 13. Manifesta a sua preocupação relativamente ao elevado grau de polarização política na Turquia; sublinha que, no que diz respeito a processos de reforma essenciais e de longo prazo como as negociações em curso com a UE, uma nova Constituição e as conversações sobre a resolução do problema curdo, o partido no governo e a oposição devem esforçar-se por cooperar e obter um consenso, bem como incluir ativamente a sociedade civil nos processos de tomada de decisões; Direitos humanos e liberdades fundamentais 14. Congratula-se com a adoção, em março de 2014, do plano de ação para a prevenção de violações da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH) enquanto passo significativo para harmonizar o quadro jurídico da Turquia com a jurisprudência do TEDH, e espera que o governo tome novas medidas para implementar as suas recomendações; 15. Regista que a maior parte das investigações sobre os eventos ocorridos no parque Gezi em maio/junho de 2013 e as alegações sobre o uso desproporcionado de força e abusos cometidos pela polícia continuam em aberto; solicita que sejam concluídas investigações efetivas e imparciais de todos os casos de alegados abusos por parte de funcionários públicos e que os responsáveis sejam levados a tribunal; sublinha a necessidade da adoção subsequente de disposições claras sobre o uso da força, em conformidade com as normas internacionais; recomenda vivamente o levantamento das restrições à reunião pacífica e acentua que outras leis, como a legislação contra o terrorismo, não devem ser usadas para impedir as pessoas de exercer o seu direito ao protesto pacífico; exorta o governo turco a prever um sistema adequado de freios e contrapesos para controlar os poderes das autoridades policiais; recomenda que as autoridades turcas criem um mecanismo independente e eficaz de tratamento de queixas contra a polícia; PE544.475v02-00 6/11 RE\1045488.doc

16. Sublinha a necessidade de rever a lei relativa à Instituição Nacional para os Direitos Humanos (INDH) da Turquia com vista a convertê-la num organismo independente, dotado de recursos suficientes, responsável perante o público e com a participação de grupos da sociedade civil; regista as recomendações do relatório publicado pelo Provedor de Justiça, incluindo a exigência de que a polícia faça um uso gradual e proporcionado da força, e apenas como último recurso e sob supervisão; destaca a importância de reforçar o direito de iniciativa do Provedor de Justiça, a sua capacidade de proceder a verificações no local e garantias para o seguimento adequado das decisões do Provedor; 17. Crê firmemente que o governo da Turquia deve dar prioridade ao tratamento da questão da liberdade dos meios de comunicação social e prever um quadro jurídico adequado que garanta o pluralismo, em conformidade com as normas internacionais, e lamenta os esforços envidados pelo governo turco para proibir o acesso à comunicação social, a sua abordagem restritiva da liberdade de expressão e as pressões exercidas sobre os meios de comunicação social e os jornalistas; 18. Lamenta a detenção de vários jornalistas e representantes da comunicação social em 14 de dezembro de 2014; recorda que uma imprensa livre e pluralista é parte essencial de qualquer democracia, bem como um processo equitativo e a independência do sistema judiciário; destaca, portanto, a necessidade de, nesta última série de detenções, e em todos os casos, (i) fornecer informações detalhadas e transparentes sobre as alegações apresentadas contra os arguidos, (ii) facultar aos arguidos pleno acesso às provas incriminatórias e direitos de defesa integrais, e (iii) assegurar o devido tratamento dos processos para apurar a veracidade das acusações sem demora e para além de qualquer dúvida razoável; 19. Considera que, de acordo com o compromisso da UE face ao Estado de direito e aos valores fundamentais, são urgentemente necessárias reformas na Turquia, respetivamente nos domínios do sistema judiciário, dos direitos fundamentais, da justiça, da liberdade e da segurança; considera ainda que o cumprimento dos critérios oficiais para a abertura dos capítulos 23 (Sistema Judicial e Direitos Fundamentais) e 24 (Justiça, Liberdade e Segurança) e a sua abertura subsequente são a melhor forma de promover reformas eficazes