Oriente Medio. Exotico,, sagrado e explosivo



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Transcrição:

Oriente Medio Exotico,, sagrado e explosivo

Aonde fica o Oriente Medio?

Aonde fica o Oriente Medio?

Características físicas da Região A grande aridez da região, visto a alta pressão no paralelo 30º Norte, possibilita que boa parte da população tenha dificuldades quanto a oferta de água e para fixar suas atividades produtivas. Em contrapartida é a região que possui as maiores reservas de petróleo do mundo (aprox. 80% das reservas em exploração). O relevo da região é extremamente acidentado e muito susceptível a eventos sísmicos e tectônicos. Alta variação de temperatura na região em função da baixa umidade relativa do ar. Nas áreas banhadas pelo mediterrâneo o clima leva a mesma denominação (Verão quente e seco e inverno frio e úmido). O tectonismo, em função do contato entre as placas da Eurásia, África e Índia com a placa da Arábia, possibilitou a formação de dobramentos modernos em algumas partes do Oriente Médio, como no Afeganistão (Hindu-kush), Irã e Arábia Saudita Os impacto do tectonismo sobre a população são avassaladores, gerando grande número de mortos, feridos e desabrigados. Estes impactos sobre a população são decorrentes da inexistência de infra-estrutura adequada para tais condições, treinamento e informação à população.

AS PLACAS TECTÔNICAS E A POSIÇÃO DO ORIENTE MÉDIO M

AS RESERVAS PETROLÍFERAS As reservas petrolíferas do Oriente Médio são oriundas da regressão marinha que possibilitou que grande parte das reservas estivessem alocadas em terra firme. Grande parte da região era mar, em especial uma área de grande deposição de material orgânico de origem de mangue (fitoplâncton, zooplâncton e crustáceos). Atualmente notamos uma corrida sobre o mar Cáspio, onde estão localizadas as maiores reservas da região ainda não exploradas.

DERIVA CONTINENTAL E A FORMAÇÃO O DA REGIÃO

Características Culturais e Econômicas O elemento cultural é a principal característica da região, visto que esta foi berço das três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo). O islamismo é a mais recente das três religiões, surgindo entre 610 e 620 d.c. quando a família e amigos de Maomé se converteram ao Islã. Atualmente notamos que estas vertentes culturais encontram-se em rota de colisão na região (judeus e islâmicos na Palestina) e em escala mundial (grupos islâmicos radicais X Estados ocidentais dominantes). A pobreza de grande parte da população contrasta com a riqueza dos xeique e príncipes do petróleo. A rigidez imposta pelos valores religiosos torna a região um território extremamente passional e de fortes dogmas. Em vários países da região notamos o machismo, a não existência de liberdade religiosa, a subjugação das mulheres e as leis religiosas sobrepondo as leis civis. As disputas internas dentro do próprio islamismo, em especial entre Sunitas e Xiitas. O valor sagrado de determinados territórios como Meca, Medina para os islamitas e Jerusalém como ponto de convergência para as três religiões: Judaísmo - o Muro das Lamentações (os Restos do Antigo Templo) Cristianismo a Igreja da Natividade e o Calvário de Jesus. Islamismo A Mesquita de Al Qsad (O domo da Rocha)

A ORIGEM DO HOMEM E O ORIENTE MÉDIO M As três grandes religiões monoteístas não possuem somente em comum a localização geográfica como berço. Suas bases iniciais são as mesmas. Para judeus ( a Torá ou Pentateuco) e cristãos (Parte do Antigo Testamento) o Gênesis mostra a origem do mundo e do homem da mesma forma. Para os islâmicos, o Alcorão mostra passagens muito semelhantes as descritas na cultura judáico-cristã, com: E, com efeito, criamos o céu c u e a terra e o que háh entre ambos, em seis dias, e não fomos atingidos pelo cansaço.. (Sura 50, 38) Em outra passagem, sobre a criação do homem, temos: Criamos o homem de essência de barro. Em seguida, Nós N s o pusemos, como gota seminal, em lugar seguro. Então, convertemos a gota seminal em coágulo, transformamos o coágulo em massa e convertemos a massa em ossos. Depois revestimos os ossos de carne. Então, transformamos a matéria em um ser. Bendito seja Deus, Criador por excelência.. (Sura 23, 12-14) 14) Quanto a Adão e Eva e o pecado original as três religiões praticamente dizem as mesmas coisas, em especial sobre a concessão do paraíso a estes por Deus e a expulsão dos dois. Contudo, no Alcorão a culpa pelo pecado de Adão e Eva não são repassados como herança aos seus descendentes. Logo não existe a concepção de PECADO ORIGINAL NO ISLAMISMO. Segundo o Alcorão: Quem se encaminha o faz em benefício próprio; prio; e quem se desvia o faz em seu prejuízo, e nenhum pecador carregará a culpa alheia. Jamais castigamos um povo sem antes ter-lhe enviado um mensageiro.. (Sura 17, 15)

