Comissão de Educação, Ciência e Cultura

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BASE JURÍDICA DESCRIÇÃO

Transcrição:

RELATÓRIO AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA PARLAMENTAR XII LEGISLATURA 4.ª SESSÃO LEGISLATIVA Relator: Deputado Rui Pedro Duarte (PS) Relatório aprovado por unanimidade na reunião da Comissão de Educação, Ciência e Cultura de 21 de Julho de 2015.

Índice 1. Avaliação Tecnologia Parlamentar- Situação Nacional... 3 2. Enquadramento Europeu da avaliação Tecnológica Parlamentar... 5 3. Atividade da Comissão na 4ªSessão legislativa... 6 5. Conclusões... 7 2

1. Avaliação Tecnologia Parlamentar - Situação Nacional Em 2009, a Assembleia da República aprovou a Resolução n.º 60/2009, de 3 de agosto que prevê a constituição de uma plataforma para a reunião de políticos e cientistas, tendo sido pedido, em simultâneo, um estudo de viabilidade para a criação de um Gabinete Parlamentar de Ciência e Tecnologia. Este estudo, apresentado em 2013, concluiu que apesar do interesse da iniciativa, haveria uma total ausência de enquadramento orçamental para a mesma, tendo sido proposto o estudo de outras alternativas. A Resolução supra identificada assenta no seguinte: Constituição de uma plataforma institucional que promova a reunião dos políticos e dos cientistas, no sentido de disponibilizar, em tempo útil e de forma instrumental, informação qualificada, atual e utilizável sobre todas as controvérsias e implicações científicas que determinam ou que são consequência das políticas públicas, antecipando ou avaliando os impactos humanos, sociais, económicos e ambientais das decisões políticas construídas no Parlamento; Prossecução de um estudo de viabilidade para a eventual criação de um Gabinete Parlamentar de Ciência e Tecnologia; Promoção de diligências com vista à futura adesão da Assembleia da República a rede EPTA; Promoção de diligências que permitam a adesão futura da Assembleia da República a Conferência Interparlamentar do Espaço. Apesar da sua aprovação, a mesma nunca chegou a ser operacionalizada, motivo pelo qual a Comissão de Educação, Ciência e Cultura deliberou, em julho de 2011, designar um Relator, à data o Deputado Rui Santos (PS), para acompanhar a avaliação tecnológica parlamentar em Portugal. No relatório final da 1ª sessão legislativa, o relator propôs a criação de um Gabinete Parlamentar de Ciência e Tecnologia, sendo que, após as diligências promovidas com vista à 3

análise da sua implementação, deliberou o Conselho de Administração que estávamos perante uma total ausência de enquadramento orçamental para a iniciativa. Resultaram deste acompanhamento sucessivos relatórios anuais, destacando-se, na 2ª sessão legislativa, a sugestão de, depois de estabilizado um novo modelo de organização suficiente, económico e funcional neste domínio, (a comissão) promovesse a revisão do disposto na supramencionada Resolução da Assembleia da República n.º 60/2009, por forma a refletir a nova realidade por que se optasse. No que concerne à 3ª sessão legislativa, verificou-se que não foi possível operacionalizar e/ ou encetadas diligências pela Comissão para que se promovesse a revisão do disposto na Resolução da Assembleia da República n.º 60/2009, de 10 de Julho, adequando-a à institucionalização definitiva do modelo para que for decidido evoluir. Atendendo à "ausência de enquadramento orçamental" concluída pelo estudo de viabilidade de 2013 da AR, este projeto inicial foi reduzido à atual figura de relator para a Avaliação Tecnológica Parlamentar, criado no quadro de competências da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República. 4

2. Enquadramento Europeu da avaliação Tecnológica Parlamentar O processo de criação de instituições de avaliação de tecnologia consubstanciou-se na Europa na década de 70, seguindo modelos já existentes nos EUA, sendo certo que países como o Japão e o Chile possuem as suas próprias estruturas de Avaliação Tecnológica Parlamentar. A atual estrutura em funcionamento na Europa designa-se EPTA (European Parliamentary Technology Assessment) e a sua rede integra, como membros efetivos, o Parlamento Europeu, a Áustria, a Catalunha, a Dinamarca, a Finlândia, a França, a Alemanha, a Grécia, a Holanda, a Noruega, a Suécia, a Suíça e o Reino Unido e, como associados, o Conselho da Europa, a Polónia e os EUA. Trata-se de uma rede de instituições especializadas em avaliação tecnológica que assessoram os Parlamentos Nacionais, alertando para o impacto social, económica e ambiental das novas tecnologias e com vista ao estabelecimento da avaliação tecnológica como parte integrante da formação política nos processos de tomada de decisões parlamentares na Europa. Os modelos de avaliação adotados enquadram-se atualmente em três categorias: Comissão Parlamentar (exemplos da França, da Finlândia, da Grécia e da Itália); pressupõe a participação de peritos nas reuniões da respetiva comissão parlamentar ou a organização de seminários e conferências com o objetivo de obter input científico para as suas deliberações e tomadas de decisão; Gabinete autónomo no Parlamento (exemplos do Reino Unido, da Suécia e da Catalunha): pressupõe a existência de um gabinete parlamentar ou de uma unidade de apoio para estudos de Avaliação Tecnológica efetuadas a pedido do Parlamento, podendo a função de Gabinete Parlamentar ser contratada a organizações externas, nomeadamente de Avaliação Tecnológica, como e o caso do Parlamento Europeu que possui um órgão oficial parlamentar designado Scientific and Technological Options Assessment (STOA); Entidade independente, exterior ao Parlamento (exemplos da Dinamarca, da Holanda, da Suíça e da Noruega): centrado num modelo de Instituto Independente que promove uma avaliação tecnológica externa ao Parlamento mas que tem neste o seu principal cliente, constituindo ainda um estímulo ao debate social. 5

