Fragmentos do artigo de José Antonio Meira da Rocha professor de Jornalismo Gráfico no CESNORS/Universidade Federal de Santa Maria.
Instantaneidade O grau de instantaneidade a capacidade de transmitir instantaneamente um fato das publicações em rede aproxima-se do atingido pelo rádio, o mais alto entre as três mídias tradicionais, seguido por TV e jornal. É muito rápido, fácil e barato inserir ou modificar notícias em formato binário. O autor considera que a tecnologia de computadores atuais deve ser chamada de binária, e não de digital. O fato de trabalhar com lógica binária é que torna os computadores tão poderosos. Eles trabalham relativamente pouco com informação digital (numérica). Perenidade Também conhecido como arquivamento ou memória. O material jornalístico produzido on-line pode ser guardado indefinidamente. O custo de armazenamento de informação binária é barato. É possível guardar-se grande quantidade de informação em pouco espaço, e essa informação pode ser recuperada rapidamente com busca rápida full text. Busca full text é aquela usada por bancos de dados que armazenam todas as palavras significativas de um documento, e não apenas palavras-chave.
Interatividade As mídia tradicionais sempre tiveram algum tipo de interação, como nas seções de cartas de jornais e TVs e nos telefonemas para programas de rádio (talk radio). Mas no JOL (Jornalismo On-line) a interação atinge seu ponto máximo: Ÿ O leitor pode escolher vários caminhos para ler notícias. Ÿ Na Web, o leitor pode enviar formulários com comentários sobre uma notícia e ver suas observações colocadas imediatamente à disposição de outros leitores. Ÿ O leitor pode participar de votações sobre temas polêmicos. Multimediação, multimedialidade ou convergência O JOL usa vários tipos de mídia e de formatos de arquivos de computador. Se diz que é uma convergência de todas as mídias: Ÿ Texto e hipertexto em computador. Ÿ Áudio. Ÿ Vídeo parado (fotos) e em movimento (videoclips). Ÿ Texto em papel (o conteúdo da internet frequentemente é impresso). Ÿ Em breve, se poderá usar cheiro, pois já existem pesquisas com transmissão de informações olfativas.
Hipertextualidade Segundo a enciclopédia coletiva Wikipedia, Um hiperlink, ou simplesmente link, é uma referência em um documento hipertextual para outro documento ou recurso. Como tal, ele é similar às citações em literatura. Por exemplo, clicando no hiperlink Folha.com, você instruirá o seu programa leitor de página Web a buscar e a apresentar em sua tela as informações que formam a página Web do instituto de ensino de Jornalismo. Este link azul sublinhado é representado assim no texto interno da página Web: <A href="http://www.folha.uol.com.br/">folha.com</a> 1. A marca <A > significa âncora de hipertexto. 2. href é a referência hipertexto, no caso, um endereço Web. 3. Instituto pointer é o texto que vai responder ao clic do mouse 4. </A> indica o fim do link. Usar sistemas de hipertexto é chamado de navegar, em português brasileiro, em função do pioneiro programa Netscape Navigator (importante programa nos anos 90's). O uso de hiperlinks em conteúdo multimídia (áudio, vídeo, fotos, animações) é chamado de hipermídia. Tecnicamente, não há diferenças em fazer links em texto ou em imagens. Mídias tradicionais também usam hiperlinks, como o sistema de sumário e número de páginas de livros, os sistema de organização da Bíblia, as chamadas de capa de jornais.
Personalização de conteúdo Como toda a informação está sendo tratada por computadores, é rápido colher informações sobre usuários/leitores e oferecer a mídia que mais interessa a ele. Esta personalização de conteúdo pode se realizar de diversas maneiras: Ÿ Aliada à multimídia, a personalização de conteúdo permite a programação de servidores de mídia, que podem escolher qual informação enviar conforme as preferências do usuário que solicita. Por exemplo, um vídeo de qualidade mais alta é escolhido automaticamente pelo servidor Helix da Realmedia se o usuário tem banda larga. Ÿ Muitos sites de informação e serviços (portais) permitem que o leitor escolha temas que lhe interessam e receba apenas notícias sobre eles, ao acessar a página. Um bom exemplo é o News Is Free (http://www.newsisfree.com). Também é comum que se assine newsletters sobre assuntos específicos.
