PC-MG CÓDIGO DE TRÂNSITO POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, PENALIDADES E CRIMES. Livro Eletrônico

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Transcrição:

PC-MG POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS CÓDIGO DE TRÂNSITO MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, PENALIDADES E CRIMES Livro Eletrônico

ESTÊVÃO GONÇALO Bacharel em Ciências Econômicas, Agente de Trânsito Rodoviário do DER/DF desde 2012 e Instrutor de Trânsito. Certificado em Identificação Veicular e Documental e Gestão de Trânsito. Ministra, dentro do DER/DF, capacitação para fiscalização de pesos e dimensões de veículos de transporte de carga.

SUMÁRIO Penalidades...4 Medidas Administrativas...9 Processo Administrativo...12 Crimes de Trânsito...16 Disposições Finais...24 Resumo...30 Questões de Concurso...35 Gabarito...50 Gabarito Comentado...51 3 de 72

PENALIDADES Seja bem-vindo(a) de volta! Já superamos mais da metade do nosso material do Código de Trânsito, agora, veremos o restante do CTB, até o final. Lembro que, mesmo mais cansativa, a leitura do Código continua sendo importante. Sem mais delongas, vamos fechar esse assunto. Penalidades A autoridade de trânsito (dentro de suas competências e circunscrição) aplicará as seguintes penalidades: advertência; multa; suspensão do direito de dirigir; cassação da CNH; cassação da PPD; frequência obrigatória em curso de reciclagem. Veja que compete somente à autoridade de trânsito, ou seja, ao diretor-geral do órgão aplicador da sanção. A aplicação das penalidades não dispensa as punições de ilícitos penais dos crimes de trânsito e, por fim, a imposição das penalidades deverá ser comunicada aos órgãos ou entidades executivas de trânsito. As penalidades poderão ser impostas ao condutor, proprietário, embarcador e transportador, nas seguintes formas: Condutor: responsável pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo; 4 de 72

Proprietário: responsabilidade pelas infrações relativas à regularização do veículo, suas condições para circulação e à habilitação compatível dos condutores; Embarcador: este será responsabilizado quando houver excesso de peso nos veículos de carga quando for único remetente da carga e peso na nota fiscal for menor do que o aferido em balança; Transportador: será responsável quando houver vários embarcadores diferentes e a soma das notas der excesso de peso; Embarcador e transportador: a responsabilidade será solidária quando houver a nota fiscal de um único embarcador e com excesso de peso. Uma maneira de entender a relação entre embarcador e transportador é entender quando um está enganando o outro. Veja que, quando somente um é responsabilizado, não teria como o outro saber previamente do excesso. E quando a responsabilidade for solidária a ambos, quer dizer que os dois eram aptos a perceber o excesso de peso. Quando não for possível identificar o infrator, o principal condutor ou o proprietário do veículo, será dado um prazo de 15 dias após a notificação de autuação para apresentação, na forma definida pelo Contran. Caso a identificação não ocorra dentro do prazo e o veículo seja de pessoa jurídica (pertencente a algum tipo de empresa), será expedida nova multa adicional, sendo que o valor será multiplicado pelo número de infrações iguais cometidas no período de 12 meses. Sobre o principal condutor, o tema foi incluído por lei em 2017, está quentinho, bom de cair em prova. Admite-se, hoje, a indicação, pelo proprietário, ao órgão executivo de trânsito (Detran), o principal condutor que terá seu nome inscrito no Renavam (Registro de Veículos). 5 de 72

O principal condutor será excluído do Renavam: quando houver transferência de propriedade; mediante requerimento próprio ou do proprietário; a partir da indicação de outro principal condutor. As multas classificam-se, de acordo com a sua gravidade, em quatro categorias, têm punição os respectivos valores e são computados os seguintes números de pontos: Gravíssima: valor de R$ 293,47 e SETE pontos; Grave: valor de R$ 195,23 e CINCO pontos; Média: valor de R$ 130,16 e QUATRO pontos; Leve: valor de R$ 88,38 e TRÊS pontos. Acredito que decorar o valor das multas não é tão importante quanto a pontuação, mas também não são números difíceis. Lembrando que se admite o uso de fatores multiplicadores específicos (por exemplo, a multa do art. 165 é gravíssima, x10, ou seja, R$ 2.934,70). Sobre a pontuação, não se perde pontos, estes são somados ao prontuário do infrator. Não se esqueça de que a pontuação acompanhará a respectiva responsabilização, conforme mostrei antes. Se as infrações forem cometidas por passageiros de transporte rodoviário intermunicipal, interestadual ou internacional, não se aplicará a pontuação ao motorista identificado, salvo quanto ao uso do cinto de segurança. Ao órgão com circunscrição sobre a via onde ocorrer a infração cabe a imposição e arrecadação das multas. Quando o veículo for registrado em Unidade da Federação (UF) distinta da em que se cometeu a infração, o órgão responsável por seu licenciamento poderá ser comunicado, que emitirá a notificação, na forma estabelecida pelo Contran. Para veículos licenciados no exterior, é obrigatória a quitação antes da saída do Brasil, como vimos na segunda aula. 6 de 72

