PROGRAMAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO FEIJÃO-CAUPI EM SINOP-MT

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

14 AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA

Palavras-chave - Sorghum bicolor, tolerância, controle químico, plantas daninhas.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 869

SISTEMAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS PARA SEMEADURA DIRETA DA CULTURA DA MAMONA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

CONTROLE QUÍMICO DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE Digitaria insularis (CAPIM-AMARGOSO)

FITOTOXICIDADE DE ALTERNATIVAS HERBICIDAS PARA A CULTURA DO TOMATE PARA PROCESSAMENTO INDUSTRIAL

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 971

MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Seletividade de herbicidas pré e pós-emergentes à mamoneira

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 797

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 774

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA NO MUNICÍPIO DE SINOP-MT

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 829

EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS PARA A CULTURA DO FEIJÃO-CAUPI 1

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

SUPRESSÃO QUÍMICA DO CRESCIMENTO DE Panicum maximum CV. ARUANA CULTIVADO EM CONSÓRCIO COM A SOJA

SELETIVIDADE DO HERBICIDA CLOMAZONE ISOLADO E EM MISTURA PARA A VARIEDADE DELTA OPAL, CULTIVADO NO NORTE DO PARANÁ

INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO SORGO SACARINO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1145

Espaçamento alternado e controle de crescimento do feijoeiro com aplicação do fungicida propiconazol

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 822

SELETIVIDADE DO SORGO SACARINO A HERBICIDAS E O TRATAMENTO DE SEMENTES COM O BIOATIVADOR THIAMETHOXAM

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

CONTROLE DE Macroptilium lathyroides COM HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1196

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

l«x Seminário Nacional

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 577 INTRODUÇÃO

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 803

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1006

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

USO DE HERBICIDAS PÓS-EMERGENTES NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO PIPOCA

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI DE PORTE ERETO E SEMIERETO NA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS APRESENTANDO PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 706

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICA DE BANCOS DE SEMENTES EM SISTEMAS SOLTEIROS E INTEGRADOS DE PRODUÇÃO

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

ALTERNATIVAS PARA MANEJO OUTONAL DE BUVA (Conyza sp.)

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

EFEITO DE DOSES REDUZIDAS DE PIRITIOBAQUE-SÓDICO (STAPLE) NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODOEIRO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1168

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Rendimento e Propriedades Físicas de Grãos de Soja em Função da Arquitetura da Planta

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1176

ARQUITETURA E VALOR DE CULTIVO DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DE PORTE ERETO E SEMI-ERETO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ALGODOEIRO IRRIGADO NO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PULVERIZAÇÃO EM DUAS CULTIVARES DE SOJA SEMEADAS EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA NO VOLUME DE 200 L.

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS COM HERBICIDAS NA CULTURA DO FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)

DESSECAÇÃO TARDIA DE Ambrosia artemisiifolia L. NA PRÉ SEMEADURA DA SOJA. 1

EFEITOS DA CONVIVÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA

ADEQUAÇÃO DE POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIA EM CONSÓRCIO COM MILHO SAFRINHA EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Este trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência fungicidas no

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

APLICAÇÃO DE MESOTRIONE, MESOTRIONE MAIS ATRAZINE E GLYPHOSATE SOBRE PLANTAS DE LARANJA

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 949

Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 570

RENDIMENTO DE GRÃOS DE FEIJÃO-CAUPI EM SISTEMA CONSORCIADO COM SORGO IRRIGADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DO EFEITO FITOrÓXICO DE TRIFLURALINA APLICADA EM PRÉ-EMERGÊNCIA NA CULTURA DO MILHO l

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

Efeito de concentrações de carfentrazone-ethyl no solo no desenvolvimento de cultivares de sorgo 1

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

Gessi Ceccon, Luís Armando Zago Machado, (2) (2) (3) Luiz Alberto Staut, Edvaldo Sagrilo, Danieli Pieretti Nunes e (3) Josiane Aparecida Mariani

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE RENDIMENTO DE FEIJÃO-CAUPI SOB EFEITO DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA

VARIABILIDADE GENÉTICA E POTENCIAL AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO CAUPI DE PORTE SEMIPROSTRADO NO MUNICÍPIO DE TERESINA-PI

Avaliação de Feijão-Caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) de Porte Ereto em Áreas Irrigadas do Vale do São Francisco

Controle de plantas daninhas em jato dirigido na cultura do algodão

HERBICIDAS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE BUVA RESISTENTE AO GLYPHOSATE EM DIFERENTES ESTDIOS DE DESENVOLVIMENTO

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

HERBICIDAS EM PÓS-EMERGÊNCIA EM CAMPO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE BRAQUIÁRIA BRS PIATÃ

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

Performance de Híbridos e Análise Dialélica de Linhagens de Sorgo Granífero 1

Transcrição:

PROGRAMAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO FEIJÃO-CAUPI EM SINOP-MT IKEDA, F. S. (Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop/MT fernanda.ikeda@embrapa.br), CAVALIERI, S. D. (Embrapa Algodão, Sinop/MT sidnei.cavalieri@embrapa.br), MENEGATTI, L. (UFMT, Sinop/MT menegatti_lukas@hotmail.com), VIVIAN, R. (Embrapa Produtos e Mercados, Brasília/DF rafael.vivian@embrapa.br) RESUMO: A cultura do feijão-caupi ainda não possui herbicidas registrados para controle de plantas daninhas, dificultando seu manejo legal em áreas extensivas no Estado de Mato Grosso. Com isso, objetivou-se com este trabalho avaliar diferentes programas de manejo de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, sendo 20 tratamentos, incluindo duas testemunhas (com e sem capina). Avaliou-se a fitotoxicidade dos tratamentos herbicidas à cultura aos 7, 14, 21 e 28 dias após a última aplicação (DAA), a porcentagem de controle de Digitaria horizontalis, Eleusine indica, Tridax procumbens e Digitaria insularis (0 a 100%) e em relação ao feijãocaupi, avaliou-se a massa seca por planta, o número de plantas m -1 e a altura de plantas aos 28 DAA e a produtividade na colheita. O programa 17 (glyphosate + imazethapyr (dessecação) / s-metolachlor (pré) / bentazon (pós) não proporcionou nenhum sintoma de intoxicação nas plantas desde a primeira avaliação, enquanto a associação cloransulammethyl + sethoxydim em pós-emergência (programas 7 e 16) causaram maior intoxicação nas plantas de feijão-caupi na avaliação aos 7 DAA. Os programas de controle com dessecação, aplicação de herbicida pré-emergente e herbicida pós-emergente apresentam produtividades iguais à testemunha capinada, à exceção da aplicação em pós-emergência de imazamox + bentazon. Os programas com glyphosate associado a herbicida residual (imazethapyr) na dessecação com a aplicação em pós-emergência das associações imazamox + bentazon + fluazifop-p-butyl e ethoxysulfuron + fluazifop-p-butyl também apresentam produtividade igual à testemunha capinada. Palavras-chave: Vigna unguiculata, Digitaria horizontalis, Digitaria insularis, Eleusine indica, Tridax procumbens, fitotoxicidade INTRODUÇÃO A área cultivada com feijão-caupi (Vigna unguiculata) no Estado de Mato Grosso foi de 123.000 ha em 2009 e em torno de 1.500.000 ha no Brasil para o mesmo período (FREIRE FILHO, 2011). A área cultivada com a cultura vem aumentando no Cerrado

