COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO

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Transcrição:

PT PT PT

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO relativo à criação de um grupo consultivo da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade e ao estabelecimento de um processo de consulta no domínio da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade através dos organismos representativos a nível europeu No seu Livro Branco sobre a Governança Europeia adoptado em 25 de Julho de 2001 1, a Comissão sublinhou a importância de garantir uma maior participação dos cidadãos e das organizações na formulação e na execução das políticas europeias. Com efeito, a democracia moderna depende da capacidade de participação dos cidadãos no debate público e incide na forma como a União Europeia utiliza os poderes que lhe são atribuídos pelos seus cidadãos. O Livro Branco sobre a Governança propõe uma maior abertura do processo de decisão política aos cidadãos, graças ao estabelecimento de um diálogo mais sistemático, numa fase precoce da elaboração das políticas, com os representantes das autoridades regionais e locais, através de associações nacionais e europeias. Consequentemente, o reforço da participação deve reforçar a confiança nas instituições que elaboram as políticas. A Comissão também adoptou uma Comunicação intitulada "Para uma cultura reforçada de consulta e diálogo - princípios gerais e regras mínimas de consulta das partes interessadas pela Comissão" 2, cujo objectivo consiste em garantir uma abordagem coerente por parte de todos os serviços da Comissão nos processos de consulta, permitindo ainda reforçar a transparência dessas consultas. Nos domínios da saúde humana, da saúde animal e da fitossanidade, as questões que a Comunidade teve de abordar nos últimos anos puseram em evidência a importância de conhecer os pontos de vista dos intervenientes na cadeia alimentar. Isto implica uma maior participação dos operadores envolvidos nas questões da segurança alimentar. Essa participação deve permitir antecipar e definir mais exactamente a natureza das dificuldades e das incertezas que a União pode ter de enfrentar, tendo em vista a tomada de decisões e a garantia de que os riscos podem ser claramente explicados ao público. Uma maior transparência a todos os níveis da política de segurança alimentar deverá contribuir consideravelmente para aumentar a confiança dos consumidores na política de segurança alimentar da União Europeia. O Regulamento (CE) n. 178/2002 que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios 3 estabelece que se procederá "a uma consulta pública aberta e transparente, directamente ou através de 1 COM(2001) 428 final, aprovado pela Comissão em 25.7.2001. 2 COM(2002) 704 final, aprovado pela Comissão em 11.12.2002. 3 JO L 31 de 1.2.2002. PT 1 PT

organismos representativos, durante a preparação, avaliação e revisão da legislação alimentar, a não ser que a urgência da questão não o permita". A consulta das partes afectadas pela legislação alimentar representa um meio importante para garantir que as propostas da Comissão são viáveis tecnicamente, aplicáveis na prática e aceitáveis por todos os intervenientes implicados nessas questões. Tendo em vista melhorar a participação dos intervenientes implicados nas questões relacionadas com a segurança alimentar, o "Livro Branco sobre a segurança dos alimentos" aprovado pela Comissão em 12 de Janeiro de 2000 4 propunha o agrupamento e a reorganização dos diversos comités consultivos e grupos permanentes existentes, criando um novo comité consultivo da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade. Os comités consultivos abrangidos por esta reforma são, por um lado, o Comité consultivo dos géneros alimentícios criado pela Comissão em 1980 5 e, por outro, o Comité consultivo sobre a qualidade e a sanidade da produção agrícola, bem como alguns grupos consultivos permanentes na dependência deste último (questões veterinárias, fitossanidade, bem-estar animal, alimentos para animais) criados nos termos da Decisão da Comissão de 1998 6. Todos estes comités e grupos consultivos foram de grande utilidade para os serviços da Comissão e promoveram o desenvolvimento da legislação alimentar europeia. Todavia, a experiência adquirida até agora revelou a necessidade de rever o sistema de consulta e de agrupar os diferentes comités consultivos existentes, e de melhorar o respectivo funcionamento. A Comissão considera que actualmente é indispensável dispor de um novo sistema de consulta que permita estabelecer um diálogo mais permanente entre os serviços da Comissão e os meios socioprofissionais afectados pelos domínios abrangidos pela legislação alimentar. Na sequência de consultas aprofundadas com as partes interessadas, foi possível estabelecer orientações claras quanto aos meios para responder da forma mais eficaz possível às diferentes necessidades de consulta: 1. A nova política, nomeadamente em matéria de segurança alimentar, baseia-se numa abordagem global da cadeia alimentar. Consequentemente, todos os componentes da cadeia alimentar devem ser integrados nos novos processos de consulta. Será possível abranger uma vasta gama de domínios no quadro do novo sistema, incluindo a rotulagem e a apresentação dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a segurança dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a nutrição humana relacionada com a legislação alimentar, a saúde animal e o bem-estar dos animais e a fitossanidade. 2. As disposições do Regulamento (CE) n. 178/2002 acima referido exigem que a consulta seja transparente e aberta e se efectue directamente junto do público ou através de organismos representativos. As novas orientações da Comissão em matéria de consulta também são claramente a favor de uma consulta o mais alargada possível das partes interessadas. 4 COM(1999) 719 final, aprovado pela Comissão em 12.1.2000. 5 JO L 318 de 26.11.1980. 6 JO L 88 de 24.3.1998. PT 2 PT