e de assegurar que o processo de reformas na Turquia assente no modelo dos valores e normas europeus; reitera o seu apelo ao Conselho para que envide esforços renovados no sentido de transmitir os critérios oficiais para a abertura dos capítulos e, mais adiante, aquando do cumprimento dos critérios estabelecidos, abrir os capítulos 23 e 24; insta a Turquia a cooperar o mais possível para este efeito; exorta a Comissão a fomentar sem demora mais diálogo e cooperação com a Turquia nos domínios abrangidos pelos capítulos 23 e 24, a fim de promover um entendimento comum sobre as reformas necessárias; 20. Acolhe com agrado a decisão no sentido de que as reformas relacionadas com o Estado de direito e os direitos fundamentais, os assuntos internos e a sociedade civil devem receber um financiamento reforçado ao abrigo do Instrumento de Assistência de Pré-Adesão (IPA II) no período 2014-2020; solicita, além disso, à Comissão Europeia que atribua igualmente recursos disponíveis ao abrigo do Instrumento Europeu para a Promoção da Democracia e dos Direitos Humanos (IEDDH) ao apoio da liberdade de expressão e do pluralismo dos meios de comunicação social na Turquia; RE\1045488.doc 7/11 PE544.475v02-00

21. Louva a Turquia pela sua contribuição ativa para a entrada em vigor, em 1 de agosto de 2014, da Convenção do Conselho da Europa relativa à Prevenção e ao Combate à Violência contra as Mulheres e à Violência Doméstica (Convenção de Istambul); manifesta, todavia, preocupação face aos níveis persistentemente elevados de violência contra as mulheres; apela às autoridades turcas para que criem um número suficiente de abrigos para a proteção das mulheres vítimas de violência; recomenda ao governo que adote leis que estabeleçam medidas de ação positiva para promover a igualdade dos géneros nos domínios político, económico, social, cultural, civil e outros; 22. Relembra a importância de uma aplicação adequada de todos os acórdãos do TEDH sobre a liberdade de pensamento, de consciência e de religião; acentua, neste contexto, a necessidade de promover o diálogo com a comunidade alevita e de reconhecer devidamente as casas Cem como lugares de culto, bem como de permitir a reabertura do mosteiro de Halki; solicita às autoridades competentes da Turquia que tratem todas as questões pendentes relacionadas com a restituição de terras pertencentes ao mosteiro de Mor Gabriel e a outras reivindicações fundiárias da Igreja Siríaca; recorda a importância de aplicar devidamente as recomendações da Comissão de Veneza sobre Imvros e Tenedos; 23. Insta a Turquia a empreender esforços sérios no sentido de proteger os direitos da comunidade LGBTI e considera que a criação de um organismo específico para combater a discriminação, os discursos de ódio, o racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a intolerância reforçará os direitos individuais na Turquia; apela à adoção de legislação exaustiva contra as discriminações, incluindo a proibição de discriminação com base na etnia, orientação sexual e sexo, e solicita que a proibição dessa discriminação seja incorporada na nova Constituição; 24. Manifesta o seu pesar relativamente à perda de muitas vidas na sequência dos acidentes nas minas de Soma e Ermenek; congratula-se com a ratificação pela Turquia da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a Segurança e a Saúde nas Minas, e solicita a sua rápida aplicação; acentua a importância de tratar as questões da higiene e segurança no trabalho em todos os setores e apela a uma maior transparência no controlo dos acidentes fatais no local de trabalho; considera que o diálogo social e o envolvimento dos parceiros sociais são essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade próspera e pluralista, e sublinha a importância de mais progressos nos domínios da política social e do emprego, com base numa implementação adequada e tempestiva das convenções da OIT; regista as lacunas legislativas existentes a nível dos direitos dos trabalhadores e dos sindicatos; salienta que o direito de organizar e entabular negociações coletivas e o direito à greve dos trabalhadores do setor privado e dos funcionários públicos terão de ser harmonizados com o acervo da UE e com as normas internacionais; exorta o governo da Turquia a preparar um roteiro para melhorar a legislação e harmonizá-la com as normas da OIT; realça a importância da abertura do Capítulo 19 relativo à política social e ao emprego como forma de oferecer à Turquia assistência técnica adequada no domínio da reforma laboral e de promover as normas europeias; PE544.475v02-00 8/11 RE\1045488.doc

