AVALIAÇÃO DO EFEITO DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA) EM CONCRETOS ATRAVÉS DE ENSAIOS MECÂNICOS E DE EXPANSÃO

Documentos relacionados

Meios de mitigar a Reação álcali agregados no concreto

Seminário A reação álcali-agregado: causas, diagnóstico e soluções IBRACON. Arnaldo Forti Battagin

Técnicas de Inspeção e Patologia. TC 034 Materiais de Construção III José Marques Filho

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO EM DUAS CONDIÇÕES DE CONTORNO

INFLUÊNCIA DA CINZA DE CASCA DE ARROZ AMORFA E CRISTALINA E DA SILICA ATIVA NA REAÇÃO ÁLCALI AGREGADO.

3 Programa Experimental

APROVEITAMENTO DA AREIA DE FUNDIÇÃO NA PRODUÇÃO DE TIJOLOS

ESTUDO DA VIABILIDADE PARA A PRODUÇÃO DE CONCRETOS COM ADIÇÃO DE RESÍDUOS DE VIDRO EM SUBSTITUIÇÃO AO AGREGADO MIÚDO NA CIDADE DE PALMAS-TO

Professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões em Santo Ângelo/RS

DOSAGEM DE CONCRETO COLORIDO DE ALTO DESEMPENHO CAD

ESTUDO DA INCORPORAÇÃO DE RESÍDUOS DA FABRICAÇÃO DE PÁS EÓLICAS PARA AEROGERADORES EM CIMENTO PORTLAND

4 Desenvolvimento Experimental

DECIV EM UFOP Aglomerantes Cimento Portland

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA DURANTE O PROCESSO DE CURA DO CONCRETO

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE CANA-DE-AÇÚCAR (BAGAÇO CRU) PARA PRODUÇÃO DE COMPÓSITO CERÂMICO

In d ú s t r i a d e Lo u ç a Sa n i t á r i a c o m o

INFLUÊNCIA DA IDADE DE CURA NO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE BLOCOS SOLO-CAL

AGLOMERANTES. Definição: 22/2/2011

8/2/2011 AGLOMERANTES. Definição: Exemplos: Aglomerantes. Nomenclatura. Relação Pega x Endurecimento. Propriedades. Argila Gesso Cal Cimento Betume

Estudo da Aderência Aço e Concreto com RCD Cinza em Substituição aos Agregados Graúdos Usuais

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DA CINZA GERADA A PARTIR DO PROCESSO DE QUEIMA DO BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA PRODUÇÃO DE CONCRETO

A Influência dos Tipos de Cura na Resistência Mecânica do Concreto

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E DE DURABILIDADE DO CONCRETO COM BORRACHA

Resíduos reciclados como componentes de argamassas

AGREGADOS. 8. Principais propriedades físicas dos agregados:

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO FÍSICO E MECÂNICO DE BLOCOS DE CONCRETO ECOLÓGICOS FABRICADOS COM INCORPORAÇÃO PARCIAL DE UM RESÍDUO SÓLIDO INDUSTRIAL

Estudo por meio de strain gages do comportamento do concreto estrutural convencional e reciclado

Método de dosagem de concreto seco.

ESTUDO PARA UTILIZAÇÃO DE AREIA DE FUNDIÇÃO EM ELEMENTOS DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 1

COMPORTAMENTO MECÂNICO DE FIBRAS DE POLIPROPILENO E DE AÇO NO CONCRETO AUTO ADENSÁVEL

UTILIZAÇÃO DE PÓ DE SERRA PARA CURA DO CONCRETO

CAPÍTULO I SISTEMAS ESTRUTURAIS

AJUSTE DE CURVA DA VARIAÇÃO DA MASSA DO AGREGADO GRAÚDO (PEDRA BRITA) SUBMERSO NA ÁGUA EM FUNÇÃO DO TEMPO 1. Fernanda Maria Jaskulski 2.