A ORIGEM DO HOMEM E O ORIENTE MÉDIO M Contudo, o encontro das três tradições está em Abraão. É a partir deste que Deus renova a sua aliança com a humanidade em geral. Dos filhos de Abraão temos Isaac (para judeus e cristãos) e Ismael (para os muçulmanos), logo este é o patriarca das três grandes religiões monoteístas. Isaac é filho de Abraão com sua mulher Sara. Ismael é filho de Abraão com sua serva Agar. Este filho foi fruto do medo de Sara não conseguir dar um filho a Abraão. Esta concedeu que Abraão se deitasse com Agar e deste a este um filho. Porém, quando o menino tinha doze anos, Sara passou a ter muitos ciúmes de Ismael e Agar e forçou que este expulsasse os dois. Para acalmar a angustia de Abraão, Deus o consola: Não lastimes por causa de teu filho e de sua serva: tudo que Sara a te pedir, concede-o, o, porque é por Isaac que uma descendência perpetuará o teu nome, mas do filho da serva Eu farei também m uma grande nação, pois ele é da tua raça.. (Gênesis 21, 12-13) 13)

A EXPANSÃO O DA CULTURA ISLÂMICA A expansão do islamismo foi muito rápida se comparada as demais religiões (aproximadamente 130 anos após sua origem). Em grande parte foi acoplada a expansão dos Turcos Otomanos pelo Oriente Médio, Norte da África e Península Ibérica. Posteriormente, seu caráter libertador e direto possibilitou o aumento de sua influência, em especial na África, Cáucaso e Sudeste Asiático. As diversas interpretações possibilitaram a formação de diversas facções de seguidores dos versos sagrados entoados por Maomé (Mohammed) e, consequentemente vertentes dentro do islamismo como os Sunitas, Xiitas e os Wahhabitas.

EXPANSÃO O DO ISLÃ

Atual Influência ncia do Islã

COMO SURGIU O RADICALISMO ISLÂMICO MICO? Muitos dos grupos radicais surgiram a partir da maior presença e influência do bloco capitalista (através da formação do Estado de Israel em 1949) e do bloco socialista (com a invasão soviética ao Afeganistão em 1979) durante o período da Guerra Fria. Os dois lados(capitalistas e socialistas) exerceram papeis de aliados e inimigos em determinadas frentes, assim como desestabilizaram um projeto Pan-Arábico levantado por Gamal Abdul Nasser, presidente do Egito. Muitos dos grupos radicais foram fomentados com o intuito de minimizar a presença do inimigo. Os soviéticos treinaram e armaram os egípcios, em especial durante os confrontos com os Judeus. Dentro das alas mais radicais encontramos a Irmandade Muçulmana. Os americanos, por sua vez, treinaram (CIA) e armaram os afegãos fixados no Paquistão. Estes guerreiros foram treinados não só militarmente, mais também espiritualmente nas Madrassas. Estes guerreiros afegãos (e posteriormente todo islâmico interessado na causa) foram batizados de Mujahidins (guerreiros de um jihad). Posteriormente integrantes da Irmandade e dos Mujahidins formaram o famoso grupos radical: AL QAEDA (A Base). OBS: O RADICALISMO ABSORVE UMA PARCELA MUITO PEQUENA DA POPULÇÃO ISLÂMICA. CARACTERIZAR UM MUÇULMANO ULMANO COMO RADICAL É UMA GRANDE IGNORÂNCIA.