Interesses partilhados e desafios comuns 25. Sublinha os importantes benefícios da União Aduaneira (UA) entre a UE e a Turquia; recorda que, desde o início da UA em 1996, o valor do comércio bilateral entre a Turquia e a UE aumentou mais de quatro vezes, acompanhado por um aumento paralelo significativo do investimento direto estrangeiro da UE na Turquia e de uma maior integração entre as empresas turcas e europeias, em benefício de ambas; chama a atenção para a recente avaliação da UA pelo Banco Mundial, que acentua a necessidade de introduzir uma série de reformas para manter uma atmosfera conducente a uma cooperação económica estreita também no futuro; refere, nomeadamente, a necessidade de (i) alargar a UA aos produtos agrícolas, aos serviços e aos contratos públicos, (ii) criar condições favoráveis para um crescimento continuado no comércio, incluindo a facilitação da emissão de vistos para empresários, e (iii) introduzir mecanismos mais rigorosos de consulta e intercâmbio de informações entre a UE e a Turquia sobre o impacto neste país dos acordos de comércio livre assinados pela UE com países terceiros, incluindo o Acordo TTIP com os EUA; 26. Considera que o diálogo político entre a Turquia e a UE deve ser completado por um diálogo económico de alto nível, periódico e estruturado, sobre questões de interesse comum, incluindo as relações comerciais com países terceiros; sublinha, neste contexto, a interação entre o bom funcionamento do Estado de direito e o desenvolvimento económico; considera que os progressos efetuados no Capítulo 17 (Política Económica e Monetária) ajudarão a desenvolver e reforçar o quadro económico, institucional e jurídico da Turquia neste domínio, com especial relevo para a independência do Banco Central; recorda a declaração da Comissão no sentido de que a cooperação económica será fortemente reforçada pela abertura das negociações relativas ao Capítulo 5 (Contratos Públicos), ao Capítulo 8 (Concorrência) e ao Capítulo 19 (Emprego e Política Social); 27. Reafirma o seu apoio à entrada em vigor, em 1 de outubro de 2014, do acordo de readmissão com a UE; encoraja a Comissão a continuar a acompanhar os progressos efetuados pela Turquia no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos do seu roteiro de liberalização de vistos, de forma a que, em paralelo com a implementação do acordo de readmissão, o processo de liberalização dos vistos possa igualmente avançar; reitera a obrigação da Turquia de implementar o acordo e a liberalização dos vistos em relação a todos os Estados-Membros; congratula-se com a entrada em vigor da lei relativa aos estrangeiros e à proteção internacional e a criação de uma Direção-Geral de Gestão da Migração (DGGM), em abril de 2014, enquanto passos significativos na via da harmonização com as normas da UE em matéria de proteção internacional dos migrantes em situação regular ou irregular; 28. Recorda a importância estratégica da Turquia para a segurança energética da UE; chama a atenção para os três projetos do corredor meridional de gás aprovados no final de 2013, que aumentarão a segurança do abastecimento de gás destinado à Turquia e o acesso à UE enquanto principal mercado no setor da energia; considera que, num contexto em que os mercados são cada vez mais competitivos no setor da energia e há necessidade de fontes de energia diversificadas, a Turquia, com o seu enorme potencial no domínio das energias renováveis, pode dar uma contribuição importante para a segurança energética da UE e as suas ambições de diversificação energética; RE\1045488.doc 9/11 PE544.475v02-00

