Ciência e Tecnologia Ambiental MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

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Transcrição:

Ciência e Tecnologia Ambiental MANUAL DE BIOSSEGURANÇA 2014

2 I. INTRODUÇÃO Este manual foi elaborado com o objetivo de levar aos usuários dos laboratórios de Ciências Tecnológicas e Ambientais informações básicas visando sua proteção e o seu crescimento como profissional. Os materiais biológicos (líquidos ou sólidos) com os quais alunos, estagiários, professores e funcionários entram em contato nos laboratórios geralmente são fontes de contaminação, todo cuidado deve ser tomado para que não ocorra direta ou indiretamente (aparelhos, maçanetas de portas, objetos pessoais) risco de contaminação. O descarte adequado destes materiais faz parte das Boas Práticas Laboratoriais (BPL), seguindo as regras da Biossegurança. A utilização dos laboratórios deve seguir as seguintes orientações básicas: 1. O local de trabalho deve estar em ordem para receber o usuário e o mesmo deve se comprometer a mantê-lo da mesma forma. 2. Aos professores e coordenadores cabe a responsabilidade de orientar seus alunos e estagiários exigir o cumprimento das regras, sendo os mesmos, responsáveis diretos por abusos e falta de capacitação profissional para utilizar os equipamentos, reagentes e infra-estrutura. 3. Para segurança do usuário, tome conhecimento dos perigos oferecidos pelos produtos químicos utilizados. 4. Procure inteirar-se das técnicas que você utiliza. 5. Na dúvida, pergunte. 6. Ao perceber que um aparelho está quebrado, comunique imediatamente ao funcionário responsável. Este irá identificar o problema, anotar e comunicar ao responsável. A substituição do aparelho ou conserto pode não ocorrer de imediato, uma vez que alguns aparelhos necessitam de assistência técnica especializada. 7. Ao perceber algo fora do lugar, coloque-o no devido lugar. A iniciativa própria para manter a ordem é muito bem-vinda e antecipadamente agradecida.

3 8. Planeje antecipadamente seus protocolos e, quando possível, realize um procedimento piloto. 9. Trabalho com patógenos não deve ser realizado em local movimentado e o acesso ao laboratório deve ser restrito a pessoas que, realmente, manuseiem o material biológico e que receberam treinamento adequado visando: a. Familiarização com estas normas; b. Observação de técnicas e conduta geral de trabalho em laboratório (pipetagem, necessidade de manter-se a área de trabalho sempre limpa, etc.). 10. O trânsito pelos corredores com material patogênico deve ser evitado ao máximo. Quando necessário, utilize bandejas. 11. Ao iniciar o trabalho com patógenos, o aluno/estagiário deverá ficar sob a supervisão de um professor ou pesquisador experiente. 12. Saída do laboratório, mesmo que temporariamente, usando luvas (mesmo que o pesquisador tenha certeza de que não estão contaminadas), máscara ou avental, é estritamente proibida. Não se deve tocar com as luvas em maçanetas, interruptores, telefone, etc. 13. Tenha todo o cuidado para não contaminar aparelhos dentro ou fora do laboratório. 14. Em caso de acidente: Contato com produtos químicos: solicitar ao funcionário responsável compressa de gaze estéril e remover o excesso de produto, em seguida lavar em água corrente. O funcionário responsável deve comunicar a ocorrência na CEPS (Clínica de Educação Para Saúde), ramal 7062 e encaminhamento para consulta médica; Cortes e perfurações: comunicar imediatamente o funcionário responsável pelo laboratório, lavagem do local com detergente e água corrente. O funcionário responsável deve comunicar a ocorrência na CEPS, ramal 7062 e o professor ou pesquisador deve preencher uma ficha registrando os dados da ocorrência (modelo em anexo), encaminhamento para consulta médica; Em caso de hemorragia: comunicar imediatamente o funcionário responsável pelo laboratório, lavagem do local com detergente e água corrente, comprimir o

4 local com compressa de gaze. O funcionário responsável deve comunicar a ocorrência na CEPS, ramal 7062 e o professor ou pesquisador deve preencher uma ficha registrando os dados da ocorrência (modelo em anexo), encaminhamento para consulta médica; Mal estar: comunicar imediatamente o funcionário responsável pelo laboratório, colocar o usuário em local ventilado (na sala do setor técnico), deitá-lo em colchonete, evitar aglomeração e comunicar à CEPS, e encaminhamento para consulta médica; Contato de produtos químicos com os olhos: comunicar imediatamente o funcionário responsável pelo laboratório. O funcionário responsável deve comunicar a ocorrência na CEPS, ramal 7062 e o professor ou pesquisador deve preencher uma ficha registrando os dados da ocorrência (modelo em anexo), encaminhamento para consulta médica. II BIOSSEGURANÇA DEFINIÇÃO Ações que visam prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades laboratoriais voltadas para o ensino e pesquisa, riscos que podem comprometer a saúde humana, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. TIPOS DE RISCO (Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78). 1. Riscos de Acidentes 2. Riscos Ergonômicos 3. Riscos Físicos 4. Riscos Químicos 5. Riscos Biológicos 1. RISCOS DE ACIDENTES Qualquer fator que coloque o usuário em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral.