CARACTERÍSTICAS DA IRMANDADE MUÇULMANA ULMANA Fundada no Egito no primeiro quarto do século XX por Hasan Al-Banna. Este era um professor respeitado da universidade do Cairo que acreditava que a concepção de nação-estado era antiislâmica. Para Al-Banna todos os muçulmanos deveriam formar uma única nação sob o comando de um novo califa. Para Al-Banna a miséria e demais males que afligiam (e ainda afligem) o povo islâmico eram conseqüências dos desvios que o Islã sofreu ao longo dos anos. Al-Banna escreveu um tratado Chamado Jihad onde semeia as bases modernas do radicalismo islâmico. Observe a passagem abaixo onde este define os cinco objetivos da irmandade: Deus é o nosso objetivo, o Mensageiro é o nosso exemplo, o Alcorão é a nossa constituição, o jihad é o nosso método m e o martírio rio é o nosso desejo.

CARACTERÍSTICAS DA IRMANDADE MUÇULMANA ULMANA O Slogan da Irmandade também é assustador: Preparem-se para o jihad e sejam amantes da morte. A Irmandade Muçulmana entre na clandestinidade em 1948 e Al-Banna é assassinado no ano seguinte, aos 43 anos. Este ato promoveu o crescimento das manifestações pelos simpatizantes da Irmandade. Em 1950 volta a Irmandade volta a legalidade apoiada por Gamal Abdul Nasser. A pressão da Irmandade sobre o governo de Nasser para fixar a Sharia (lei Islâmica) promove a expulsão dos membros do Egito. É a partir deste momento que a irmandade se espalha, fixando suas bases, principalmente na Arábia Saudita. O sucessor de Al-Banna também é conhecido como o filósofo da irmandade e dos diversos grupos radicais islâmicos existentes: o egípcio Sayyd Qutb.

STICAS DOS Mujahidins CARACTERÍSTICAS DOS Nasceram a partir da invasão do Afeganistão pelos soviéticos em 1979. Grande parte dos afegãos não aceitavam ser dominados, em especial por uma nação que não acreditava em Deus e em nenhuma religião. Grande parte dos refugiados afegãos se fixaram no Paquistão e receberam apoio destes país, do EUA e dos radicais islâmicos fixados na Arábia Saudita (Irmandade Muçulmana). Estes caracterizavam, desde o início, como uma Jihad (Guerra Santa em nome de Alah) os eventos relativos a retomada do Afeganistão. Este fato foi amplificado a partir do momento em que uma FATWA foi emitida por um xeique (Abdullah Azzam). Para atrair apoio financeiro e de voluntários islâmicos, relatos milagrosos foram construídos em torno do combate com o demoníaco inimigo soviético, com este feito por Osama Bin Laden: Os mísseis m que caíam am fora do acampamento faziam um barulho enorme, encobrindo o som dos canhões dos Mujahidins,, como se estes não existissem. Lembrando que quando você ouve apenas esses sons, tem a impressão de que não pode haver algo mais alto! Quanto aos mísseis m que caíram dentro do acampamento, graças as a Deus (Alah( Alah) não explodiram. Aterrissaram como blocos de ferro. Senti-me mais perto de Deus do que nunca. (in: WRIGHT, Lawrence. O Vulto das Torres. P.119)

Os Mujahidins surgiram no território paquistanês a partir dos investimentos da CIA e dos simpatizantes Sauditas, dentre estes temos Bin Laden. O elemento principal era expulsar os soviéticos do Afeganistão. O sonho dos EUA era que a guerra no Afeganistão fosse o Vietnã soviético. Esta foi considerada uma Jihad, visto que os soviéticos pregavam o ateísmo. Estes radicais foram formados dentro das escolas religiosas, também conhecidas como madrassas. Deste conflito e da Irmandade Muçulmana surgiram diversos grupos radicais islâmicos como a Frente Islâmica, Al Qaeda, Talibã, Jihad Islâmico (Palestina) e o Hamas (Palestina).

