ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Lei n.º 10.671/2003

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Transcrição:

ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR Lei n.º 10.671/2003 A CARTILHA DOS DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR DO ESPORTE Comissão de Direito Desportivo da 33ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil Jundiaí/SP Presidente: Edio Hentz Leitão Presidente: Airton Sebastião Bressan

Comissão de Direito Desportivo da 33ª Subseção da OAB/Jundiaí Gestão 2013/2015 A Comissão de Direito Desportivo da OAB/Jundiaí elabora a presente cartilha visando levar ao público as diretrizes do Estatuto de Defesa do Torcedor. Com isso buscamos democratizar as informações para que todos tenham conhecimento de seus direitos e deveres na qualidade de torcedores/consumidores e, consequentemente, fiscalizem a efetiva aplicação desta lei para que possamos ter eventos esportivos melhores e mais seguros. Membros Efetivos: Edio Hentz Leitão (Presidente) Eduardo Berol da Costa Célio Okumura Fernandes Wilson Roberto Santaniel Membro Consultivo: Gustavo Normanton Delbin

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte MAIS CIDADANIA AOS TORCEDORES Educação, conhecimento e informação são direitos fundamentais da pessoa humana. Seremos cidadãos mais conscientes quando tivermos a exata noção dos nossos direitos e deveres, o que por certo contribuiremos na construção de um país mais igualitário, justo e solidário. É de conhecimento geral a importância do esporte em nosso país. Além de ser importante fator de inclusão social, do ponto de vista econômico o dinheiro movimentando atinge números impressionantes gerando inúmeras oportunidades profissionais. Bem por isso que dentro desporto profissional o esporte virou negócio, tendo o torcedor um papel de fundamental importância. A exposição das grandes marcas esportivas, a negociação de patrocínios, ações de marketing dentro e fora dos estádios tem como foco principal o torcedor, que em verdade, por meio de seu consumo é o grande responsável por bancar toda essa estrutura. A Comissão de Direito Desportivo da 33ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil visa por meio desta cartilha, conscientizar o torcedor sobre seus direitos e deveres previstos na Lei nº 10.671 de 15 de maio de 2003, conhecida como o Estatuto de Defesa do Torcedor. 3

O QUE É O ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR? O Estatuto do Torcedor é uma lei federal (Lei 10.671 de 15 de mail de 2003) que estabelece normas de proteção e defesa do torcedor nos eventos esportivos profissionais, além de traçar inúmeros deveres das Entidades de Administração do Desporto (Confederações, Federações e Ligas) e das Entidades Desportivas (Clubes). O torcedor é um consumidor que necessita conhecer seus direitos e deveres para que assim possamos ter eventos esportivos melhores e mais bem organizados. Assim, a lei se preocupa com a segurança e o bem-estar do torcedor, mas também com a moralidade da competição para que situações como a manipulação de resultados, corrupção da arbitragem e até mesmo as conhecidas viradas de mesa não se repitam, já que é direito do torcedor uma competição organizada, justa e honesta onde prevaleça o mérito desportivo. Esta cartilha servirá como um guia para que o torcedor possa melhor se orientar e, principalmente, fazer valer seus direitos. Em muitas passagens, para facilitar iremos utilizar a sigla EDT que se refere ao Estatuto de Defesa do Torcedor. Torcemos para que seu uso tenha grande valia. 4

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte A RELAÇÃO ENTRE O ESTATUTO DO TORCEDOR E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Por certo o torcedor conhece o Código de Defesa do Consumidor e com base nele muitas vezes fez suas reclamações quando foi desrespeitado numa relação de consumo. Pois bem, o torcedor é um consumidor! Consumidor dos produtos e dos serviços ligados ao desporto profissional, pois quando se dirige um estádio, ginásio ou autódromo e paga um ingresso para poder assistir a um evento esportivo, está se estabelecendo uma típica relação de consumo. Assim, essa relação será regulada pelo Estatuto de Defesa do Torcedor, mas também pelo Código de Defesa do Consumidor, já que não existe conflito entre essas duas leis. Muito pelo contrário, elas vivem em harmonia. Porém, diante das particularidades existentes no desporto, foi necessária uma lei especial que regulasse certas situações não previstas pelo CDC. Por isso, o EDT e CDC convivem perfeitamente para uma ampla proteção em favor do torcedor. 5

