Princípio da fabricação de garrafas numa vidraria.



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Transcrição:

Princípio da fabricação de garrafas numa vidraria. Matérias-primas Areia Calcário Barrilha Diversos Caco Silos de estocagem Misturador Forno Canal de alimentação Máquina de produção Archa de recozimento Máquinas de controle Máquinas de embalagem Distribuição Rua General Jardim, 482-16 andar - CEP 01223-010 São Paulo - SP - Brasil - Tel.: 11 3255.3033 - Fax: 11 3255.4457 www.abividro.org.br - e-mail: recicla@abividro.org.br - SAC 0800-7720207

Introdução Reciclar conceitos: um compromisso com o futuro. A reciclagem sempre teve grande destaque na indústria vidreira, e ganhou força nos últimos anos com os grandes investimentos feitos pela Abividro para promover e estimular o retorno da embalagem de vidro descartável como matéria-prima. Com um quilo de vidro se faz outro quilo de vidro, com perda zero e sem poluição para o meio ambiente. Essas características fazem do vidro um material impar. Além da vantagem do reaproveitamento de 100% do caco, a reciclagem permite poupar matériasprimas naturais, como areia, barilha, calcário, etc. Composição do Vidro A ação da Abividro para a reciclagem apóia-se na assoicação de programas de logística com programas de educação ambiental e cidadania. Com a construção de parcerias com o setor público, empresas e organizações do terceiro setor, os resultados alcançados mostram que todos saem ganhando - a sociedade, o meio ambiente, a indústria. Os vidros mais comuns, utilizados em embalagens, planos e nas lâmpadas incandecentes, são do tipo "silicatos soda-cal", produzidos com matérias-primas amplamente disponíveis como areia, barrilha e cálcio. Porém, além de matérias primas novas, a industria de vidro também utiliza o caco do próprio vidro da produção, em porcentagens que podem chegar a até 80% da composição da mistura COMPOSIÇÃO DO VIDRO SEM CACO SiO - S lica (Areia) 2 Na O - S dio (Barrilha) 2 CaO - C lcio (Calc rio) Diversos COM 60% DE CACO SiO - S lica (Areia) 2 Na O - S dio (Barrilha) 2 CaO - C lcio (Calc rio) Diversos Cacos 3 4

Utilização Benefícios da reciclagem do vidro. Vidro para embalagem Potes para alimentos, garrafas para bebidas, produtos farmacêuticos, higiene pessoal e mais incontáveis outra aplicações: a utilização do vidro para embalagens é uma das mais antigas e freqüentes aplicações. Por ordem de consumo, a maior utilização é a do setor de bebidas, principalmente com cervejas e destilados, seguida pela indústria de alimento e, logo após, produtos não alimentícios, sobretudo farmacêuticos e cosméticos. Vidros domésticos São aqueles usados em utensílios como louças, de mesa, copos, xícaras, e objetos de decoração como vasos. Vidro planos Os chamados vidro planos, fabricados em chapas, são consumidos principalmente pela construção civil, indústria automobilística, produção de espelhos e um pequeno percentual para múltiplas outra aplicações. Além dos vidros translúcidos, um outro tipo de vidro plano, chamado impresso ou fantasia, atende, em menor quantidade, também o mercado da construção civil. Vários outros setores vêm aumentando seu consumo de vidro, como a indústria moveleira e o dos eletrodomésticos da chamada linha branca, como fogões, geladeiras, microondas etc. Vidros Especiais São vidros com composições e características especiais, adequada a necessidades muito específicas de utilização, como os usados na produção de cinescópios para monitores de televisão e computadores, bulbos de lâmpadas, garrafas térmicas, fibras óticas, blocos oftálmicos, blocos isoladores e até tijolos de vidro. Lucratividade A reciclagem de vidro, bem administrada, é uma atividade econômica lucrativa. No Brasil a reciclagem ainda é vista como uma atividade marginal, de subsistência e, como tal, carece de uma mentalidade empreendedora, que molde o negócio em termos empresariais em todos os seus aspectos. Dentro deste modelo, a reciclagem é um nicho de mercado virtualmente inexplorado, com grande potencial