3. Apesar de o âmbito e o alcance dos processos de consulta em matéria alimentar terem aumentado consideravelmente devido à inclusão de todos os interesses ligados à cadeia alimentar, a sua gestão deve continuar a ser viável. Para esse efeito, convém ter em conta os progressos registados a nível das tecnologias da informação e basear os processos que possibilitam a existência de um diálogo estruturado e permanente na consulta dos organismos representativos a nível europeu. 4. No entanto, o estabelecimento de processos de consulta permanentes não obriga a Comissão a utilizar sistematicamente esses processos. Se assim o considerar necessário, a Comissão pode sempre decidir efectuar consultas directamente ao público. Da mesma maneira, os casos de urgência justificam a utilização de processos excepcionais, ou mesmo a impossibilidade de realizar consultas. É esta a razão pela qual a Comissão propõe a criação de um mecanismo de consulta e de diálogo sobre a política e a legislação alimentar, da saúde animal e da fitossanidade constituída por várias vertentes articuladas da seguinte forma: a criação de um grupo consultivo cujos membros serão organismos europeus escolhidos com base em certos critérios específicos; as modalidades de trabalho deste grupo permitirão também criar de grupos de trabalho para estudar questões específicas; o estabelecimento de uma rede de informação e de consulta o mais aberta possível a todos os organismos que prossigam a defesa dos interesses em causa; o reforço dos instrumentos existentes. 1. Criação do grupo consultivo de peritos Com vista a garantir um diálogo "directo" com os organismos representativos a nível europeu no quadro de reuniões estruturadas, a Comissão propõe a criação de um "grupo consultivo da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade". O grupo será consultado sobre o programa de trabalho da Comissão nos domínios relacionados com a rotulagem e a apresentação dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a segurança dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a nutrição humana relacionada com a legislação alimentar, a saúde animal e o bem-estar dos animais e a fitossanidade. Além disso, a Comissão poderá consultar o grupo sobre quaisquer medidas que tiver de adoptar ou propor nesses domínios. Para optimizar a consulta, o grupo efectuará pelo menos duas reuniões plenárias por ano. O grupo será composto por organismos escolhidos entre os membros da rede de informação e de consulta que respondam aos critérios seguintes: carácter geral dos interesses defendidos, representatividade alargada, organismo estabelecido de forma permanente e com acesso directo à experiência dos seus membros, com vista a poder elaborar respostas de forma coordenada e rápida. Estas restrições têm por objectivo garantir a viabilidade do grupo, evitando que a sua composição seja demasiado alargada, garantindo simultaneamente a inclusão dos organismos representativos de interesses gerais. Dado que o grupo será especialmente consultado sobre o PT 3 PT

