PROJECTO DE LEI N.º 748/X/4.ª

Documentos relacionados
Projecto de Lei n.º 12/XI

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 314/XII/1.ª RECOMENDA AO GOVERNO QUE PROMOVA MEDIDAS DE EMERGÊNCIA NOS APOIOS CONCEDIDOS AOS ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR

Projeto de Lei n.º 152/XII/1.ª. Estabelece um regime transitório de isenção de propinas e de reforço do apoio aos estudantes do ensino superior

Propostas na área da Educação

PROJETO DE LEI Nº 1106/XIII/4.ª ESTABELECE O FIM DAS PROPINAS NAS LICENCIATURAS E NOS MESTRADOS INTEGRADOS DO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO

PROJETO DE LEI N.º 176/XII/1.ª ALTERA O COMPLEMENTO SOLIDÁRIO PARA IDOSOS A FIM DE GARANTIR QUE É JUSTO E ACESSÍVEL AOS QUE NECESSITAM DE APOIO

PROJECTO DE LEI N.º 317/IX

PROJECTO DE LEI N.º 487/XI/2.ª

PROJECTO DE LEI N.º /XI ADOPTA O SISTEMA PLURIANUAL DE FINANCIAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

PROJECTO DE LEI N.º 242/XI/1.ª

Projecto de Lei n.º 620/X

Projecto de Lei nº 698/X/4SL (PCP) Estabelece um regime de apoio aos estudantes do ensino superior.

Proposta de Revisão do Regulamento do Fundo de Apoio Social a Estudantes da Universidade de Coimbra. Preâmbulo

PROJECTO DE LEI N.º 99/XI ESTABELECE O REGIME SOCIAL E DE SEGURANÇA SOCIAL DOS PROFISSIONAIS DAS ARTES DO ESPECTÁCULO

PROJECTO DE LEI Nº 513/X

PROJECTO DE LEI N.º 8/XII/1.ª INTRODUZ UMA TAXA SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS PARA PARAÍSOS FISCAIS

Moção - Redução do Valor da Propina de 1º ciclo

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 197/X

atingir os euros só com propinas, taxas e emolumentos, sendo que os valores podem variar consoante a região do país e o curso.

Despacho nº A/98

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 203/X

PROJETO DE LEI N.º./XII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 261/XII/1.ª

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO DE TAXAS E PROPINAS APLICÁVEIS AOS ESTUDOS E CURSOS DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO

Projecto de Decreto Regulamentar Avaliação de Desempenho Docente

Tabela de Emolumentos da UA

REGULAMENTO PARA ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR RESIDENTES NO CONCELHO DE S. JOÃO DA MADEIRA

Grupo Parlamentar. Projecto de Lei n.º 365/X

PROJETO DE LEI N.º 347/XII/2.ª FUNDO DE GARANTIA SALARIAL

PROJECTO DE LEI N.º 447/X

PROJETO DE LEI N.º 871/XII

Projeto de Resolução n.º 707/XIII/1ª

PROJECTO DE LEI Nº 773/X ESTABELECE A PROTECÇÃO DOS UTENTES VULNERÁVEIS NOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE ENERGIA

Projecto de lei nº 325 /X REGIME DE PREÇOS DE ENERGIA PARA O CONSUMO DOMÉSTICO

MUNICÍPIO DE ALTER DO CHÃO

Projecto de lei nº 115/X. Define um sistema nacional de coadjuvação docente especializada nos estabelecimentos públicos do 1.º ciclo do ensino básico

PROJECTO DE LEI N.º 330/XI ESTABELECE AS CONDIÇÕES DE CONTRATAÇÃO DOS NADADORES SALVADORES

Regulamento Municipal de Bolsas de Estudo

Proposta reivindicativa da FENPROF quanto à aplicação da directiva comunitária, no contexto dos regimes transitórios do ECPDESP e do ECDU