5 2. RISCOS ERGONÔMICOS Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do usuário causando desconforto ou afetando sua saúde. 3. RISCOS FÍSICOS Agentes físicos que possam provocar danos aos usuários, como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. 4. RISCOS QUÍMICOS Ação de substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 5. RISCOS BIOLÓGICOS Ação de bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre, outros. Classificação de risco biológico: Os agente biológicos são agrupados em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco (anexo 1), de acordo com os seguintes critérios: Patogenicidade. Virulência. Modos de transmissão Medidas profiláticas eficazes. Existência de tratamento eficaz. Endemicidade. MÉTODOS DE CONTROLE DE AGENTE DE RISCO Normas gerais para controle de agentes de risco: A. - BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO Antes de iniciar sua prática consulte o MANUAL DE BIOSSEGURANÇA disponível sobre as bancadas;

6 Preste atenção às orientações profissionais dadas pelo professor com relação às práticas microbiológicas; Funcionários recebem treinamento específico ministrado aos funcionários pela CIPA. A.1. - RECOMENDAÇÕES GERAIS Nunca pipete com a boca, use os pipetadores mecânicos (verdes ou vermelhos). Não coma, beba, fume, masque chiclete ou utilize cosméticos no laboratório. Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos, rosto ou cabelo, no laboratório. Tenha o hábito de lavar as mãos antes de iniciar seus trabalhos e ao finalizá-los, mesmo que tenha usado luvas de proteção. Objetos de uso pessoal devem ser acomodados em locais previamente indicados (suportes nas bancadas ou gavetas), antes do inicio de qualquer prática. Utilize jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de algodão, apenas dentro do laboratório. Não utilize essa roupa fora do laboratório. Não devem ser utilizadas sandálias ou sapatos abertos no laboratório. Utilize luvas quando manusear material infeccioso. Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas mãos, porque podem impedir uma boa limpeza das mesmas. As portas do laboratório devem ser mantidas fechadas. Qualquer pessoa com corte recente, com lesão na pele ou com ferida aberta (mesmo uma extração de dente), devem abster-se de trabalhar com patógenos humanos. Descontamine todas as superfícies de trabalho diariamente e quando houver respingos ou derramamentos (hipoclorito de sódio a 2%).. Agulhas devem ser previamente inutilizadas em aparelho adequado. Seringas com agulhas ao serem descartadas devem ser depositadas em recipientes rígidos, a prova de vazamento e embalados como lixo patológico. Vidraria quebrada e pipetas descartáveis, após descontaminação, devem ser colocadas em caixa com paredes rígidas. Saiba a localização do mais próximo do extintor de incêndio. Saiba como usá-los.

7 Os cilindros de gás são mantidos na recepção. Mantenha equipamentos limpos e organizados, comunique ao funcionário responsável qualquer tipo de acidente e, obedeça as orientações do pesquisador/professor no sentido de evitar qualquer acidente. B. - BARREIRAS B.1. - BARREIRAS PRIMÁRIAS B.1.1. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EPI Empregados para proteger o pessoal da área de saúde do contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. A roupa e o equipamento servem também para evitar a contaminação do material em experimento ou em produção. São exemplos: LUVAS As luvas são usadas como barreira de proteção prevenindo contra contaminação das mãos ao manipular material contaminado, reduzindo a probabilidade de que microrganismos presentes nas mãos sejam transmitidos durante procedimentos. O uso de luvas não substitui a necessidade da LAVAGEM DAS MÃOS porque elas podem ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso, podendo contaminar as mãos quando removidas. _ Usar luvas de látex SEMPRE que houver CHANCE DE CONTATO com sangue, fluídos do corpo, dejetos, trabalho com microrganismos e animais de laboratório. _ Usar luvas de PVC para manuseio de citostáticos (mais resistentes, porém menos sensibilidade)..usar luvas de nitrila para manusear xilol. _ Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho SEMPRE usando luvas. _ NÃO usar luvas fora da área de trabalho, NÃO abrir portas, NÃO atender telefone. _ NUNCA reutilizar as luvas, DESCARTÁ-LAS de forma segura. _ JALECO Os vários tipos de jalecos são usados para fornecer uma barreira de proteção e