CONHECENDO O ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR A APLICAÇÃO DO ESTATUTO O EDT se aplica somente ao desporto profissional. Assim, onde existir cobrança de ingressos para assistir a uma partida de futebol, vôlei, basquete e até mesmo Fórmula 1, disputada por atletas profissionais aplica-se a lei. Em campeonatos não profissionais (amadores) ou partidas disputadas por categorias de base, por exemplo, não se aplica referida lei. QUEM É O TORCEDOR? É toda pessoa que aprecie, apóie ou se associe a qualquer entidade de prática desportiva do País e acompanhe a prática de determinada modalidade esportiva. Assim, são considerados torcedores e protegidos pelo EDT o torcedor partícipe que paga o ingresso para assistir a uma partida, o torcedor que adquire os famosos pacotes pay-per-view, como também o torcedor que acompanha a prática de uma determinada modalidade esportiva por meio do jornal, rádio ou TV aberta. 6

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte ENTIDADE RESPONSÁVEL PELA ORGANIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO É aquela com competência para estruturar toda uma competição esportiva e podemos trazer como exemplo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Paulista de Futebol (FPF), a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) etc. ENTIDADE DE PRÁTICA DESPORTIVA DETENTORA DO MANDO DE JOGO É o clube que segundo os critérios definidos no regulamento da competição, escolherá onde irá jogar, sendo o responsável pela venda de ingressos e captação de renda. COMPETIÇÕES TRANSPARENTES Buscando a transparência na organização das competições é direito do torcedor que o regulamento da competição, tabelas da competição e os borderôs das partidas estejam disponibilizados no site da internet da entidade responsável pela organização da competição, bem como afixados ostensivamente em local visível, do lado externo de todas as entradas do local onde se realiza a partida. Exemplo: No Campeonato Paulista de Futebol, é obrigação da FPF apresentar no site os borderôs completos das partidas que deverão conter toda a receita com a venda de ingressos e tudo o que foi gasto com despesa operacional, bilheterias, árbitros, credenciamento, iluminação etc. 7

O OUVIDOR DA COMPETIÇÃO O torcedor tem o direito de apresentar sugestões, propostas e reclamações sobre a competição e o regulamento, tendo como destinatário o chamado, Ouvidor da Competição, designado pela entidade responsável pela organização da competição. Esse contato do torcedor com o Ouvidor tem que ser eficiente e com amplo acesso. Pode se dar por meio de comunicação postal ou mensagem eletrônica, sendo que o torcedor tem o direito de receber as respostas no prazo de 30 dias. Assim, no site da entidade responsável pela organização deverá estar disponível o nome do Ouvidor, as manifestações e as propostas, tudo isso para o aperfeiçoamento da competição e benefício do torcedor. ATENÇÃO: É por isso que o torcedor tem o direito de que o regulamento da competição, as tabelas da competição e o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até 60 (sessenta) dias antes de seu início, pois o Ouvidor deverá elaborar um relatório com as principais propostas e sugestões que lhes foram encaminhadas. OS ORIENTADORES e SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO TORCEDOR Nos dias das partidas o Clube Mandante da partida deverá disponibilizar aos torcedores dentro do estádio ou ginásio, ORIENTADORES e SERVIÇOS DE ATENDIMENTO para que seus reclamos no momento da partida sejam ouvidos e solucionados imediatamente, sempre que possível. 8

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte O acesso a esse tipo de serviço deverá ser divulgado de maneira ampla e de fácil acesso e se isso não for respeitado, cabe reclamação junto ao Ouvidor da Competição e aos órgãos de defesa e proteção do consumidor. EXEMPLO: Se o torcedor estiver com dificuldade de encontrar o local demarcado em seu ingresso para assistir a partida é papel do orientador ajudá-lo. DAS VIRADAS DE MESA e FRAUDES NOS RESULTADOS DAS PARTIDAS É o desempenho durante a competição que servirá como fator único e determinante sobre a permanência de uma equipe na primeira divisão ou o seu rebaixamento para divisões inferiores, logo, é proibido fatores desonestos ou as chamadas viradas de mesa. É direito do torcedor que o critério técnico, isto é, o mérito desportivo seja sempre respeitado. Disso resulta a proibição de mudanças no regulamento durante uma competição após a sua divulgação definitiva para beneficiar a equipe A ou a equipe B. ATENÇÃO: A fraude no resultado das partidas É CRIME. Aceitar ou oferecer vantagem para alterar ou falsear o resultado de competição esportiva será punido com reclusão de dois a seis anos e multa. 9

