RELATÓRIO DOZE MESES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE OSASCO - OUTUBRO DE 2008 A NOVEMBRO DE

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Transcrição:

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE OSASCO SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO, TRABALHO E INCLUSÃO (SDTI) DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE) PROGRAMA OSASCO DIGITAL OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE OSASCO E REGIÃO RELATÓRIO DOZE MESES RELATÓRIO DOZE MESES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE OSASCO - OUTUBRO DE 2008 A NOVEMBRO DE 2009 - NOVEMBRO DE 2009

EXPEDIENTE DA SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO, TRABALHO E INCLUSÃO DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE OSASCO Prefeito: Emídio Pereira de Souza Vice-Prefeito Dr. Faisal Cury Secretária: Dulce Helena Cazzuni Secretário Adjunto: Luis Mansur Szajubok Coordenadores(as): Marisa Campos Programa Juventude Tassia Ribeiro Programa Osasco Inclui Ronnie Aldrin Programa Osasco Digital Rosa Maria Alves de Almeida Programas Redistributivos Sandra Fae Praxedes Programa Osasco Solidária Jussara Dias Programa de Capacitação Ocupacional Responsável pelo Observatório do Trabalho de Osasco e Região: Alexandre Guerra Elaboração: Equipe do Programa Osasco Digital e Dieese

EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE Direção Técnica Clemente Ganz Lúcio Diretor Técnico Ademir Figueiredo Coordenador de Estudos e Desenvolvimento José Silvestre Prado de Oliveira Coordenador de Relações Sindicais Francisco José Couceiro de Oliveira Coordenador de Pesquisas Nelson de Chueri Karam Coordenador de Educação Cláudia Fragozo dos Santos Coordenadora Administrativa e Financeira Coordenação Geral do Projeto Ademir Figueiredo Coordenador de Estudos e Desenvolvimento Angela Maria Schwengber Supervisora dos Observatórios do Trabalho Marcos Aurélio Souza Técnico Responsável pelo Projeto Equipe Executora DIEESE DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Rua Ministro Godói, 310 Parque da Água Branca São Paulo SP CEP 05001-900 Fone: (11) 3874 5366 Fax: (11) 3874 5394 E-mail: en@dieese.org.br http://www.dieese.org.br

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 5 INTRODUÇÃO 6 I - A CRISE INTERNACIONAL E O MERCADO DE TRABALHO FORMAL BRASILEIRO 8 II - SALDO ACUMULADO EM DOZE MESES DO NÚMERO DE TRABALHADORES - BRASIL 10 III - MOVIMENTAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO EM OSASCO SEGUNDO CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHADORES E DAS VAGAS 13 IV CONSIDERAÇÕES FINAIS 21 4

APRESENTAÇÃO O presente relatório tem por objetivo analisar a movimentação e o perfil do emprego formal no município de Osasco, no exercício de doze meses, entre novembro de 2008 a outubro de 2009, em comparação com igual período entre os anos de 2007 e 2008. Na primeira seção será mostrada uma breve análise do saldo do emprego durante os primeiros meses da crise financeira internacional, assim como do panorama do mercado de trabalho formal durante os meses que a sucederam. As análises do mercado de trabalho formal serão, de início, realizadas para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas de São Paulo e Oeste 1 sendo, a seguir, detalhadas para o município de Osasco. Com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED, registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, é apresentado o perfil das vagas criadas no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009. Serão identificados elementos relevantes da movimentação do emprego formal no município de Osasco, segundo algumas características dos trabalhadores e das vagas, como gênero, grau de instrução, idade, famílias ocupacionais, entre outras. 1 Região formada pelos municípios de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana do Parnaíba 5