Suspensão do direito de dirigir aplica-se quando o infrator atingir 20 pontos no período de 12 meses ou quando a infração já prever essa penalidade especificamente (vimos todas separadamente na aula sobre infrações). Prazos de suspensão por pontuação: de 6 meses a 1 ano. Havendo reincidência no intervalo de 12 meses, de 8 meses a 2 anos. Exemplo: condutor atingiu 22 pontos em 12 meses, suspensão no intervalo de 6 meses a 1 ano. Prazos de suspensão por infração específica: de 2 meses a 8 meses. Havendo reincidência no período de 12 meses, de 8 meses a 18 meses (um ano e meio). Se a infração definir período específico, vale o estabelecido por esta. Exemplos: infração do art. 165 (embriaguez), suspensão por 12 meses, período definido pela própria tipificação. Infração do art. 173 (corrida), suspensão de 2 a 8 meses. Condutor habilitado nas categorias C, D ou E que exerçam atividade remunerada poderá, ao atingir 14 pontos no período de um ano, optar por participar de curso preventivo de reciclagem para eliminar a pontuação atribuída. Após a reciclagem, o condutor não poderá fazer novo curso no intervalo de 12 meses. Pessoa jurídica que seja concessionária ou permissionária de serviço público tem o direito de ser informada sobre a pontuação por multa de seus motoristas que exerçam atividade remunerada, na forma estabelecida pelo Contran, o assunto ainda não foi regulamentado. Quando a suspensão ocorrer por infração que a preveja como penalidade vinculada, o processo de suspensão deverá ser iniciado com a aplicação da penalidade multa. 7 de 72

A cassação da habilitação ocorrerá: quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo; no caso de reincidências, no prazo de 12 meses, das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174, 175; quando condenado judicialmente por delito de trânsito. Caso a habilitação seja expedida de maneira irregular, a autoridade promoverá seu cancelamento. Após o intervalo de dois anos de cassação da habilitação, poderá ser requerida a reabilitação, sendo necessária a realização de todos os exames necessários à habilitação. É assegurada, tanto para a cassação quanto a suspensão do direito de dirigir, a ampla defesa no processo administrativo interposto pela autoridade. A advertência por escrito poderá ser imposta em substituição à multa quando a autoridade entender esta como mais educativa, respeitados os seguintes critérios: infração de natureza leve ou média; não ser o infrator reincidente na mesma infração nos últimos 12 meses; deverá ser considerado o prontuário do condutor pela autoridade. Veja que a advertência não é ato vinculado, fica a critério da autoridade de trânsito. Pode-se aplicar essa medida aos pedestres e a multa pode ser transformada em participação do infrator em cursos de segurança viária. O infrator será submetido a curso de reciclagem: quando for contumaz (insistente, repetitivo), para a sua reeducação; pela suspensão do direito de dirigir; quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído independentemente de processo judicial; quando condenado judicialmente por delito de trânsito; 8 de 72

a qualquer tempo, se constatado que o condutor coloca em risco a segurança do trânsito; outras situações definidas pelo Contran. Medidas Administrativas A autoridade ou seus agentes, dentro de suas competências e circunscrição, deverão adotar as seguintes medidas administrativas: retenção do veículo; remoção do veículo; recolhimento da CNH; recolhimento do certificado de registro; recolhimento do CLA (CRLV); transbordo do excesso de carga; realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica; recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias (a restituição do animal ocorrerá somente mediante pagamento de multas e encargos devidos); realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. Veja que, agora, diferente das penalidades, os agentes também podem aplicar as medidas quando forem competentes para tal. As medidas administrativas não dispensam a aplicação das penalidades e têm caráter complementar a estas. Uma dica sobre as medidas administrativas, com exceção do transbordo, todas as outras começam com RE-. 9 de 72

Fecho a primeira parte deste tópico copiando o art. 269, 1º: Art. 269, 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa. O veículo será retido nos casos previstos no CTB, quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, esse será liberado assim que regularizado o problema. Não sendo sanável, o veículo que tenha condições de segurança para circular poderá ser liberado com recolhimento do CLA (CRLV) e entrega de recibo e prazo para regularização. Assim que o condutor apresentar à autoridade o veículo regularizado, o documento será devolvido. Caso não seja feita a regularização no prazo, será incluída restrição administrativa no Renavam, que só sairá quando comprovada a regularização. A retenção também poderá não ser imediata, a critério do agente, nos casos de veículos de transporte coletivo transportando passageiros, produtos perigosos ou perecíveis e que tenham condições de segurança. Quando o veículo estiver retido para apresentação de condutor habilitado, não comparecendo este, o auto será removido ao depósito. Também será aplicada a remoção quando o veículo não apresentar as condições de segurança necessárias ao recolhimento do CRLV (mencionado no item 10.2). O veículo será removido nos casos previstos no CTB para depósito fixado pelo órgão com circunscrição sobre a via. O veículo somente será restituído após o pagamento das multas, taxas e despesas de remoção e estada e outros encargos previstos. E o proprietário ou condutor deverá ser notificado no ato da remoção sobre as providências necessárias à sua restituição. 10 de 72