programa de trabalho da Comissão, é essencial que inclua representantes dos organismos representativos que tenham uma visão mais global da cadeia alimentar devido aos interesses gerais que representam. Dada a ampla gama de participantes e a diversidade dos interesses que serão representados, a presidência do Comité e o seu secretariado serão assegurados pelos serviços da Comissão, que tentarão garantir o melhor equilíbrio possível entre as diferentes partes representadas. As modalidades de trabalho do grupo também permitirão criar grupos de trabalho sobre temas específicos. Estes grupos de trabalho destinam-se, por um lado, a recolher, numa fase inicial ou mais avançada do projecto legislativo, as contribuições de natureza mais técnica das diversas partes do sector, consideradas em conjunto ou em separado e, por outro, a prestar informações sobre a aplicação da legislação existente. Estes grupos de trabalho serão criados com base num mandato definido pelo grupo ou em função das necessidades da Comissão, no respeito pela manutenção do melhor equilíbrio possível entre os diferentes interesses em causa. Para uma eficácia máxima, as reuniões dos grupos de trabalho devem ser organizadas de uma forma flexível. Para este efeito, nelas se reunirão todos, ou alguns, dos organismos representativos do grupo consultivo, podendo ser alargadas, caso necessário, a outros organismos representativos a nível europeu. A Comissão terá ainda a possibilidade de convidar, a título de observadores, outras pessoas ou organismos interessados, incluindo partes interessadas de países terceiros. Com efeito, a prática actual das reuniões dos grupos de trabalho demonstra o interesse de associar outros participantes a essas reuniões ad hoc. 2. Estabelecimento de uma rede de informação e de consulta As tecnologias da informação e da comunicação têm um papel importante a desempenhar para garantir a transparência das políticas pretendida pela Comissão. A Comissão estabelecerá uma rede de informação e de consulta recorrendo às possibilidades proporcionadas pelas novas tecnologias da informação e pela administração pública em linha. Será criado um sítio Internet, que incluirá os projectos de desenvolvimento da legislação alimentar na sua acepção mais vasta, numa fase adequada da sua elaboração. As partes interessadas poderão dar a conhecer os seus pontos de vista nesse sítio, o que possibilitará a instituição de um diálogo interactivo entre elas. É essencial garantir uma grande abertura do sítio a nível de consulta. Com efeito, um projecto relacionado com leite e produtos lácteos poderá interessar organismos que defendam interesses gerais, mas também poderá interessar organismos mais sectoriais que defendam interesses ligados aos produtores de leite ou às indústrias de lacticínios. Um processo de consulta deste tipo permitirá que a Comissão disponha de uma contribuição valiosa para a definição da legislação em matéria alimentar. Além disso, deverá contribuir para a manutenção de um diálogo e de debates proveitosos entre as diferentes partes em causa. 3. Reforço de algumas acções existentes PT 4 PT

Por último, serão mantidas e reforçadas outras medidas já existentes, com vista a aumentar a participação dos cidadãos. Em primeiro lugar, os serviços da Comissão manterão contactos bilaterais com todos os intervenientes socioprofissionais, que foram de grande utilidade na identificação das necessidades e preocupações desses parceiros. Seguidamente, a Comissão continuará a informar activamente o público em geral sobre as questões relacionadas com a segurança alimentar. O sítio Internet EUROPA da União Europeia deve converter-se numa plataforma interactiva de informação, de diálogo e de debate que permita informar e comunicar melhor. A informação deve ser apresentada de uma forma adaptada às necessidades e às preocupações do público. Trata-se de criar um espaço transnacional que permita informar os cidadãos de diferentes países sobre os progressos das políticas propostas pela Comissão nos sectores relacionados com a segurança alimentar. No que se refere às questões de maior interesse, a Comissão continuará a apresentar as suas propostas a um público alargado, tal como já fez no passado no que se refere ao Livro Branco sobre a segurança dos alimentos e nas alegações nutricionais. Ao propor estas medidas, e em conformidade com os seus compromissos assumidos no que respeita à governança na Europa, a Comissão espera melhorar a cooperação entre todos os parceiros envolvidos no desenvolvimento da política alimentar europeia, promovendo uma verdadeira cultura de consulta e de diálogo. PT 5 PT