INTRODUÇÃO A crise financeira internacional, ocorrida com a quebra dos mercados financeiros e especulativos, e particularmente intensificada com a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos americano, teve o potencial de em poucos meses levar o mundo a uma profunda recessão. O Brasil não escapou a esse movimento que rapidamente se espalhou pelas economias nacionais, causando sérios prejuízos e, em particular, ao mercado de trabalho. Até setembro de 2008, mês de quebra do Lehman Brothers, o Brasil vinha apresentando um crescimento do seu mercado de trabalho formal, medido pelo CAGED, em relação a igual período de 2007, de 12,6%. Um mês após, com o fracasso das principais economias do mundo em debelar a crise, o mercado de trabalho formal brasileiro iria apresentar o início da sua trajetória de queda do saldo de empregos. Em outubro desse ano, o saldo recuou 70,1% em relação a igual período de 2007. Em novembro, o saldo registrou número negativo e em dezembro a diferença entre admitidos e desligados gerou não apenas resultado negativo, como foi duas vezes maior que o saldo verificado em dezembro de 2007. Neste trimestre, o PIB brasileiro, que vinha apresentando taxas positivas de crescimento, apresenta uma queda de 3,6%. A recuperação dos empregos brasileiros começa a ocorrer em fevereiro de 2009 e ganha força em agosto, quando o saldo chega a ser superior ao de agosto de 2008. Em outubro de 2009, o saldo foi quatro vezes maior ao de igual período do ano anterior, mostrando que o mercado de trabalho formal do país cresce num ritmo forte. Por Grandes Regiões, o maior saldo absoluto positivo concentrou-se na região Sudeste, com 161.472 novas vagas. A região Nordeste apareceu em segundo lugar com 146.543 novos postos, seguido do Sul, com 103.335 novos empregos formais. A região Centro-Oeste, com 49.090 novos postos, foi o quarto melhor resultado e, por fim, o Norte registrou saldo positivo de 7.400 novas vagas. A Região Metropolitana de São Paulo, ainda de acordo com os dados do CAGED, apresentou um saldo positivo de 82.472 novos postos de trabalho entre novembro de 2008 e outubro de 2009. A Região Metropolitana Oeste registrou um saldo positivo de 2.346 vagas no mesmo período. 6

O município de Osasco apresentou saldo negativo de empregos, com a eliminação de 3.270 vagas no acumulado de novembro a outubro de 2008 a 2009. Nos doze meses imediatamente anteriores o saldo foi de 9.581 postos. Por setores e subsetores de atividade, o saldo negativo foi puxado pelo desempenho da Indústria de transformação, que registrou resultado negativo de 3.849 postos, fortemente impactado pelo saldo negativo dos subsetores Metalúrgico e de Alimentos e Bebidas. A seguir aparece o setor de Administração Pública, com a eliminação de 2.435 vagas. Analisando o movimento do mercado de trabalho formal a partir das famílias ocupacionais relacionadas na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, observou-se que 10 famílias ocupacionais apresentaram saldo negativo de emprego 31,3% acima do resultado total de novembro de 2008 a outubro de 2009. No acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008, essas 10 famílias ocupacionais apresentaram um saldo positivo de 3.810 postos. Segundo nível educacional, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 o saldo negativo foi predominante entre os trabalhadores com menor nível de escolaridade, concentrando-se naqueles com oitava série completa 2 (-1.207 postos). Os jovens até 24 anos foram os únicos a apresentar saldo positivo. Segundo gênero, o saldo negativo do período foi predominantemente masculino (-2.941 postos). Em relação ao tamanho dos estabelecimentos, observa-se que a distribuição do saldo negativo no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 ocorreu para todos os estabelecimentos acima de quatro empregados. Os estabelecimentos com 1000 ou mais e de 10 a 19 empregados apresentaram os piores resultados do período, com a eliminação de 4.344 e 1.715 postos, respectivamente. Quando se analisa o saldo da movimentação do mercado de trabalho de Osasco pela ótica da renda, nota-se que os menores salários foram os únicos a apresentar saldo positivo no período. As faixas salariais até 2,0 SM somaram, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, um saldo positivo de 1.092 postos. Os salários acima de 3,0 SM registraram um saldo negativo de 3.337 postos, número cinco vezes maior que o apresentado em igual período de 2007 a 2008. Em relação ao rendimento médio dos admitidos e desligados, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, observa-se que o salário dos admitidos foi 87,0% inferior ao dos desligados. 2 No mês de junho de 2008, o Ministério do Trabalho adequou a nomenclatura de escolaridade utilizada nas bases do CAGED e RAIS àquela indicada pelo Ministério da Educação. Entretanto, no momento da elaboração do presente relatório, a base de dados havia voltado a apresentar a nomenclatura antiga, sem, no entanto, qualquer prejuízo à base. 7