ENSINO DE TÉCNICAS DE REUTILIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE CELULOSE (PAPELÃO E JORNAL) COMO AGREGADOS DE ARGAMASSA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ensaios de Retração de Argamassas nos Estados Fresco e Endurecido Contribuição para a normalização brasileira

Material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de

Material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de

Revestimentos de Argamassa Conceitos P R O M O Ç Ã O

Influência do processo de cura em concreto convencional em seis idades

AVALIAÇÃO DA PERDA DE RESISTÊNCIA DO CONCRETO EM CONDIÇÕES DE INCÊNDIO

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS SOLOS E INTERAÇÃO COM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

3 Programa Experimental

AREIA DE FUNDIÇÃO E ISOLADORES DE PORCELANA COMO AGREGADOS ALTERNATIVOS EM ARGAMASSAS

TÍTULO: ESTUDO COMPARATIVO DA REDUÇÃO DA PERMEABILIDADE DO CONCRETO ATRAVÉS DA ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE TRAÇOS

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DE TELHAS DE FIBROCIMENTO COM ADIÇÃO DE PÓ DE PORCELANATO E FIBRA DE SISAL

A ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE CORPOS DE PROVA COMO AGREGADO RECICLADO PARA A PRODUÇÃO DE CONCRETO ECOLÓGICO DE APLICAÇÃO NÃO ESTRUTURAL

ANÁLISE NUMÉRICA DE BLOCOS E PRISMAS DE ALVENARIA ESTRUTURAL SUBMETIDOS AO ESFORÇO DE COMPRESSÃO

ESTUDO DO EFEITO POZOLÂNICO DA CINZA VOLANTE NA PRODUÇÃO DE ARGAMASSAS MISTAS: CAL HIDRATADA, REJEITO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E CIMENTO PORTLAND

Identificação da RAA e monitoramento de estrutura afetada pela reação

Argamassas mistas. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

Argamassa Colante. Argamassa Colante. Areia fina. Aditivos. Adições

ESTUDO DA APLICABILIDADE DA ARGAMASSA PRODUZIDA A PARTIR DA RECICLAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO DE SIDERURGIA EM OBRAS DE ENGENHARIA

Eixo Temático ET Educação Ambiental

Alvenaria: caracterização

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. Agregados

ANÁLISE LABORATORIAL DE TRAÇOS DE CONCRETO PERMEÁVEL

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS MATERIAIS CONSTITUINTES PARA PRODUÇÃO DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

O que são agregados? Agregados 2

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO FOSFOGESSO COMO AGREGADO MIÚDO NA COMPOSIÇÃO DO CONCRETO

Avaliação da reação álcali agregado da areia natural da região metropolitana de Porto Alegre, Brasil e do uso de sílica ativa

ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO DE ALVENARIA COM AREIA ARTIFICIAL

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE BLOCOS INTERTRAVADOS COM RESÍDUO DE PNEU RECICLADO

INFLUÊNCIA DO TEOR DE FIBRAS DE AÇO NA TENACIDADE DO CONCRETO CONVENCIONAL E DO CONCRETO COM AGREGADOS RECICLADOS DE ENTULHO

Reação Álcali-Agregado Histórico e normalização. Eduardo B. Quitete

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DO POTENCIAL USO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO NO CONCRETO

Revista Científica UMC

Curso: Superior de Tecnologia em Controle de Obras - Disciplina: Concreto e Argamassa - Professor: Marcos Valin Jr Aluno: - Turma: 2841.

Pasta e argamassa de cimento Portland para recuperação estrutural

A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DISCIPLINA: ENG 2301 Materiais de Construção Civil II PROFESSOR: Mayara Queiroz Moraes Custódio TURMA: B01 SUBTURMA: 1; 2

ARGAMASSAS E CONCRETOS RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

RESÍDUO CERÂMICO INCORPORADO AO SOLO-CAL

Argamassa de assentamento e revestimento de paredes e tetos - Caracterização reológica pelo método squeeze-flow

Universidade Federal de Alagoas Campus do Sertão Eixo de Tecnologia. Ciência e Tecnologia dos Materiais. Aula 12 Agregados

PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS CIMENTOS

ESTUDO DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DO CONCRETO CONVENCIONAL EM AMBIENTES QUIMICAMENTE AGRESSIVOS EM ESCALA MESOSCÓPICA

Materiais de Construção II

3. Descrição dos Testes Experimentais

ANÁLISE DA ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO DESENVOLVIDO COM RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E O AÇO

ESTUDO COMPARATIVO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO CONVENCIONAL E DO CONCRETO ALTERNATIVO COM PÓ DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL UTILIZANDO

DIRETRIZES PARA A INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS DE ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA EM REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

INTRODUÇÃO AO CONCRETO ARMADO

AULA 3 AGREGADOS continuação

Laboratório de Ensaios Tecnológicos de Argila - LETA RELATÓRIO DE IDENTIFICAÇÃO VISUAL DOS BLOCOS CERÂMICOS NBR / :2017

ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO DE VEDAÇÃO DE ACORDO COM A NBR 6136:2007 E SUAS FAIXAS DE PREÇO.