A liberação também está condicionada ao reparo de equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcionamento. Admite-se que o veículo seja liberado para reparo com prazo definido e na forma transportada (no guincho). Caso o proprietário ou condutor não esteja presente no momento da remoção, a autoridade deverá expedir notificação ao proprietário por meio postal ou tecnológico que assegure sua ciência no prazo de 10 dias. Caso não obtenha sucesso, admite-se notificação por edital. A notificação devolvida por endereço desatualizado ou recusa será considerada recebida. Por fim, veículos licenciados no exterior serão notificados por edital. Para o pagamento de despesas de remoção e estada será contabilizado o número de dias que o veículo permanecer no depósito, limitado a seis meses ao todo. Se o serviço for prestado por particular, o pagamento poderá ser feito diretamente ao contratado. Se o proprietário de veículo removido comprovar administrativa ou judicialmente remoção indevida ou abuso no período em depósito, deverá haver ressarcimento das quantias pagas. O recolhimento da CNH ou PPD ocorrerá mediante recibo nos casos previstos no CTB e quando houver suspeita de adulteração ou falsificação. O recolhimento do CRV ocorrerá nos casos previstos no CTB, quando houver suspeita de adulteração ou falsificação e quando não for transferida sua propriedade no prazo de 30 dias, após sua alienação. O transbordo da carga excedente com peso excedente é condição necessária para prosseguir viagem. Será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa e quando não for possível fazê-lo, o veículo será recolhido ao depósito. 11 de 72

O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização poderá ser submetido a teste, exame, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, permita certificar influência de álcool ou substância psicoativa que determine dependência. Admite-se a prova testemunhal, imagem, vídeo, constatação ou qualquer outro meio de prova admitido em direito. Quando houver recusa em submeter-se a qualquer dos procedimentos previstos, aplica-se a infração do art. 165-A. Por fim, encerrando as medidas administrativas, há duas abordagens que não estão entre as previstas no art. 269, mas estão aqui. Veículo que se evadir da fiscalização relativa à pesagem obrigatória, além da aplicação do art. 209 das infrações, será obrigado a retornar ao ponto de evasão. Em caso de acidente com vítima, evolvendo veículo equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo (cronotacógrafo), somente o perito oficial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. Processo Administrativo O processo administrativo ocorrerá para julgar as autuações e penalidades. Vamos adiante. Ocorrendo infração prevista na legislação, deverá ser preenchido auto de infração, constando: tipificação da infração; local, data e hora do cometimento; caracteres da placa de identificação, marca e espécie e outros elementos julgados necessários à identificação; 12 de 72

prontuário do condutor, sempre que possível; identificação do órgão e da autoridade ou agente autuador ou equipamento; assinatura do infrator, sempre que possível. A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente, por meio de aparelho ou equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnológico disponível. Aqui o legislador quis dizer que o agente ou autoridade tem que ver a infração sendo cometida, ou o equipamento registrar o fato. Quando não for possível a autuação em flagrante (com abordagem do infrator), o agente relatará o fato observado à autoridade no auto de infração para aplicação das penalidades cabíveis. O agente da autoridade competente para lavrar o auto poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito, no âmbito de sua competência. A autoridade julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível. O auto será julgado insubsistente e arquivado: se considerado inconsistente ou irregular; se, no prazo máximo de 30 dias, não for expedida a notificação da autuação. Aplicada a penalidade, será expedida notificação por meio postal ou tecnológico que assegure a ciência do infrator/proprietário. A notificação devolvida por desatualização de endereço será considerada válida. A notificação a pessoal de missões diplomáticas, consulares e organismos internacionais será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências e cobrança, no caso de multa. O proprietário é responsável pelo pagamento das multas, portanto, quando essa penalidade for aplicada a condutor, ainda assim, a notificação será encaminhada ao dono do veículo. 13 de 72

A notificação conterá data do fim do prazo para recurso, não inferior a 30 dias. No caso de penalidade multa, a data será a mesma para o pagamento do valor. O proprietário ou condutor poderá optar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão oferecer tal oportunidade. O que optar por esse meio, deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito (Detran) e será considerado notificado 30 dias após a inclusão da notificação no sistema. Este sistema terá certificação digital. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento em 80% do seu valor (20% de desconto). Se o infrator optar pelo SNE, se disponível, e decidir não apresentar defesa prévia, ou recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá efetuar o pagamento de 60% do valor até o vencimento da multa (40% de desconto). O pagamento da multa não implica renúncia ao questionamento administrativo, respeitada a opção pelo desconto do SNE. A multa não paga até o vencimento será acrescida de juros de mora equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais acumulada mensalmente (do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao pagamento), e de 1% relativamente ao mês em que o pagamento for efetuado. Não incidirá cobrança moratória nem qualquer restrição, inclusive para licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a instância administrativa de julgamento. Os recursos interpostos perante a autoridade serão encaminhados à Jari, que deve julgá-los em até 30 dias. A autoridade deve remetê-los dentro de 10 dias úteis e, se o entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento à Junta. 14 de 72