Projecto de DECISÃO DA COMISSÃO de [ ] relativo à criação de um grupo consultivo da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia, Considerando o seguinte: (1) No seu Livro Branco sobre a Governança Europeia adoptado em 25 de Julho de 2001, a Comissão comprometeu-se a assegurar uma maior abertura do processo de elaboração das políticas da União Europeia, com vista a garantir uma maior participação dos cidadãos e das organizações na formulação e na execução das referidas políticas. (2) Em 11 de Dezembro de 2002, a Comissão adoptou uma Comunicação sobre os "princípios gerais e regras mínimas de consulta das partes interessadas pela Comissão", cujo objectivo consiste em garantir uma abordagem coerente por parte de todos os serviços da Comissão nos processos de consulta, permitindo ainda reforçar a transparência dessas consultas. (3) A Comissão deve consultar e informar os consumidores e os meios socioeconómicos afectados pelas questões relacionadas com a rotulagem e a apresentação dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a segurança dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a nutrição humana relacionada com a legislação alimentar, a saúde animal e o bem-estar dos animais e a fitossanidade. (4) O Regulamento (CE) n. 178/2002 que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios prevê a consulta aberta e transparente dos cidadãos, directamente ou através de organismos representativos, durante a preparação, avaliação e revisão da legislação alimentar, a não ser que a urgência da questão não o permita. (5) O Livro Branco sobre a segurança dos alimentos adoptado pela Comissão em 12 de Janeiro de 2000 propunha a criação de um grupo consultivo da segurança alimentar, através da reorganização dos comités consultivos existentes (acção 81). (6) O Comité consultivo dos géneros alimentícios foi criado pela Decisão 80/1073/CEE da Comissão. PT 6 PT

(7) A Decisão 98/235/CEE da Comissão criou outros comités consultivos no domínio da política agrícola comum. (8) A experiência adquirida revelou a necessidade de agrupar e reorganizar os diferentes comités consultivos existentes em torno dos temas relacionados com a cadeia alimentar, a saúde animal e a fitossanidade, e de melhorar o respectivo funcionamento. (9) É essencial estabelecer sistemas de consulta permanentes dos cidadãos a nível europeu durante a preparação, avaliação e revisão da legislação alimentar comunitária. (10) Tendo em conta a necessidade de uma abordagem global da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade para garantir a defesa dos consumidores, é importante incluir no âmbito dos sistemas de consulta todas as questões relacionadas com a legislação alimentar, o que inclui aspectos relacionados com a rotulagem e a apresentação dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a segurança dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, a nutrição humana relacionada com a legislação alimentar, a saúde animal e os aspectos relativos ao bem-estar dos animais e aos diferentes domínios da fitossanidade, como a protecção fitossanitária, os produtos fitossanitários e respectivos resíduos, bem como as condições de comercialização das sementes e do material de propagação, incluindo a biodiversidade e as questões conexas em matéria de propriedade industrial. (11) Tendo em conta a extensão do domínio de consulta em causa e, consequentemente, o grande número de partes interessadas, a eficácia dos sistemas de consulta permanentes implica uma consulta dos cidadãos através dos organismos representativos dos interesses da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade a nível europeu, apesar de dever continuar a ser possível consultar directamente os cidadãos. (12) Os meios socioprofissionais envolvidos, incluindo as associações de consumidores dos Estados-Membros, criaram organizações a nível da União Europeia que têm por objectivo garantir uma representação a nível europeu dos interesses relacionados com a cadeia alimentar, a saúde animal e a fitossanidade. (13) A qualidade dos sistemas de consulta implica que possam ter lugar intercâmbios directos entre a Comissão e os organismos representativos a nível europeu durante reuniões estruturadas no quadro de um grupo consultivo, nomeadamente no que se refere ao programa de trabalho da Comissão no domínio alimentar. (14) Por razões práticas de organização das reuniões, a composição do grupo consultivo não deve ser demasiado alargada, ainda que deva garantir uma representação adequada dos interesses da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade. Dado que o grupo será especialmente consultado sobre o programa de trabalho da Comissão, é essencial que inclua representantes dos organismos representativos mais aptos a defender, a nível europeu, os interesses gerais ligados à cadeia alimentar, à saúde animal e à fitossanidade. (15) Para garantir a eficácia e a transparência dos trabalhos do grupo, as suas modalidades de trabalho devem permitir a organização de reuniões do grupo de trabalho que poderão ser alargadas, se necessário, a outras pessoas ou organismos interessados. (16) Por uma questão de clareza, é necessário revogar a Decisão 80/1073/CEE. PT 7 PT

