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Transcrição:

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VISITA AO CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE AGRICULTURA IRRIGADA Parnaíba, PI 28 de março O Presidente José Sarney visita Parnaíba, no Piauí, entrega equipamentos agrícolas a 700 lavradores e conhece o Centro Nacional de Pesquisa e Agricultura Irrigada. Em seu discurso, o Presidente afirma que continuará governando com firmeza e obstinação para entregar o País a seu sucessor com a democracia restaurada. 22 de março O plenário da Assembléia Constituinte vota pelo mandato de cinco anos para os futuros Presidentes da República e pela manutenção do presidencialismo. 24 de março O Ministério da Agricultura prevê um novo recorde para safra agrícola deste ano com 67 milhões de toneladas de grãos. V,oltar ao Piauí é para mim sempre uma grande emoção porque refaço os caminhos que meus antepassados percorreram, trilhando os sertões nordestinos em busca do Maranhão. O Maranhão é irmão do Piauí e por isso cresci habituado a sentir este estado e sua gente como se fossem também minha terra e minha gente. Reencontro com muita 127

alegria o povo trabalhador da cidade de Parnaíba, cidade de grandes brasileiros, cidade que honra o País pela sua cultura, pela sua tradição e pela sua inteligência. Parnaíba é o grande centro do norte do Piauí. Pelas águas generosas do Rio Parnaíba era escoada a riqueza de toda a região, que já foi a maior riqueza nordestina. O Vale do Parnaíba é urna das regiões mais ricas do Brasil, fertilíssima, onde a natureza e o homem agora se unem para construir o progresso. Como Presidente nordestino do Maranhão, e dali do outro lado do Parnaíba sempre me guia e fala o meu coração, não poderia permitir que se desperdiçasse esse magnífico potencial de trabalho, de criatividade e de recursos naturais. Hoje é um dia de discursos escritos, mas eu vou abandonar o meu discurso escrito para falar ao povo de Parnaíba. Em primeiro lugar, me sentir com vontade de abandonar o texto para relembrar as vezes que aqui passei e que aqui estive, o que Parnaíba me lembra na minha vida de político e de homem público. Desde 1954 aqui venho. Aqui, desço o Igaraçu, pego o Rio Parnaíba quantas vezes entrei no Santa Rosa; outras vezes no Canindé; no Rio Novo, em busca das cidades de Araioses e de Frecheira, de Canavieira, de Água Doce, do João Peres, do Cumbre, de tantas cidades do outro lado, como político, peregrinando estas zonas e estas áreas. Quantas noites olhei as águas do Parnaíba neste delta, as suas areias brancas também e a lua nas canoas que vinham com os remadores nos trazendo, à noite inteira, e aqui nesta cidade pousava em busca de voltar para o meu estado, o Maranhão. Eu vi a beleza do Rio Parnaíba e a sua riqueza. Essas águas do Delta do Parnaíba e do Parnaíba que não querem sair desta região. Águas que têm saudades destas terras, porque o rio Parnaíba, antes de deixar o Paiuí e o Maranhão para ir para o Oceano Atlântico ele começa a se enroscar nestes rios, do lado do Maranhão e do lado do Piauí, como não querendo sair dessas terras. 128