Exemplo de uma Madrassa Parte do Filme Syriana

O CONFLITO ÁRABE RABE-ISRAELENSE Este conflito possui suas bases relacionadas com a expulsão dos judeus da região em 79 d.c.,, quando se espalharam pela Ásia e Europa. No final do século s XIX notamos que os judeus passam a sofrer uma forte perseguição na Rússia. Esta perseguição, conhecida como PROGROMS, possibilitou o surgimento do MOVIMENTO SIONISTA. O lema do movimento é assustador e xenófobo: UMA TERRA SEM POVO PARA UM POVO SEM TERRA O Movimento Sionista por sua vez articulou a elite judaica espalhada pela Europa, Ásia e EUA para pressionar internacionalmente a consolidação de um Estado Judeu. Enquanto não se conquistava internacionalmente o Estado judeu, o Movimento Sionista passou a comprar terras na Palestina e a fixar judeus na região no início do século s XX. Estas fazendas foram batizadas de Kibutzis e possuem as seguintes características: Agricultura irrigada e de alta tecnologia. Atividade industrial e pesquisa tecnológica. Treinamento militar (soldado cidadão). Pesquisa e desenvolvimento bélico. b

O CONFLITO ÁRABE RABE-ISRAELENSE Com a perseguição aos judeus durante a 2ª 2 guerra mundial a pressão para a consolidação de um Estado judeu tornou- se maior. É importante lembrar que, desde o fim da 1ª 1 guerra que a região da Palestina era um protetorado da Inglaterra. A pressão por parte dos Judeus era tão intenso que a Inglaterra passou a responsabilidade para a recém inaugurada Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU promoveu um plano de partilha em 1947/48 que desagradou os árabes. Os judeus representavam, aproximadamente, 35% população da Palestina. O território rio destinado aos judeus era maior e contínuo. nuo. O território rio destinado aos árabes era menor e fracionado. O controle da água estava nas mãos dos judeus a partir da partilha proposta pela ONU (rio Jordão).

O CONFLITO ÁRABE RABE-ISRAELENSE

Conseqüências ncias do Plano de Partilha: a Guerra de Independência ncia (1949) O descontentamento árabe provocou o confronto. Contudo estes não imaginavam que os judeus estavam preparados para uma guerra. Os judeus promoveram uma expansão para além dos territórios definidos pela ONU. Esta expansão promoveu intensos fluxos de refugiados e formação de campos para estes em outros países, em especial o Líbano, Jordânia (Cisjordânia) e o Egito (Faixa de Gaza). Para os palestinos notamos o início da catástrofe de uma nação, onde sua história será muito parecida com a de seus algozes (Judeus).

Territórios rios após s a Guerra de Independência ncia

A Guerra do Canal de Suez (1956) Esta guerra tem início com a nacionalização do Canal de Suez pelo Presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Com isso este tenta impedir o fluxo de petróleo para Israel através do canal, forçando os navios judeus a contornarem a África e entrarem no mar Mediterrâneo pelo estreito de Gibraltar. Até aquele momento o canal era administrado por um consórcio entre Franco-Britânico. Esta nacionalização do canal afetava os interesses destes dois países que articularam uma ação conjunta com Israel na região. A ação militar teve apoio das força aeronavais Franco-Britânicas na zona do Canal de Suez. Os judeus invadiram a península do Sinai. Nas duas frente os egípcios perderam, contudo o apoio da URSS promoveu o recuo e controle do canal pelos egípcios. É importante notarmos o prestígio que Nasser ganhou no mundo árabe/muçulmano com esta ação, afrontando as potências européias. Outro ponto marcante é a associação de Israel com as potências imperialistas (França, Inglaterra e EUA) na região.