O recurso não terá efeito suspensivo. A autoridade poderá, contudo, conceder o efeito suspensivo ao recurso que não seja julgado dentro do prazo, de ofício ou por solicitação do recorrente. O recurso poderá ser interposto, no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor. No caso de não provimento do recurso, aplica-se a regra acerca da mora que mencionei anteriormente. Agora, se o infrator pagar a multa, apresentar recurso e a penalidade for julgada improcedente, a importância paga deverá ser devolvida atualizada por índice legal de correção. Se a infração for cometida em local diferente do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão de trânsito de domicílio, a autoridade que receber o recurso deverá remetê-lo à que impôs a penalidade, acompanhado das cópias dos prontuários que forem necessários. Das decisões da Jari cabe recurso no prazo de 30 dias da publicação ou notificação da decisão e este deverá ser julgado no prazo de iguais 30 dias. Pelo responsável pela infração no caso de não provimento e pela autoridade que impôs a penalidade no caso de provimento. O recurso será apreciado em caso de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito da União: em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação da habilitação ou penalidade por infração gravíssima, pelo Contran; nos demais casos por colegiado especial integrado pelo coordenador-geral da Jari, pelo presidente da junta que apreciou o recurso e mais um presidente de junta. Havendo apenas uma Jari no órgão, o colegiado será composto por seus próprios membros. O recurso será analisado tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, municipal ou do DF, pelos Cetran e Contrandife, respectivamente. 15 de 72

É encerrada a instância administrativa mediante o julgamento da segunda instância de recurso, a não interposição do recurso no prazo legal e o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requerimento de encerramento do processo, sem apresentação de defesa ou recurso. Esgotados os recursos, as penalidades serão cadastradas no Renach. Jovem, encerro aqui a parte do processo administrativo, que é um pouco morosa, mas já estamos quase encerrando nossa aula, falta pouco. Crimes de Trânsito Chegamos ao capítulo que considero o mais importante para a sua prova (isso não quer dizer que você deve ignorar o restante do conteúdo). Este é o capítulo XIX, que é dividido em duas seções. A primeira tem disposições gerais e a seguinte apresenta os crimes em espécie. Conforme o seu edital, tanto o âmbito processual penal quanto o penal estão aqui apresentados, sendo assim, tenha bastante atenção ao conteúdo. Vou seguir a ordem e tratar das disposições gerais primeiro, em seguida, dos crimes propriamente ditos. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Processo Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como a Lei n. 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), no que couber. Aplica-se, aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, os arts. 74, 76 e 88 da Lei n. 9.099/1995, com instauração de inquérito policial para investigação, exceto se o agente estiver: 16 de 72

sob influência de álcool ou substância psicoativa que determine dependência; participando, em via pública, de corrida, disputa, competição ou exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h. O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes do art. 59 do Código Penal, dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias do crime. Os artigos da Lei n. 9.099/1995 que são mencionados caem na sua prova, mas não vou entrar em detalhes aqui, saiba que existe uma chance de interdisciplinaridade, ou seja, que uma única questão aborde os dois temas. Brevemente, o art. 74 trata da composição dos danos civis pelo juiz. O art. 76 trata da proposição, pelo Ministério Público, da aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas. Já o art. 88 informa que ações penais relativas a lesões corporais leves e lesões culposas dependem de representação. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir pode ser imposta isolada ou cumulativamente. Terão duração de 2 meses a 5 anos. Essa suspensão é de caráter penal, diferente da suspensão administrativa, que ocorre em caso de multas. Quando se tratar de crime de trânsito, a aplicação será pelo juiz em decorrência de condenação, não há que se falar de autoridade de trânsito. O mesmo vale para a proibição, que impedirá o processo de habilitação. Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir (PPD) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A suspensão ou proibição em pauta não se iniciará enquanto o sentenciado estiver recolhido a estabelecimento prisional, em decorrência de condenação penal. 17 de 72

Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, ou representação da autoridade policial, o juiz poderá decretar, em decisão motivada, a suspensão ou proibição de se habilitar como medida cautelar. Da decisão de suspensão, medida cautelar ou do indeferimento de requerimento do Ministério Público, cabe recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. A suspensão ou proibição de habilitação será comunicada pela autoridade judiciária ao Contran e ao órgão de trânsito do Estado (Detran) do domicílio do indiciado/réu. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da PPD ou CNH, sem prejuízo das demais sanções (continuamos falando da suspensão penal, agora, obrigatória em caso de reincidência). A multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no 1º do art. 49 do Código Penal (no mínimo, 10; no máximo, 360 dias-multa), sempre que houver prejuízo material resultante do crime. A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo. Aplicando-se os arts. 50 a 52 do CP (principais fatos: prazo de 10 dias para ser pago, podendo ser em parcelas e suspensa se sobrevém doença mental ao condenado). Por fim, na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. São fatores que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito o condutor cometer a infração penal: com dano potencial para duas ou mais pessoas ou grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; utilizando veículos sem placas, com placas falsas ou adulteradas; sem possuir PPD ou CNH; com PPD ou CNH de categoria diferente da do veículo; quando a profissão exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros 18 de 72