Eu desejo dizer que preciso fazer uma pequena retificação às palavras do meu querido amigo, o grande incentivador da irrigação, o grande ministro que tem incentivado não somente, mas dado o seu entusiasmo, a sua emoção, o seu trabalho pela causa da irrigação, que é Vicente Fialho. Quando montamos o Programa de Irrigação, nós tínhamos que fazer o Centro Nacional de Pesquisa Irrigada. Isto é, um grande centro que fosse formar pessoal e desenvolver tecnologias. Um centro que fosse de altos estudos. E nós tínhamos que escolher um lugar onde colocar este centro. E me trouxeram quatro alternativas. Mas eu devo lembrar ao ministro Fialho que entre essas alternativas não estava a cidade de Parnaíba, no Piauí. Os técnicos me trouxeram as opções, mas eles não conheciam, como eu conhecia, o equipamento urbano da cidade de Parnaíba que tinha tido uma importância histórica no norte do Brasil. A cidade de Parnaíba foi o escoadouro de uma cidade que se constituiu um alto índice de trabalho, de progresso e um grande nível cultural, e que eu sabia que estava hoje quase que perdendo a sua substância econômica justamente pela vinda do progresso, das estradas que tiraram a sua posição estratégica. Conhecia também as areias, as águas, as terras, as plantas, o solo desta área. E eu disse ao ministro: A cidade onde vamos instalar o Centro Nacional de Pesquisa Irrigada, um grande projeto de irrigação acoplado a ele, que vai se estender ao Baixo Parnaíba e vai restaurar a situação de Parnaíba, que tem estrutura para receber um centro dessa natureza, é Parnaíba, no Piauí.» E então ele veio aqui com os técnicos e confirmou que realmente não havia lugar melhor para ser colocado o Centro Nacional de Pesquisa Irrigada do que Parnaíba. Hoje, ele começa. Hoje, ele já está começando a caminhar. E sem dúvida dentro de alguns anos ele dará condições de renascimento a Parnaíba, que passará a ser um dos pólos mais importantes da produção brasileira no norte do Brasil. Parnaíba voltará a ser a grande Parnaíba que foi no passado. Parnaíba terá toda a parte de apoio técnico e 129

científico dos técnicos que já começam a chegar aqui, jovens e rapazes, doutores em agricultura, em irrigação. E virão muitos mais outros para aqui serem formados para desenvolver tecnologias, para aclimatar plantas, para tirar experiências daqui e levar para outros lugares do nosso País, de nossa Pátria. Mas não ficará somente nesta área. Descerá o Baixo Parnaíba; descerá sem dúvida ao Vale do Gurguéia, onde já estamos trabalhando. Baixará sem dúvida nos outros pontos de irrigação que nós temos no Nordeste. Passarão para o meu estado as experiências aqui feitas nos programas de irrigação de Pinheiro, São Bento, do Pindaré, do Vale do Flores, de Vitória do Mearim; passarão para o Brejo das Freiras, ou melhor, em Cajazeiras e no Açude do Arroz; passarão para Pau dos Ferros; passarão para o Jaíba; passarão para todos os lugares deste País, onde hoje se faz irrigação. Mas também há dentro deste programa um outro programa muito importante. É aquele que nós estamos vendo aí, que é o programa de distribuição de equipamentos para pequenos proprietários e lavradores, para eles começarem urna tecnologia moderna. Setecentos agricultores hoje receberão equipamentos. No Brasil inteiro esta cena está se repetindo, num dia ou noutro, como também está se repetindo a distribuição de equipamentos para os lavradores pobres, como também para as comunidades que se organizam como no Projeto São Vicente. O erro de muita gente no Brasil é não saber que os pobres também têm memória. Não têm manchetes de jornal; não dão entrevistas; não falam, mas estão acompanhando o trabalho que está sendo derramado e que vai a eles, como agora eu perguntei ao governador como vai o programa do leite em Parnaíba. O leite também chegou a Parnaíba. Como chegou nas favelas mais pobres do Brasil. Como chegaram os programas da Legião para as gestantes, as mães pobres. Como têm chegado os programas que não são vistos, porque eu confesso, como Presidente da República, é difícil trabalhar pelos pobres deste País. É difícil trabalhar pelos pobres e quando eu digo pobre digo também pelas regiões mais pobres. 130