PROJECTO DE LEI N.º 84/XII/1.ª

Despacho n.º 13531/2009

PROJETO DE LEI N.º 1023/XII/4.ª DETERMINA A ISENÇÃO DE PORTAGENS NAS EX-SCUT

REGULAMENTO. Bolsas de Estudo Ensino Superior

Projecto de Lei n.º 748/XIII/3.ª. Exposição de motivos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Gabinete do Ministro

PROJETO DE LEI Nº 1197/XIII/4ª

PROJECTO DE LEI N.º 410/XI/2ª

TABELA DE EMOLUMENTOS A PRATICAR NA SECRETARIA DOS SERVIÇOS ACADÉMICOS NO ANO DE 2006

PROJETO DE LEI N.º 1021/XII/4ª

PROJETO DE LEI N.º 883/XIII/3.ª REFORÇA A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICIPIOS E INTRODUZ MEDIDAS DE JUSTIÇA NOS IMPOSTOS MUNICIPAIS

REGULAMENTO DE APOIO SOCIAL POR DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS

PROJETO DE LEI N.º 815/XII/4.ª REPÕE DIREITOS NO ACESSO AO ABONO DE FAMÍLIA

ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO

Regulamento de Concessão de Bolsas de Estudo Para o Ensino Superior. Aprovado após deliberação em reunião de Câmara de dia 16 de Dezembro de 2009

Junta de Freguesia de Avanca

PROJECTO DE LEI N.º 244/XI/1.ª

Programa eleitoral socialista inclui subsídio para famílias abaixo do limiar da pobreza

REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO AO ENSINO SUPERIOR. Nota Justificativa

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Terça-feira, 8 de setembro de Série. Número 138

Proposta de alteração à Proposta de Lei n.º 37/XIII/2.ª. Orçamento do Estado para 2017

PROJECTO DE LEI N.º /XI

NOTA INFORMATIVA ÁREA DE PRÁTICA DE DIREITO DO TRABALHO

PROJECTO DE LEI N.º 154/XI ELIMINA AS RESTRIÇÕES DE ACESSO AO PROVEDOR DE JUSTIÇA POR PARTE DOS ELEMENTOS DAS FORÇAS ARMADAS

Projecto de Lei n.º 576/XIII/2.ª. Exposição de motivos

REGULAMENTO DE PROPINAS DE 3º CICLO DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO

PROPOSTA DE RECOMENDAÇÃO. Criação da tarifa social da água e implementação automatizada da mesma

PROJECTO DE LEI N.º 4/IX ACTUALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DAS PENSÕES MÍNIMAS DE INVALIDEZ E VELHICE

ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO

CÂMARA MUNICIPAL DE BELMONTE REGULAMENTO. Subsídio "Apoio ao Estudante"

PROJETO DE LEI N.º 1011/XII/4.ª CRIAR UM ORÇAMENTO QUE NÃO IMPONHA MAIS AUSTERIDADE AO PAÍS

REGULAMENTO DE PROPINAS DE LICENCIATURA ANO LECTIVO 2012/2013

Universidade de Lisboa Regulamento de Estudos Pós-Graduados

PROJETO DE LEI N.º 872/XII/4.ª

PROJETO DE LEI N.º 461/XIII/2.ª ALARGA A PROTEÇÃO NA PARENTALIDADE AOS PROGENITORES COM FILHOS COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇA RARA

REGULAMENTO DE PROPINAS DE LICENCIATURA

PROJECTO DE LEI N.º./XII/1.ª TORNA OBRIGATÓRIA A PUBLICAÇÃO DAS LISTAS DE COLOCAÇÃO AO ABRIGO DA BOLSA DE RECRUTAMENTO

REGULAMENTO MUNICIPAL CARTÃO MUNICIPAL DO IDOSO DE CAMINHA

Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo

PAECPE (PROGRAMA DE APOIO AO EMPREENDORISMO E À CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO)

FUNDO DE COMPENSAÇÃO SALARIAL DOS PROFISSIONAIS DE PESCA (ALTERA O DECRETO-LEI N.º 311/99, DE 10 DE AGOSTO) Exposição de motivos

CÂMARA MUNICIPAL DE SALVATERRA DE MAGOS. Regulamento para atribuição de bolsas de estudo a alunos do ensino superior. Preâmbulo

REGULAMENTO DE PAGAMENTO DE PROPINAS DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

PROJETO DE RESOLUÇÃO n.º 126/XIII/1ª

MUNICÍPIO DE VALPAÇOS REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO. Preâmbulo

BOLSAS DE ESTUDO E SÉNIOR

Regulamento Municipal para a Concessão de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior MUNICIPIO DE FORNOS DE ALGODRES

Quem precisa de apoio do Estado?

