POR QUE O NATAL É TÃO EVANGELIZAR AS FAMÍLIAS? IMPORTANTE PARA O Natal é a celebração do nascimento do Menino Deus, mas não apenas isso. Natal é a celebração das famílias. Com o nascimento de Jesus surgiu a família mais importante da história da humanidade para o cristianismo: a Sagrada Família. Deus quis que Jesus, quando veio a este mundo, tivesse uma família. Também Jesus assim o quis. Por isso, por anos viveu com a Santíssima Virgem e com São José enquanto crescia em graça e sabedoria (Lc 2,52). O fato de Jesus ter nascido e permanecido ao lado de sua mãe e do seu pai adotivo demonstra a importância, a nobreza e a santidade das famílias. Por isso a Igreja aponta na constituição dogmática Lumen Gentium, um dos mais importantes textos do Concílio Vaticano II, que é no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé (LG, 11). São José e a Virgem Maria foram mestres de Jesus, educando-o no amor, como exemplos de doação de suas vidas para o cumprimento dos desígnios de Deus.
Assim, também, devem ser todas as famílias. No entanto, muitas seguem suas vidas como se Deus não existisse. É urgente, portanto, e necessário evangelizar as famílias e o Natal vem a ser uma indispensável oportunidade para isso. Se nesta data a Igreja celebra também a santidade das famílias, por que não resgatar as que estão desgarradas, afastadas de Deus e buscar fortalecer aquelas que já estão presentes nas comunidades? Mas de que maneira? O processo de evangelizar as famílias pode começar pela exaltação de seu papel na Igreja como berço de vocações seja religiosa ou matrimonial. Deve-se indicar sua importância na formação e na educação moral e cristã dos filhos para que eles sejam, no futuro, cristãos conscientes, engajados em sua comunidade e para que também formem suas famílias à exemplo da Sagrada Família. São João Paulo II dizia que a família é o santuário da vida, e é assim que elas precisam ser tratadas e percebidas (cf. Carta às famílias, 11). O Natal é a oportunidade de pôr em evidência a importância de um matrimônio cujo caminhar conduza seus membros a Deus. As famílias precisam ser recordadas de que são construídas no amor manifesto no diálogo, na bondade, na ajuda mútua, na compreensão e no perdão. Uma família edificada em Deus tem mais forças para enfrentar os diversos males que tentam destruí-la e sairão fortalecidas e, ainda mais, unidas de cada batalha. Fontes: Bíblia Sagrada Constituição dogmática Lumen Gentium Carta do Papa João Paulo II às famílias GRATISSIMAM SANE 1994 Ano da Família
4 DICAS PRÁTICAS SOBRE COMO ENVOLVER COMUNIDADE NO ADVENTO E NA EVANGELIZAÇÃO A Com o Advento, tem início um novo ano litúrgico para a Igreja. Nessas quatro semanas que antecedem o Natal, nos preparamos para a vinda do Menino Deus e, mais do que nunca, a comunidade precisa estar a postos para evangelizar. Mas, o que pode ser feito para que a comunidade cresça na evangelização durante este período? Dica 1: Explique o significado da Coroa do Advento para as pessoas e convide-as a fazerem em suas casas Mais do que um mero enfeite de Natal, a Coroa do Advento possui um significado litúrgico, algo que todo paroquiano deve saber, que enriquece a fé do cristão. Por isso se faz importante uma explicação detalhada do seu sentido e ao que ela nos remete. A coroa também pode ser um objeto que auxilia na novena de natal. Que explicamos melhor como motivar a comunidade na dica 4. Dica 2: Incentive as famílias a montarem o presépio
juntas em casa O presépio auxilia os fiéis, principalmente as crianças, a recordarem que o Natal é a festa do nascimento de Jesus, nosso Salvador. É na Igreja que resgatamos os valores cristãos que constantemente são substituídos por campanhas comerciais apelativas que ferem o sagrado pelo conveniente. Montar o presépio em casa, mesmo que seja de papel, ou até confeccionar com produtos recicláveis une a família no verdadeiro sentido do advento: a espera. Além de estimular a montagem do presépio pelas famílias, a catequese pode ser um excelente canal para que as crianças tenham acesso a esta devoção natalina. Dica 3: Fomente o espírito de partilha e realize a coleta da Evangelização Todos os anos, desde 1999, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, durante o Advento, a Campanha da Evangelização. Essa campanha quer recordar que todo fiel em sua comunidade deve ser comprometido com a evangelização. Por isso, no 3º domingo do Advento, como gesto concreto, a Igreja faz a coleta para a campanha, visando arrecadar e garantir recursos para a evangelização e ações de solidariedade aos necessitados. Com qualquer quantia podemos alcançar muitas almas para Deus. Uma sugestão seria convidar algum membro de pastoral para dar um breve testemunho, após a missa dominical, sobre a importância da evangelização. Dica 4: Promova a novena de Natal dentro da Paróquia e nos lares Uma prática que tem sido um pouco esquecida, mas que tem grande valor, é a novena natalina. Promover uma novena de Natal é uma oportunidade para ajudar os fiéis a viver uma preparação adequada para o nascimento de Cristo em suas vidas, em seus lares. Uma novena de Natal une os cristãos em torno do real significado
do período do advento: a expectativa pelo nascimento de Jesus que vem viver e reinar conosco. Nossa sugestão seria a confecção, atuando em parceria com a Pastoral da Comunicação, de um panfleto com datas e horários da novena na paróquia e/ou nas casas das famílias. Este panfleto pode orientar, inclusive, sobre o significado dessa devoção e também, como mencionamos na Dica 1, na confecção e significado da coroa do Advento. PORQUÊ VOCÊ PRECISA INVESTIR MAIS TEMPO ORGANIZANDO A LITURGIA DA SUA PARÓQUIA Embora a principal função da Liturgia não seja evangelizar, se estamos diante de uma Celebração Eucarística vivida com zelo e reverência e, do ponto de vista litúrgico, organizada e harmônica, é muito claro que tudo isso vai favorecer a experiência do primeiro anúncio para aqueles que estão se aproximando da fé, da experiência pessoal com Deus. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da Liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar (Papa Francisco, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 24).
Por se tratar de um aspecto vital na vida da Igreja, a dimensão litúrgica merece empenho, investimento de tempo e trabalho para que possa ser este sinal da beleza de Cristo. Como um roteiro de lembranças sobre o que merece atenção na organização da Liturgia em uma comunidade, separamos, neste texto, alguns pontos para reflexão. Equipe de Liturgia em comunhão com as demais pastorais O ditado diz que uma andorinha não faz verão, não é mesmo? A vida litúrgica de uma paróquia é algo tão grandioso e, ao mesmo tempo, tão simples, que deve sempre caminhar em comunhão com as demais pastorais e setores. Muitas vezes, não há muita conversa e alinhamento de estratégias para o desenvolvimento das ações entre as pastorais. Exemplo: uma equipe de música que não se relaciona com a liturgia. Isso pode gerar um descompasso nas celebrações, pois a liturgia prepara uma coisa e o ministério de música pode preparar algo que não tenha relação com a proposta, e vice-versa. Isso pode acontecer com várias outras pastorais. Portanto, nossa sugestão é que a equipe de liturgia mantenha sempre os canais de diálogo abertos com as demais pastorais e, além disso, procure alinhar estratégias para que tudo seja vivido em unidade e comunhão.
O espaço sagrado e o acolhimento A vida corrida, rotina apertada, pressa e estresse não são privilégios de poucos. A geração atual tem ritmos de vida distintos, mas, no geral, boa parte das pessoas está imersa neste contexto. E quando conseguem visitar uma igreja, procuram ali um ambiente de paz, silencioso e acolhedor. Procuram uma experiência com consolo de Deus! O espaço sagrado, o zelo com os paramentos litúrgicos e o acolhimento podem colaborar com essa expectativa. Sobre isso, o Papa Francisco também nos ensina: A beleza de tudo o que é litúrgico não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado. De modo geral, é muito importante observar como anda o espaço de sua comunidade, independente dos recursos disponíveis para investimentos ou da classe social em que se enquadra. Um ambiente limpo, acessível, belo e organizado fazem toda diferença. Desde os menores detalhes à arquitetura, o espaço deve ser orientado a favorecer o encontro com Deus. A partir dessa avaliação, pergunte-se como você pode atuar para melhorar ou mesmo transformar este contexto em sua comunidade. As crianças e a liturgia Para os pais, o desafio de educar nos valores da fé, mostrar que a Igreja é um local de experiência com Deus e que ali há alguns protocolos a serem observados. E isso exige repetição, amor e compreensão. O desafio de ensinar sobre o silêncio sem tolher a espontaneidade que é própria dos pequenos. Para a comunidade, fica o exercício
da caridade e da generosidade, pois é preciso dar acesso às crianças aos símbolos da fé, à liturgia. Já a equipe de Liturgia precisa aprender a lidar com todas as expectativas a respeito disso e, com criatividade, transformar as celebrações litúrgicas em ocasiões onde todos podem viver sob essa graça. Nossa dica, principalmente para os pais, é iniciar a criança na catequese vivida no lar, na chamada Igreja Doméstica. Assim como se ensina a ler, sentar à mesa para comer, falar corretamente, é preciso ensinar a rezar também. E não há nada mais eficaz, do ponto de vista educativo, do que aprender com bons exemplos. Portanto, que os pais cultivem a vida espiritual no lar. Isso fará grande diferença no momento em que as crianças se virem no ambiente da Igreja. Para a Equipe de Liturgia, a recomendação é do Diretório para Missa Com Crianças, documento da Igreja preparado pela Sagrada Congregação para o Culto Divino (1973). [ ] deve-se precaver cuidadosamente para que as crianc as na o se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebrac o. Leve-se, pois, em considerac o a sua presenc a, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas munic o es apropriadas no comec o e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Não se pode esquecer que, neste processo de acolhimento das crianças, a Igreja conquista a confiança e o afeto também dos pais, porque vence qualquer tipo de hostilidade e indiferença para com a família, que é um bem tão precioso para Deus e para a humanidade. Estes são apenas 3 pontos para reflexão, mas, até mesmo neste processo de avaliação interna, é possível identificar vários outros. Faça a experiência de reunir as lideranças de sua comunidade para partilhar sobre as vivências, expectativas e propostas e, assim, fazer com que a vida litúrgica cumpra plenamente o seu papel.
AS PERGUNTAS FUNDAMENTAIS SOBRE QUE VOCÊ DEVERIA SABER RESPONDER LITURGIA Você não apenas ouve falar de Liturgia, mas vive e experimenta a Liturgia! Em geral, o conceito pode estar tão presente e latente em seu cotidiano que podem faltar palavras para, de fato, nomear o que ela representa. Em muitas paróquias, há equipes de serviço cuja principal missão é zelar e cuidar da vida litúrgica. Sacerdotes, leigos e religiosos passam anos a fio dedicando empenho e esforço no estudo da Liturgia, tamanha a riqueza de detalhes, significado e importância para a Igreja e a vida do povo de Deus. Mas você saberia responder o que vem a ser a Liturgia? Conhece a origem da palavra? Conhece a relação entre a Catequese e a Liturgia? Neste texto, você poderá conhecer algumas referências que respondem a questões fundamentais sobre a liturgia do rito católico, apostólico e romano. Confira:
1. O que vem a ser Liturgia? Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), a palavra liturgia significa obra pública, serviço por parte dele em favor do povo. Quer dizer que o povo de Deus participa de sua Obra. Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo-sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção. ( 1069, CIC). O Catecismo também ensina que, no Novo Testamento, a palavra é empregada para designar não somente a celebração do culto divino, mas também o anúncio do Evangelho e a caridade vivida em atos, como no caso das coletas feitas nas celebrações (Cf II Cor 9, 12). 2. Qual a importância da Bíblia na Liturgia? Segundo a Constituic o sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, aprovada durante o Concílio Vaticano II, em 1963, as Sagradas Escrituras são de máxima dela que sa importância na celebração litúrgica. E o tomados os textos que se le em e se explicam na homilia bem como os salmos que se cantam; foi dos seus textos e da sua inspirac o que brotaram as preces, as orac o e s e os hinos litu r gicos; e e dela que as ac o e s e os sinais recebem o seu signicado (Sacrosanctum Concilium, 24). 3. Como Cristo atua na celebração litúrgica? Na Liturgia, Deus serve os homens e os homens servem a Deus. Este serviço da Igreja é à imagem de Cristo, que atua como sumo-sacerdote e nos faz participar
de seu sacerdócio de maneira profética (quando realizando o culto) e real (quando servimos na caridade). Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência e nenhuma outra ação da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau (Sacrosanctum Concilium, 5). 4. Qual a relação entre a Catequese e a Liturgia? São João Paulo II, na Exortação Apostólica Catechesi tradendae, escreveu: A catequese está intrinsecamente ligada a toda a ação litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, que Jesus Cristo age em plenitude, em ordem à transformação dos homens (23). Trata-se de uma relação experiencial. A catequese litúrgica visa introduzir no mistério de Cristo (ela é mistagogia ), partindo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos sacramentos para os mistérios ( 1074 1075, CIC). 5. Existe um tipo de música que a Igreja recomenda para as celebrações litúrgicas? Sim. A Igreja reconhece o canto gregoriano como canto pro p rio da liturgia romana, mas ressalta que a polifonia, de modo algum sera o excluı d os na celebrac o dos ofı cios divinos, desde que estejam em harmonia com o espı rito da ac o litu rgica (SS, 116).
Ainda segundo a dimensão musical, a Igreja também menciona sobretudo nas ocasiões missionárias os povos com tradições musicais diferentes da cultura ocidental e que têm muita importância na vida religiosa e social das pessoas. De -se a esta mu sica a devida estima e o lugar conveniente, na o so na educac o do sentido religioso desses povos, mas tambe m na adaptac o do culto a sua ı ndole (SS, 119). 6. Você sabe o que são alfaias litúrgicas? Chamam-se alfaias os pequenos panos e objetos encapados com tecido que se usa junto aos vasos sagrados: corporal, pala, sanguíneo, manustérgio, véu do cálice e bolsa do corporal. Sobre a a apresentação das alfaias, na forma com que a arte sacra será aplicada a elas, a Sacrosanctum Concilium orienta que elas contribuam para o esplendor do culto com dignidade e beleza, aceitando as mudanc as na mate ria, na forma e na ornamentac o, que o progresso te cnico foi introduzindo no decorrer do tempo (SS, 122). 7. A liturgia prevê diferentes cores para cada tempo? Sim. Segundo a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), as diferentes cores das vestes sagradas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico (345). A cor verde é usada no Tempo Comum. O branco é usado nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da bem-aventurada Virgem Maria e de alguns santos. O vermelho é usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de
Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos apóstolos e evangelistas e nas celebrações dos santos mártires. O roxo, no Advento e Quaresma. Pode, também, ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis Defuntos. O rosa pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV na Quaresma). O preto pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis Defuntos. Para dias mais solenes, o Missal prevê a possibilidade de serem usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia. VOCAÇÃO SACERDOTAL : QUAL O SEU CAMINHO?
Neste episódio, Dom Jorge Carlos dá um belíssimo testemunho sobre a descoberta e o caminho rumo à vocação sacerdotal. Neste itinerário, foi essencial o apoio da família que fez com que ele se sentisse livre para buscar a vontade de Deus. Não tenhas medo! Porque os planos de Deus são maravilhosos não somente para você, mas para muitas pessoas através da sua vida! Assista o Video Dom Jorge Carlos Patrón Wong é Secretário da Congregação para o Clero (responsável pelos seminários).