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Pelo que estou vendo, tem uma coisa que você conhece muito bem, que é o medo. É verdade! Medo eu conheço muito bem, medos eu tenho muitos. Então, eu acho que com esse conhecimento do medo você pode ser um homem muito poderoso! Ah, é? Como é isso? Eu tenho um escola que é uma faculdade chamada Faculdade do Medo. Lá a gente ensina a usar o medo para se dar bem, para crescer, para ficar rico e poderoso... Então o João falou: Eu vou lá conhecer. O João então entrou na faculdade do moço para aprender mais sobre o medo. Ele aprendeu que todas as pessoas inclusive ele tinham umas cordinhas invisíveis que as prendiam aos medos que tinham. Quando ele puxou uma cordinha dele veio aquele monstro da infância; ele puxou outra cordinha, e viu que tinha medo de ficar sozinho; puxou outra, e apareceu o medo de não passar de ano na escola. Na Faculdade do Medo os professores ensinavam como fazer essas cordinhas e os alunos aprendiam a olhar para uma pessoa, descobrir do que ela tinha medo e, sem a pessoa perceber, amarrar aquela cordinha na pessoa e no medo dela para que ela carregasse o medo aonde quer que fosse. Como o medo era a única coisa que o João achava que conhecia, ele decidiu que ia aprender isso bem direitinho. Ele se dedicou muito a aprender todas as técnicas para amarrar a cordinha no medo das pessoas. Sabia como chegar bem de mansinho e ficar olhando para ver do que a pessoa tinha medo. Ele sabia amarrar o medo na pessoa bem de leve, de um jeito que ela nem percebia. O João ficou muito bom nisso. Ele até se divertia vendo a pessoa carregar aquele medo... Depois que prendia, a pessoa ia andando mais devagar, mais pesada, sem conseguir correr, sem conseguir sorrir. Às vezes ele trabalhava tão direitinho que a pessoa nem se mexia, ela ficava paralisada pelos vários medos que o João prendia nela. João foi ficando famoso. Todo mundo que queria atrapalhar alguém, que queria fazer alguém parar de andar rápido, que queria fazer alguém parar de crescer, pedia ajuda ao João, e assim ele ficou muito rico e poderoso.

Até que um dia, chegou na casa dele aquele seu professor da cara esquisita, que também tinha ficado muito famoso, e que era agora o conselheiro do rei mau e falou assim: João, eu tenho um trabalho para você, pedido especialmente pelo rei. É um trabalho muito especial e você foi escolhido a dedo para fazê-lo. Ele viu que o João tinha ficado interessado e continuou: Tem um menino que mora numa casa que é muito perigosa, porque é uma casa cheia de amor. Você terá de ir até lá para amarrar o menino no medo dele. Mas vá com muito cuidado! Tem que ser você, porque é o único em quem a gente confia e acredita que vai conseguir, sem se deixar influenciar pelo amor daquela casa. João ficou muito orgulhoso por ter sido escolhido para essa tarefa pelo rei mau e partiu sem demora para a missão na casa do menino. Chegando lá, ele ficou observando e viu que realmente a casa era muito iluminada. Ele estudou por onde ia entrar, e ficou alguns dias observando, até que conseguiu ver que o menino tinha medo de ficar sozinho. João pegou uma cordinha bem de leve e prendeu o menino naquele medo. Em outro dia ele viu que o menino ficou com um pouco de medo do escuro, e aí ele foi lá e amarrou uma cordinha no escuro e no menino. Assim ele foi descobrindo os medos e foi vendo que o menino ficava cada vez mais triste. O menino andava cabisbaixo e quase não brincava mais. Com esta situação, ele estava até conseguindo colocar os medos também no papai e na mamãe do menino. O João ficou observando a transformação do menino e da casa. Mas se por um lado o João ficava muito feliz, porque ele estava conseguindo cumprir a tarefa e sendo muito eficiente, alguma coisa o deixava incomodado com aquela situação. Ele não sabia o que era, e ficou ali vendo se descobriria alguma coisa a mais. Até que um dia, no final da tarde, ele viu um moço alto e bonito, vestido de branco, que chegou perto do menino e dos pais dele e desamarrou as cordinhas que o João tinha amarrado. Ele achou aquilo muito estranho. Quando o moço foi embora, João o seguiu para descobrir onde é que ele iria. Ele o seguiu até uma casinha branca perto de uma cachoeira, onde o moço ficou no portão recebendo as pessoas que chegavam. João se aproximou e falou: Boa tarde! O que é isto aqui? Boa tarde! Aqui é uma escola de amor e hoje vai haver uma aula sobre como desamarrar os medos que a gente carrega.

O João ficou meio ressabiado, mas interessado, e pensou: Ah, eu acho que vou assistir a essa aula para descobrir mais uma técnica para usar no menino. Assim também vou saber prender melhor ainda as pessoas quando eu estiver trabalhando. Vai ser ótimo pra mim, eu vou aprender.

Aí o João perguntou: Eu posso entrar pra ver a aula? Claro! disse o moço. Lá dentro, o mentor da turma estava apresentando a todos uma cordinha igual àquela que o João usava para prender as pessoas aos seus medos. O mentor explicou que essas cordinhas eram feitas das tristezas, do orgulho, do egoísmo, da dúvida, da falta de fé, das coisas ruins que a gente tem dentro da gente, e que, para se livrar dessas cordinhas, a receita era fazer o bem ao próximo porque, quando a gente está fazendo o bem ao próximo, a gente se livra dos medos. O João estranhou aquela história e pensou assim: Que história é essa de fazer o bem ao próximo? Fazer o bem ao próximo e se livrar das cordinhas? Eu acho que esse mentor está enganado! Eu vou lá falar com ele. E lá foi ele falar com o mentor: Senhor mentor, ouvi o senhor falar, mas eu me livrei dos meus medos sem fazer o bem ao próximo. O mentor então começou a conversar com ele. Como é o seu nome? É João. E o que você faz, João? Parece que conhece bem essa história do medo. Conheço, sim. Eu sei fazer essas cordinhas. Fiz uma faculdade que ensina a gente a prender as pessoas nos seus medos. Que interessante! E... como é que você chegou até aqui? Eu vi que o moço lá da frente foi até a casa de um menino em quem eu tinha prendido os medos e ele soltou as cordinhas com muita facilidade. Eu vim aqui pra entender como é que ele fez aquilo. Ah! disse o mentor. E você estava então prendendo as cordinhas no menino? Você estava gostando desse trabalho? Trabalho a gente não discute se gosta ou não gosta, mas eu estava fazendo superbem, eu estava conseguindo ótimos resultados. E o mentor perguntou: E estava mesmo correndo tudo bem? Na verdade, alguma coisa era estranha, eu sentia que alguma coisa ali não estava certa. Foi a primeira vez que fui amarrar essas cordinhas numa

criança e alguma coisa estava me apertando o coração. Você sabe o que pode ser, mentor? Olha... eu não sei, mas a gente pode perguntar a um grande mentor nosso, o maior mentor de todos, que é Jesus. Você gostaria de conhecer Jesus? Ah... eu gostaria, se Ele me ajudar a entender que dor é essa que eu senti no meu coração... O mentor o levou a uma salinha, onde tinha uma figura de Jesus e disse: Olha ali, João, você pode se ajoelhar diante de Jesus e pedir pra Ele te explicar que angústia é essa. E aí o João se ajoelhou na frente Dele e disse assim: Jesus, não te conheço muito bem, mas o mentor ali disse que talvez Você possa me ajudar com essa dor que senti. Enquanto estava prendendo os medos no menino, senti um aperto no coração como que me dizendo que tinha alguma coisa errada. Vim até aqui e o mentor disse que posso pedir Sua ajuda. Você me ajuda, Jesus? E nessa hora veio vindo uma luzinha lá do alto e ao lado do João apareceram o papai e a mamãe dele. O João ficou muito feliz, abraçou os dois muito forte e disse: Mamãe, papai, há quanto tempo eu não vejo vocês! Aí o papai disse: É verdade... Há muito tempo o homem mau nos levou embora, mas a gente está sempre acompanhando a sua história. Aí o João disse assim: Ah, é? E como vocês estão aqui hoje? Porque você veio até aqui e pediu ajuda a Jesus. Ele então nos permitiu vir para mostrar a você de onde vem essa angústia do seu coração. Que bom! E de onde vem? A mamãe falou: Você lembra, João, quando você começou a sentir medo e aprender sobre o medo? Na faculdade. João, eu acho que foi bem antes, pense um pouco. O João parou para pensar e lembrou que ele começou a sentir medo e aprender sobre o medo no dia em que a mamãe e o papai dele tinham desaparecido. João

percebeu como parecia com aquele menino em quem ele tinha ido prender os medos, e entendeu que estava fazendo o menino se sentir do jeito que ele se sentiu quando era criança. Aí o João chorou muito porque ele não desejava aquilo a ninguém. O pai dele então completou: João, esse choro é o choro do arrependimento. Nós acompanhamos a sua vida e trouxemos aqui um livro pra você lembrar tudo o que fez durante esse tempo. Então o papai dele foi mostrando todos os momentos em que ele tinha ido prender o medo em alguém, e como essa pessoa tinha ficado triste, fraca, cabisbaixa e até paralisada. João foi ficando cada vez mais triste e arrependido, porque não queria que ninguém sentisse o que ele sentiu quando era criança. Ele chorou muito nos braços da mãe e do pai dele e disse: Mamãe, papai, o que eu posso fazer? O pai explicou: Hoje o mentor deu uma grande lição, lembra? Ensinou que para se livrar desses laços de medo, o caminho é fazer o bem ao próximo. Quando você ajuda alguém a fazer o bem ao próximo, você ajuda alguém a se livrar dos seus medos; isso traz uma grande alegria que preenche esse vazio que o arrependimento deixa. Assim o arrependimento vai sumindo e a alegria vai crescendo. Nós viemos aqui para te ajudar e te dar força nesse caminho se você quiser se arrepender. Aí o João falou: Eu quero, pois não quero que ninguém sinta o que eu senti. Então agora vá, e comece com cada pessoa a quem você fez mal e vá ajudando ela a se livrar dos seus medos. O João voltou à casa do menino e viu que tinha sobrado um medinho que o moço lá da escola não tinha soltado. Era um medinho de falar com as meninas. João decidiu que ia ajudar esse menino. Quando eles estavam brincando com a turma de meninos e meninas, uma menina tropeçou, caiu e se machucou. Nessa hora o João foi lá no ouvido do menino e disse: Menino, vá lá ajudá-la! Faça alguma coisa boa por ela e você vai ficar muito feliz. O menino não pensou duas vezes: viu que a menina tinha se machucado e foi até lá e a ajudou a se levantar, a lavar o machucado, e nessa hora ele começou a falar com a menina, a cuidar dela, a fazer o bem a ela. Nesse momento, a cordinha

que o prendia no medo de falar com as meninas se soltou. O João, assim, entendeu que, ajudando uma pessoa a fazer o bem, ajudava também a si mesmo. O coração do João se encheu de alegria, e então ele aprendeu como trocar o arrependimento pela felicidade fazendo bem ao outro. Com isso ele ficou muito feliz e foi feliz para sempre!