Personalização de conteúdo As novas formas de busca e apresentação de notícias, como os agregadores de notícias (news feeds RSS) e Google News, fazem com que qualquer jornal esteja em pé de igualdade na concorrência por leitores. Jornais de grandes centros competem de igual para igual com jornais regionais. Isto aponta para a necessidade de maior atenção na redação de títulos. Os títulos de matérias on-line devem ter todas as características dos títulos tradicionais, só que em espaço mais reduzido. Algumas dicas: Ÿ Especifique o lugar da notícia. Não coloque palavras como Região ou Vale. Regiões e vales existem em qualquer lugar do mundo. Ÿ Verbo forte no início, de preferência. Ÿ Use palavras-chave sobre a notícia.
O texto para Web Muitos autores se entusiasmem com características como multimediação e interatividade, e consideram que o conteúdo on-line deve ser repleto de movimentos, hiperlinks e outros truques. No entanto, produção digital custa caro, em termos de recursos humanos. E o conteúdo publicado em redes não precisa conter obrigatoriamente todos os recursos tecnológicos disponíveis, só porque eles existem. O autor considera que não há um formato para a internet ou formato para a Web. Existem diversas maneiras de se usar textos e outros conteúdos na mídia em rede. Cada uma tem uma aplicação determinada, com vantagens e desvantagens.
Transposição pura O texto da mídia papel (tipo livro ou artigo) é transposto sem modificação para a rede. Ÿ Vantagem: maior disponibilidade do que impresso, distribuição instantânea, onipresença, rapidez e baixo custo de publicação, facilidade de visualização, facilidade de impressão. Ÿ Desvantagens: não aproveita bem os recursos da mídia. Além disso, muita gente considera desconfortável a leitura de texto extensos na tela. Ÿ Exemplo: Projeto Gutemberg, que publica livros clássicos em formato de texto plano. Transposição com uso de hyperlinks Texto tradicional para papel, mas transformado para o formato de hipertexto, com links para notas de rodapé e para outros textos. Ÿ Vantagens: links tornam a leitura mais rápida pela facilidade de consulta a outras fontes e a notas. Também é fácil de imprimir. Ÿ Desvantagens: as mesmas da transposição pura. Ÿ Exemplos: documentos acadêmicos do MS Word ou OpenOffice gravados em formato HTML.
Adaptação ao hipertexto Texto reescrito ou produzido especialmente para ser lido em tela de computador. Informação em cachos (blocos de 100 palavras ou menos), uso extensivo de hiperlinks, listas com bolinhas, entretítulos. Ÿ Vantagens: aproveita melhor a mídia mas torna mais difícil a impressão. Ÿ Desvantagens: tem produção mais cara, é mais demorado reeditar o material textual. Desenvolvimento de narrativa em hipermídia Texto e imagens de áudio e vídeo pensados e editados para serem distribuídos em hipermídia. Ÿ Vantagens: aproveitamento máximo de recursos. Ÿ Desvantagens: pouco suporte para uso em mídia papel.
Exigências do JOL Texto O texto, é claro, ainda é o elemento mais importante de qualquer publicação. Quem tem bom texto para jornal de papel, rádio ou TV, terá bom texto para JOL. Só precisa entender como o internauta lê: ele apenas passa os olhos pelas telas à procura de palavras-chave. Não tem tempo para as grandes elucubrações mentais exigidas por figuras de linguagens do tempo do texto corrido, nem paciência para textos longos Criatividade em design visual O jornalista on-line deve não apenas saber escrever, mas saber como dispor o texto no suporte. Tem que conhecer tipos de letras, composição visual, uso de cores, corte e edição de fotos, áudio e vídeo. Não precisa saber desenhar, mas deve saber usar infografia e ser capaz de criar um gráfico informativo a partir de dados numéricos, para ilustrar uma matéria.