O Ataque é a Melhor defesa: A guerra dos Seis Dias (1967) Um ataque árabe, comandado pelo Egito, era iminente sobre o território judeu após os eventos do Canal de Suez. A entrada no poder de governos progressistas na Síria e no Iraque ampliavam a pressão sobre o Egito para que este tomasse uma posição contra Israel. Utilizando o elemento surpresa Israel ataca o Egito, Jordânia e Síria, simultaneamente. Em seis dias as forças e sistemas operacionais destes países foi destruída pela ação precisa e rápida de Israel. O ponto mais vergonhoso, para estes países, foi a (grande) perda de territórios estratégicos para os judeus, dentre eles: As Colinas de Golan (Síria) A faixa de Gaza (Egito) A Península nsula do Sinai (Egito) A Cisjordânia + Jerusalém(Jordânia) O Canal de Suez (Egito)

A guerra dos Seis Dias Neste momento notamos que o prestígio de Nasser com as demais nações islâmicas se dilui, assim como sua relação com a URSS. Com esta expansão territorial Israel passa a controlar os campos de refugiados palestinos, onde movimentos como a OLP começam a florescer nestas áreas.

Outro fator que potencializou a invasão de Israel a determinados territórios está relacionado aos atentados praticados por radicais palestinos. Dentre os grupos radicais notamos o Hamas, Hesbollah e a OLP (Organização de Libertação da Palestina). O controle destes territórios foi acompanhado de postos de fiscalização (Check Points) que impedem o fluxo dos palestinos que não possuem liberação militar israelense.

Guerra do Yom Kippur (o dia do Perdão- Outubro de 1973) Com a perda de territórios para Israel na guerra dos Seis Dias e morte de Nasser em 1970, notamos que o Egito se enfraquece. Contudo, Israel passa por um isolamento diplomático, visto que este se recusava a devolver os territórios conquistados na guerra dos Seis Dias. O presidente Egípcio Anuar Sadat abandona o discurso pan-arabista e o apoio soviético e passa a atuar mais próximo dos EUA na retomada dos territórios perdidos. Este se associa a Síria, que perdeu territórios importantes na região, e articulam um ataque surpresa no dia sagrado judeu. Em um primeiro momento é visível a retomada de territórios pelos dois, em especial as colinas de Golan (Síria) e os egípcios reconquistaram boa parte do canal de Suez. A derrota judaica é bastante clara, porém os EUA criam uma verdadeira ponte aérea para levar grandes quantidades de armamentos para Israel. A partir deste apoio os judeus conseguiram retirar os sírios das colinas de Golan e conter o avanço egípcio sobre o Sinai. A resposta árabe foi dada com a reestruturação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), reduziram a produção mundial, ampliaram os preços e passaram a boicotar a venda para países simpatizantes de Israel. Foi o 1º choque do petróleo.

Guerra do Yom Kippur (o dia do Perdão- Outubro de 1973) Os choques do petróleo (1973 e 1979) geraram uma profunda crise no capitalismo, desembocando no surgimento de novos modos de produção como o pósfordismo e o toyotismo e na década perdida (1980). A negociação entre egípcios e judeus possibilitou a devolução do canal de Suez e da Península do Sinai por Israel em troca do reconhecimento egípcio deste Estado. O Egito foi o primeiro estado árabe a reconhecer o Estado de Israel. Sadat foi considerado um traidor da causa islâmica e foi assassinado em uma parada militar por membros da Irmandade Muçulmana.

O Assassinato de Sadat (pela Irmandade Muçulmana) ulmana)

Os Acordos de Paz e de consolidação o de um Estado Palestino A pressão internacional para que Israel devolva parte dos territórios ocupados promoveu uma série de acordos, dentre eles o Acordo de Oslo. A devolução dos territórios ocupados por Israel, em especial a Faixa de Gaza e parte da Cisjordânia, à autoridade palestina tiveram como problemas as ações terroristas dos grupos radicais, em especial o Hamas. Em retaliação as ações do Hamas, o exército israelense bombardeou, invadiu e redominou as áreas sobre controle Palestino, provocando as Intifadas. Em 2006 o governo Israelense devolveu a Faixa de Gaza aos palestinos e retirou as colônias de judeus da região.

Esta imagem é de uma sinagoga sendo desmontada na Faixa de Gaza em 2006. Esta determinação do governo judeu gerou uma profunda revolta dos judeus ortodoxos (extremistas religiosos). Muitos dizem que Ariel Sharon não teve um AVC mas uma tentativa de assassinato pelos ortodoxos.

DIFICULDADES PARA A PAZ NA PALESTINA A sacralidade da região para os dois povos: Judeus e Muçulmanos. ulmanos. A constante negação de Israel em devolver os territórios rios ocupados a partir de 1967 (guerras dos Seis Dias). A ação a agressiva dos grupos radicais como o Hamas, Irmandade Muçulmana, ulmana, Hesbollah (na fronteira com o Líbano e a Síria) S e o Jihad Islâmico. A retaliação aos atentados por parte das força a armadas israelenses em campos de refugiados e territórios rios palestinos. Controle da circulação de palestinos na Cisjordânia pelo exercito judeu. A posição radical dos ortodoxos judeus em manter a ocupação em territórios rios árabes (colônias judaicas). Pouco empenho internacional em resolver a questão, em especial da ONU.

Quando os radicais Islâmicos voltaram-se contra os EUA e o mundo Ocidental? O primeiro fator está relacionado ao Acordo de Sykes-Picot (1916) que fragmentou as terras árabes em colônias britânicas e francesas. A declaração Balfour (1917) que defendeu a criação de um Estado judeu na Palestina. O colapso do Império Turco-Otomano (formação da república laica) e o fim do califado islâmico na Turquia após a 1ª G.M. O apoio dos EUA e Europa ao Estado de Israel, assim como o apoio a Estados árabes corruptos e submissos (dentre eles a Arábia Saudita). A presença prolongada das tropas dos EUA na Arábia Saudita após a Guerra do Golfo (Terra Sagrada dos muçulmanos). A intenção dos EUA em destruir o Iraque e promover um amplo processo de exploração dos recursos petrolíferos no Oriente Médio, tendo como contraponto a morte de mais de 1 milhão de iraquianos (entre 1991 e 2000).

Arábia Saudita EUA Iraque: Como suas relações es se entrelaçam am? A intenção da Arábia Saudita (Casa de Saud) em absorver os membros da Irmandade Muçulmana era mostrar uma outra possibilidade ao mundo islâmico, diferentes do Pan-arabismo ou de um nacional-desenvolvimentismo pregados pelo Egito. Ao abrigar os membros da Irmandade Muçulmana em suas escolas e espaços religiosos o governo saudita possibilitou na politização do Wahabismo. Em função da radicalização de parte dos Wahabitas a casa de Saud apóia a ação dos EUA no Iraque e possibilita a fixação de suas bases no território saudita. Grande parte dos Wahabitas e membros da Irmandade se direcionam para o Afeganistão, onde o regime Talibã fixa um governo baseado na Sharia (lei Islâmica). Muitos grupos passam a se articular em prol de uma Jihad global., dentre estes a Al Qaeda.

Ataques ao Iraque: os EUA atuando como Xerife ou Corsário rio? A invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 possibilitou a ação de invasão por parte dos EUA com a finalidade de restituir o poder legítimo do país (Kuwait). Contudo, o que estava em jogo era o petróleo vendido mais barato pelo Kuwait aos EUA, além das empresas dos EUA e Arábia Saudita fixadas no país. A ação promoveu sanções impostas ao Iraque que contribuíram para a redução da expectativa de vida e um aumento considerável da mortalidade infantil. Entre 1978 e 1989 o governo de Saddam Hussein (sunita) recebia armas americanas para lutar contra o Irã e sua tentativa de expansão fundamentalista (Xiita).

11 de Setembro de 2001: A desculpa que Faltava

11 de Setembro de 2001: A desculpa que Faltava As relações que passaram a se estabelecer no final do século XX (1999/2000) entre Iraque e alguns países (China, França e Rússia) estavam assustando os EUA. A principal estava baseada em contratos petrolíferos que somados atingiam um total aproximado de 40 bilhões de barris. Estes contratos possibilitaram comodities do petróleo para estes países e uma queda acionária das empresas americanas do ramo. Esta tensão possibilitou que as empresas petrolíferas associadas aos sauditas financiassem a campanha de um presidente que representasse seus interesses: George W. Bush. Após os atentados a grande preocupação da administração Bush era culpar ou envolver Saddam Hussein nos atentados. A massificação dos fatos somados a política terrorista implementada pela administração sobre a população deu sustentação a invasão do Iraque. As informações forjadas pelos EUA sobre a existência de armas químicas, biológicas e nucleares no Iraque, confrontou a negativa da ONU (Hans Blix) e de países como França e Rússia. Após a invasão os acordos foram quebrados e a exploração do petróleo está a cargo de empresas dos EUA, como a Halliburton e a Texaco.