29. Recorda a posição estratégica da Turquia na região e a sua importância para uma estratégia abrangente que procure solucionar o problema da segurança e da estabilidade nos países vizinhos orientais e meridionais, com especial referência à Síria e ao Iraque; chama a atenção para o facto de os graves desenvolvimentos na região tornarem imprescindível o reforço do diálogo e da cooperação com a UE sobre questões de política externa; regista a disponibilidade da Turquia para desempenhar um papel ativo na coligação internacional contra o ISIL; realça a necessidade de prosseguir o diálogo regular entre a UE e a Turquia sobre a luta contra o terrorismo no contexto dos esforços comuns para combater o terrorismo sob todas as formas; sublinha a importância de aumentar a frequência do diálogo de alto nível e das consultas entre a UE e a Turquia sobre questões de política externa com vista a assegurar que as políticas de ambas as partes se complementem; considera que a abertura do Capítulo 31 relativo à política externa, de segurança e defesa proporcionará o quadro tão necessário para o diálogo estruturado, a cooperação e a coordenação sobre questões de política externa; 30. Louva a Turquia pela sua assistência continuada aos refugiados do Iraque e da Síria, que se estima serem 1,6 milhões, e por manter uma política de fronteiras abertas por motivos humanitários; congratula-se com a adoção da Diretiva «Proteção Temporária», em outubro de 2014, que concede um estatuto jurídico seguro aos refugiados e lhes permite receber documentos de identidade e ter acesso ao mercado de trabalho; solicita à UE que continue a prestar apoio financeiro a favor da ajuda humanitária aos refugiados sírios e iraquianos na Turquia; chama a atenção para o facto de os campos de refugiados terem atingido a sua capacidade máxima e de a procura de alojamento ser uma carga pesada para os refugiados, quer para a sua vida quer para os seus recursos; considera que a UE deve apoiar ativamente o governo da Turquia na elaboração de programas de ajuda a longo prazo para os refugiados e com vista a promover o acesso à educação, aos cuidados de saúde e ao emprego (legal); exorta a Comissão a reforçar os recursos disponíveis no âmbito do IPA-2 e do Instrumento para a Estabilidade e a Paz (IEP) para ajudar a oferecer assistência adequada às comunidades locais afetadas pelos grandes influxos de refugiados; solicita igualmente aos Estados-Membros que ofereçam locais de reinstalação aos refugiados mais vulneráveis, num espírito de genuína partilha de responsabilidades; Construir relações de boa vizinhança 31. Regista os esforços continuados da Turquia e da Grécia para melhorarem as suas relações bilaterais, nomeadamente através de reuniões de alto nível periódicas; 32. Exorta o governo turco a assinar e ratificar, sem mais delongas, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS), que contém algumas disposições que foram implementadas enquanto parte do acervo comunitário, e sublinha o direito legítimo da República de Chipre a celebrar acordos relativos à sua zona económica exclusiva; apela à Turquia para que respeite os direitos soberanos de todos os Estados-Membros, incluindo os direitos relativos à exploração e utilização dos recursos naturais, quando estiverem em conformidade com o acervo da UE e o direito internacional; 33. Reitera o seu forte apoio à reunificação de Chipre, com base num acordo justo, global e viável para ambas as comunidades, em conformidade com as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas; insta os líderes de ambas as comunidades a PE544.475v02-00 10/11 RE\1045488.doc

reatarem as negociações sob os auspícios do Secretário-Geral das Nações Unidas, o mais brevemente possível, e manifesta o seu firme apoio aos esforços envidados pelo conselheiro especial da ONU para Chipre com vista a criar as condições necessárias para o reatamento das conversações; insta a Turquia a apoiar ativamente as negociações sobre a reunificação; 34. Exorta a Turquia e a Arménia a procederem à normalização das suas relações, ratificando, sem condições prévias, os protocolos relativos ao estabelecimento de relações diplomáticas, abrindo as fronteiras e empenhando-se ativamente na melhoria das suas relações, com particular incidência na cooperação transfronteiriça e na integração económica; o o o 35. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, à Vice-Presidente da Comissão/Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, ao Secretário-Geral do Conselho da Europa, ao Presidente do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros e ao parlamento da República da Turquia. RE\1045488.doc 11/11 PE544.475v02-00