Um coisa eu posso afirmar: se eu não fosse Presidente da República, Parnaíba jamais teria o Centro Nacional de Irrigação. A irrigação é a salvação, tenho dito sempre. Hoje a produção brasileira, 16% dela já é resultado da agricultura irrigada. Ela ocupa apenas 4% da área, o que mostra a sua produtividade. A China, a índia, o Paquistão, os países de grande excesso de mão-de-obra, para fixar o homem à terra e produzir, estão todos mergulhados no programa prioritário da irrigação. E o Brasil estava jogado no fim da linha dos países sul-americanos para não falar no resto do mundo, que não tinha se dedicado à irrigação, com um milhão e meio de hectares irrigados, e assim mesmo a metade no Rio Grande do Sul. Lancei o programa de um milhão de hectares e o programa pegou no Brasil inteiro, a iniciativa privada também aderiu a ele, e hoje em todo o lugar do Brasil por onde se passa tem o pivô central, tem a irrigação tradicional, tem o gotejamento, tem microaspersor, tem a irrigação de canal. Enfim, pesquisa-se e utiliza-se a água para produzir e dar comida ao nosso povo. O Brasil produziu, durante 10 anos, 50 milhões de toneladas de grãos. Patinou 10 anos. Como disse o ministro íris Resende, grande ministro, grande colaborador, grande incentivador da agricultura: 10 anos ficamos com 50 milhões de grãos. E no ano passado nós, pela primeira vez, rompemos essa faixa, estabelecemos uma produção recorde no Brasil de 65 milhões de grãos. E este ano nós vamos ter mais de 65 milhões. Vamos de 69 a 70 milhões de grãos no Brasil. Mas, quando apareceu a safra de 65 milhões, se dizia: não adianta produzir. Não vai ter armazenamento. Veio a colheita, teve armazenamento. E não se vai ter como transportar. Veio o transporte, e transportou-se. Não vai ter como se vender. Veio o período de comercialização, e se vendeu. E eu já estou acostumado, no meu Governo, a administrar essas crises do pessimismo porque sempre se diz que no outro mês lá vem a desgraça. E graças a Deus a desgraça não chega e não chegará. Não chega e nem chegará porque eu governo o Brasil, este País extraordinário, de poten- 131

cialidades fabulosas, que ninguém pode detê-lo, nem a paixão, nem a injustiça, nem a má vontade, nem o pessimismo e nem o derrotismo. O Brasil vai atravessar tudo isto. E por isso eu tenho tranqüilidade do cumprimento do meu dever. Eu nunca cravei na minha vida pública, nem na minha vida, espinho algum no peito de ninguém. E tenho certeza de que o que me acusam muitas vezes é que o Presidente é bom demais, como se tivéssemos que ter um Presidente da República que fosse um tirano e que fosse mau demais. Não, quero passar como bom demais, do que ser obrigado ou fazer violências contra o povo brasileiro, ou violência contra a minha consciência. Eu agradeço a Vossa Excelência a generosa hospitalidade. Quero dizer que Vossa Excelência é um homem que pela segunda vez governa o Estado do Piauí. E sempre vi Vossa Excelência com o mesmo espírito, o mesmo ânimo, a mesma imaginação. É o Alberto que envelhece e continua sendo um moço. Eu quero agradecer ao povo de Parnaíba o carinho, a atenção com que me recebeu nesta cidade. Ao longo das ruas onde passei vi, de um lado e doutro, de crianças aos velhos, me saudando daquela forma amável, bondosa e carinhosa que sempre vi no povo desta terra. Não podendo pessoalmente apertar a mão de cada um para agradecer eu o faço de coração, dizendo que me sinto bem no meu Nordeste. Me sinto bem no Nordeste, Nordeste das minhas raízes, das raízes dos meus antepassados e de todas as minhas amarrações sentimentais. Eu espero que Deus me dê vida ainda para transmitir ao meu sucessor eleito pelo voto direto a democracia restaurada no Brasil, democracia pela qual eu tenho lutado. Muitas vezes lutado contra gente que, querendo a democracia, mata a democracia; que, querendo a liberdade, vigia a liberdade. Mas vou lutar até o fim, e entregarei o Brasil com uma reconstrução democrática, de consciência limpa, para um dia voltar a passar uma noite com remadores do Delta do Parnaíba. 132