_ 8 reduzir a oportunidade de transmissão de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectado. _ São de uso constante nos laboratórios e constituem uma proteção para o profissional. _ Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra sintética (não inflamável). _ Os descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis. _ Uso de jaleco é PERMITIDO somente nas ÁREAS DE TRABALHO. NUNCA EM REFEITÓRIOS, ESCRITÓRIOS, BIBLIOTECAS, ÔNIBUS, ETC. _ Jalecos NUNCA devem ser colocados no armário onde são guardados objetos pessoais. _ Devem ser descontaminados antes de serem lavados. _ OUTROS EQUIPAMENTOS Óculos de Proteção e Protetor Facial (protege contra salpicos, borrifos, gotas, impacto). _ Máscara (tecido, fibra sintética descartável, com filtro HEPA, filtros para gases, pó, etc.). _ Avental impermeável. _ Uniforme de algodão, composto de calça e blusa. _ Luvas de borracha, amianto, couro, algodão e descartáveis. _ Dispositivos de pipetagem (borracha peras, pipetadores automáticos, etc.). B.1.2. - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) CAPELA QUÍMICA Capela aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa turbulências e correntes, reduzindo o perigo de inalação e contaminação do operador e ambiente (localizada no laboratório de Toxicologia Ambiental). EXTINTOR DE INCÊNDIO DE CO2 EM PÓ Deve ser usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem elétrica. Não usar em metais alcalinos e papel (localizado na recepção).

_ 9 DESCARTE DOS RESÍDUOS GERADOS EM LABORATÓRIO 1 - RESÍDUOS INFECTANTES - MATERIAL BIOLÓGICO Culturas ou estoques de microrganismos, meios de cultura, placas de Petri, instrumentos usados para manipular, misturar ou inocular microrganismos, vacinas vencidas ou inutilizadas, filtros e gases aspiradas de áreas contaminadas. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O DESCARTE Lixo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos para o lixo tipo 1. Os sacos devem ser totalmente fechados, de forma a não permitir o derramamento de seu conteúdo, mesmo se virados para baixo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros até o processamento ou destinação final do resíduo. Havendo derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com uma solução desinfetante (hipoclorito de sódio a 2%), recolhendo-se em seguida. Proceder, depois, a lavagem do local. Usar os equipamentos de proteção necessários. Os sacos plásticos deverão ser identificados com o nome do laboratório de origem, sala, técnica responsável e data do descarte. _ As lixeiras para resíduos desse tipo devem ser providas de tampas. _ Estas lixeiras devem ser lavadas, pelo menos uma vez por semana, ou sempre que houver vazamento do saco. 2 - RESÍDUOS PERFUROCORTANTES Acidentes com agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi, lâminas de barbear e qualquer vidraria quebrada ou que se quebre facilmente. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA O DESCARTE Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em recipientes de paredes rígidas. Os recipientes devem ser identificados com etiquetas autocolantes, contendo informações sobre o laboratório de origem, técnico responsável pelo descarte e data do descarte. Embalar os recipientes, após tratamento para descontaminação, em sacos adequados para descarte identificados como material perfurocortantes.

10 Agulhas deve ser destruídas em aparelho apropriado. Não quebrar, entortar ou recapear as agulhas. 3 - RESÍDUOS QUÍMICOS Os resíduos químicos devem ser tratados antes de descartados. Os que não puderem ser recuperados, devem ser armazenados em recipientes próprios para posterior descarte. 4 - RESÍDUOS COMUNS Composto por todos os resíduos que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores e que, por sua semelhança com os resíduos domésticos comuns, podem ser considerados como tais. ROTINAS DE ESTERILIZAÇÃO 1. Tubos de ensaio, frascos e pipetas: a) Contaminados ou sujos com material proteico: Após o uso imergí-los em solução de hipoclorito de sódio a 2% em vasilhames apropriados (pipetas Pasteur e demais separadamente) por, no mínimo, 12 horas. b) Vidraria suja com material aderente (Nujol, Percoll, Adjuvantes oleosos, etc.): Lavar em água de torneira e colocá-los em solução de Extran a 2% próximos a pia das salas dos laboratórios por um período mínimo de 04 horas (Pipetas Pasteur e demais separadamente). Observação: A vidraria maior que não couber dentro dos vasilhames deve ser tratada colocando-se a solução desinfetante ou detergente dentro da mesma. c) Vidrarias utilizadas com água ou soluções tampões sem proteínas: Os frascos deverão ser lavados pelo próprio usuário, em água corrente e, em seguida, três vezes em água destilada, colocados para secar deixando-os emborcados sobre papel toalha no laboratório, próximo a pia. Após secarem, deverão ser tampados com papel alumínio e guardados nos armários. Tubos e pipetas deverão ser processados como se estivessem contaminados. 2. Lâminas e Lamínulas Colocar nos vasilhames apropriados e rotulados para as mesmas com solução de hipoclorito a 2%. Após o trabalho, colocar as lâminas e lamínulas em vasilhames