PROJECTO DE LEI Nº 465/XI IMPÕE LIMITES À COBRANÇA DE DESPESAS DE MANUTENÇÃO DE CONTAS BANCÁRIAS. Nota Justificativa

PROJECTO DE LEI N.º 495/VIII CÓDIGO DA CONTRIBUIÇÃO AUTÁRQUICA (ALTERAÇÕES AO DECRETO-LEI N.º 442-C/88, DE 30 DE NOVEMBRO) Exposição de motivos

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

Creditação de formação académica e de competências profissionais

Regulamento de Bolsas de Estudo 2019/2020 HOVIONE Solidária na Educação

PROJECTO DE LEI N.º 121/IX REGIME ESPECIAL DE REFORMAS ANTECIPADAS PARA OS BAILARINOS PROFISSIONAIS DE BAILADO CLÁSSICO OU CONTEMPORÂNEO

MEDIDA ESTÁGIOS EMPREGO

Regulamento de Bolsas de Investigação Científica

DESPACHO N. GR.03/05/2011

S.R. DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA. Despacho Normativo n.º 38/2007 de 26 de Julho de 2007

PROJETO DE LEI N.º 166/XIII

Projeto de Lei nº 913/XIII (3ª) Altera o Decreto-Lei n.º 11/2008, de 17 de janeiro, que aprova o Regime de Execução do Acolhimento Familiar

>> CRITÉRIOS DE PROVA E DE APRECIAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA ECONÓMICA PARA A CONCESSÃO DA PROTECÇÃO JURÍDICA. Última actualização em 17/06/2008

Transcrição:

Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 748/X/4.ª ESTABELECE IGUAL VALOR DE PROPINAS PARA O PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO CICLOS DE ESTUDOS SUPERIORES E ESTABELECE CRITÉRIOS DE ISENÇÃO DE PAGAMENTO DE PROPINAS Exposição de Motivos O alargamento do acesso à formação superior é um desafio que o país não pode adiar. Essa aposta na qualificação e na formação dos cidadãos é central na capacitação económica, cultural e democrática da sociedade portuguesa. Ora, torna-se manifesto que os valores das propinas em vigor são hoje claramente impeditivos do acesso à formação superior. É certo que a discussão sobre o modelo de financiamento das instituições do ensino superior deve ser feita num âmbito mais alargado, e, no entender do Bloco de Esquerda, no sentido de estabelecer acesso universal e gratuito a todos os cidadãos. Este debate, fundamental, deve ser feito quando for possível recriar uma lei justa de financiamento do ensino superior. No entanto, num país com fracas qualificações de grau superior e com salários baixos, os valores das propinas são inibidores da aposta na formação de grau superior para largos sectores da população. Por um lado, a situação criada pelos valores estabelecidos leva que haja casos em que os serviços de acção social escolar de determinadas instituições de ensino superior estabelecem programas de apoio financeiro para auxiliar os estudantes carenciados apenas a pagar propinas. Esta situação é inaceitável. Os estudantes que experienciam situações financeiras difíceis devem estar isentos do pagamento de propinas esta regra deve aplicar-se a bolseiros e a todos os estudantes cujo agregado familiar aufere baixos rendimentos. É isso que a democracia e a justiça social exigem que jamais um estudante abandone a sua formação por motivos de carência económica. Por outro lado, a situação de desemprego massivo que grassa hoje na sociedade portuguesa deve conduzir a um investimento acrescido