DECIDE: Artigo 1.º É instituído junto da Comissão um grupo consultivo da cadeia alimentar, da saúde animal e da fitossanidade, a seguir designado "o grupo". Artigo 2.º Atribuições 1. A Comissão consultará o grupo sobre o seu programa de trabalho nos seguintes domínios: segurança dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais; rotulagem e apresentação dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais; nutrição humana relacionada com a legislação alimentar; saúde animal e bem-estar dos animais; questões relativas à protecção fitossanitária, aos produtos fitossanitários e respectivos resíduos, bem como às condições de comercialização das sementes e do material de propagação, incluindo a biodiversidade e as questões conexas em matéria de propriedade industrial. 2. Além disso, a Comissão poderá consultar o grupo sobre quaisquer medidas que tiver de adoptar ou propor nesses domínios. Artigo 3.º Composição do grupo 1. O grupo será constituído por representantes (máximo de 45) dos organismos representativos a nível europeu. Estes organismos deverão ter como objectivo a defesa de interesses ligados aos domínios referidos no n.º 1 do artigo 2. e responder aos seguintes critérios: carácter geral dos interesses defendidos, representação alargada a todos ou à maioria dos Estados-Membros, organismo estabelecido de forma permanente que permita um acesso directo à experiência dos seus membros, com vista a poder elaborar respostas de forma coordenada e rápida. A Comissão seleccionará os organismos que preencham estes critérios da forma mais adequada, e publicará a lista correspondente. 2. No prazo de um mês a contar da data de adopção da presente decisão, a Comissão convidará os organismos que desejem participar no grupo a manifestar-se, num prazo de um mês, os quais deverão justificar o seu interesse e a forma como preenchem os critérios acima referidos. PT 8 PT

3 A Comissão seleccionará os organismos que preencham os critérios acima referidos da forma mais adequada, e elaborará a respectiva lista, a publicar no Jornal Oficial da União Europeia. 4 Cada organismo seleccionado será responsável pela coordenação dos trabalhos de consulta e de informação realizados sob a sua égide, de forma a apresentar os pontos de vista mais representativos possível dos interesses por si representados. Artigo 4.º Modalidades de organização 1. O grupo reunir-se-á, em princípio, duas vezes por ano na sede da Comissão, e sempre que esta última o considere necessário. 2. Poderão ser criados grupos de trabalho para examinar questões específicas com base num mandato conferido pelo grupo, ou sempre que isso se revele necessário. 3. Sempre que se afigure útil ou necessário, a Comissão poderá convidar peritos ou observadores, incluindo de organismos representativos de países terceiros, para participar nos trabalhos do grupo ou dos grupos de trabalho. 4. O grupo e os grupos de trabalho reunir-se-ão de acordo com as modalidades e o calendário definidos pela Comissão, a qual assumirá a presidência. 5. O grupo adoptará o seu regulamento interno com base num projecto apresentado pela Comissão. Os serviços da Comissão assegurarão o secretariado das reuniões e dos trabalhos do grupo, incluindo os dos grupos de trabalho. 6. A Comissão assegurará a publicidade dos trabalhos do grupo. Artigo 5.º Confidencialidade Os membros do grupo, os peritos ocasionais e qualquer outra pessoa convidada para uma reunião do grupo a título de observador ficarão obrigados a não divulgar as informações de que tenham tido conhecimento através dos trabalhos do grupo ou dos seus grupos de trabalho, sempre que a Comissão indicar que as informações em causa se revestem de carácter confidencial. Nesse caso, a Comissão poderá decidir que só os membros do grupo poderão receber essas informações e assistir às reuniões. Artigo 6.º Disposição final É revogada a Decisão 80/1073/CEE da Comissão que estabelece o novo estatuto do Comité Consultivo dos géneros alimentícios. PT 9 PT

Artigo 7.º Entrada em vigor A presente decisão entra em vigor no dia da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia. Feito em Bruxelas, em [ ] Pela Comissão [ ] Membro da Comissão PT 10 PT