3. Atividades da Comissão na 4ª Sessão legislativa Do plano de atividades para a presente sessão legislativa, salienta-se os seguintes propósitos: Reformulação da Resolução da Assembleia da República n.º 60/2009, de 10 de Julho; Construção de uma proposta de operacionalização da Unidade de ATP. Com vista a definir um modelo adequado e viável, promoveram-se algumas atividades, nomeadamente através da participação em fóruns internacionais sobre avaliação tecnológica parlamentar. Com efeito, os deputados Rui Pedro Duarte (PS) e Isilda e Aguincha (PSD) participaram, em representação da Comissão de Educação, Ciência e Cultura, na 2ª Conferência Europeia sobre Avaliação Tecnológica o próximo horizonte da Avaliação Tecnológica, que se realizou em Berlim nos dias 25 a 27 de fevereiro de 2015 e que contou com a presença de inúmeros investigadores, membros de gabinetes ou unidades de Avaliação Tecnológica e parlamentares. É ainda de referir que nos dias 27 e 28 de outubro de 2014, realizou-se no Parlamento Norueguês, em Oslo, o EPTA Council and conference, tendo o Parlamento Português sido representado pela Deputada Maria José Castelo Branco (PSD). Finalmente, salientar o envio de uma proposta concreta, por parte do Grupo de Estudos em Avaliação de Tecnologia que se junta em anexo e que propõe a criação de uma Unidade Parlamentar de Avaliação Tecnológica (UPAT) e uma Biblioteca Digital (vide anexos I e II). 6

4. Conclusões e proposta: Em função deste impasse na Assembleia da República e da existência de um conjunto de modelos que servem de exemplo das boas práticas prosseguidas na Europa, é de concluir e propor o seguinte: a) A promoção de alterações à Resolução n.º 60/2009, de 3 de agosto, de acordo com os contributos apresentados pelo Grupo de Estudos sobre Avaliação de Tecnologia e pelos representantes do projeto PACITA (Parliaments and Civil Society in Technology Assessment); b) A adoção de um projeto-piloto com vista à criação de uma Unidade Parlamentar de Avaliação Tecnológica, enquanto unidade autónoma e independente sediada no Parlamento, cuja concretização assenta nas seguintes premissas: - Criação de condições para uma tomada de decisão parlamentar mais informada e fundada em estudos de avaliação de tecnologia que sustentem melhores decisões políticas, devendo estes estudos ter caráter especializado e consistente do ponto de vista científico e técnico; - Adaptação da sua constituição em função da sua entrada em funcionamento, contando, inicialmente, com dois órgãos: conselho coordenador e conselho consultivo; - Composição do conselho coordenador com um representante de cada Comissão Parlamentar da Assembleia da República, devendo a presidência caber a um dos seus membros; - Composição do conselho consultivo com um representante do PACITA, um representante dos Laboratórios de Estado, um representante dos Laboratórios Associados, um representante da Fundação para a Ciência e Tecnologia, um representante do Grupo de 7

Estudos em Avaliação de Tecnologia, um representante dos programas científicos associados à avaliação tecnológica e representantes das entidades financiadoras, a existir; - Salvaguarda da não taxatividade da composição sugerida dos órgãos da UPAT, servindo apenas como projeto-piloto; - Definição de um processo de funcionamento que, seguindo os exemplos alemão, britânico, francês e do Parlamento Europeu, salvaguarde que: O conselho coordenador, após ouvidas as Comissões e eventual consulta pública, propõe um conjunto de temáticas sobre avaliação tecnológica que deverão ser objeto de análise; Essa proposta é facultada e apreciada pelo conselho consultivo que produz o seu parecer; O conselho coordenador elabora, de seguida, um relatório onde estabelece a programação dos trabalhos de investigação, a sua contratualização e financiamento, sustentando-se no histórico inscrito na biblioteca digital, devendo esse relatório servir de base para as futuras decisões políticas; - Definição do financiamento em função de uma nova avaliação a realizar pelo Conselho de Administração da Assembleia da República. c) A criação, em paralelo com a Unidade Parlamentar, de uma biblioteca digital cujo financiamento mínimo deve ser devidamente definido e acautelado com recurso a parcerias e sinergias e cuja concretização assenta nas seguintes premissas: - Constituir um repositório histórico, não só de experiências de outros países mas também de artigos, teses académicas, livros e outros documentos com relevo para a avaliação parlamentar tecnológica; 8

- Constituir um repositório que salvaguarde a existência dos estudos de prospetiva mais recentes, por forma a permitir uma eficaz avaliação pela UTAP e a modelar as decisões políticas que se vierem a tomar; - Salvaguardar um recurso rápido e eficaz a um conjunto vasto de estudos e publicações internacionais sobre a matéria, nomeadamente sobre as consequências da adoção e transferência de tecnologia; - Salvaguardar um acesso ilimitado por parte dos serviços da Assembleia da República, dos Grupos Parlamentares e, eventualmente, do público em geral, devendo ser definidos os critérios de acesso externo e interno à informação bem como a estrutura do sistema documental. Palácio de S. Bento, 14 de julho de 2015 O Deputado autor do Parecer (Rui Pedro Duarte) O Presidente da Comissão (Abel Baptista) 9