na formação e qualificação dos cidadãos. Neste sentido, o acesso à formação superior deve ser estimulado, mediante a isenção de pagamento de propinas para todos os desempregados. Por fim, o chamado processo de Bolonha veio introduzir um conjunto significativo de alterações na estrutura do sistema de ensino superior em Portugal, nomeadamente no sistema de atribuição de graus académicos. Enquanto, no passado, a frequência de 4 a 5 anos de ensino superior habilitava à aquisição do grau de licenciado, no sistema actualmente em vigor a frequência com sucesso do mesmo número de anos permite a aquisição do grau de mestre. Contudo, este novo arranjo da formação superior em ciclos de formação um primeiro de cerca de três anos a que corresponde a atribuição da licenciatura, e um segundo ciclo conducente ao grau de mestre de mais dois anos trouxe consigo um aspecto que não pode ser descurado: o aumento substancial do valor das propinas que são exigidas para a frequência do segundo ciclo de estudos superiores. De facto, a Lei de financiamento do Ensino Superior, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto, estabelece que, à excepção dos chamados mestrados integrados, as propinas relativas à frequência dos segundos ciclos de formação são livremente fixadas pelos órgãos das instituições de ensino superior. Isto tem conduzido a que, no contexto de estrangulamento orçamental das instituições do ensino superior, muitas destas recorram às propinas do segundo ciclo como forma de compensar o desinvestimento do Estado nos últimos anos. Isto significa, portanto, que para completar 4 a 5 anos de formação superior os estudantes e as suas famílias sejam hoje obrigados a pagar propinas muitas vezes exorbitantes. Ou seja, os estudantes pagam hoje muitas vezes o dobro do que pagavam no sistema anterior ao Processo de Bolonha para obter uma formação de 4 ou 5 anos no ensino superior. Assim, temos uma situação inaceitável muitos cidadãos e, em particular, muitos jovens não prosseguem os seus estudos e a sua formação exclusivamente por razões de falta de capacidade financeira para pagar as propinas pedidas pelas instituições. Ora, os objectivos assumidos pelos diferentes governos e também pelo actual Governo português quando aprovaram e implementaram o chamado sistema de Bolonha indicavam que, pelo contrário, pretendia-se estimular e facilitar o acesso e a continuação dos estudos superiores em espaço europeu. Aliás, na lei que procedeu a essas alterações, o Decreto-Lei 74/2006, de 24 de Março, era assim que, no preâmbulo, o governo descrevia as suas intenções: garantir a qualificação dos portugueses no espaço europeu, concretizando o Processo de Bolonha oportunidade única para incentivar a frequência do ensino superior. Ora, tomar como sérios e credíveis estes objectivos implica reconhecer as dificuldades financeiras que hoje se colocam a muitos portugueses, e em particular aos mais jovens e às suas famílias, no prosseguimento de estudos.

O Bloco de Esquerda tem defendido sempre a abolição das propinas como condição de frequência do ensino superior a sua frequência deve ser gratuita porque é um direito dos cidadãos e uma escolha estratégica de qualificação profissional e cultural do país. A imposição de propinas cria obstáculos no acesso à formação superior para as famílias de rendimentos baixos e médios, desincentivando a formação superior num país que já conhece a desigualdade no acesso a tantos direitos e bens públicos, e que simultaneamente tanto necessita de melhorar as suas qualificações. Mas pior, o sistema de propinas perverte dois princípios centrais da democracia o acesso a direitos não pode depender da capacidade financeira, e a justiça social faz-se pela política fiscal. O impasse político criado nesta matéria pela actual maioria parlamentar leva o Bloco de Esquerda a propor medidas que desde já permitam impedir o abandono e o não prosseguimento de estudos, que as elevadas propinas do primeiro e do segundo ciclo de estudos superiores está a gerar. Nesse sentido, o Bloco de Esquerda vem propor: - A revisão da fórmula de fixação do valor das propinas, indexando-o ao valor do salário mínimo nacional; - Que as propinas relativas ao ciclo de estudos para a obtenção de grau de mestre e doutor tenham o mesmo valor das estabelecidas para o ciclo de estudos relativo à obtenção de grau de licenciado; - O estabelecimento da isenção do pagamento de propinas para todos os estudantes a quem foi atribuída bolsa de estudo no âmbito da acção social escolar, para os desempregados, e para os estudantes cujo rendimento líquido per capita do respectivo agregado familiar não ultrapasse o dobro do Indexante dos Apoios Sociais em vigor; - A criação de um regime de isenção de 50% para os professores do ensino pré-escolar, básico, secundário e superior, de modo a estimular a formação e qualificação do corpo docente do sistema educativo português Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, as deputadas e os deputados do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda apresentam o seguinte Projecto de Lei: Artigo 1.º Objecto

