Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 603/XI/2.ª

Documentos relacionados
ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2019

ESTATUTO REMUNERATÓRIO. Conselho de Administração remunerações globais mensais ilíquidas:

PROJECTO DE LEI N.º 487/XI/2.ª

Estatuto do Gestor Público

Estatuto do Gestor Público Regional

Projeto de Lei n.º 1220/XIII

Estatuto do Gestor Público

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ANADIA, CRL

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA ALTRI, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 26 DE ABRIL DE 2012, PELAS HORAS

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO OLIVEIRA DO BAIRRO POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES PARA 2016

Novo estatuto do gestor público

Novo Estatuto do Gestor Público. Decreto-Lei n.º 71/ Diário da República n.º 61/2007, Série I de Diploma

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 371/XI

Projecto de Lei n.º 121/X

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 197/X

GALP ENERGIA, SGPS, S.A. Assembleia Geral Anual 16 de abril de 2015 PROPOSTA RELATIVA AO PONTO 13

PROPOSTAS A APRESENTAR NA ASSEMBLEIA GERAL A REALIZAR EM 27 DE NOVEMBRO DE 2017

PROPOSTAS A APRESENTAR EM ASSEMBLEIA GERAL A REALIZAR EM 12 DE NOVEMBRO DE Proposta

Decreto-Lei n.º 200/2006 de 25 de Outubro

Lei n.º 29/87, de 30 de Junho 1. Estatuto dos Eleitos Locais

Lei Nº 29/1987, de 30 de Junho. (republicada pela Lei nº 52-A/2005 de 10 de Outubro) Estatuto dos Eleitos Locais. Artigo 1º Âmbito

A presente política de remuneração aplica-se a todos os membros dos órgãos de administração e de fiscalização da Real Vida Pensões (RVP).

Declaração da Comissão de Vencimentos sobre a Política de Remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização da PHAROL, SGPS, S.A.

Lei n.º 29/87, de 30 de Junho. Estatuto dos Eleitos Locais. Artigo 1.º Âmbito

DESPACHO ISEP/P/11/2010

Declaração da Comissão de Vencimentos sobre a Política de Remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização da PHAROL, SGPS, S.A.

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA ALTRI, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 18 DE ABRIL DE 2013, PELAS HORAS

1742 Diário da República, 1. a série N. o de Março de 2007 MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROPOSTAS A APRESENTAR EM ASSEMBLEIA GERAL A REALIZAR EM 13 DE NOVEMBRO DE Proposta

OE 2011 Alterações ao Código Contributivo

6. Cumprimento das orientações legais ao nível das Remunerações

PROJETO DE LEI N.º 229/XII/1.ª

Decreto-Lei n.º 51/2007 de 7 de Março

PROPOSTA DA POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO RELATIVA AO EXERCÍCIO DE 2013

MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO

PROJECTO DE LEI N.º 242/XI/1.ª

Banif Pensões Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.

PROPOSTA DE LEI N.º 20/VIII ALARGAMENTO DO FUNDO DE COMPENSAÇÃO SALARIAL DOS PROFISSIONAIS DA PESCA

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

Dossier de Acompanhamento de Votação em Comissão. Artigo 172.º. Alteração à Lei n.º 28/2012, de 31 de julho

Decreto Legislativo Regional n.º14/2010/m, de 5 de Agosto-Série I, n.º151

Declaração da Comissão de Remunerações relativa à política de remuneração dos membros dos órgãos sociais da Sociedade para 2018

DECLARAÇÃO DE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ANADIA, CRL

GALP ENERGIA, SGPS, S.A. Assembleia Geral Anual 28 de abril de 2014 PROPOSTA RELATIVA AO PONTO 4

Face ao exposto, e ao abrigo das normas constitucionais, o CDS-PP apresenta o seguinte projecto de lei: Artigo 1º Objecto

Declaração da Comissão de Vencimentos sobre a Política de Remuneração dos membros dos

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE VENCIMENTOS

DA AEGON SANTANDER PORTUGAL VIDA - COMPANHIA DE SEGUROS DE VIDA, SA.

Atrium Investimentos SFC, S.A. POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO E DE CERTOS COLABORADORES RELEVANTES

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA ALTRI, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 4 DE MAIO DE 2018, PELAS 11:45 HORAS

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO E DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS

PATRIS Sociedade Corretora, S.A. Sede: Rua Duque de Palmela, n.º 37, 3º piso, Lisboa Tel: Fax: Capital Social:

PROPOSTA. Ponto 5 da Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral de Acionistas da Galp Energia, SGPS, S.A., Sociedade Aberta de 22 de abril de 2013

Anexo Declaração de Cumprimento (nº. 1 do Artigo 4º da Norma nº 5/2010-R, de 1 de Abril, do Instituto de Seguros de Portugal)

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA F. RAMADA - INVESTIMENTOS, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 4 DE MAIO DE 2018, PELAS 11:00 HORAS

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA F. RAMADA INVESTIMENTOS, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 14 DE ABRIL DE 2015, PELAS 10:30 HORAS

Projecto de Lei Nº 541/IX

Estatuto remuneratório fixado

PROJECTO DE LEI N.º 121/IX REGIME ESPECIAL DE REFORMAS ANTECIPADAS PARA OS BAILARINOS PROFISSIONAIS DE BAILADO CLÁSSICO OU CONTEMPORÂNEO

PROJECTO DE AVISO SOBRE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO RELATIVA À POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO

SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A. As remunerações dos Órgãos Socias durante o ano de 2017 foram as seguintes:

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO

PROJECTO DE LEI Nº 513/X

Cargo Órgãos Sociais Nomeação Mandato. Mesa da Assembleia Geral. Não aplicável. Conselho de Administração

ASSEMBLEIA GERAL ANUAL JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. 12 de Abril de 2018

Política de Remuneração aplicada aos Colaboradores com Funções Chave

REGULAMENTO DA COMISSÃO EXECUTIVA. Artigo 1.º. Âmbito

PROJECTO DE LEI N.º 244/XI/1.ª

COMISSÃO DE AUDITORIA E CONTROLO INTERNO DO BANCO BPI, SA REGULAMENTO

Politica de Remunerações

Proposta n.º 134/2018. Criação de uma Equipa de Projecto para a qualidade da alimentação escolar

Exmo. Senhor (Nome e morada)

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO RELATIVA À POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS EMPRESAS DE SEGUROS OU DE RESSEGUROS E SOCIEDADES GESTORAS DE FUNDOS DE PENSÕES

Proposta de Lei nº 132/XII/1ª

PROPOSTA DE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2011 CÓDIGO DOS REGIMES CONTRIBUTIVOS DO SISTEMA PREVIDENCIAL DE SEGURANÇA SOCIAL

EDIA Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.

PROJECTO DE LEI Nº 465/XI IMPÕE LIMITES À COBRANÇA DE DESPESAS DE MANUTENÇÃO DE CONTAS BANCÁRIAS. Nota Justificativa

Nota de enquadramento à norma de redução remuneratória

Equiparação a Bolseiro

Assembléia Legislativa da Região Autônoma dos Açores Representação Parlamentar do PCP Açores

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 244/X REGULA AS VANTAGENS FISCAIS OBTIDAS NO CONTEXTO DE OFERTAS PÚBLICAS DE AQUISIÇÃO. Exposição de motivos

COLECTÂNEA DE LEGISLAÇÃO BÁSICA INCLUÍDA

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA ALTRI, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 21 DE ABRIL DE 2016, PELAS 11:45 HORAS

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Diário da República, 1.ª série N.º de Agosto de 2007

Regulamento da CMVM n.º 10/2005 (Altera os Regulamentos da CMVM no 7/2001 e n.º 4/2004 relativos ao Governo das Sociedades e a Deveres de Informação)

P R O P O S T A N.º 869 /2013

LEI ORGÂNICA N.º 4/2006 LEI DE PROGRAMAÇÃO MILITAR

ADAPTA A LEI N.º 12-A/2008, DE 2/2, AOS TRABALHADORES QUE EXERCEM FUNÇÕES PÚBLICAS NA AP

REGULAMENTO DE APOIO SOCIAL POR DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS

PROPOSTA. AG Caixa Económica Montepio Geral. O.T. ponto n.º 5. Considerando as seguintes fontes normativas:

PROJECTO DE LEI N.º /XI ADOPTA O SISTEMA PLURIANUAL DE FINANCIAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 469/XI

PROJECTO DE LEI N.º 102/X. Primeira revisão da Lei nº 6/94, de 7 de Abril Segredo de Estado

MONTEPIO GESTÃO DE ACTIVOS SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, S.A. PROPOSTA DE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO

AVISO n.º [ ] /2017 Política de Remuneração das Instituições Financeiras

REPÚBLICA DE ANGOLA. Lei n.º /09. de de

Política de Remuneração dos Colaboradores da Real Vida Pensões, S.A.