AGREGADOS MIÚDOS: A Importância dos Agregados Miúdos no Controle Tecnológico do Concreto

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU E PÓ DE PEDRA NO CONCRETO EM SUBSTITUIÇÃO AOS AGREGADOS

ROCHA ARTIFICIAL PRODUZIDA COM PÓ DE ROCHA E AGLOMERANTE POLIMÉRICO AGUIAR, M. C., SILVA. A. G. P., GADIOLI, M. C. B

ESTUDO DO CONCRETO EM SUBSTITUIÇÃO DOS AGREGADOS DE USO CONVENCIONAL PELO PÓ DE PEDRA E BORRACHA DE PNEU

Laboratório de Ensaios Tecnológicos de Argila - LETA RELATÓRIO DE IDENTIFICAÇÃO VISUAL DOS BLOCOS CERÂMICOS NBR / :2017

AVALIAÇÃO DO BIOCRETO COM FIBRAS MINERALIZADAS DE BANANEIRA. Viviane da Costa Correia 1, José Dafico Alves 2

Disciplina: Materiais de Construção Civil I. Carga horária: 80 h/a Período: 2º

Materiais de Construção

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZO EM CONCRETO ALTERNATIVO

Laboratório de Ensaios Tecnológicos de Argila - LETA RELATÓRIO DE IDENTIFICAÇÃO VISUAL DOS BLOCOS CERÂMICOS NBR /

APLICAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS EM COMPÓSITOS CIMENTÍCIOS

COMPACTAÇÃO 05/04/ COMPACTAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS TC-033 LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS AULA 3. Prof. Caroline Tomazoni

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

Transcrição:

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO (RAA) EM CONCRETOS ATRAVÉS DE ENSAIOS MECÂNICOS E DE EXPANSÃO Rodrigo Santana Pereira Graduando em Engenharia Civil UNAERP, Campus Guarujá Iolanda Maria da Silva Graduanda em Engenharia Civil UNAERP, Campus Guarujá Iolanda_ortigara@hotmail.com Willy Ank de Morais Professor do curso de Engenharia Civil UNAERP, Campus Guarujá Wank@unaerp.br Marcio de Morais Tavares Coordenador do curso de Engenharia Civil UNAERP, Campus Guarujá mtavares@unaerp.br Resumo: O concreto é o material mais comum na construção e consiste em um compósito constituído de cimento, água e agregados como areia e pedra. A reação álcali agregado (RAA) está ligada na reação do tipo do mineral presente no agregado, no caso a sílica, dependendo da sua estrutura, seja ela amorfa (desorganizada) ou cristalina (organizada) e pode ser reativa ou não. No caso amorfo, o potencial de RAA é consideravelmente alto, para o cristalino o potencial dependerá de fatores externos altos e para ambos os casos esses fatores são temperatura do ambiente, umidade, teor de álcalis do cimento e porosidade. Trata-se de uma reação complexa de difícil interpretação, uma vez que a pasta do cimento contém muitos produtos da reação química da cura, caracterizada de aspectos físicos variados. Palavras-Chave: concreto, estrutura, reação química. 1. Introdução No concreto pode ocorrer a deterioração de sua estrutura com o meio ambiente em que está presente. São muitos fatores associados à deterioração: as características dos materiais constituintes do concreto sejam elas física ou químicas, a cura, exposição a intempéries que acarretam a mudança do estado natural do concreto. O acúmulo destas consequências geradas reflete no desempenho e durabilidade da estrutura em campo e vida útil. Segundo Costa, Lima e Silva (2009), RAA é a interação de íons alcalinos do cimento com agregados constituídos de minerais siliciosos. A reação destes materiais