de lucratividade. Geração de empregos A instalação de uma mini-usina de reciclagem de vidro gera empregos que não demandam, em sua maioria, qualquer especialização, beneficiando camadas geralmente mais carentes da população. Assim, além de ser uma atividade lucrativa, a reciclagem empresarial também tem forte caráter social. Preservação do meio ambiente Embalagens de vidro podem ser totalmente reaproveitadas no ciclo produtivo, sem nenhuma perda de material. Por isso, a reciclagem preserva a natureza ao reduzir a necessidade de captação de novas matérias-primas. A produção a partir do próprio vidro também consome menor quantidade de energia e emite menos resíduos particulados e CO2, o que também contribui significativamente para a preservação do meio-ambiente. Outro aspecto é o menor descarte de lixo, reduzindo os custos de coleta urbana e aumentando a vida útil de aterros sanitários. Tudo isso considerado, é possível dizer que o vidro é o material de embalagem mais amigo do homem. Se toda a população se conscientizasse dos benefícios da reciclagem seria possível reaproveitar integralmente as embalagens com enormes benefícios ecológicos, econômicos e sociais. Estas características são únicas do vidro que, além das suas vantagens como material, acrescenta a elas os benefícios de sua própria reciclagem. 5 6

Modelo de Negócio: Reciclagem Aspectos legais Para o pleno funcionamento da mini-usina será necessária a abertura de uma empresa dentro dos modelos jurídicos admitidos pela legislação brasileira: firma individual, sociedade comercial ou sociedade civil, com a correspondente escolha da razão social e do nome fantasia e regulamentação da atividade na Junta Comercial da região, na Secretaria da Receita Federal, Secretaria Estadual da Fazenda, Prefeitura Municipal etc. Licenças de Funcionamento: A legislação varia em cada estado/município brasileiro. Será necessário verificar em cada caso qual é a documentação requerida para obter a licença de instalação e funcionamento do órgão de controle ambiental regional. Também são necessários: alvará de funcionamento e vigilância sanitária (prefeitura local), vistoria do corpo de bombeiros, além de toda a documentação fiscal e trabalhista do novo estabelecimento. Viabilidade Apesar de todas as vantagens, a reciclagem precisa ser encarada como um negócio que vai gerar resultado financeiro, justificando a sua prática além do aspecto educativo e ambiental. Para que não sejam criadas expectativas exageradas e o negócio seja bem sucedido desde o início, algumas premissas básicas devem ser levadas em conta: O programa deve ser autosustentável. A comunicação é vital para o início e manutenção do programa, estimulando a comunidade local a participar ativamente da separação seletiva dos resíduos. A logística é fundamental para o sucesso do programa. Mensurar a captação de cada ponto e determinar a freqüência de coleta viabiliza a sua continuidade. O fluxo de material reciclável deve ser fácil, fluente e permanente, assim como a estrutura de coleta, transporte e armazenamento. É fundamental ter conhecimento do mercado com antecedência e garantir a compra dos resíduos a preços que justifiquem a operação. A captação deverá ser planejada, respeitando a legislação pertinente quanto a mobiliário urbano e facilidade de acesso. Viabilidade econômica A viabilidade financeira de reciclagem é definida pela adequação de três fatores: volume a ser beneficiado, distância a ser percorrida e custos operacionais. Volume Para se projetar o potencial de coleta de um programa, deve ser levado em conta o consumo de 0.5kg/mês/habitante, que é a média de consumo brasileira. Poder aquisitivo e hábitos regionais também influenciam o consumo de determinados alimentos ou bebidas embalados em vidro. Distância É preciso considerar a distância dos pontos de captação até as usinas de beneficiamento e respectivas vidrarias. Sendo um país de proporções continentais, a distância máxima aceitável a percorrer dependerá da quantidade de vidro captado e das