ou de cargas; utilizando veículo com equipamentos ou características adulteradas que afetem sua segurança ou seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade especificados pelo fabricante; sobre a faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. No caso de acidente que resulte vítima, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança se o condutor prestar pronto e integral socorro àquela. Chegamos aos crimes em espécie, trabalharei nos mesmos moldes das infrações, item a item. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302). Pena: detenção de dois a quatro anos e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH. Aumento de 1/3 à metade se o agente: não possuir PPD ou CNH; praticá-lo em faixa de pedestres ou calçada; deixar de prestar socorro, quando possível sem risco pessoal, à vítima do acidente; no exercício de profissão ou atividade, conduzindo veículo de transporte de passageiros. Se o agente conduz veículo sob a influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, a pena é reclusão de 5 a 8 anos e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH. (Outro parágrafo que entrou em vigor dia 19/04 e que pode ser cobrado em prova). Não há homicídio doloso no CTB, o Código prevê que todo homicídio na direção do veículo será culposo. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303). Pena: detenção de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH. Aumento de 1/3 à metade: em qualquer das hipóteses do 1º do art. 302. 19 de 72

Se o agente conduz veículo sob a influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência e causar lesão corporal grave ou gravíssima, a pena é reclusão de 2 a 5 anos e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH (outro parágrafo que entrou em vigor dia 19/04 e que pode ser cobrado em prova). Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública (art. 304). Pena: detenção de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento mais grave. Incide nas penas previstas nesse artigo o condutor do veículo, ainda que sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Só é punível, nesse caso, o condutor que esteja envolvido em acidente, mas não tenha dado causa ao acidente, pois, do contrário, se aplicaria, em caso de lesão, o art. 303 ou, em caso de morte, o art. 302. No caso do parágrafo único (texto do item 33.2), o objetivo do legislador foi evitar a inércia justificada pelo condutor no caso de alguém iniciar o socorro à vítima ou se acreditar que a vítima já está morta ou não teve lesão. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída (art. 305). Pena: detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência (art. 306). Pena: detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH. As condutas serão constatadas por: 20 de 72

concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. A verificação poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito, observado o direito à contraprova. O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes para efeito de caracterização desse crime. Não vamos tratar de resoluções aqui, pois não são tema para a sua prova. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento no CTB (art. 307). Pena: detenção de 6 meses a 1 ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixar de entregar, no praz estabelecido no 1º do art. 293, a PPD ou CNH. O prazo previsto no art. 293 é aquele que mencionamos, 48 horas para entregar o documento à autoridade judiciária. Muito dificilmente será cobrado o que eu destacarei agora, mas é bom você saber. Essa tipificação não tem jurisprudência plena, sendo adotados dois entendimentos, o primeiro em que só se aplica esse crime à violação da suspensão penal, por condenação judicial ou medida cautelar, por outro lado, existe entendimento de que é aplicável a todos os tipos de suspensão, administrativa (por multas de trânsito) e penal. Como não há entendimento majoritário, fica bem difícil a banca cobrar esse assunto. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa 21 de 72

ou competição automobilística ou ainda exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo não autorizada, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada (art. 308). Pena: detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH. Se resultar lesão corporal de natureza grave e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será reclusão de 3 a 6 anos, sem prejuízo das outras penas previstas. Se resultar morte e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena é de reclusão de 5 a 10 anos, sem prejuízo das outras penas previstas. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida PPD ou CNH ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano (art.309). Pena: detenção de seis meses a um ano, ou multa. Lembre-se de que é pré-requisito que haja perigo de dano concreto, como direção perigosa, ameaçando veículos ou pedestres, pela contramão etc. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com a habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança (art. 310). Pena: detenção de seis meses a um ano, ou multa. Apesar de estreita correlação com as infrações administrativas relativas a entregar, confiar e permitir (arts. 163, 164 e 166) que estudamos na última aula, aqui nem todas as mesmas condutas estão abarcadas. Ficam de fora os casos em que há categoria diferente da do veículo, habilitação vencida há mais de 30 dias e sem usar lentes corretoras, ou adaptação necessária à condução de veículo. Diferentemente da tipificação anterior, aqui não é necessário gerar perigo de 22 de 72

dano concreto! Assim foi a decisão sumulada do STJ, n. 575, ou seja, independe da ocorrência de lesão ou dano material. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano (art. 311). Pena: detenção de seis meses a um ano, ou multa. Veja que não há necessidade de medição da velocidade, basta que esta seja incompatível, comprometendo a segurança. Também é necessário o perigo de dano presente. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, perito ou juiz (art. 312). Pena: detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. No Código Penal, existe a fraude processual; aqui no CTB, está tipificada a fraude processual no âmbito do trânsito. A conduta dever ter o dolo (conduta intencional) de enganar algum dos agentes mencionados e está tipificada mesmo antes da chegada de qualquer autoridade policial no local de acidente. Encerramos os crimes em espécie, são nove tipos penais no CTB. Agora, encerraremos o capítulo em questão tratando das penas restritivas de direitos. Para os crimes relacionados no CTB, quando o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes: trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais públicos que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; 23 de 72

trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito; outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. O objetivo do legislador foi colocar o infrator penal mais próximo da realidade das pessoas que se envolvem em acidentes com vítimas, com o objetivo de ajudar a produzir a conscientização. Disposições Finais Chegamos ao último capítulo do CTB, são um pouco mais de 25 artigos. O capítulo completo envolve também as disposições transitórias, mas não vou abordá-las, pois do ano de vigência do CTB, 1997, até hoje, todas as disposições transitórias já produziram seus efeitos e não têm mais efetividade. Apresentarei apenas as disposições finais conforme forem surgindo. Acredito que, ainda assim, você deve ler, inclusive, as transitórias pelo menos uma vez para ter ciência do que foi tratado. Os valores de multas presentes no CTB poderão ser corrigidos monetariamente pelo Contran, respeitado o limite de variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior. Essa foi uma norma inserida em 2016, com a atualização dos valores das multas que vimos antes, deixando de ser feita a cobrança em UFIRs e aplicando-se valores em unidade de moeda circulante. Os valores atualizados serão divulgados sempre com, no mínimo, 90 dias de antecedência de sua aplicação. A receita arrecadada com a cobrança de multas será aplicada, exclusiva- 24 de 72

mente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. O percentual de 5% do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito (Funset). O Denatran é responsável pela administração desse fundo. O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores, dados sobre a receita arrecadada com multas e sua destinação. Os órgãos do SNT poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da receita arrecadada com multas. Os documentos relativos à habilitação, registro e licenciamento de veículos e autos de infração deverão ser armazenados por, no mínimo, cinco anos pelos órgãos. Admite-se arquivamento e armazenamento digital, desde que garantida sua autenticidade e fidedignidade, confiabilidade e segurança das informações, sendo dispensada, neste caso, a sua guarda física. Os documentos em versão digital deverão ter certificação digital com validade jurídica ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas). A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente no período entre 18 e 25 de setembro. O art. 326-A do CTB entrou em vigor cerca de 10 dias antes da publicação do seu edital. Nele, está previsto que a atuação dos integrantes do SNT em relação à segurança no trânsito deverá voltar-se ao cumprimento de metas anuais de redução de índice de mortos por grupo de veículos e de habitantes, apurados por Estado. Os dados e ações serão detalhados por vias federais, estaduais e municipais. Ao final do prazo de 10 anos, ou seja, em 2028, o objetivo é reduzir pela metade 25 de 72

o índice de mortos por veículo e por habitante, com base nos dados do ano de 2018. As decisões que definirem as metas anuais estabelecerão margens de tolerância. As metas serão fixadas pelo Contran para cada unidade da federação mediante propostas dos Cetran, Contrandife e DPRF. Serão submetidas após ouvida a sociedade mediante consulta ou audiência pública sobre as metas. As propostas serão encaminhadas ao Contran até o dia 1º de agosto acompanhadas de relatório analítico. As metas fixadas serão divulgadas em setembro durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o desempenho de cada UF. Também serão divulgadas classificações ordenadas das Unidades da Federação e suas evoluções e relatório sobre o cumprimento do objetivo. O Contran definirá as fórmulas para apuração dos índices e metodologia de coleta e tratamento de dados, ouvidos os órgãos do SNT. Os dados coletados serão tratados e consolidados por órgão executivo de trânsito e repassado ao órgão máximo executivo de trânsito da União (Denatran). Os índices serão calculados pelo Denatran para cada UF. Índices parciais poderão ser usados para recomendar aos integrantes do SNT alterações nas ações, projetos e programas em desenvolvimento. Seguindo, o veículo removido a qualquer título e não reclamado pelo proprietário, dentro de 60 dias, será avaliado e levado a leilão, preferencialmente eletrônico. O veículo poderá ser classificado em conservado, quando apresentar condições de segurança para trafegar ou sucata, quando não. Quando não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, no leilão seguinte, o veículo será arrematado pelo maior lance, desde que por valor não inferior a 50% da avaliação. O veículo que for levado a leilão duas vezes e não for arrematado, será leiloado como sucata. É vedado o retorno à circulação de veículo leiloado como sucata. 26 de 72

Os valores arrecadados em leilão serão utilizados para custeio do leilão, dividindo-se o custo entre os veículos arrematados de maneira proporcional, em seguida, nesta ordem, para as despesas com remoção e estada, os tributos vinculados ao veículo, os credores trabalhistas, tributários e de crédito, as multas devidas ao órgão responsável pelo leilão, as demais multas conforme a cronologia e os demais créditos conforme a preferência legal. Valores não quitados de débitos serão informados aos credores. Já se, quitados os débitos, ainda houver saldo remanescente, o valor será depositado em conta do órgão responsável pelo leilão e ficará à disposição do proprietário, que deverá ser notificado em, no máximo, 30 dias. O valor deverá ser reclamado no prazo de cinco anos, do contrário será transferido em definitivo para o fundo da arrecadação de multas. Após o leilão, os débitos restantes ficam desvinculados do veículo. Se o dono anterior reaver o veículo de qualquer forma, os débitos voltam a ser vinculados. Se houver restrição policial ou judicial sobre o veículo, a autoridade será notificada para a retirada do bem do depósito, mediante quitação das despesas de remoção e estada ou autorização do leilão. Se não houver manifestação da autoridade dentro de 60 dias, o órgão de trânsito pode promover o leilão. Os veículos, sucatas, materiais inservíveis que estiverem no depósito há mais de um ano poderão ser destinados à reciclagem, independentemente de restrições. Os veículos irrecuperáveis queimados, adulterados, estrangeiros e os sem possibilidade de regularização, respeitado o prazo mínimo de 60 dias, também serão destinados à reciclagem quando a autoridade julgar essa medida apropriada. A venda será realizada por lote de tonelagem, condicionando-se a entrega do material à completa descaracterização do bem e a destinação à reciclagem siderúrgica, vedado aproveitamento de peças. 27 de 72