Transcrição:

Grupo Parlamentar Projecto de Lei n.º 603/XI/2.ª Altera o Estatuto do Gestor Público, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 de Março, e o Regime do Sector Empresarial do Estado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 300/2007, de 23 de Agosto de 2007 Exposição de Motivos O Sector Empresarial do Estado tem tido um crescimento muito acentuado nos últimos anos. Em 2008, por exemplo, existiam 85 empresas públicas. Os últimos números conhecidos de 2010 dão conta da existência de 93 empresas públicas. Também o número de gestores públicos tem crescido bastante, com um aumento de 20% de 2007 para 2009 (de 377 gestores para 448). Por outro lado, os resultados transitados negativos do sector passaram de 8.647 milhões de euros em 2005, para 12.106 milhões de euros em 2009, tendo crescido 40%. Este ritmo de crescimento de encargos é manifestamente insustentável, e trará provavelmente gravíssimos problemas no futuro, uma vez que muitas destas empresas são estruturalmente deficitárias, não sendo de modo nenhum credível que algum dia gerem receitas para pagar as suas dívidas que não tenham como única fonte, directa ou indirectamente, o Orçamento do Estado. Este facto, já de si de extrema gravidade, é ainda agravado pelo aumento das taxas de juro e encargos financeiros, numa combinação com contornos muito negativos. Independentemente da opinião que se tenha sobre a sensatez, razoabilidade ou justificação deste crescimento, ou até sobre a necessidade de reduzir a dimensão do próprio sector, a verdade é que o quadro legislativo tem que ser adaptado à nova realidade. Assim sendo, é fulcral a instituição de uma gestão focada em objectivos e na melhoria dos resultados apresentados. E, embora sendo um facto que o actual quadro legal prevê formalmente esta gestão, a verdade é que do ponto de vista prático ela se tem aplicado poucas vezes. Para contrariar esta tendência, o presente projecto faz depender exclusivamente a parte variável da remuneração de objectivos quantitativos e estabelece mesmo como obrigatórios alguns objectivos, de maneira a torná-los incontornáveis. A celebração de contratos de gestão que estabelecem objectivos, direitos e deveres com os gestores passa a ser obrigatória. Assembleia da República Palácio de S. Bento 1249-068 Lisboa Telefone: 21 391 9233 Fax: 21 391 7456 Email: gp_pp@cds.parlamento.pt http://cds.parlamento.pt

Aliás, a regra dos objectivos é generalizada, abrangendo também as próprias empresas, passando a celebração de contratos entre o Estado e as empresas a ser obrigatória, de forma a que a fiscalização do seu cumprimento passe a ser simples e eficiente. Para além disto, o presente projecto-lei vem ainda disciplinar as remunerações dos gestores, estabelecendo várias regras. A primeira regra é a criação de um limite para o seu montante equivalente à remuneração do Presidente da República. A segunda, é a harmonização do regime de indemnizações, acabando com regimes especiais, muitas vezes desadequados e desproporcionados. A terceira é a restrição da possibilidade de acumulações de remunerações em casos de inerência ou exercício de cargos em sociedades participadas. A quarta é a introdução de maior rigor na utilização de cartões de crédito. Por último, o presente projecto reconhece a absoluta necessidade de que o Sector Empresarial do Estado tenha uma verdadeira política de remunerações, congruente e articulada, e não um sistema completamente casuístico como acontece actualmente. Por outro lado, a verdade é também que as empresas públicas são muitíssimo diferentes entre si. Assim sendo, aquilo que faz sentido é que às situações que verdadeiramente são diferentes se apliquem regras diferentes. Portanto, está previsto um prazo de seis meses para que o Governo apresente regulamentação no sentido de dividir as empresas públicas em três categorias diferentes em função de critérios estritamente objectivos, como o volume de vendas ou prestações de serviços, número de funcionários ou práticas do mercado no sector estabelecendo-se para cada categoria uma composição de conselho de administração e remunerações iguais. Assim sendo, o CDS-PP apresenta o presente Projecto-Lei que modifica o Estatuto do Gestor Público e o Regime do Sector Empresarial do Estado. Artigo 1º Os artigos 18º, 28º, 29º, 31º, 32º e 33º do Decreto-Lei nº 71/2007, de 27 de Março, passam a ter a seguinte redacção: Artigo 18º Contratos de gestão 1 Nas empresas públicas é obrigatória a celebração de um contrato de gestão, em que se definem: a) As formas de concretização as orientações impostas nos termos do artigo 11º do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de Dezembro, com as alterações constantes do Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de Agosto, envolvendo sempre metas quantificadas e que representem uma melhoria dos parâmetros operacionais e financeiros da empresa; b) Os objectivos de gestão; c) Outros objectivos específicos; d) A remuneração e outros benefícios ou regalias de carácter social.

2 Os objectivos de gestão previstos na alínea b) do número anterior têm como base critérios objectivos, quantificáveis e mensuráveis, que representam uma melhoria operacional e financeira nos principais indicadores de gestão da empresa, e incluem obrigatoriamente a melhoria dos resultados antes de impostos, dos resultados operacionais antes de subsídios e indemnizações compensatórias e do EBITDA (entendido como a soma dos resultados operacionais, amortizações e provisões). 2 O contrato de gestão é celebrado entre o gestor público, os titulares da função accionista, o membro do Governo responsável pelo respectivo sector de actividade e o membro do Governo responsável pela área das finanças. 3 Os contratos de gestão não podem estabelecer regimes específicos de indemnização por cessação de funções. 1 Artigo 28º Remuneração fixa e variável 2 A remuneração é estipulada no contrato de gestão e a sua componente fixa não pode ultrapassar o índice remuneratório do Presidente da República. 3 A fixação da remuneração é sempre fundamentada e obedece aos critérios estabelecidos nos números 7 e 8. 4 Anterior número 6. 5 As componentes fixa e variável da remuneração dos gestores públicos são determinadas, em concreto, em função da complexidade, exigência e responsabilidade inerentes às respectivas funções e atendendo às práticas normais do mercado no respectivo sector de actividade, sem prejuízo das orientações previstas no artigo 11º do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de Dezembro, e do disposto no artigo 18º da presente lei. 6 A componente variável corresponde a um prémio estabelecido, nos termos dos números anteriores do artigo 18º, cuja atribuição depende exclusiva e obrigatoriamente do cumprimento e da efectiva concretização dos critérios objectivos previstos no número 2 do artigo 18º. 7 Nos casos previstos no artigo 16º e na alínea a) do número1 do artigo 17º, e quando ocorrer autorização expressa do membro do Governo responsável pela área das finanças, os gestores podem optar pela remuneração de origem, mantendo as regalias ou benefícios remuneratórios que aí detinham, desde que não seja ultrapassado o limite previsto no número 2. 8 A componente variável da remuneração prevista nos números anteriores não pode ultrapassar um terço da componente fixa da referida remuneração.

Artigo 29º Remuneração dos administradores não executivos 1 Os administradores não executivos têm direito a uma remuneração fixa, correspondente à actividade normal que desempenhem, até ao limite de um sexto da remuneração de igual natureza estabelecida para os administradores executivos.2 Quando os administradores não executivos tenham efectiva participação em comissões criadas especificamente para acompanhamento da actividade da empresa têm ainda direito a uma remuneração complementar, não podendo em qualquer caso a remuneração total ultrapassar o limite estabelecido no número anterior. Artigo 31º Remunerações em caso de acumulação A acumulação de funções prevista nas alíneas a) e b) do n.º 3 e no número 4 do artigo 20º e no número 4 do artigo 22º não pode conferir direito a qualquer remuneração adicional. 1 Artigo 32º Utilização de cartões de crédito e telefones móveis 2 A utilização de cartões de crédito prevista no número anterior tem, para efeitos da presente lei, a natureza de despesas de representação, não sendo acumulável com qualquer montante fixo recebido a esse título. 3 Anterior número 2. Artigo 33º Utilização de viaturas 1 O valor máximo das viaturas de serviço afectas aos gestores públicos é fixado por deliberação em assembleia-geral, no caso das sociedades anónimas, ou por despacho conjunto do membro de Governo responsável pela área das finanças e do membro de Governo responsável pelo respectivo sector de actividade, no caso das entidades públicas empresariais, não podendo a totalidade dos encargos daí resultantes ultrapassar o limite de dois IAS mensais no caso de viaturas afectas ao Presidente do Conselho de Administração, e 80% deste montante no caso dos restantes membros da Administração. 4 5

Artigo 2º São eliminados os números 4 e 5 do artigo 28º e é eliminado o artigo 30º do Decreto-Lei nº 71/2007, de 27 de Março. Artigo 3º Os artigos 11º, 18º-B e 21º do Decreto-Lei n.º558/99, de 17 de Dezembro, passam a ter a seguinte redacção: Artigo 11º Orientações de Gestão 8 Para a realização das orientações previstas no presente artigo, o Estado celebra contratos com as empresas. Artigo 18º-B Estruturas de Gestão 4 O Conselho de Administração não pode ter mais de 5 administradores. Artigo 21º Contratos com o Estado 1 Para a realização das finalidades previstas no artigo anterior o Estado recorre à celebração de contratos com as empresas públicas encarregadas da gestão de serviços de interesse económico geral, contemplando, designadamente, a atribuição de indemnizações compensatórias na medida do estritamente necessário à prossecução do interesse público.

Artigo 4º 1 - No prazo de seis meses, o Governo regulamenta a presente lei, estabelecendo três categorias diferentes nas quais as empresas públicas se enquadram e às quais corresponde uma determinada composição do conselho de administração e um determinado montante de remuneração ou outros benefícios e regalias. 2 O estabelecimento das categorias previsto no artigo anterior é feito com base em critérios absolutamente objectivos, designadamente o volume de vendas e de prestações de serviços, as práticas do sector no mercado, a existência ou não de concorrência e o número de funcionários. Artigo 5º 1 A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. 2 O Estado celebra contratos de serviço público com todas as empresas públicas no prazo de 60 dias. S. Bento, 28 de Março de 2011 Os Deputados,