condições de negociação de preços de venda e de custo de frete. Deverão ser computados custos de combustível, custo de mão-de-obra de motorista, além do desgaste do veículo e sua depreciação. Custos Operacionais Formados basicamente pelos custos de captação de vidro descartado, beneficiamento e transporte de caco, deverão ser claramente definidos para garantir o sucesso da operação. Veja informações complementares no item "Análise financeira" mais à frente. Financiamento Existem várias possibilidades de financiamento, tanto de instituições públicas quanto de particulares. A oferta e as condições são bastante variáveis, por isso é importante fazer uma boa pesquisa sobre todas as possibilidades de financiamento disponíveis na época da instalação de uma atividade de reciclagem de vidro. Potencial de mercado O mercado para caco reciclado é orientado para o fornecimento às vidrarias que fabricam embalagens. A indústria vidreira automática de embalagens no Brasil tem potencial de absorver tudo aquilo que produz durante o ano, ou seja, todo caco tem condições de ser adquirido pelas vidrarias para voltar ao forno como matéria-prima para a produção de novas embalagens. Trata-se de um mercado promissor, pouco explorado dentro de padrões profissionais. Exemplo de coletor Catador/Carroceiro 7 8

Modelo de Negócio: Captação e Equipamentos Captação Para abastecer uma operação de beneficiamento será necessário captar a matéria-prima, o vidro, que pode ser feito das seguintes maneiras: PEV (Ponto de Entrega Voluntária) A entrega do material poderá ser motivada por aspectos de obrigatoriedade legal ou responsabilidade ambiental ou social (em benefício de alguma entidade).o PEV pode ser um quiosque ou coletores apropriados ou máquinas de coleta de embalagens descartáveis. Porta-a-porta: A captação ocorre na residência das pessoas em dias e horários determinados. A população é estimulada /conscientizada a separar seletivamente o lixo inorgânico (embalagens) do orgânico e disponibilizá-lo para coleta, que pode ser realizada por empresas municipais de coleta urbana, empresas de reciclagem ou mesmo por catadores. Ilha ecológica/central de descarte Local determinado pela prefeitura onde a população descarta qualquer tipo de resíduo que não possa ser coletado pelo sistema tradicional (comum na Europa). Ex: sofás, eletrodomésticos, vidro plano, baterias e etc. Postos de troca A captação de embalagens de vidro é estimulada através da troca por produtos específicos, prêmios ou cupons. Um exemplo é o projeto "Vidro é Comida", onde a comunidade da Mangueira pode trocar 100kg de embalagens de vidro por uma cesta básica de alimentos. Durante o decorrer mês o vidro é levado ao posto de pesagem e, em dia pré-determinado, os cupons contendo o peso do material são trocados pela cesta. Ferro-velho Normalmente são deixados tambores de 200 litros para acondicionamento do vidro que é coletado ou comprado juntamente com outros materiais. Equipamentos Coletores Sejam quais forem os processos de captação, serão necessários coletores para o material a ser recebido. A preferência é por coletores produzidos especificamente para vidro. Este tipo de coletor, além de ter grande capacidade de armazenamento, também pode permitir a separação do vidro por cor. Porém, tambores simples de aço ou de plástico reforçado podem ser utilizados como solução mais econômica e quase com o mesmo tipo de eficiência, tomando-se o cuidado de tampá-los para evitar o descarte de outros tipos de resíduos e evitar o acúmulo de água e sujeira. Também se deve levar em conta a dificuldade de movimentação: quando cheios de cacos, os tambores podem chegar a pesar até 200 Kg., o que requer, obrigatoriamente, o uso de equipamentos para sua manipulação. Por razões urbanistas e da eficiência nas cidades e em ambientes internos é recomendável a utilização de coletores do tipo iglu. Em atividades de coleta mais específicas, como em igrejas, comunidades ou mesmo indústrias, pode-se utilizar tambores ou mesmo caçambas para armazenamento de sucata ou entulho. Coleta Todo vidro captado deverá ser coletado para beneficiamento e posterior venda, independentemente do tamanho do programa ou quantidade a ser gerada.catadores acabam realizando a coleta manual, dispondo das embalagens em sacos ou carroças. Programas de reciclagem estruturados exigem caminhões especializados que garantirão o esvaziamento dos coletores de forma rápida e eficiente. A retirada do material dos coletores pode ser feita das seguintes maneiras: Coleta por caminhão munck O coletor é esvaziado dentro de uma caçamba de acondicionamento de vidro (utilizado para PEVs), via utilização de um braço hidráulico, fixo no chassis do caminhão. Coleta por caminhão compactador Realiza a coleta dos resíduos orgânicos e inorgânicos, esvaziando o lixo em um compactador que pode possuir até 3 compartimentos distintos, permitindo assim a prévia separação dos materiais. Em geral é usado na coleta porta-a-porta e possui a grande vantagem de reduzir o volume coletado através da compactação. Coleta por caminhão poliguindaste ou roll-on roll-off É utilizado principalmente nas envasadoras, por causa da grande geração de vidro descartável desta atividade. A caçamba permanece no local da captação até completar sua capacidade quando, então, é trocada por outra vazia. A capacidade da caçamba pode variar de 5 a 17m3. Catador/carroceiro Utiliza uma carrocinha puxada manualmente. Normalmente o catador percorre as ruas da cidade buscando materiais recicláveis que serão comercializados principalmente nos ferros-velhos. Coleta por van Normalmente utilizada em zonas urbanas onde a circulação de caminhões é proibida e/ou o volume coletado não é suficiente para justificar a coleta com caminhões especializados. Transporte É fundamental adequar o meio de transporte a ser utilizado às condições de beneficiamento e as distâncias a serem percorridas. A indústria do vidro trabalha com o caco colocado em suas instalações, ou seja, a responsabilidade pelo transporte é do beneficiador. Para grandes distâncias, é desejável o transporte por carretas graneleiras, transportando de 25 a 30 toneladas por viagem e para obtermos tal peso é necessário triturarmos o vidro. Para operações de beneficiamento e transporte dentro da própria cidade ou em distâncias menores que 150KM, o veículo de transporte a ser utilizado, pode ser o mesmo que foi utilizado na coleta, evitando desta forma altos investimentos e melhorando a produtividade do veículo disponibilizado. 9 10

Modelo de Negócio: Modelo de Negócio: Mini-Usina O tamanho e a forma do negócio a ser desenvolvido dependerá muito do potencial de geração de caco da região abrangida, das distâncias a serem percorridas dos pontos de captação, da qualidade do caco e das distâncias do ponto de beneficiamento à indústria de vidro que irá comprar o caco. O modelo de negócio que apresentamos neste manual está baseado na capacidade de processamento de até 200 toneladas/mês e de 200 toneladas/mês para cima. Para estas quantidades existem dois processos básicos. Tipos de A) Até 200T/mês manual É uma solução artesanal onde o processo de beneficiamento é realizado manualmente, sem a utilização de qualquer equipamento, e de recursos específicos de tratamento. Consiste na separação por cores (quando o vidro não estiver quebrado), retirada de impurezas (alumínio, ferro etc.), eventual lavagem simples num tanque de água ou em tambor metálico e quebra do vidro. A produção estimada para 1 funcionário é de 20 a 25 T/mês. B) Acima de 200T/mês B1) semi-automatizado Neste caso utiliza-se um processo mais mecanizado que contempla um sistema de alimentação, lavagem, trituração, separação manual de contaminantes e estocagem. Capacidade de 4T/hora até 20T/hora. Os equipamentos normalmente utilizados no beneficiamento semi-automatizado são pácarregadeira, tremonha ou funil de alimentação, moinho de trituração, tambor ou tanque de lavagem, imã permanente e esteira de triagem manual. B2) totalmente automatizado: Ainda inexistente no país, este tipo de usina exige alto investimento. A diferença deste processo com o semi-automatizado é que a separação de contaminantes é realizada sem qualquer tipo de contato manual, através da utilização de sistema de imãs para separação de metais ferrosos e de correntes de Focault para materiais não ferrosos, aspiradores (retirada de papéis e plásticos) e utilização de equipamento trióptico para separação do caco por cor. O beneficiamento totalmente automatizado processa grandes quantidades de vidro, que exige altos investimentos. Existe ainda o beneficiamento para procesamento a seco que ainda não possui tecnologia brasileira. Mini-Usina de de Vidro com capacidade de 4T/Hora Localização Para instalação da usina será necessário um galpão industrial com área mínima construída de 800 m2. A escolha do local da usina deve considerar os seguintes aspectos: Proximidade e facilidade de acesso aos pontos de captação do caco. Proximidade e facilidade de acesso aos clientes. Entrada Box para caco sujo 8m X 8m Triturador Adequação à legislação ambiental sobre uso do solo Compatibilidade do local com a legislação de zoneamento urbano do município e do Estado. Oferta de serviços públicos como energia elétrica, transporte, segrança, limpeza, água, esgoto, telefone etc. Infra-estrutura: O local deverá ser cimentado, com no mínimo 4 baias para estocagem e separação do vidro por cores e do vidro não beneficiado do caco limpo.cobertura fixa para proteção do local de trabalho e um tanque de decantação para separação dos resíduos sólidos da água a ser descartada via rede de esgoto, após a lavagem. Tanque de decantação Tanque de lavagem Tambor de rejeito 200 lts Tambor Eletroimã Esteira de Triagem 24 3 m 1,5 m 2 m 6 m Esteira de carga Funil de alimentação Planta de Instalação de: Mini-usina de beneficiamento Capacidade: 4 Ton/hora Terreno: 20 m x 30 m Piso concreto Tanque da lavagem: 1,5m x 2,0m x 1,0m Tambor elicical motorizado: 3cv Esteiras transportadoras: 3cv Mão-de-obra O modelo básico de usina exigirá, no mínimo 8 funcionários: 6 operadores para fazer a separação e triagem dos contaminantes, 1 operador de pá-carregadeira e 1 administrador responsável pelas atividades de compra, venda, departamento pessoal e organização do trabalho. Box para caco limpo 8m X 6m Box para caco limpo 8m X 6m 11 12

Modelo de Negócio: Mini-Usina Qualidade Equipamentos: Pá-Carregadeira ou Pula-Pula Tremonha ou funil de alimentação Moinho de trituração Tambor de lavagem Imã permanente Esteira de triagem manual Tanque de decantação Implantação: O negócio só irá funcionar se forem atendidas plenamente todas as etapas do processo: captação, coleta, beneficiamento,transporte e venda do material. Análise Financeira É importante fazer uma projeção do capital necessário para abrir o negócio, pois serão necessários investimentos para instalação e funcionamento inicial do negócio: Investimentos fixos (equipamentos e instalações, veículos, móveis, utensílios etc). Capital de giro Custos diretos de produção: gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de produção. Despesas administrativas e comerciais. Custos fixos: aluguel do imóvel, energia elétrica, água, telefone etc. A correta análise financeira permitirá o cálculo exato do custo do produto por unidade (tonelada), que acrescentado aos custos de coleta e transporte, permitirá obter a lucratividade da operação quando comparado o preço de venda. Marketing da reciclagem É fundamental divulgar a implantação do projeto de reciclagem para que ocorra a mobilização e participação efetiva da comunidade. Este trabalho deve ser feito de forma permanente para garantir a manutenção da quantidade arrecadada e criar nas pessoas a cultura e o hábito da reciclagem. Tipos de vidros aceitos para reciclagem Como normalmente os vidros de embalagem são do tipo sodo-cálcico, apenas as sucatas de vidro com essa natureza química são aceitas para reciclagem. ACEITO Garrafas (bebidas em geral) Potes (alimentos em geral) Frascos (medicamentos, cosméticos, etc.) Os vidros citados no item não aceitos podem ser reciclados, porém não devem ser incluídos junto com os vidros de embalagem. * NÃO ACEITO Espelhos Vidros planos Cristais Lâmpadas Vidros de janela Pirex e similares *Eventualmente podem ser reciclados, mas não misturados aos de embalagem. Qualidade do caco As vidrarias não compram caco de vidro ou sucata e sim matéria prima que deverá seguir determinadas especificações quanto à qualidade e condições de fornecimento. É recomendável sempre consultar o departamento de compra da vidraria antes de iniciar o trabalho. Em função do mercado, os vidros são valorizados de acordo com sua cor. Normalmente, o vidro incolor é o que possui maior valor de mercado, seguido pelo âmbar e verde, do misto e do plano. As diferenças de preço do vidro incolor em relação `as outras cores se devem as condições de pureza da areia que são mais rigorosas e a questão de oferta e demanda de mercado. Também é muito importante estabelecer com a vidraria as especificações do caco em relação aos contaminantes, que constituem um fator de risco para a fabricação do vidro para embalagem. Os contaminantes atrapalham o processo normal de fabricação, danificando os equipamentos de produção (principalmente fornos) e produzindo embalagens com defeitos ou impurezas. Separação de cor do vidro Âmbar Verde Branco 13 14

Qualidade Tipos de Contaminantes Pedras, cerâmicas, concreto, louça e cristal São impurezas, produtos inorgânicos estranhos à formulação do vidro soda-cal, difíceis a serem fundidos nas temperaturas do forno de fusão e conseqüentemente geram falhas ou defeitos no produto final. Material orgânico (plástico, papel e terra) Em princípio volatizam às altas temperaturas, porém em excesso podem alterar a atmosfera do forno, resultando em reações químicas que alteram a cor ou criam bolhas. Metais ferrosos e não ferrosos Contaminam o vidro, provocando manchas de cor totalmente diferentes do vidro de base. Provocam bolhas ou aparecem no produto final na forma de defeitos metálicos e/ou pontos pretos, manchas, nuvens de bolhas etc. O ferro metálico reage com o material refratário do forno de fusão, podendo chegar a furar a sola e as paredes do forno, interrompendo a fabricação ou no mínimo, diminuindo a sua vida útil. Vidros farmacêuticos /laboratório Embalagens de vidro que contenham elementos químicos, nocivos a saúde ou corrosivos (classe 1) devem ser descontaminados antes de ir para a reciclagem. Para maior segurança, procure o Órgão Ambiental de sua região para dar o destino final adequado para o material. Outros vidros Por terem composição diferente com pontos de fusão distinta, podem resultar em um produto final heterogêneo. Negociação com cliente: É recomendável realizar consulta prévia às vidrarias antes de iniciar o trabalho, para estabelecer, além das especificações da qualidade do caco, preço e condições de entrega, pagamento, local e condição de entrega do material e quantidades mínimas. Especificações do caco Normalmente, o vidro deverá ser entregue lavado, britado com granulometria e nível de contaminantes a ser determinado por cada vidraria. A não observância de qualquer uma das condições poderá fazer com que a carga seja beneficiada novamente (descontado do fornecedor) ou mesmo recusada (despesa do fornecedor). Inspeção Visual, química, granulométrica e de contaminantes, com diferentes níveis de tolerância. Cor e Quantidade Algumas vidrarias possuem necessidades de cores específicas ou não aceitam caco misto ou quantidades muito pequenas de material. Bolha causada por super aquecimento Condições de Entrega Variam desde o tipo de caminhão a ser utilizado para descarga da mercadoria, até local e horários para entrega.é necessária a apresentação da ordem de compra e nota fiscal. Preço Varia conforme qualidade, cor e mercado. Defeito na superfície devido a uma pequena partícula de metal. Condições de Pagamento Normalmente as vidrarias realizam depósitos na conta-corrente de seus fornecedores cadastrados. Defeito causado por contaminação de cerâmica. 15 16