Os condutores profissionais de veículos de transporte individual ou coletivo de passageiros de linhas regulares e de escolares deverão, para exercer a atividade, apresentar certidão negativa criminal relativa a homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada cinco anos. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recuperação de veículos e que comprem, vendam ou desmontem veículos são obrigados a possuir livro de registro de seu movimento de entrada e saída e de uso de placas de experiência (fundo verde, letra branca), conforme os modelos aprovados pelos órgãos de trânsito. Os livros poderão ser substituídos por sistema eletrônico, na forma regulada pelo Contran. Os livros terão suas páginas numeradas e todas as folhas autenticadas pelo órgão de trânsito, contendo data de entrada do veículo, nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor e do comprador, data da saída ou baixa, no caso de desmontagem, características do veículo que constem no seu certificado de registro e número da placa de experiência. A entrada e saída do veículo terão data e hora registrados. As autoridades de trânsito e policiais terão acesso ao livro sempre que solicitarem, não podendo retirá-los do estabelecimento e a falta de escrituração dos livros, atraso, fraude e a recusa em exibi-los serão punidas com a multa prevista para as infrações gravíssimas, independente de demais sanções legais. Os componentes do SNT proporcionarão aos membros do Contran, Cetran e Contrandife, em serviço, facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo informações, permitindo a inspeção de serviços e atendendo às requisições. Os Cetrans terão suporte técnico e financeiro dos Estados e Municípios que os compõem e, o Contrandife, do Distrito Federal. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes, ao comerciarem 28 de 72

veículos automotores de qualquer categoria são obrigados a fornecer manual contendo as normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros socorros e Anexos do CTB. Chegamos ao fim das nossas aulas de Código de Trânsito! Esta última aula é um pouco mais burocrática e tem uma chance bem menor de ser cobrada na sua prova, mas, ainda assim, existe essa possibilidade, portanto, não devemos ignorá-la. A seguir, veremos um resumo voltado para o que normalmente cai em prova, bem como os exercícios. Não fique triste, porque não acabou, encontro você na nossa aula sobre direção defensiva e ofensiva. 29 de 72

RESUMO PENALIDADES TIPO APLICAÇÃO Advertência Infração média ou leve + não reincidente + análise de prontuário + a critério da autoridade. Multa Infração gravíssima: 7 pontos e R$ 293,47. Infração grave: 5 pontos e R$ 195, 47. Infração média: 4 pontos e R$ 130,16. Infração leve: 3 pontos e R$ 88,38. Suspensão Atingindo 20 pontos: 6 meses a 1 ano. Reincidência, 8 meses a 2 anos. Por multa que a cause: 2 a 8 meses. Reincidência, 8 a 18 meses. Ou prazo definido. Cassação Frequência em curso Infrator conduzir veículo com habilitação suspensa. Reincidência nos arts. 162, III; 163; 164; 165; 173; 174 e 175. Condenação judicial. Infrator contumaz. Suspensão do direito de dirigir. Causador de acidente grave. Condenação judicial. Condutor que coloca a segurança em risco. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS TIPO Retenção Remoção Recolhimento CNH Recolhimento CRV APLICAÇÃO Casos previstos no CTB quando a irregularidade puder ser sanada. Casos previstos no CTB. Casos de retenção em que a irregularidade não puder ser sanada e comprometerem a segurança. Casos previstos no CTB. Suspeita de fraude ou adulteração. Casos previstos no CTB. Suspeita de fraude ou adulteração. Não transferida a propriedade no prazo de 30 dias. 30 de 72

Recolhimento CRLV Transbordo Teste de alcoolemia e substâncias Recolhimento de animais Exames de aptidão Casos previstos no CTB. Casos de retenção em que a irregularidade não puder ser sanada e houver segurança e condutor habilitado. Suspeita de fraude ou adulteração. Licenciamento vencido. Carga excedente. Condutor que seja alvo de fiscalização. Animais soltos nas vias e faixa de domínio. Processo de habilitação e relacionados. Principal condutor, indicado pelo proprietário do veículo, será excluído do cadastro Renavam: quando houver transferência de propriedade; mediante requerimento próprio ou do proprietário; a partir da indicação de outro principal condutor. Pagamento de multa: Até o vencimento: 80% do valor; Pelo SNE + até o vencimento + abrindo mão de recursos: 60% do valor. Segunda instância de recurso: Penalidade da União com suspensão por mais de seis meses, cassação ou infração gravíssima: Contran; Demais penalidades da União: Colegiado da Jari; Penalidades estaduais, municipais e distritais: Cetran e Contrandife. 31 de 72

CRIMES TIPOS PENAS OBSERVAÇÕES Art. 302 Homicídio culposo. Art. 303 Lesão corporal culposa. Art. 304 Deixar de prestar socorro à vítima. Art. 305 Afastar-se do local do acidente para fugir à responsabilidade penal ou civil. Art. 306 Conduzir veículo com capacidade psicomotora alterada. Art. 307 Violar a suspensão ou proibição de habilitação. Detenção de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de habilitação. Detenção de 6 meses a 2 anos, e suspensão ou proibição de habilitação. Detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa, se não constituir elemento mais grave. Detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. Detenção de 6 meses a 3 anos, e multa, e suspensão ou proibição de habilitação. Detenção de 6 meses a 1 ano, e multa, e nova suspensão ou proibição de habilitação por igual período. Aumento de 1/3 se: não possuir PPD ou CNH. Em faixa de pedestres ou calçada. Deixar de prestar socorro, quando possível. Exercício da profissão de transporte de passageiros. Se sob efeito de álcool ou substância psicoativa: reclusão de 5 a 8 anos, e suspensão ou proibição de habilitação. Aumento de 1/3 nos mesmos casos do art. 302. Se sob efeito de álcool ou substância psicoativa e causar lesão grave ou gravíssima: reclusão de 2 a 5 anos, e suspensão ou proibição de habilitação. Nas mesmas penas incorre quem: deixa de entregar PPD ou CNH no prazo de 48 horas (art. 293, 1º) à autoridade. 32 de 72

Art. 308 Participar de corrida, de disputa ou de competição ou de exibição ou de demonstração de perícia em manobra em via pública e não autorizado. Art. 309 Dirigir veículo sem PPD ou CNH ou cassada a habilitação, gerando perigo de dano. Art. 310 Permitir, confiar ou entregar direção a pessoa não habilitada, com suspensão, cassada ou sem condições físicas ou mentais ou por embriaguez. Art. 311 Trafegar em velocidade incompatível coma segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de passageiros, logradouros estreitos, ou locais com muitas pessoas, gerando perigo. Art. 312 Inovar artificiosamente em caso de acidente com vítima a fim de induzir a erro agente policial, perito ou juiz. Detenção de 6 meses a 3 anos, e multa, e suspensão ou proibição de habilitação. Detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. Detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. Detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa. Detenção de 6 meses a 1 ano. Se resultar lesão corporal grave, sem dolo: reclusão de 3 a 6 anos. Se resultar morte, sem dolo: reclusão de 5 a 10 anos. Não é necessário perigo concreto de dano. Aplica-se mesmo antes de se iniciar qualquer procedimento. Fique atento(a) às atualizações da Lei n. 13.546/2017 (destaques na tabela). Suspensão penal ou proibição de habilitar-se: duração de 2 meses a 5 anos. Penas alternativas: trabalho, aos finais de semana, em equipe de resgate a vítimas de trânsito; trabalho em unidade de pronto-socorro pública que recebe vítimas de trânsito e politraumatizados; 33 de 72

trabalho em clínica de recuperação de vítimas de trânsito; outras atividades de resgate, atendimento e recuperação de vítimas de trânsito. Jovem, encerro, aqui, o resumo, tentei focar no que mais cai de todo o conteúdo que estudamos. Agora, vamos fazer aquela tradicional bateria de exercícios! 34 de 72

QUESTÕES DE CONCURSO 1. (VUNESP/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA/2015) Sobre o Código de Trânsito Brasileiro, está correto afirmar que a) a punição da conduta de participação em racha (artigo 308), está condicionada à ocorrência de acidente. b) o agente que deixa de prestar socorro à vítima em acidente de trânsito fica isento de pena, quando essa omissão for suprida por terceiros. c) a conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida, administrativamente, com nova suspensão. d) o crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas. e) a conduta de entregar a direção de veículo automotor à pessoa não habilitada é punida, administrativamente, com suspensão do direito de dirigir pelo prazo previsto em lei. 2. (VUNESP/PC-CE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2015) Assinale a alternativa correta no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB). a) A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou não perigo de dano. b) A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante (art. 306) é por meio da constatação de concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar. c) Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é crime (art. 308) participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente ( racha ). 35 de 72

d) O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303), além da pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. e) É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano. 3. (VUNESP/PC-SP/DESENHISTA/2014) Dispõe o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 306: Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. Caracteriza o crime mencionado a constatação de concentração igual ou superior a a) 7 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,04 miligramas de álcool por litro de ar alveolar. b) 4 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,1 miligrama de álcool por litro de ar alveolar. c) 5 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,2 miligramas de álcool por litro de ar alveolar. d) 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligramas de álcool por litro de ar alveolar. e) 8 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,05 miligramas de álcool por litro de ar alveolar. 4. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2014) Ao disciplinar os crimes em espécie, o Código de Trânsito Brasileiro determina como penas ao condutor do veículo que afastar-se do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, 36 de 72