DOS DEVERES DO TORCEDOR PARTÍCIPE O torcedor que se dispõe a ir a um evento esportivo tem que ter a consciência que deverá respeitar as disposições legais, pois, do contrário, terá seu acesso negado ou poderá ser retirado, sem prejuízo de poder sofrer outros tipos de sanções, civis ou penais. O TORCEDOR DEVE: - estar na posse de ingresso válido; - não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência; - consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança; - não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo; - não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos; - não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportivo; - NÃO PORTAR OU UTILIZAR FOGOS DE ARTIFÍCIO OU QUAISQUER OUTROS ENGENHOS PIROTÉCNICOS OU PRODUTORES DE EFEITOS ANÁLOGOS; - não incitar e não praticar atos de violência no estádio, qualquer que seja a sua natureza; e - não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos competidores. - não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável. 10

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte IMPORTANTE: A relação dos nomes dos torcedores infratores do EDT e que se encontram impedidos de comparecer ao local do evento esportivo deverão ser divulgados no site da entidade organizadora (Ex: FPF, CBF), bem como afixados ostensivamente em local visível, do lado externo de todas as entradas do local onde se realiza a partida. É CRIME: Torcedor saiba que promover, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos é crime, punido com reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. OS DIREITOS DO TORCEDOR DA SEGURANÇA DO TORCEDOR Garantir a INTEGRIDADE FÍSICA DO TORCEDOR e PREVENIR A VIOLÊNCIA nos esportes é responsabilidade do poder público, confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades desportivas, dirigentes, associações de torcedores e de todos aqueles que de alguma forma tenham algum tipo de ligação com a organização do evento esportivo. Há uma série de providências que deverão ser adotadas pelos organizadores do evento, sendo que essa segurança tem que ser EFICIENTE E ORGANIZADA e desenvolvida antes, durante e após a partida, pois qualquer dano que o torcedor sofrer por falta de segurança deverá ser ressarcido. 11

É direito do torcedor: - a contratação de seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o torcedor portador de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar no estádio; - a disponibilização de um médico e dois enfermeirospadrão para cada dez mil presentes à partida e, - uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida. OBS: Portões de acesso ao estádio em número inferior ao recomendado pela autoridade pública, poderá acarretar na perda do mando de jogo pelo clube mandante por 6 meses, sem prejuízo de outras sanções. MONITORAMENTO POR IMAGENS Estádios deverão manter central técnica de informações e realizar o monitoramento por imagem do público presente e das catracas de acesso aos estádios. Essa obrigação é para estádios com capacidade para 10 mil torcedores. ACESSABILIDADE AO DEFICIENTE FÍSICO Ao torcedor portador de deficiência física ou com mobilidade reduzida será assegurado acessibilidade adequada, que poderá ser feita por meio de rampas na entrada e saída, inclusive de emergência, arquibancadas, banheiros e bares. 12

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte DOS INGRESSOS Quando o torcedor compra um ingresso para assistir a qualquer evento esportivo está se estabelecendo uma típica relação de consumo. Os ingressos deverão ser colocados à venda até 72 horas antes do início da partida correspondente, sendo que esse prazo será diminuído para 48 horas quando as equipes são definidas por meio de jogos eliminatórios (Ex: Copa do Brasil, Play Offs da Superliga de Vôlei ou do NBB do Basquete). Por ser uma relação de consumo essa venda deve ser ágil, com ampla informação e organizada, sem tumultos ou confusão, devendo ser realizada em pelo menos, 5 pontos de venda localizados em distritos diferentes da cidade, sendo ainda assegurado ao torcedor o fornecimento de comprovante de pagamento e que em seu ingresso conste o valor pago por ele. Não poderá ser vendido um número de ingressos maior do que a capacidade de público do estádio, sob pena do clube mandante perder o mando de jogo por até seis meses, sem prejuízo de outras sanções. ATENÇÃO: OS INGRESSOS EMITIDOS DEVERÃO ESTAR NUMERADOS, TENDO O TORCEDOR O DIREITO DE OCUPAR O LOCAL CORRESPONDENTE AO NÚMERO CONSTANTE DE SEU INGRESSO. ALÉM DO MAIS, O CLUBE MANDANTE DEVERÁ ADOTAR SISTEMA DE SEGURANÇA PARA COIBIR FALSIFICAÇÕES E FRAUDES. 13