As sanções econômicas impostas pelos EUA e Reino Unido após a Guerra do Golfo, levaram o Iraque a negociar concessões de suas reservas de petróleo com países europeus e asiáticos. Alguns especialistas acreditam que isso explica o veto da França, China e Federação Russa no Conselho de Segurança da ONU contra a invasão do Iraque capitaneada pelos americanos. Verdade ou mentira, o fato é que esses contratos garantiriam ao país uma produção diária de 10 milhões de barris, quatro vezes mais que a marca atual. Nesse ritmo, em dez anos, Saddam seria o maior produtor de petróleo do mundo. No mapa ao lado, você confere apenas onde ficam essas reservas.

IRÃ: Onde a Guerra é Iminente Os interesses e preocupações com o Irã, por parte dos EUA, vem desde o pós-2ª Guerra, quando o presidente Mossadeg foi deposto com apoio dos americanos que empossaram Reza Parlev. A revolução islâmica em 1979 depôs Parlev e empossou o Aiatolá (lider islâmico xiita) Khomeini que fundou a primeira nação fundamentalista. O medo dos EUA de uma expansão fundamentalista na região (em direção ao Iraque) possibilitou o financiamento de um ditador sunita no Iraque: Saddam Hussein. A entrada deste no poder deflagrou uma guerra que durou 10 anos (Irã X Iraque), onde o Iraque foi financiado (militarmente) pelos EUA.

IRÃ: Onde a Guerra é Iminente O Irã, assim como o Iraque, é uma nação formada majoritariamente por muçulmanos xiitas. Sua característica políticocultural da o poder político aos lideres religiosos (aiatolás), os detentores da verdade. A aniquilação de Saddam Hussein durante a primeira Guerra no Golfo (1991) não foi concretizada pelo medo de expansão do regime xiita do Irã para o Iraque. Atualmente o Irã é um problema para os EUA, pois evidencia um governo xiita que se opôs a presença de um governo financiado EUA, promovendo uma revolução fundamentalista: Um grande exemplo aos xiitas (maioria) do Iraque.

IRÃ: Onde a Guerra é Iminente Percebendo a aproximação atual dos EUA na região notamos uma aproximação entre o Irã e outras duas potências não alinhadas a Washington: Rússia e China. Atualmente notamos que o Irã vem desenvolvendo um projeto militar nuclear em parceria com a Rússia e China. O desenvolvimento de mísseis de médio alcance está ampliando a tensão na região.

IRÃ: Onde a Guerra é Iminente A China e o Irã são fortes parceiros comerciais. Desde 1996 o Irã está entre os Três maiores fornecedores de petróleo à China. Atualmente a relação entre a China e o Irã se estende além da venda de petróleo. A China é a principal fornecedora de armas ao Irã, como o moderno avião caça J10.

CURDOS: UM POVO SEM PÁTRIA Encontram-se dispersos entre a Turquia, Iraque, Irã e Armênia. Lutam pela autonomia de seu território desde o fim do império Otomano. Os turcos possuem uma atuação extremamente violenta contra os curdos, promovendo intensos êxodos. As ações dos ativistas curdos contra a Turquia qualificaram os grupos pela independência como terroristas.

CURDOS: UM POVO SEM PÁTRIA Em relação ao Iraque e Irã as questões territoriais com os curdos esbarram na existência de petróleo na região. As ações por parte do Iraque, durante o governo de Saddam Hussein, se retratam nos testes de armas químicas e biológicas contra os curdos. Os curdos foram as principais vítimas da Guerra entre Irã e Iraque (1979-89).