gera a expansão no concreto, formando sólidos no interior da estrutura, com ocorrência de fissuras, desagregação, e geração de crateras onde escorre um gel de sílica. 2. Objetivo O presente trabalho teve como principal objetivo estudar a reação álcaliagregado através da expansão e compressão em prismas de concreto utilizando areia como agregado miúdo proveniente de três diferentes fornecedores (Juquiá, Buritiba e Mogi das Cruzes). 3. Justificativa As reações denominadas Álcali-Agregado ou Álcali-Sílica são reações químicas envolvendo íons alcalinos do cimento Portland, íons hidroxila e certos constituintes siliciosos que podem estar presentes no agregado; resultando a importância da escolha do cimento, dos agregados e da compatibilidade destes materiais. Para Pan et al (2012), a RAA precisa pelo menos um mineral reativo na composição do agregado, com os álcalis do cimento e água intersticial. Os fatores influentes nessa patologia são: temperatura e porosidade inicial do concreto (CAPRA & BOURNAZEL, 1998). Qualquer estrutura de concreto é passível de ser afetada, pelo fato da RAA depender de umidade, bem como barragens, blocos de fundações parciais ou submersos e estruturas hidráulicas (FARAGE, 2000). 4. Revisão da literatura Reação álcali agregado (RAA) é um processo químico entre o agregado contendo sílica reativa reagindo com os álcalis do cimento. Nesta reação inclui particularidade da RAA, como trincas de grande magnitude na superfície da estrutura afetada, na maioria dos casos no sentido longitudinal da peça e finas trincas aleatórias transversais. 4.1. Tipos de RAA A RAA possui três tipos de reações: álcali-sílica, álcali-silicato, álcali-carbonato. Na RAC (reação álcalis-carbonato), o agregado reativo é a dolomita que é proveniente 2

do calcário. A equação abaixo apresenta a reação química, a dedolomitização produto característico da RAC: CaMg(CO 3 ) 2 + 2(Na, K)OH Mg(OH) 2 + CaCo 3 + (Na, K) 2 CO 3 (Dolomita) (Álcali) (Brucita) (Calcita) (Álcali-Carbonato) 4.2. Expansão por RAA Uma vez que o produto da expansão ocupe plenamente o interior dos poros, passa a exercer pressões internas em suas paredes induzindo a expansão da matriz do concreto (SILVEIRA, 1997), conforme ilustrado na Figura 1. Figura 1 - Deslocamento devido a ação por RAA. Fonte: IBRACON/ CPTI/ IPT.. Materiais e métodos De acordo com Deslandes (1994) no início é preciso decidir o tema e o problema a ser estudado e conforme Gil (1987) o surgimento de hipótese vem da intuição do pesquisador, fundamentada na leitura sobre o assunto, e observação prévia. O tanque de aço, que foi empregado no ensaio método acelerado de barras, onde os prismas de concreto são imersos na soda cáustica com solução de 1N, a 80 C, no período de 14 dias. Esse tanque possui proteção anódica, devido a ação corrosiva 3

da soda cáustica, com espessura de 1,40 mm, com dimensões de 20 cm lado x 20 cm lado x 3 cm altura, com um volume de 14000 cm³, com peso de 320 gramas. Os três tipos de areias empregadas para a fabricação de concreto simples para os prismas, são de Buritiba, Juquiá, e Mogi das Cruzes, com intuito de conhecer a variação do concreto nos ensaios empregados. A pedra brita 01 da pedreira de Maria Tereza. Foi realizado ensaio de umidade e granulometria nos quais a homogeneização e o quarteamento das amostras foram necessários. Foram pesados 1000 g para obtenção da massa inicial e inseridas na estufa por 60 minutos para se obter o resultado de amostra seca. Como agregado padrão do concreto simples, utilizou-se a brita 01 e utilizado o cimento CPIII para todos os traços. Os prismas foram concretados em fôrmas de madeira, para obtenção do formato geométrico das barras, ilustradas na Figura 2. Figura 2 - Fôrma dos prismas de concreto empregados como corpos de prova. 4

Como agregado padrão do concreto simples, utilizou-se a brita 01 e utilizado o cimento CPIII para todos os traços. Os prismas foram concretados em fôrmas de madeira, para obtenção do formato geométrico das barras (Fig. 2). Os ensaios de compressão foram realizados em uma máquina de ensaios mecânicos universais, datada de uma célula de carga com capacidade de 100.000 N. No ensaio de compressão foram utilizadas três barras de concreto, cada uma com agregados diferentes, os quais não foram submetidos ao ensaio de imersão. Os CP s foram posicionados conforme ilustrado pela Figura 3. A superfície regular das extremidades do CP, em conjunto com um bom alinhamento entre a peça e a prensa hidráulica garantem resultados mais precisos, uma vez que a carga aplicada ao CP pela prensa é distribuída de forma uniforme. Figura 3 Arranjo empregado nos ensaios de compressão. 6. Resultados e discussão 6.1 Ensaio de expansão. Foram realizadas as medições nos respectivos corpos de prova, devidamente secos (01 e 02 Juquiá, 03 Mogi e 04 Buritiba Mirim), após o ensaio de imersão. Tais resultados estão expostos na Figura 4.

A barra 2 contendo areia de Juquiá, apresentou um aumento de 0,098% no seu volume, sendo que as demais apresentaram um aumento de 0,018%. Esses dados demostram que o agregado é inócuo e para melhor aferimento de aumento volumétrico da barra, necessitaria de um método com mais dias para avaliação. mm Expansão das Barras Figura 4 - Expansão das Barras no método acelerado. 6.2 - Ensaio granulométrico O ensaio granulométrico ajuda apenas a conhecer o tamanho das partículas no caso da areia e da pedra brita, que é um dos fatores que pode ser considerável para RAA. Conforme ilustrado na Figura, estas são areias bem distintas no aspecto visual em termos de cor, como apresentadas na Figura. Usando a sua origem como referência e, consequentemente, seu aspecto visual, as areias e os respectivos CPs obtidos, foram designados como: A) Buritiba (Mirim); B) Juquiá e C) Mogi (Mirim). 6

Os resultados de tamanho médio das partículas e umidade são representados no gráfico da Figura 6. A areia de Juquiá possui uma composição granulométrica maior com TM (Tamanho Médio das partículas) de 6,68 mm, enquanto que a areia de Buritiba é a mais fina com TM de 2,66 mm. A B C Figura - Areias utilizadas na confecção dos CP s: A) Buritiba; B) Juquiá e C) Mogi. 7 6,68 6,01 4 3 2,66 TM (mm) Umidade (%) 2 1 0,79 1,34 0,4 0 Buritiba Juquiá Mogi Figura 6 Tamanho médio das partículas e umidade dos agregados miúdos. 7

6.3 - Ensaios de compressão. No ensaio de compressão foram separados três CP s, um com agregado de Juquiá, um com agregado de Mogi das Cruzes, e outro com agregado de Buritiba. E as barras usadas no ensaio método acelerado, obtendo um total de duas barras de cada agregado. O tratamento feito pela imersão em NaOH 1N durante 14 dias a 80 levou aos corpos de prova (CPs) apresentarem uma resistência máxima à compressão de 1,1 MPa que é 8% menor que a resistência máxima antes do tratamento. A Figura 7 representa graficamente a distribuição da resistência à compressão dos diferentes CPs. Figura 7 Distribuição da resistência à compressão dos diferentes CPs. As Figuras de 8 a 13 ilustram as curvas obtidas nos ensaios de compressão nos CPs, respectivamente: Areia de Juquiá sem imersão e após imersão; areia de Buritiba sem imersão e após imersão; 8

Tensão de Engenharia (MPa) Tensão de Engenharia (MPa) Areia de Mogi sem imersão e após imersão. 30 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) Figura 8 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia de Juquiá sem imersão (14,2 MPa). 30 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) 9

Tensão de Engenharia (MPa) Tensão de Engenharia (MPa) 30 Figura 9 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia de Juquiá após imersão (12,36 MPa). 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) Figura 10 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia Buritiba sem imersão (24,8 MPa). 30 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) 10

Tensão de Engenharia (MPa) Tensão de Engenharia (MPa) 30 Figura 11 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia Buritiba após imersão (22,3 MPa). 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) Figura 12 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia Mogi sem imersão (12,2 MPa). 30 2 20 1 10 0 0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 Deformação de Engenharia (mm/mm) 11

Figura 13 Resistência à compressão do CP obtido pelo uso da areia Mogi após imersão (11,7 MPa). A Figura 14 representa graficamente a distribuição da deformação verificada na tensão máxima nos CPs testados. A deformação obtida nos CPs até a carga máxima, escolhida por ser uma característica mais representativa de se medir e de caracterizar o material do que a deformação total, ofereceu uma tendência similar ao ocorrido com a resistência, porém em uma intensidade maior. Figura 14 Distribuição da deformação na tensão máxima dos diferentes CPs. Neste caso houve uma queda de 16% na quantidade de deformação possível de ser obtida nos CPs sem o tratamento. Deve-se lembrar que esta deformação foi medida considerando-se o deslocamento do travessão da máquina de compressão (em torno de 1,4mm) em relação ao comprimento inicial dos CPs (em torno de 23 mm). A maior diferença foi verificada na quantidade de energia que os CPs podem absorver até a carga máxima ou tenacidade aparente na carga máxima. A Figura 1 12