DO TRANSPORTE O acesso do torcedor ao transporte para eventos esportivos deve ser seguro e organizado, com ampla divulgação das medidas adotadas em relação ao acesso ao local da partida, quer por meio de transporte público ou privado. Nas imediações do estádio é preciso organização para que o acesso e a saída do torcedor sejam seguros e rápidos. INTERESSANTE: Para estádios com capacidade superior a 10.000 (dez mil) pessoas, é obrigação da entidade responsável pela organização da competição e do clube mandante, solicitar formalmente ao Poder Público competente, serviços de estacionamento para uso dos torcedores partícipes durante as partidas, assegurando a estes, acesso a serviço organizado de transporte para o estádio, ainda que pago. Essa medida se fosse implementada, por certo teria grande impacto frente aos abusos dos flanelinhas. DA ALIMENTAÇÃO E DA HIGIENE O torcedor tem direito à higiene e qualidade das instalações físicas dos estádios e dos alimentos vendidos no local. Sanitários devem estar devidamente limpos e higienizados durante todo o evento e em número compatível com o público presente. 14

A Cartilha dos Direitos e Deveres do Consumidor do Esporte ATENÇÃO: É PROIBIDO preços excessivos ou aumentos abusivos SEM JUSTA CAUSA nos PREÇOS dos alimentos vendidos nos locais dos eventos esportivos. Em caso de desrespeito a lei, RECLAME!!! DA RELAÇÃO COM A ARBITRAGEM Buscando assegurar uma arbitragem honesta, o EDT determina que é direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam escolhidos mediante sorteio aberto ao público e com ampla divulgação da data e local. Participarão do sorteio aqueles árbitros previamente definidos. Além do mais é direito do torcedor que a arbitragem seja independente (livre, sem subordinação); imparcial (não pode tomar partido); isenta de pressões (livre de influência ou coação) e previamente remunerada (pela entidade de administração do desporto). Observação: Esse sorteio será realizado no mínimo 48 horas antes de cada partida. O CAMBISMO Vender ingressos por preço superior ao da bilheteria é CRIME, segundo o EDT. A pena é de reclusão de um a dois anos e multa. Quem fornecer, desviar ou facilitar a distribuição dos bilhetes para venda irregular será punido com prisão de dois a quatro anos e multa. Torcedor, caso verifique essa prática denuncie!!! 15

TORCIDAS ORGANIZADAS O EDT define como torcida organizada a pessoa jurídica de direito privado, ou existente de fato que se organize para torcer ou apoiar os clubes. As entidades deverão manter cadastro atualizado de seus associados ou membros e respondem civilmente pelos danos causados por qualquer um de seus membros. Se as torcidas não cumprirem o Estatuto, poderão ser proibidas de comparecer às partidas pelo prazo de até três anos. RECLAMAÇÃO AO PROCON Torcedor, caso tenha algum problema, sofra um dano ou verifique qualquer situação contrária ao Estatuto de Defesa do Torcedor é perfeitamente possível apresentar reclamações junto ao PROCON (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor). ACESSO A JUSTIÇA Qualquer dano ou prejuízo que o torcedor tenha sofrido, bem como o desrespeito ao EDT, é possível acionar os responsáveis junto ao Poder Judiciário. Por existir uma relação de consumo o processo judicial deverá tramitar no foro de domicílio do torcedor, mesmo que tenha assistido a uma partida em lugar diverso de seu domicílio. DESTAQUE: O EDT prevê a faculdade dos Estados e do Distrito Federal em criarem os juizados dos torcedores com competência cível e criminal, para o processo, julgamento e execução das causas decorrentes da referida lei. 16

TORCEDOR FAÇA VALER SEUS DIREITOS E FISCALIZE A APLICAÇÃO DA LEI Apoio cultural: www.edicoesbrasil.com.br Editoração eletrônica e arte da capa: João José Ferreira de Aguiar O direito de uso das imagens foi adquirido pela editora na empresa Fotolia