11 separados. Lavar as lamínulas no laboratório e colocar em vasilhames contendo álcool. 3 - Câmara e Lamínula de Neubauer e Homogeneizadores de Vidro: Após uso, colocar em vasilhame imergindo em hipoclorito a 2%. Após 1 hora, lavar em água corrente, secar e guardar. MATERIAL PLÁSTICO 1) Frasco, tubos de ensaio, seringas, ponteiras e tampas a) Contaminados: Imergir em hipoclorito de sódio a 2% no mesmo vasilhame utilizado para as vidrarias, com exceção das ponteiras, que deverão ser colocadas em recipientes menores, separados. Observação: Encher as ponteiras com a solução de hipoclorito ao desprezá-las. b) Não contaminados, porém sujos com material aderente (adjuvante oleoso, Nujol, Percoll,etc): Lavar em água corrente e imergir em Extran a 2% por tempo mínimo de 04 horas em vasilhame apropriado. 2) Pipetas Descartáveis a) Contaminadas: Colocar no vasilhame para pipeta de vidro. b) Sujas com material aderente: Lavar em água corrente e colocar no vasilhame para pipeta de vidro. 3) Tampas pretas de poliestireno: Imergir em formol a 10% ou glutaraldeído a 2% por um mínimo de 24 horas ou 02 horas respectivamente. EQUIPAMENTOS, BANCADAS E PIAS 1) Cada usuário deverá limpar e arrumar as bancadas e equipamentos após o uso. 2) No final do trabalho as bancadas deverão ser limpas com hipoclorito a 2% (funcionário da limpeza). 3) As pias deverão ser limpas no início do expediente, quando forem removidos os materiais a serem lavados.

12 4) Geladeiras são verificadas semanalmente quanto à necessidade de descongelamento e limpeza.

13 Anexo 1 Classes de risco biológico: Classe de Risco I - Escasso risco individual e comunitário. Ex: Bacillus subtilis Classe de Risco II - Risco individual moderado, risco comunitário limitado. Ex: Schistosoma mansoni Classe de Risco III - Risco individual elevado, baixo risco comunitário. Ex: Mycobacterium tuberculosis Classe de Risco IV - Elevado risco individual e comunitário. Ex: Vírus Ebola Níveis de contenção física para riscos biológicos: Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada um das quatro classes de risco devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. O nível 1 de contenção se aplica aos laboratórios de ensino básico, nos quais são manipulados os microrganismos pertencentes à classe de risco I. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial, funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais. O nível 2 de contenção é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco II, se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). O nível 3 de contenção é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco III ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco II. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens eferidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Devem ser mantidos controles rígidos quanto à operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos. O pessoal técnico deve receber treinamento

14 específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação desses microrganismos. nível 4 ou contenção máxima destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco IV, é o laboratório com maior nível de contenção e representa uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho, equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança.

15 Anexo 2 RELAÇÃO DE RESÍDUOS PRODUZIDOS E PROTOCOLO DE DESCARTE Álcool etílico - reaproveitado ou desprezado em esgoto comum após diluição em água na proporção 1:50. Corantes - desprezados em esgoto comum após diluição em água na proporção 1:50. EDTA10% - desprezados em pia após diluição em água na proporção 1:50. Formol 10% - desprezados em pia após diluição em água na proporção 1:50. Lâminas e lamínulas - depositadas em descartex, acomodados em sacos plásticos brancos e encaminhados para coleta especial e incineração. Lâminas de bisturi depositadas em descartex, acomodados em sacos plásticos brancos e encaminhados para coleta especial de resíduos de serviços de saúde. Luvas contaminadas Coletadas em saco plástico branco e encaminhadas para coleta especial e incineração. Navalhas depositados em descartex, acomodados em sacos plásticos brancos e encaminhados para coleta especial e incineração. Papel - Depósito de lixo reciclável. Ponteiras plásticas contaminadas - Descontaminadas em hipoclorito a 2% e depois descartadas em lixo comum. Restos de biópsias e animais - são congelados, acomodados em sacos plásticos brancos e encaminhados para coleta especial de resíduos orgânicos. Solução de MORSE (citrato de sódio 20% + ácido fórmico 50%) - desprezados em pia após diluição em água na proporção 1:50. Urina - Esgoto comum. Xilol - Acondicionados, para posterior recolhimento por empresa especializada em descarte de produtos químicos.

16 Anexo 3 Ficha de encaminhamento para a CEPS Notificação de acidente Aluno: Data e local do acidente: Acidente com produto químico: ( ) SIM ( ) NÃO Acidente com microorganismo patogênico: ( ) SIM ( ) NÃO Medidas já tomadas: Qual? Qual? Responsável pela comunicação: