Campos do Lis Criação e Selecção do Cão de Castro Laboreiro

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Transcrição:

NEWSLETTER Nº 3 / Julho 2010 Esta newsletter destina-se a ser um espaço de informação e divulgação dos Cães de Castro Laboreiro, detentores do afixo de criador "", bem como um espaço de informação e intervenção técnica relativo a esta raça canina portuguesa. Todos ao artigos publicados são da inteira e exclusiva responsabilidade dos seus autores. Cão de Castro Laboreiro, um Mastim ligeiro O Cão de Castro Laboreiro, de acordo com estalão nº 170 da Federação Cinológica Internacional (FCI) está incluído na seguinte classificação: Grupo 2 - Pinscher e schnauzer, raças molossóides, cães suíços de montanha e boieiros e outras raças. Secção 2.2 - Raças molossóides de tipo montanha. Segundo diversa bibliografia técnica consultada, considera-se: Molossóides - cães com potente ossatura, massa muscular destacada, cabeça grande, crânio redondo ou cúbico, chanfro em geral curto, lábios espessos e longos com comissuras bem aparentes, stop considerável, peito largo e profundo e em geral de porte médio/grande. Ex: dogue alemão, mastim napolitano, são bernardo, rottweiller, etc Lupóides cães com cabeça lembrando o lobo, cabeça de forma piramidal horizontal, chanfro alongado e estreito, lábios delgados e bem aderentes, comissuras pouco aparentes, orelhas geralmente erectas, stop pouco acentuado, corpo bem proporcionado e ágil, olhos pequenos e oblíquos, caudas geralmente em tufo. Ex: pastor alemão, collie, dobermann, pinscher, etc. De acordo com o estalão do Clube Português de Canicultura (2008), o Cão de Castro Laboreiro é um cão lupóide, tipo amastinado, tendendo para o rectilínio, sub-longilíneo com uma relação comprimento do corpo/altura ao garrote de 7:6; cabeça regular de tamanho, aproximando-se do tipo rectilíneo, eixos crânio-faciais ligeiramente divergentes, relação comprimento do crânio/comprimento do chanfro de 1,2:1, crânio moderadamente largo, stop pouco acentuado, a maior distância do vértice do crânio do que da ponta do focinho, chanfro comprido; direito em toda a sua extensão; forte; adelgaçando gradualmente para a ponta do focinho, mas sem ser estreito nem pontiagudo, lábios bem fendidos, regulares e de comissuras pouco aparentes; nada carnudos; não pendentes; mucosa bucal (céu da boca e bordos labiais) fortemente pigmentada de preto. 1

No estalão nº 170, relativo ao Cão de Castro Laboreiro, recentemente homologado pela FCI, em 30.03.2009, menciona, no essencial, as características referidas no estalão do CPC, com uma nuance importante na sua classificação, mencionando explicitamente tratar-se de um mastim ligeiro, não havendo nenhuma referência à classificação de lupóide, tipo amastinado. Vejamos fotos de Cão de Castro Laboreiro e de lobos: Wil Luiijf Fast Forward Foundation Wil Luiijf Fast Forward Foundation 2

Lis CH PT A classificação do cão de castro laboreiro pela FCI como um mastim ligeiro, não obstante algumas das suas características lupóides, é uma questão muito relevante, pois desmistifica e contraria alguns agentes da canicultura nacional, que de uma forma persistente ao longo dos tempos, têm procurado expurgá-lo de todas as suas características de mastim, no intuito de formatar a raça como apenas lupóide, o que seria contraditório não só com o próprio conceito de cão lupóide, como com a própria realidade da raça do Cão de Castro Laboreiro. Todavia, não deixam de ser visíveis as diferenças morfológicas entre exemplares do CCL criados e seleccionados no solar da raça e aqueles a quem a selecção praticada visou eliminar as suas características de mastim. A realidade da raça do Cão de Castro Laboreiro é a coexistência de exemplares resultantes destes dois tipos de selecção. Na minha modesta opinião, não comungo das visões simplistas e maniqueístas de uns e de outros que consideram os exemplares diferentes dos seus como rafeiros ou fora da raça. Para mim, são todos Cães de Castro Laboreiro. 3

CÃES DE CASTRO LABOREIRO Pessoalmente, julgo determinante o reforço do diálogo e um debate franco entre todos, de modo a haver maior aproximação de posições entre todos os criadores e responsáveis associativos, para que de forma serena e atempada se vá preparando, desde já, uma revisão consensual e participada do estalão do cão de castro Laboreiro, mais consentânea com a realidade da raça. Rui Alberto da Costa Viveiros 4

Consanguinidade nos Cães de Castro Laboreiro Na raça do Cão de Castro Laboreiro, para além do nº reduzido de exemplares existentes a nível nacional e mundial, verifica-se simultaneamente uma elevada consanguinidade, resultante da existência de um escasso nº de cadelas reprodutoras e de muito poucos machos utilizados nos cruzamentos, dando origem a uma elevada percentagem de irmãos e meio-irmãos que se cruzam depois entre si, potenciando dessa forma uma maior uniformidade de características, mas também o aparecimento de muitos factores recessivos, designadamente doenças e taras, que poderão comprometer drasticamente, a médio e longo prazo, o vigor e variabilidade genética da raça. Esta situação agrava-se ainda mais com a quase extinção da reserva genética que constituíam os exemplares existentes no solar de Castro Laboreiro, hoje em nº reduzido. Esta quase extinção é resultado da desertificação humana lenta mas inexorável que aí ocorre. Nalgumas raças caninas estrangeiros onde o número de exemplares é grande, as opções de cruzamentos são amplas, podendo-se adquirir reprodutores em muitas regiões do planeta. No Cão de Castro Laboreiro temos que saber aproveitar e utilizar criteriosamente a prata da casa, recorrendo a todos os exemplares de bom fenótipo e de ascendência conhecida, promovendo o seu registo no Clube Português de Canicultura, quando tal ainda não exista. As exposições caninas podem, por vezes, agravar a alta consanguinidade existente na raça do Cão de Castro Laboreiro, quando cães premiados são objecto de utilização sistemática e exagerada nos cruzamentos. Importa ainda não esquecer que um cão tem um tempo de vida reprodutiva relativamente curto (seis/sete anos). 5

Todos os anos morrem fêmeas e machos de CCL que pouco ou nenhuma descendência produziram, perdendo-se dessa forma, quantas vezes, um património genético irrecuperável. Por isso, no meu entender, é crucial não deixar acabar algumas linhas tradicionais do Cão de Castro Laboreiro, mesmo que possam apresentar um ou outro pequeno defeito, corrigível através de cruzamentos bem orientados. É evidente que este trabalho árduo de preservação de uma raça canina em extinção entra em choque muitas vezes com a vertente comercial de alguns criadores que só querem vender e valorizar economicamente os chamados campeões de beleza (?), quantas vezes sem temperamento e funcionalidade típicos. Pessoalmente como criador, procuro conciliar, na medida do possível, o factor beleza e consequentemente o estalão da raça, com a valorização do carácter, funcionalidade, rusticidade e vigor do Cão de Castro Laboreiro. Faço um esforço permanente em tentar descobrir e localizar exemplares de algumas linhas genéticas tradicionais em risco elevado de extinção. È minha convicção que o futuro da raça passa por aí, e não pelo produção sucessiva de exemplares de Cão de Castro Laboreiro que não passam de cópias genéticas umas das outras. Rui Alberto da Costa Viveiros Termos de uso: Os conteúdos e informação disponibilizados nesta Newsletter são propriedade de Rui Viveiros. O seu download, reprodução ou reenvio, é estritamente proibido e a sua modificação não é permitida. Para remover o seu nome da nossa lista de correio, por favor comunique para: 6