representa graficamente a Distribuição da tenacidade aparente na carga máxima (J) dos diferentes CPs. Este parâmetro foi quantificado ao se obter a área sob a curva tensão x deformação aparente (medida conforme descrito no parágrafo anterior) até o ponto de carga máxima. Figura 1 Distribuição da tenacidade aparente na carga máxima (J) dos diferentes CPs. 7. Conclusões As barras aplicadas no ensaio de expansão, não apresentaram um crescimento nos 14 dias de teste. As duas barras 1 e 2, ambas com agregado de juquiá, apresentaram uma diferença no comprimento na barra, a barra 1 obteve uma diferença de medição de 0.4%, e a barra 2 uma diferença de 0,6%, valor baixo para considerar um agregado reativo. As formas para os prismas de concreto, neste caso foi utilizado de madeira, dificultou a geometria perfeita das barras, apresentando faces com curvaturas milimétricas após a desforma. É provável que o uso de formas de metal, com sistema 13

de desforma por meio de parafusos, ou outro sistema que favorece a forma e desforma, facilitaria a fabricação mais elaborada do prisma. Os valores médios dos grãos das areias analisadas, estavam no intervalo de 0,42 mm a 2,0 mm, que confirma a granularidade de areia média, afirmando dados do fornecedor, a média de umidade das amostras é de 4,8. O mesmo para a pedra brita 01 que tem valores até 19 mm, e o resultado do ensaio granulométrico foi de 14 mm, confirmando que é pedra brita 01. Trata-se de uma reação complexa e que necessita de vários métodos para investigar o potencial reativo do agregado, embora que a melhor ação contra a RAA é a análise dos agregados, antes do emprego na argamassa e concreto, conforme a Figura uma residência com traços característicos de RAA, em Guarujá. De uma forma geral, os dados obtidos nos ensaios apontam tendências relativamente nítidas, que podem ser aprofundadas em estudos posteriores, especialmente de caracterização da areia empregada nestes concretos. Referências Bibliográficas NMAI, C. K., (ORG). AGREGATES FOR CONCRETE. 1999.. Farmington, Hills, MI: American Concrete Institute. 1999. p. 19. AMERICAN CONCRETE INSTITUTE EDUCATION BULLETIN E1-99.. NBR 177: REATIVIDADE ÁLCALI-AGREGADO. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Rio de Janeiro, 2008. 8 p. DIAMOND, S. EFFECTS of TWO DANISH FLY ASHES ON ALKALI CONTENTS of PORE SOLUTIONS OF CEMENT-FLY ASH PASTES CEMENT AND CONCRETE RESEARCH. 1981. v. 11. n. 3. p. 383. FARAGE, M. C. R., Modelagem e Implementação Numérica da Expansão por Reação Álcalli-Agregado do Concreto, TESE de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2000. INSTITUTO Federal de Educação, Ciência E Tecnologia Do Rio Grande Do Norte- IFRN, DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL C.S.T Em Construção De Edifícios. KUPERMAN, S. C.; VIEIRA, S. R. S. S.; FERREIRA, W. V. F.; TIBA, R. Tentativa para Determinação do Término da Reação Álcali-Agregado na Estrutura de Uma Tomada 14

D água. In: SIMPÓSIO Sobre Reatividade Álcali-Agregado em Estruturas de Concreto, 1., 1997, Goiânia, CBGB/FURNAS, 1997. p. 129-136. NOGUEIRA, KELSON. REAÇÃO ÁCALI-AGREGADO: diretrizes e requisitos da ABNT NBR 177/2008. Belo Horizonte: UFMG, 2010, 93 p. MONOGRAFIA (Especialização em Construção Civil) Faculdade de Engenaria Civil, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. RODRIGUES, E. C., 2014, Análise Numérica do Efeito de Fatores Influentes da Reação Álcali-Agregado no Desempenho de Estrutura de Concreto, DISSERTAÇÃO. STANTON, T. E. Expansion of Concrete Through Reaction Between Cement and Aggregates. 1940. PROCEEDINGS OF THE AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERING. VALDUGA, LAILA. Reação Álcali-Agregado: Mapeamento De Agregados Reativos Do Estado De São Paulo. 2002. 213 f. DISSERTAÇÃO (Mestrado) Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2002. 1