brasileiro por ser rústica, tolerante à seca e a pragas como a mosca-branca, além de não precisar de fungicidas e nem de fertilizantes em áreas mais antigas de cultivo de soja ou algodão. Na região Nordeste, há predomínio de pequenas áreas de cultivo, facilitando o manejo de plantas daninhas por meio de capinas. No entanto, verificam-se em Mato Grosso grandes áreas de cultivo, onde se torna necessária a aplicação de herbicidas para o manejo de plantas daninhas. Apesar dessa demanda, ainda não existem herbicidas registrados para a cultura e a pesquisa vem buscando propiciar resultados que possam atendê-la, embora o registro dependa do interesse de empresas produtoras de defensivos agrícolas. Para isso, há a possibilidade de se viabilizar o registro por meio de nova normativa para as culturas denominadas minor crops ou culturas de suporte fitossanitário insuficiente (CSFI), que procura facilitar o registro de defensivos agrícolas de culturas com menor representatividade e que tenham similaridade com culturas de maior demanda (BRASIL, 2010). Com isso, objetivou-se com este estudo avaliar diferentes programas de controle de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no ano agrícola de 2013/14 na área experimental da Embrapa Agrossilvipastoril em Sinop-MT. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, totalizando 20 tratamentos, conforme Tabela 1. As parcelas foram constituídas por sete linhas de 7 m com espaçamento entrelinhas de 0,45 m, sendo que a área útil foi constituída pelas cinco linhas centrais de 6 m, totalizando 13,5 m 2. A cultivar de feijão-caupi semeada foi a BRS Guariba, fertilizada com 100 kg ha -1 de 00-20-20 no sulco de semeadura. O controle de vaquinha-verde-amarela (Diabrotica speciosa) foi realizado com a aplicação de 17,6 g ha -1 de tiametoxan + 13,3 g ha -1 de lambda-cialotrina. A área foi dessecada com carfentrazone-ethyl (30 g ha -1 ) aos 28 dias antes da semeadura visando o controle de Commelina benghalensis em pulverização tratorizada. Decorridos três dias da aplicação foi utilizado o triturador horizontal de resíduos vegetais (triton) na área. A dessecação de acordo com os tratamentos foi realizada 23 dias antes da semeadura, enquanto os herbicidas de pré-emergência foram aplicados no mesmo dia após a semeadura. Os herbicidas pós-emergentes foram aplicados quando as plantas de feijãocaupi apresentavam de 2 a 3 trifólios completamente expandidos. Os herbicidas foram aplicados com pulverizador costal pressurizado a CO 2 dotado de barra com seis pontas tipo leque XR 110.02 com espaçamento entre pontas de 0,50 m, calibrado para aplicar 200 L ha - 1 de volume de calda. A fitointoxicação (Escala EWRC) foi avaliada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA), enquanto a porcentagem de controle de Digitaria horizontalis, Eleusine

indica, Tridax procumbens e Digitaria insularis foi realizada aos 28 DAA. Na avaliação de porcentagem de controle, considerou-se 0% quando não houve nenhum controle e 100% para morte das plantas. A massa de matéria seca por planta, o estande e a altura das plantas de feijão-caupi foram avaliadas aos 28 DAA. A massa de matéria seca por planta e o estande foram avaliados em uma linha de 0,5 m, sendo as plantas de feijão-caupi coletadas e colocadas em estufa de circulação de ar forçado até atingir massa constante. A altura foi avaliada aleatoriamente em quatro plantas de feijão-caupi na área útil da parcela. Ao final, avaliou-se a produtividade de grãos em três linhas de 2 m com correção da porcentagem de umidade para 13%. Os resultados foram analisados por meio de análise de variância com comparação de médias pelo teste de agrupamento Scott-Knott a 5% de probabilidade no programa estatístico Sisvar 5.3. Tabela 1. Programas de controle de plantas daninhas em feijão-caupi. Trat. Dessecação (g ha -1 ) Pré-emergência (g ha -1 ) Pós-emergência (g ha -1 ) 1 Testemunha sem capina 2 Testemunha capinada 3 Glyphosate (1736,0*) - - 4 Glyphosate (1736,0*) - Imazamox (28,0) + Bentazon (600,0) 5 Glyphosate (1736,0*) - Imazethapyr (100,0) 6 Glyphosate (1736,0*) - Fenoxaprop-p-ethyl (50,0) + Clethodim (50,0) 7 Glyphosate (1736,0*) Cloransulam-methyl (33,6) + Sethoxydim (230,0) 8 Glyphosate (1736,0*) S-metolachlor (1200,0) Imazethapyr (100,0) 9 Glyphosate (1736,0*) S-metolachlor (1200,0) Imazamox (28,0) + Bentazon (600,0) 10 Glyphosate (1736,0*) Oxadiazon (1000,0) Imazethapyr (100,0) 11 Glyphosate (1736,0*) Oxadiazon (1000,0) Imazamox (28,0) + Bentazon (600,0) 12 Glyphosate (1736,0*) Oxadiazon (1000,0) - 13 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) - Imazamox (28,0) + Bentazon (600,0) 14 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) - Imazethapyr (100,0) 15 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) - Fenoxaprop-p-ethyl (50,0) + Clethodim (50,0) 16 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) - Cloransulam-methyl (33,6) + Sethoxydim (230,0) 17 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) S-metolachlor Bentazon (1000,0) 18 Glyphosate (533,4*) + Imazethapyr (90,0) - Imazamox (28,0) + Bentazon (600,0) + Fluazifop-p-butyl (250,0) 19 Glyphosate (533,4) + Imazethapyr (90,0) - Ethoxysulfuron (24,0) 20 Glyphosate (533,4) + imazethapyr (90,0) - Ethoxysulfuron (24,0) + Fluazifop-p-butyl (250,0) *g e.a. ha -1 RESULTADOS E DISCUSSÃO O estande não diferiu entre os tratamentos (Tabela 2). Nesse caso, não houve efeito dos herbicidas na germinação e emergência das plântulas de feijão-caupi. Neste experimento foi possível observar, como seria esperado, que apenas a dessecação não seria suficiente para o manejo de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi (Tabela 2). Assim, o controle das principais espécies de plantas daninhas que se encontravam na área não foi satisfatório (<80,0%), levando à redução da massa seca por planta, da altura de plantas e da produtividade do feijão-caupi em relação à testemunha capinada.

A dessecação com a aplicação apenas de herbicida pré-emergente (programa 12) também não foi suficiente para proporcionar produtividade semelhante à testemunha capinada (Tabela 2). Pois, apesar de apresentar controle satisfatório de Eleusine indica e Digitaria insularis, praticamente não controlou Digitaria horizontalis e Tridax procumbens, o que levou à menor massa seca por planta e produtividade de feijão-caupi. Esses resultados diferem do encontrado na literatura, onde se cita meia-vida no campo de 60 dias (RODRIGUES & ALMEIDA, 2011) e suscetibilidade de D. horizontalis a esse herbicida (LORENZI, 2006). A dessecação com a aplicação em pré-emergência de oxadiazon e em pós-emergência de imazamox + bentazon (programa 11) apresentou maior controle apenas para T. procumbens, apresentando menor massa seca por planta de feijão-caupi e produtividade igual à testemunha sem capina. Tabela 2. Fitointoxicação (Escala EWRC) aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação dos herbicidas (DAA), controle das principais espécies (%), massa seca por planta, estande e altura de plantas aos 28 DAA, e produtividade de feijão-caupi com os programas de controle de plantas daninhas. Trat. Fitointoxicação (%) DAA* Controle (%) Massa seca caupi (g) Estande (plantas m -1 ) Altura (m) Produtividade (kg ha -1 ) 7 14 21 28 28 DAA A B C D 28 DAA 1 1 1 1 1 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 2,6 a 12,0 a 0,53 a 225,8 a 2 1 1 1 1 100,0 b 100,0 b 100,0 b 100,0 b 10,2 c 10,5 a 0,69 b 1161,1 b 3 1 1 1 1 21,3 a 40,0 a 53,8 b 67,5 b 4,6 a 12,5 a 0,57 a 382,4 a 4 2 2 1 1 40,0 a 42,5 a 43,8 b 50,0 a 4,4 a 12,0 a 0,55 a 432,8 a 5 3 2 1 1 76,3 b 56,3 b 23,8 a 72,5 b 6,1 b 11,5 a 0,54 a 522,4 a 6 3 2 1 1 61,3 b 25,0 a 48,8 b 77,5 b 3,1 a 12,0 a 0,48 a 384,8 a 7 5 3 2 1 63,8 b 12,5 a 86,3 b 82,5 b 3,9 a 12,5 a 0,48 a 347,7 a 8 2 2 1 1 83,8 b 72,5 b 42,5 b 92,5 b 5,8 b 11,0 a 0,54 a 960,0 b 9 2 1 1 1 45,0 a 70,0 b 56,3 b 61,3 b 6,5 b 12,0 a 0,68 b 929,4 b 10 2 2 1 1 86,3 b 65,0 b 42,5 b 70,0 b 8,2 c 10,0 a 0,64 b 740,8 b 11 2 2 1 1 18,8 a 63,8 b 70,0 b 71,3 b 4,6 a 11,5 a 0,59 b 385,2 a 12 2 1 1 1 31,7 a 95,0 b 26,7 a 93,3 b 6,0 b 10,8 a 0,63 b 571,4 a 13 2 1 1 1 36,3 a 25,0 a 47,5 b 21,3 a 6,3 b 10,5 a 0,60 b 555,3 a 14 2 2 1 1 90,0 b 25,0 a 22,5 a 71,3 b 5,0 a 12,0 a 0,48 a 560,0 a 15 2 1 1 1 97,5 b 80,0 b 12,5 a 99,5 b 5,9 b 11,5 a 0,50 a 637,4 a 16 5 3 2 1 62,5 b 52,5 b 76,3 b 65,0 b 4,6 a 12,0 a 0,50 a 322,9 a 17 1 1 1 1 91,3 b 87,5 b 26,3 a 46,3 a 7,5 b 11,0 a 0,57 a 720,2 b 18 2 1 1 1 77,5 b 90,0 b 5,0 a 97,5 b 6,5 b 11,5 a 0,66 b 1355,5 b 19 3 2 1 1 36,7 a 16,7 a 33,3 a 38,3 a 3,4 a 10,0 a 0,53 a 306,7 a 20 3 2 1 1 92,0 b 92,0 b 10,0 a 70,8 b 4,7 a 12,5 a 0,54 a 766,4 b * Moda das notas na escala EWRC. Médias seguidas por letras distintas diferem pelo teste de Scott- Knott (p<0,05). A: Digitaria horizontalis; B: Eleusine indica; C: Tridax procumbens; D: Digitaria insularis. Os programas de controle sem a aplicação de herbicida pré-emergente, em geral, não apresentaram controle satisfatório das plantas daninhas, resultando em produtividade igual à testemunha sem capina (programas 3, 4, 5, 6, 11, 13, 16 e 19) (Tabela 2). Além disso, deve-se considerar que os programas de controle com a aplicação da mistura de cloransulam-methyl + sethoxydim em pós-emergência (programas 7 e 16) apresentaram maior intoxicação das plantas de feijão-caupi na avaliação de fitointoxicação aos 7 DAA (Tabela 2). Esse efeito foi diminuindo de forma que na última avaliação não se observavam

sintomas de intoxicação nas plantas. No entanto, esses tratamentos proporcionaram massa seca por planta e altura de plantas de feijão-caupi igual à testemunha sem capina, o que levou também a produtividades semelhantes à testemunha sem capina. Os programas 14 e 15, apesar de terem proporcionado controle satisfatório para algumas espécies, apresentaram menor altura de plantas e produtividade que a testemunha capinada. O programa 17 [glyphosate + imazethapyr (dessecação) / s-metolachlor (pré) / bentazon (pós)] foi o que não apresentou nenhuma intoxicação nas plantas desde a primeira avaliação e teve produtividade igual à testemunha sem capina (Tabela 2), apesar da redução na massa seca por planta e altura de plantas de feijão-caupi em relação à testemunha capinada. Nesse caso, observa-se na literatura que tanto bentazon, quanto s- metolachlor não apresentam bom controle para aplicação pós-tardia e em pré-emergência de T. procumbens, respectivamente, embora a aplicação em pré-emergência de s- metolachlor possa controlar D. insularis (LORENZI, 2006). Entre os programas com produtividade igual à testemunha capinada, podem-se citar os programas com herbicidas pré-emergentes (8, 9, 10 e 17) ou com mistura de herbicidas que apresentam espectro de controle mais amplo em pós-emergência (18 e 20), sendo aqueles que não comprometeriam a produtividade da cultura. CONCLUSÕES Os programas de controle com dessecação, aplicação de herbicida pré-emergente e herbicida pós-emergente apresentam produtividades iguais à testemunha capinada, à exceção da aplicação em pós-emergência de imazamox + bentazon. Os programas com glyphosate associado a herbicida residual (imazethapyr) na dessecação com a aplicação em pós-emergência das associações imazamox + bentazon + fluazifop-p-butyl e ethoxysulfuron + fluazifop-p-butyl também apresentam produtividade igual à testemunha capinada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Instrução Normativa Conjunta 01, de 23 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre registro de agrotóxicos para culturas com suporte fitossanitário insuficiente. FREIRE FILHO, F.R. Feijão-caupi no Brasil: Produção, melhoramento genético, avanços e desafios. Teresina: Embrapa Meio Norte, 2011. 84 p. LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2006. 383 p. RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. Guia de herbicidas. 5 ed. Londrina, 2005. 592p.