1. A CRISE INTERNACIONAL E O MERCADO DE TRABALHO FORMAL BRASILEIRO Em setembro de 2008, o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, abriu concordata, acelerando o desenvolvimento daquela que ficou conhecida como a maior crise econômica mundial depois do colapso de 1929. Com uma economia lastreada em movimentos de forte especulação no mercado imobiliário americano, a crise financeira, que teve como ponto de partida os Estados Unidos, em muito pouco tempo se tornou um fenômeno mundial, com profundo impacto nas economias nacionais. No Brasil, e particularmente no mercado de trabalho formal, os impactos da crise foram sentidos já no mês seguinte à quebra do Lehman Brothers, e com maior intensidade nos meses de novembro e dezembro de 2008. O Gráfico 1 mostra que em setembro de 2008, o Brasil praticamente não sentiu qualquer efeito da crise em seu mercado de trabalho formal, obtendo, inclusive, saldo positivo de empregos nesse mês 12,6% superior a igual período de 2007. Entretanto, os meses de outubro a dezembro mostram que as turbulências provocadas pela crise no mercado financeiro mundial alteraram fortemente os resultados que os números do CAGED vinham apresentando, em comparação com o ano anterior. Em outubro de 2008, o saldo de vagas caiu 70,1% em relação a outubro de 2007. No mês seguinte, a queda foi ainda maior, saindo de um saldo positivo em novembro de 2007 (124.554 postos), para um resultado negativo doze meses depois (-40.821 vagas). No mês de dezembro, chamado de mês de ajuste geral da mão-de-obra 3, isto é, período em que se observa um processo disseminado pelo Brasil de números de desligamentos maior que o de admissões, provocando saldos negativos em todos os setores da economia, a quantidade de eliminação de postos de emprego dobrou, chegando a -654.946 postos (Gráfico 1). Destaca-se, ainda, que, segundo o sistema de contas nacionais trimestrais do IBGE, em 2008, o Brasil elevou seu PIB em 5,1%. Entretanto, o último trimestre do ano teve uma que de 3,6% comparado com o trimestre imediatamente anterior. Em 2008, o PIB brasileiro vinha crescendo a uma taxa média trimestral de 1,6% e no terceiro trimestre chegou a se elevar a 6,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No último trimestre de 2008, já influenciado pelos impactos da 3 Ver nota Nº 80 produzida e divulgada pelo DIEESE em março de 2009. 8

crise financeira internacional, o PIB recuou a uma taxa de 1,3% comparado ao quarto trimestre de 2007 (Gráfico 2). GRÁFICO 1 Saldo de empregos Brasil, meses selecionados 400.000 09/07 09/08 10/07 10/08 11/07 11/08 12/07 12/08 200.000 251.168 282.841 205.260 61.401 124.554 0-200.000-40.821-400.000-319.414-600.000-800.000 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE -654.946 GRÁFICO 2 Comparação do PIB por trimestres Brasil, 2008 1º Trim 2008 2º Trim 2008 3º Trim 2008 4º Trim 2008 8 6 4 2 0-2 -4-6 6,1 6,2 6,8 1,6 1,6 1,7 1,3-3,6 Comparação dos trimestres 2008/2007 Comparação trimestre anterior(1) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais Elaboração: DIEESE (1) Com ajuste sazonal 9

2. SALDO ACUMULADO EM DOZE MESES DO NÚMERO DE TRABALHADORES - BRASIL Os saldos negativos verificados nos meses de novembro de 2008 a janeiro de 2009 foram decisivos na diminuição do resultado acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 (467.840 postos), frente a igual período de 2007 a 2008 (1.953.111 vagas), registrando variação negativa de 76,0%. Entre novembro de 2008 a janeiro de 2009 verificou-se um saldo negativo de 797.515 postos, valor quinze vezes superior ao saldo negativo observado no acumulado entre novembro de 2007 a janeiro de 2008. A partir de fevereiro de 2009 os resultados do saldo de empregos passam a mostrar recuperação, apresentando saldos positivos, entretanto inferiores aos mesmos meses do ano anterior. Em agosto de 2009, o saldo de empregos já passa a superar os resultados verificados em iguais meses de 2008 e em outubro de 2009 o saldo de vagas foi quatro vezes superior ao saldo de outubro de 2008. No ano, o saldo acumulado até outubro chegou a 1.163.607, número 149,0% maior que o acumulado nos doze meses de novembro de 2008 a outubro de 2009 (Gráfico 3) 2.500.000 2.000.000 GRÁFICO 3 Saldo de empregos Brasil, períodos selecionados 1.953.111 1.500.000 1.163.607 1.000.000 500.000 0 142.921 204.963 9.179 206.556 34.818 294.522 106.205 202.984 131.557 309.442 119.495 203.218 138.402 239.123 242.126 282.841 252.617 61.401 230.956 467.840-500.000-1.000.000-40.821-319.414-654.946-101.748 Jan/08 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Nov/07 a Out/08 10/09 10/08 09/09 09/08 08/09 08/08 07/09 07/08 06/09 06/08 05/09 05/08 04/09 04/08 03/09 03/08 02/09 02/08 01/09 01/08 12/08 12/07 11/08 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE 10

No Brasil, entre novembro de 2008 e outubro de 2009, de acordo com o CAGED, foram criadas 476.840 novas vagas no mercado formal de trabalho. Esse resultado foi puxado pelas regiões Sudeste, com saldo positivo de 161.472 postos, ou 34,5% do total de vagas criadas. Em relação à participação no total de vagas criadas, a região Sudeste verificou uma queda de 24,2 pontos percentuais. Entre novembro de 2007 e outubro de 2008 esta proporção foi de 58,7% do total. A seguir aparece a região Nordeste, com saldo acumulado de 146.543 postos, isto é, uma participação em relação ao total de 31,3%. A região Sul apresentou o terceiro melhor resultado do período, com saldo positivo de 103.335 postos, tendo uma participação de 22,1% em relação ao saldo total. Embora a região Sudeste tenha apresentado a maior queda absoluta no saldo de vagas, verifica-se que em termos de variação relativa, o pior resultado foi registrado na região Norte, com uma diminuição do saldo, entre novembro de 2008 a outubro de 2009, comparado aos doze meses imediatamente anteriores, de 87,7% (Gráfico 4). GRÁFICO 4 Saldo de empregos Brasil e Grandes Regiões, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 2.500.000 2.000.000 1.953.111 1.500.000 1.000.000 500.000 0 60.236 7.400 247.322 146.543 1.147.294 161.472 357.473 103.335 140.786 49.090 467.840 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Fonte: MTE.Caged. Elaboração: DIEESE. Quanto às unidades da federação, os estados que mostraram os maiores saldos em números absolutos foram: São Paulo, 92.676; Rio de Janeiro, 70.226 e Paraná, 39.043. Sete estados apresentaram saldo negativo entre novembro de 2008 a outubro de 2009. O Amazonas registrou um saldo negativo de 12.813 postos, seguido dos estados do Maranhão (10.317 postos); Minas Gerais (- 11

6.592 vagas); Pará (-4.617); Rio Grande do Norte (-2.367); Tocantins (-764) e Amapá (-120) (Tabela 1). TABELA 1 Saldo de empregos Unidades da Federação, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 Unidade da Federação Nov/07 a Out/08 Acumulado Nov/08 a Out/09 Norte 60.236 7.400 Rondônia 5.865 23.414 Acre 1.524 1.076 Amazonas 23.562-12.813 Roraima 719 1.224 Pará 21.865-4.617 Amapá 2.426-120 Tocantins 4.275-764 Nordeste 247.322 146.543 Maranhão 24.868-10.317 Piauí 13.148 9.733 Ceará 47.804 50.982 Rio Grande do Norte 17.580-2.367 Paraíba 12.173 10.442 Pernambuco 61.589 30.465 Alagoas 4.438 3.340 Sergipe 12.775 7.660 Bahia 52.947 46.605 Sudeste 1.147.294 161.472 Minas Gerais 234.222-6.592 Espírito Santo 42.136 5.162 Rio de Janeiro 182.541 70.226 São Paulo 688.395 92.676 Sul 357.473 103.335 Paraná 138.662 39.043 Santa Catarina 96.361 33.707 Rio Grande do Sul 122.450 30.585 Centro-Oeste 140.786 49.090 Mato Grosso do Sul 17.538 1.539 Mato Grosso 31.732 758 Goiás 59.315 30.851 Distrito Federal 32.201 15.942 Brasil 1.953.111 467.840 Fonte: MTE, CAGED. Elaboração: DIEESE, SDTI/PMO. A Região Metropolitana de São Paulo apresentou um saldo positivo de 82.472 novas vagas no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009. Esse saldo foi 79,5% menor que o observado nos doze meses imediatamente anteriores, quando a região acumulou um saldo de emprego formal de 401.940 novas vagas. Desagregando a Região Metropolitana de São Paulo para 12

a Região Metropolitana Oeste - RMO, na qual está inserido o município de Osasco, observa-se que houve uma forte diminuição de 93,4% do saldo acumulado entre novembro de 2008 a outubro de 2009 (2.346 postos), em comparação ao saldo de novembro de 2007 a outubro de 2008 (35.695 postos). O município de Osasco registrou, de novembro de 2008 a outubro de 2009, a eliminação de 3.270 postos. Entre novembro de 2007 e outubro de 2008 o saldo foi de 9.581 postos (Tabela 2). TABELA 2 Saldo de empregos Brasil, Sudeste, Estado de São Paulo, RMSP, RMO e Município de Osasco, 2007-2008 Localidade Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Brasil 1.953.111 467.840 Sudeste 1.147.294 161.472 São Paulo 688.395 92.676 Região Metropolitana de São Paulo 401.940 82.472 Região Metropolitana Oeste (1) 35.695 2.346 Osasco 9.581-3.270 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE, SDTI/PMO (1) Composta pelos municípios de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana do Parnaíba 13

3. MOVIMENTAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO EM OSASCO SEGUNDO CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHADORES E DAS VAGAS Segundo setores e subsetores de atividade econômica, observa-se que o saldo negativo acumulado, em Osasco, entre os meses de novembro de 2008 e outubro de 2009 se deveu ao desempenho, no período, dos setores da Indústria de transformação e da Administração pública. A Indústria de Transformação registrou um resultado negativo de 3.849 postos, valor 17,7% superior ao saldo negativo total. No acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008, este resultado foi positivo em 1.950 postos. Os principais subsetores de atividade econômica, na Indústria de transformação, que puxaram o resultado negativo no setor foram: Metalúrgica (-1.426); Alimentos e Bebidas (-1.011) Material de Transporte (-843) e Têxtil (-359). A Administração pública acumulou, no período de novembro de 2008 a outubro de 2009 um saldo negativo de 2.435 postos. Nos doze meses imediatamente anteriores, o resultado do setor foi positivo, com saldo de 1.394 postos. O setor de Serviços industriais de utilidade pública também apresentou saldo negativo (-73 vagas), entretanto, menor do que o observado no acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008 (-229 postos). O melhor resultado no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 foi verificado no setor do Comércio, com saldo positivo de 2.429 postos, aumento de 25,1% sobre igual período entre os anos de 2007 e 2008 (1.942 postos). O resultado no setor do Comércio foi influenciado pelo desempenho do subsetor do Comércio varejista, com saldo de 1.791 postos, ou seja, 73,7% do saldo total do setor. O setor de Serviços acumulou um saldo de 157 postos entre novembro de 2008 e outubro de 2009, revelando uma queda de 95,8% em relação ao saldo acumulado entre novembro de 2007 a outubro de 2008. A diminuição do saldo nos doze meses analisados foi resultado do desempenho do subsetor de Serviços técnicos profissionais, com saldo negativo de 1.082 postos. Nos doze meses imediatamente anteriores o saldo foi positivo em 1.618 postos (Tabela 3). 14

TABELA 3 Movimentação do saldo acumulado de vagas geradas Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 Setor e Subsetor de Atividade Nov/07 a Out/08 Saldo Acumulado Nov/08 a Out/09 Ind. Extrativa Mineral -3 0 Indústria de Transformação 1.950-3.849 Ind. Minerais não Metálicos 43-47 Metalúrgica 666-1.426 Mecânica 63-64 Elétrica e Eletrônica 25-2 Material Transporte 297-843 Madeira e Mobiliário -32 31 Papel e Gráfica 151 93 Borracha, Fumo e Couro -56-81 Química 1-128 Têxtil 146-359 Calçados 13-12 Alimentos e Bebidas 633-1.011 Serviços Industriais de Utilidade Pública -229-73 Construção Civil 734 501 Comércio 1.942 2.429 Comércio Varejista 1.600 1.791 Comércio Atacadista 342 638 Serviços 3.772 157 Instituições Financeiras 383 212 Serviços Técnicos Profissionais 1.618-1.082 Transporte e Comunicação 1.016 67 Serv. Alojamento e Alimentação 561 575 Serv. Médicos, Odonto e Veterinários 108 210 Ensino 86 175 Administração pública 1.394-2.435 Agricultura 21 0 Total 9.581-3.270 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE Em relação às famílias ocupacionais, dez delas acumularam um saldo negativo 31,3% acima do saldo negativo total registrado no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 (- 4.295 vagas). Entre novembro de 2007 a outubro de 2008, essas mesmas dez famílias respondiam por 39,8% do saldo total gerado. A Tabela 6 mostra como foi o comportamento dessas dez famílias em relação ao saldo acumulado entre os meses de novembro de 2008 a outubro de 2009 e novembro de 2007 a outubro de 2008. No primeiro período, todas as ocupações consideradas apresentaram saldo negativo. No acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008, apenas 15

entre os trabalhadores Carteiros e operadores de triagem de serviços postais foi registrado saldo negativo. Nesse mesmo período, a família ocupacional que gerou o maior número de postos, segundo o saldo, foi Trabalhadores nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logradouros, com 1.367 vagas. Por outro lado, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, a família ocupacional Cozinheiros gerou o maior saldo negativo, com a eliminação de 908 postos (Tabela 6). FAMILIA OCUPACIONAL TABELA 4 Movimentação do emprego segundo famílias ocupacionais Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 Nov/08 a Out/09 Saldo Nov/07 a Out/08 Saldo Cozinheiros -908 825 Professores de nível médio no ensino fundamental -601 354 Alimentadores de linhas de produção -561 566 Técnicos e auxiliares de enfermagem -550 363 Preparadores e operadores de máquinas -363 129 Trab nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logra -339 1.367 Operadores de equipamentos de acabamento de chapas e metais -331 97 Trabalhadores de moldagem de metais e de ligas metálicas -236 1 Carteiros e operadores de triagem de serviços postais -213-46 Porteiros e vigias -193 154 Saldo Total -4.295 3.810 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE Por nível de escolaridade, as informações do CAGED no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009 revelam que os trabalhadores com menor grau de instrução sofreram os maiores impactos do saldo negativo no período. Nos doze meses em questão, os trabalhadores com até a 8ª série completa somaram um saldo negativo de 3.023 postos, com destaque para os trabalhadores com 8ª série completa, que registraram um saldo negativo de 1.207 vagas. Nos doze meses imediatamente anteriores, os trabalhadores com este grau de instrução apresentaram saldo positivo de 1.619 postos. Dos postos ocupados por trabalhadores com maior grau de escolaridade, o pior resultado foi verificado entre aqueles com superior completo (-528 postos). O saldo entre os trabalhadores com segundo grau completo apresentou a maior queda absoluta, saindo de 5.326 postos, no acumulado 16

de novembro de 2007 a outubro de 2008, para 382, entre novembro de 2008 a outubro de 2009 (Gráfico 5). GRÁFICO 5 Movimentação do emprego e saldo de vagas segundo grau de instrução Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/08 9.581 5.326 2 14 22 98 345 1.152 1.062 770 804 382 145-509 -521-800 -1.207-246 -528 Nov/2007 a Out/08 Nov/08 a Out/09-3.270 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE O comportamento do mercado formal de trabalho, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, resultou em saldos positivos apenas para os trabalhadores com até 24 anos. O saldo registrado entre os trabalhadores até 17 anos foi de 1.265 postos, número 17,1% superior aos doze meses imediatamente anteriores (1.080 postos). O saldo entre os trabalhadores com idade entre 18 a 24 anos também registrou resultado positivo (2.529 vagas), embora tenha sido 52,0% menor que o verificado no acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008 (5.274 vagas). No acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, foram verificados saldo negativos em todas as faixas etária acima de 25 anos, com destaque para os trabalhadores de 30 a 39 anos, com saldo de -2.442 postos, seguido dos trabalhadores de 40 a 49 anos (-2.039 postos) (Gráfico 6). 17

GRÁFICO 6 Movimentação do emprego e saldo de vagas segundo faixa etária Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 12.000 10.000 ATE17 18A24 25A29 30A39 40A49 50A64 65OUMAIS IGNORADO Total 9.581 8.000 6.000 5.274 4.000 2.000 1.080 1.265 2.529 1.287 1.361 669 0-2.000-4.000-1.085-2.442-2.039-33 -1.410-56-87-1 -1-3.270 Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE O saldo negativo acumulado entre novembro de 2008 a outubro de 2009 revela que o resultado do período se concentrou entre os homens. Do saldo total verificado nos doze meses (- 3.270), 89,9% foi formado por homens (-2.941 postos). Em igual período compreendendo os anos de 2007 a 2008, verifica-se que o saldo positivo ficou distribuindo de forma relativamente igual entre homens e mulheres, sendo, respectivamente, de 49,1% e 50,9% (Gráfico 7). GRÁFICO 7 Saldo de vagas segundo gênero Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0-2.000-4.000 Nov/07 a Out/08 4.873 4.708 Nov/08 a Out/09-2.941-329 Homens Mulheres Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE 18

Por tamanho de estabelecimento, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, apenas os estabelecimentos com até quatro trabalhadores apresentaram saldo positivo (4.265 postos). Os estabelecimentos com 1000 ou mais empregados registraram o pior resultado nos doze meses, com saldo negativo de 4.344 postos, resultado 32,8% maior que o saldo negativo total. A seguir aparecem os estabelecimentos de 10 a 19 trabalhadores, com a eliminação de 1.715 postos. Nos doze meses anteriores, verifica-se que somente os estabelecimentos de 250 a 499 empregados verificaram saldo negativo, de 33 vagas (Tabela 5). TABELA 5 Movimentação do emprego segundo tamanho do estabelecimento, Osasco, Nov/07 a Out/08 a Nov/08 a Out/09 Admitidos Desligados Saldo Faixa tamanho estabelecimento Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 ATE 4 9.399 10.733 6.046 6.468 3.353 4.265 DE 5 A 9 3.766 3.723 3.567 3.912 199-189 DE 10 A 19 6.859 5.653 5.969 7.368 890-1.715 DE 20 A 49 7.631 6.603 6.994 6.806 637-203 DE 50 A 99 7.126 5.830 6.772 6.119 354-289 DE 100 A 249 6.299 5.800 5.621 6.145 678-345 DE 250 A 499 3.875 4.346 3.908 4.785-33 -439 DE 500 A 999 3.128 3.127 2.826 3.138 302-11 1000 OU MAIS 15.632 13.001 12.431 17.345 3.201-4.344 Total 63.715 58.816 54.134 62.086 9.581-3.270 Fonte: MTE.Caged Elaboração: DIEESE Por nível de rendimento, no acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, ocorreu geração de saldo positivo entre as faixas de menor remuneração. No município de Osasco houve saldo positivo para trabalhadores com recebimento de até 1 Salário Mínimo (SM) (570 postos) e de 1 a 2 SM (522 postos). O resultado do saldo para os trabalhadores com remuneração acima de 2 salários mínimos ficou negativo. Deve-se observar que, tanto no acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008, quanto nos doze meses seguintes, as remunerações acima de 3 SM foi negativo, mostrando uma tendência a maiores ajustes do emprego nessa faixa. Na comparação entre os períodos, o saldo negativo cresceu, nessa faixa de rendimento, cinco vezes (Gráfico 8). 19

GRÁFICO 8 Saldo segundo faixa de salário mensal dos trabalhadores Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 até 1 SM de 1 a 2 SM de 2 a 3 SM acima de 3 SM 7.852 462 570 522 1.884-1.025-617 Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09-3.337 Fonte: MTE. Caged Elaboração: DIEESE Observando a evolução do salário médio mensal no acumulado de novembro a outubro de 2008 a 2009, constata-se que tanto para admitidos quanto para desligados os rendimentos foram superiores aos verificados no acumulado de novembro de 2007 a outubro de 2008. Nos primeiros doze meses considerados, o salário médio dos admitidos foi de R$ 853,79, 5,2% maior que o de doze meses anteriores (R$ 811,86). Por outro lado, nos doze meses de novembro a outubro de 2008 a 2009, o rendimento médio dos trabalhadores desligados foi de R$ 976,23, isto é, 7,8% superior aos doze meses anteriores. No acumulado de novembro de 2008 a outubro de 2009, o salário médio de admissão (R$ 853,79) foi inferior ao salário médio de desligamento (R$ 976,23). Ou seja, neste período, o salário do trabalhador que foi admitido correspondeu a 87,0% do salário do trabalhador que foi desligado. No mesmo período de 2007 a 2008, este valor era de 90,0% (Gráfico 9). 20

GRÁFICO 9 Evolução do salário médio nominal entre admitidos e desligados Osasco, Nov/07 a Out/08 e Nov/08 a Out/09 Admitidos Desligados Rel Adm/Desl 811,86 905,78 853,79 976,23 0,90 0,87 Nov/07 a Out/08 Nov/08 a Out/09 Fonte: MTE. Caged Elaboração: DIEESE 21

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS No início de novembro de 2008, o agravamento da crise financeira internacional atingiu o mercado de trabalho formal brasileiro. Nesse mês, o saldo de empregos, medido pelo CAGED, recuou mais de 70,0% frente à igual período de 2007. Em dezembro, mês em que normalmente ocorre um processo generalizado no qual os desligamentos são superiores às admissões, em todas as regiões do Brasil, o resultado se tornou ainda pior, com saldo negativo duas vezes maior que o de dezembro de 2007. No último trimestre de 2008, o PIB do país encolheu 3,6%. Até setembro desse ano, mês da quebra do Lehman Brothers, a média trimestral do PIB vinha crescendo a uma taxa de 1,6%. Somente a partir de fevereiro do ano seguinte o mercado de trabalho formal do Brasil viria a apresentar recuperação, movimento que se consolida com os resultados verificados a partir de agosto de 2009. Os saldos negativos acumulados entre os meses de novembro de 2008 a janeiro de 2009 foram decisivos para a queda do saldo acumulado nos doze meses de estudo (novembro de 2008 a outubro de 2009), em relação ao mesmo período de 2007 a 2008. A região que se mostrou mais impactada, em termos absolutos, por esse movimento de crise que levou o mercado de trabalho formal brasileiro a apresentar saldos negativos muito elevados a partir de novembro de 2008, foi o Sudeste, região mais industrializada do país. No caso do estado de São Paulo, a queda relativa foi de 87,0%. Não por acaso, quando se observa o caso de Osasco, o setor que mais eliminou postos de trabalho foi a Indústria de transformação, puxado pelos subsetores de Metalurgia e de Alimentos e bebidas. Por fim, trabalhadores com menor escolaridade, com idade superior aos 25 anos, do sexo masculino e localizados em pequenos e grandes estabelecimentos foram os que registram maiores saldos negativos no período estudado. Outra característica importante observada desse saldo negativo total é que os menores salários foram preservados, enquanto os salários acima de dois mínimos foram atingidos pelo movimento de maior desligamento em relação à admissão, com a remuneração média das pessoas admitidas equivalendo a 87,0% do valor médio do salário dos desligados. 22

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