A presente Lei estabelece propinas de igual valor para o primeiro, segundo e terceiro ciclo de estudos superiores e cria isenções totais e parciais ao pagamento de propinas. Artigo 2.º Alteração à Lei n.º 37/2003, de 22 de Agosto O artigo 16.º da Lei 37/2003, de 22 de Agosto (estabelece as bases do financiamento do ensino superior), com as alterações introduzidas pela Lei 49/2005, de 30 de Agosto e pela Lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 16º [ ] 1 ( ). 2 - O valor da propina corresponde ao valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida em vigor. 3 O valor da propina devida pela inscrição nos ciclos de estudos conducentes aos graus de mestre e doutor é fixado nos termos do número anterior. 4 (Revogado). 5 (Revogado). 6 ( ). 7 ( ). 8 As instituições de ensino superior devem criar um sistema de pagamento que permita que o valor da propina possa ser pago em 10 prestações mensais de igual valor.» Artigo 3.º Isenção de propinas Estão isentos do pagamento de propinas do ensino superior público todos os estudantes que se encontrem numa das seguintes situações: a) sejam beneficiários de bolsa de estudo no âmbito da acção social escolar; b) estejam desempregados e inscritos no Centro de Emprego; c) pertençam a um agregado familiar cujo rendimento per capita líquido não ultrapasse o dobro do valor do Indexante de Apoios Sociais em vigor. Artigo 4.º

Isenção parcial de propinas Estão isentos do pagamento de pelo menos 50% do valor das propinas todos os estudantes que façam prova de serem docentes do ensino pré-escolar, básico, secundário ou superior, em instituições públicas ou privadas. Artigo 5.º Requerimento de isenção As isenções previstas no actual diploma podem ser requeridas junto dos serviços de acção social escolar das instituições públicas de ensino superior a qualquer momento. Artigo 6.º Alteração da situação do estudante 1 No caso do estudante, durante o ano lectivo, passar a estar numa situação na qual deva beneficiar da isenção total ou parcial de propinas, e caso esse estudante tenha efectuado o pagamento integral da propina, o mesmo deve ser ressarcido do valor proporcional ao período em que se encontra em nova situação. 2 No caso da situação que permitiu a isenção parcial ou total do pagamento de propinas cessar, devem ser pagas pelo estudante as prestações mensais relativas ao período da sua nova situação. Artigo 7.º Transferências do Estado para as instituições de ensino superior relativas ao valor das propinas 1 É transferido para as instituições do ensino superior público o valor correspondente à propina, multiplicada pelo número de estudantes beneficiários de isenção total ou parcial, nos termos da presente lei, nos prazos regulares de transferência do financiamento do Orçamento Geral do Estado para cada instituição. 2 No caso de alterações da situação dos estudantes que lhes confiram o direito à isenção do pagamento de propinas, feita a sua comunicação pelas instituições de ensino superior público ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, este deve reembolsar as instituições no prazo de trinta dias.

Artigo 8.º Regulamentação A presente Lei é regulamentada no prazo de 90 dias após a sua publicação. Artigo 9.º Entrada em vigor A presente Lei entra em vigor com a publicação do Orçamento do Estado subsequente à sua aprovação. Assembleia da República, 21 de Abril de 2009, As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda,