A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS

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1 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA MÁRIO FREIRE * I O INTENSIFICAR DAS NECESSIDADES DE HARMONIZAÇÃO O desmantelamento das barreiras ao comércio internacional intensificando a globalização dos mercados, o aumento da complexidade das transacções comerciais das empresas e a concentração de negócios com vista a obter massa crítica num ambiente de concorrência internacional, levam à procura de captação de fundos junto de investidores diversificados. Os mercados de capitais satisfazem, de alguma forma, as necessidades de obtenção desses fundos, apelando à participação de uma multiplicidade de agentes que se transformam em consumidores de instrumentos financeiros. O apelo à captação de poupanças dos diversos investidores tem, como contrapartida, uma responsabilidade acrescida por parte das empresas, quer na sua forma de organização, quer na forma transparente de actuação perante o mercado e na produção de toda a informação relevante para a tomada de decisão dos consumidores dos instrumentos financeiros por ela emitidos. A globalização dos mercados financeiros impôs uma discussão profunda em torno da necessidade da harmonização internacional, designadamente, das normas de contabilidade aplicáveis, pelo menos, às entidades com valores mobiliários negociados em mercados regulamentados. A introdução do euro na Europa e o desenvolvimento de novas formas de aceleradas de difusão de informação bem como a intensificação de necessidades de comparabilidade das empresas, tendo em consideração que os investidores institucionais passaram a assumir as suas decisões de investimentos em função de sectores de actividade em vez de o fazerem em função dos países, acelerou, definitivamente, a necessidade de harmonização das normas subjacentes ao relato financeiro. II O PAPEL DA IOSCO E DAUNIÃO EUROPEIA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM CONJUNTO DE NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE CONSISTENTES A IOSCO desenvolveu um trabalho profundo sobre esta matéria tendo passado pela celebração de um acordo com o IASC 1 (hoje IASB) em 1995 no sentido desta enti- * Coordenador-Executivo do Núcleo de Controle de Informação de Emitentes da CMVM. 1 International Accounting Standards Committee que entretanto alterou a sua designação para International Accounting Standards Board.

2 154 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS dade proceder a uma revisão das normas internacionais de contabilidade, reduzindo as opções nelas contidas, permitindo construir um conjunto de normas coerentes, quer nos capítulos de reconhecimento de activos e passivos que nos capítulos de apresentação e divulgação, baseados nas necessidade dos investidores. O IASC desenvolveu o seu trabalho, numa fase acelerada, desde 1995 até 2000, culminando com a construção de um conjunto de normas que permitiram tornar-se um ponto de referência para a necessária harmonização internacional nesta matéria. Simultaneamente, a nível Comunitário, prosseguiu-se um trabalho de análise, discussão e contribuição para a construção das normas do IASC, agregando todos os Estados Membros, no seio do Sub-Comité Técnico do Comité de Contacto, permitindo uma profícua cooperação entre todos, com contributos valiosos e positivos para a obtenção desse grande objectivo. Esta terá sido, muito provavelmente, a medida que permitiu derrubar o gelo que existia entre a maior parte das entidades com poder legislativo, em matéria contabilística, no seio dos Estados Membros, e os membros do, até então, IASC. Com efeito, apesar do órgão de direcção do IASC ser composto por 5 membros provenientes de países da União Europeia 2, existia uma grande divergência de opinião entre os representantes dos referidos países no IASC e os órgãos responsável pela emissão de normas contabilísticas nos mesmos países. Com a constituição do Sub-Comité Técnico do Comité de Contacto, onde se encontravam representados todos os Estados Membros, foi criado o primeiro forum comunitário dedicado às matérias relacionadas com as Normas Internacionais de Contabildiade. Teve por missão dar apoio à Comissão Europeia para que, na qualidade de observador do IASC pudesse transmitir a posição comunitária, apoiando também a Comissão na elaboração de uma análise das potenciais incompatibilidade entre as Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e as Directivas Contabilísticas Comunitárias (sobretudo a quarta e a sétima). Este grupo daria assim sequência à Estratégia da Comissão Europeia anunciada em Dezembro de 1995 pelo Comissário Mario Monti. Esta experiência foi enriquecedora, a todos os níveis, uma vez que juntou à mesma mesa os reguladores dos mercados de capitais com os responsáveis pela emissão de normas contabilísticas a nível nacional, permitindo que as posições assumidas pela Europa, junto do IASC, fossem previamente debatidas e articuladas no seio Comunitário. Concluído o trabalho de base, com a obtenção de um referencial de normas com elevada qualidade, essencial para a satisfação das necessidades dos investidores, encerrou-se o primeiro ciclo, tendo a IOSCO, na reunião de Sidney em 17 de Maio de 2000, recomendado aos seus membros que autorizassem as entidades emitentes a utilizarem 30 Normas Internacionais de Contabilidade do IASC, suplementadas por reconciliações, divulgações e interpretações quando necessárias para uma melhor compreensão de aspectos essenciais a nível nacional ou regional. Com a aprovação desta tão importante deliberação, a IOSCO afirmou acreditar que a referida recomendação facilitará as ofertas internacionais e a admissão de valores mobiliários em diferentes praças financeiras bem como promoverá o futuro desenvolvimento de normas contabilísticas aceites internacionalmente. O Comité Técnico da IOSCO publicou igualmente um relatório sumariando a sua avaliação das Normas Internacionais de 2 Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Federação Nordica.

3 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 155 Contabilidade, realçando alguns assuntos que os seus membros esperam vir a ser complementados nos tratamentos suplementares às normas do IASC, para fazer face a aspectos essenciais a nível nacional ou regional. Em 13 de Junho de 2000, a Comissão Europeia adoptou uma nova estratégia para a contabilidade, elegendo as normas do IASC como base referencial para a necessária harmonização contabilística no seio Europeu, propondo ainda uma estrutura de endosso de normas aplicáveis directamente às entidades com valores mobiliários admitidos em mercados regulamentados, elegendo o ano 2005 como meta para a obtenção da necessária harmonização. Dando sequência à estratégia então delineada, foi apresentada uma proposta de Regulamento que, após um processo negocial no seio do Conselho Europeu e no Parlamento, viria a dar lugar à aprovação do Regulamento n.º 1606/2002, de 19 de Julho. Com esta medida legislativa, todas as entidades com valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados, passarão a elaborar e a apresentar os seus relatórios e contas consolidadas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) emitidas pelo IASC, ou de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) a emitir pelo IASB. O Regulamento confere ainda aos Estados Membros a faculdade de poderem estender à obrigatoriedade de aplicação das IFRS às contas individuais das referidas entidades, ou mesmo às contas consolidadas e/ou individuais de outras entidades, ou certo tipo de entidades que os Estados Membros assim o entendam. Os Estados Membros dispõem ainda de uma opção de autorizarem a adopção das IAS/IFRS, deixando assim ao critério das entidades por forma a que estas, voluntariamente, possam aplicar as IAS/IFRS, quer às contas consolidadas de outras entidades quer às contas individuais das sociedades cotadas ou qualquer outra classe de entidades que se entenda por conveniente. A Europa passou assim a ser a primeira região no mundo a adoptar as IAS/IFRS directamente e sem quaisquer alterações ou adaptações. Na vertente institucional, o Regulamento veio também introduzir um mecanismo duplo, separando a componente de discussão técnica da componente de decisão política. Dessa forma, foi constituído o EFRAG 3, que assume a componente técnica de aconselhamento da Comissão em matéria de Normas Internacionais de Contabilidade, sendo um organismo privado criado sob os auspícios da FEE 4. A componente política, ligada à decisão de adopção da Normas Internacionais de Contabilidade para entrarem em vigor no Direito Comunitário, ficará a cargo do Comité de Regulamentação Contabilística, sujeito aos procedimentos comitológicos. O Sub-Comité Técnico foi assim desactivado, sendo que o EFRAG se comprometeu a envolver os organismos normalizadores nacionais no processo técnico de aconselhamento da Comissão Europeia e de transmissão da posição técnica Europeia ao IASB. O processo de funcionamento é recente, tendo o EFRAG participado na emissão de opiniões sobre os três primeiros projectos de IFRS. Para além de um órgão designado por Tecnical Expert Group, o EFRAG é aida constituído por um Consultative Forum of All Standard Setters, agregando todos os referidos organismo normalizadores contabilísticos dos Estados Membros. O EFRAG divulga, de forma prévia, o 3 European Financial Reporting Advisory Group. 4 Fédération des Experts Comptables Européens.

4 156 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS projecto de comentários a submeter ao IASB, convidando assim todas as partes interessadas a emitir sugestões para incorporação na versão final da respectiva carta. O sucesso obtido no Sub-Comité Técnico, com o envolvimento de todos os reguladores, será assim prosseguido, na exacta medida da abertura e partilha de opiniões que o EFRAG conseguir desenvolver. Em paralelo, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de modernização das Directivas Comunitárias, por forma a eliminar qualquer incompatibilidade com as IAS/IFRS. Dessa forma, os Estados Membros, que não queiram estender a aplicação directa das IAS/IFRS, além das contas consolidadas das entidades com valores mobiliários admitidos à negociação no mercado regulamentado, poderão adoptar na sua legislação nacional, normas contabilísticas, compatíveis simultaneamente com as Directivas Comunitária e com as IAS/IFRS (pelo menos em matéria de mensuração e de reconhecimento). III A TRANSFORMAÇÃO DO IASC O International Accounting Standards Committee (IASC) foi constituído em 1973, tendo procedido a uma restruturação no final de 2000, após o processo de reforma substancial das normas, passando a designar-se por International Accounting Standards Board (IASB). O processo de restruturação culminou com uma nova carta de constituição e uma nova estrutura de funcionamento que inclui na sua cúpula os Trustees, conjunto de 19 individualidades responsáveis pela captação de fundos e pela nomeação do Board, dos membros do Standing Interpretations Committee e do Standards Advisory Council. O Board (IASB), composto por 14 membros, é responsável pela emissão de Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tendo, na sua primeira reunião, adoptado todas as Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) anteriormente aprovadas pelo IASC. Por seu turno, o Standing Interpretations Commmittee (SIC), composto por 12 membros, é responsável pela emissão das normas interpretativas internacionais passando a designar-se por International Financial Reporting Interpretations Committe (IFRIC). O Standards Advisory Council, composto por 30 membros, é responsável por assessorar o Board, sendo um fórum que reúne organizações e individualidades com interesses no relato financeiro internacional. O ex-iasc emitiu 41 normas internacionais de contabilidade, de entre as quais 7 foram suprimidas, no processo de revisão levado a efeito. Com a presente transformação, o IASB alargou os seus órgãos a novos elementos, com uma estrutura mais independente, apelando igualmente a uma maior participação, com o objectivo expresso 5 de assumir-se como organismo normalizador interncional. 5 Documento emitido m Dezembro de 1999 com o título Shaping IASC for the future

5 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 157 IV IMPACTO DA ADOPÇÃO DE NORMAS DE RELATO FINANCEIRO HARMONIZADAS INTER- NACIONALMENTE O desafio que é colocado a todos nós é deveras importante para a salvaguarda do funcionamento dos mercados financeiros. A resposta a dar aos investidores passa, necessariamente, pela capacidade das diversas entidades envolvidas na regulamentação assegurarem um papel, quer na escolha de tratamentos contabilísticos uniformes no seio da União Europeia, quer num papel pró-activo no desenvolvimento destas matérias a nível internacional, uma vez que a normalização nunca é um processo encerrado. Criadas as ferramentas jurídicas para dar prossecução à harmonização comunitária da Contabilidade, importa agora assegurar a satisfação de outras necessidades, decorrentes da adopção das IAS/IFRS. Em primeiro lugar, torna-se necessário que seja assegurada, quer a nível nacional, quer a nível comunitário, uma efectiva aplicação consistente e inequívoca das normas contabilísticas, de forma harmonizada em todas as entidades com valores admitidos à negociação nas diversas praças financeiras europeias. Para isso, é necessário que a Europa fale a uma só voz, quer internamente, quer nas posições externas, designadamente nos trabalhos a prosseguir no seio do IASB. Poderão existir de facto características particulares a nível regional ou sectorial que possam, e devam, ser tratadas como complementos às próprias normas do IASB. Porém, essas singularidades devem ser abordadas de forma uniforme, sem que ocorram arbitragens regulamentares entre países Europeus ou entre sectores. Só assim se consegue atingir a necessária eficiência do mercado único europeu. Não seria desejável que existissem quinze diferentes interpretações das IFRS ou mesmo, quinze diferentes exigências adicionais às IFRS, dependendo de cada Estado Membro. Tal apenas criaria dificuldades à livre circulação de capitais, constituindo desnecessárias barreiras à captação de recursos junto dos investidores internacionais. Em segundo lugar, importa que seja assegurado que um dos maiores mercados financeiros do mundo, como é os Estados Unidos da América, aceite que as empresas europeias possam apresentar as suas demonstrações financeiras baseadas nas IAS/IFRS, sem qualquer necessidade de reconciliação para as normas locais. Este esforço de harmonização internacional passa também por uma aproximação das normas do FASB 6, com as normas do IASB. Foi acertado, ainda em 2002, um processo de convergência dos dois conjuntos de normas, fundamental para se obter uma verdadeira harmonização à escala planetária, esperando-se que seja um verdadeiro processo de convergência e não de sobreposição de um normativo por outro. Em terceiro lugar, para que o processo europeu não enferme em eventuais erros passados, é necessário continuar a assegurar o envolvimento de todas as entidades interessadas, não só os preparadores e auditores mas também os próprios reguladores, uma vez que são, em última análise, estas entidades que respondem perante o funcionamento eficiente dos mercados de valores mobiliários. Os reguladores de valores mobiliários em todo o espaço comunitário, deverão assumir, em plenitude, o seu papel não só de reguladores mas também de supervisores/ /fiscalizadores da aplicação das normas, 6 Financial Accounting Standards Board organismo emissor de normas dos EUA.

6 158 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS por forma a que sejam evitadas arbitragens de supervisão. A este propósito, o CESR (Comité Europeu de Reguladores de Valores Mobiliários) 7 tem vindo a trabalhar nesse sentido e os recentes desenvolvimentos comunitários, especialmente na decorrência do Relatório Lamfalussy, têm colocado este tema como debate central no sucesso do Plano de Acção para os Serviços Financeiros. A divulgação dos escândalos de empresas que não aplicaram apropriadamente as normas contabilísticas, com o inequívoco reflexo nos mercados financeiros, levaram as entidades reguladoras a tomarem medidas enérgicas para restaurar a confiança dos investidores nos mercados de capitias, sobretudo nos locais onde os escândalos foram mais visíveis. Porém, nenhum mercado estará imune à possibilidade de ocorrência de má aplicação das normas. Nessa conformidade, torna-se necessário adoptar medidas que passam por um reforço, em muitos mercados, da supervisão sobre os intervenientes do mercado e diminuir a dependência do designado self-regulation e selfcontrol levado a efeito pelos próprios intervenientes ou pelas respectivas associações profissionais. Por conseguinte, a harmonização da capacidade e dos poderes de supervisão são também uma condição essencial em todo este processo, sendo necessário assegurar que exista, em cada mercado, uma autoridade independente administrativa competente que seja responsável pelo processo de supervisão/fiscalização (enforcement) sobre as normas de relato financeiro. Tendo presente estas necessidades, o Sub-Comité de Enforcement do CESR Fin, elaborou a primeira Norma com vista a harmonizar as práticas de fiscalização da aplicação das normas de relato financeiro pelas entidades com valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado, o chamado enforcement da informação financeira. Este documento tornouse efectivamente um referencial fundamental, quer em matéria de definição do que se entende por enforcement, quer em termos de definição harmonizada de objectivos, práticas e actuações no capítulo da supervisão e fiscalização do cumprimento das normas de relato financeiro, elegendo a protecção do investidor como resultado último das práticas de enforcement. Finalmente, torna-se fundamental o apoio das entidades emitentes, como preparadores das demonstrações financeiras suportadas numa correcta e coerente aplicação das normas de contabilidade e, numa outra vertente, o apoio dos auditores quanto ao assegurar da emissão de uma opinião de auditoria, necessariamente independente, baseada na produção de um trabalho de verificação e actuação, que satisfaça normas de auditoria igualmente harmonizadas a nível internacional. Existe, por conseguinte, ainda um caminho a trilhar, que se deseja que seja rápido, mas seguro e sustentado, e que permita o sucesso dos mercados de capitais. V AS PRINCIPAIS DIVERGÊNCIAS ENTRE AS IAS E ASDIRECTIVAS COMUNITÁRIAS Em termos sintéticos, poderemos analisar as seguintes divergências entre as IAS/IFRS e as Directivas Comunitárias 8, com reflexos em Portugal, apoiado num estudo elabora- 7 Que deu sequência ao anterior FESCO Forum das Comissões de Valores Mobiliários Europeias. 8 As divergências apresentadas serão ultrapassadas com o processo de modernização das directivas comunitárias

7 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 159 do pelo Sub-Comité Técnico do Comité de Contacto da Comissão Europeia e que esteve na base do processo de modernização das Directivas: IAS 1 Apresentação de demonstrações financeiras A Norma contém duas opções de apresentação: classificação corrente/não corrente ou em ordem à sua liquidez. Ao invés, os lay-outs das Directivas não permitem uma classificação corrente/não corrente mas sim uma apresentação em ordem à liquidez, seguindo assim apenas uma das mencionadas opções. IAS 19 Benefícios de empregados A Norma contém uma opção, designada por corridor approach, no qual confere a possibilidade de não reconhecer ganhos ou perdas actuariais num corredor de 10%. A Directriz Conabilística n.º 19, seguindo a interpretação dada às Directivas, impõe o reconhecimento imediato, também previsto na IAS 19, pelo que as empresas não podem seguir a opção, mantendo-se no entanto a compatibilidade com a norma. IAS 21 Efeitos de alterações de taxas de câmbio A Norma impõe a inclusão em reservas apenas das diferenças cambiais originadas em rubricas monetárias que façam parte do investimento líquido de uma empresa numa entidade estrangeira. A questão coloca-se apenas no âmbito da Directiva dos Bancos que permite aos bancos registar em reservas, sem passar pela conta de ganhos e perdas, todas as diferenças cambias originadas em activos fixos como sejam os tangíveis ou intangíveis e todas as transacções de cobertura destes. Nestes casos existe uma incompatibilidade. IAS 22 Combinação de negócios A Norma Internacional trata o goodwill negativo como proveitos diferidos e o seu reconhecimento na demonstração de resultados ocorre numa base sistemática ao longo de um período máximo de 5 anos. A Directiva estabelece como regra a apresentação do goodwill em item separado (embora não refira onde), apenas podendo ser levado a resultados se for realizado ou se corresponder a uma expectativa de geração de resultados negativos futuros (reconhecendo-se os proveitos que entretanto foram diferidos, na medida em que os prejuízos vão sendo gerados no futuro, permitindo um efeito neutro na demonstração de resultados até a completa utilização do goodwill negativo). Nestes casos podendo não reunir as condições supra, surgirá assim um conflito de tratamento contabilístico. A presente Norma trata o goodwill positivo como activo intangível e amortizado ao longo de 20 anos. A Directiva permite a amortização em 5 anos, podendo estender ao longo da vida útil expectável. Neste caso, se for superior a 20 anos estará em conflito com a IAS. Por outro lado a Directiva permite o reconhecimento directo em reservas, facto que é proibido pelas IAS. É no entanto possível compatibilizar, na prática, as duas normas, desde que sejam utilizadas as opções compatíveis. IAS 25 Contabilização de Investimentos A presente Norma permite que a valorização ao menor dos valores de custo e do mercado, possa ser feito com base no portofólio, ao invés de rubrica por rubrica. A Directiva, por seu turno, impõe que a avaliação, ao menor dos valores, seja efectuada de forma separada entre activos e que visa a eliminação das incompatibilidades com as IAS. Prevê-se a aprovação da nova versão das directivas contabilísticas Comunitárias no decurso de 2003.

8 160 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS passivos, e não de forma líquida na base do portofólio. Assim as empresas europeias poderão seguir a Directiva e apenas uma das opções da IAS. Na componente dos bancos, é permitido que estes procedam a um ajustamento de valor tendo em consideração os riscos particulares do Banco, podendo manter um valor mais baixo até que a reversão seja determinada pelos próprios bancos. Este ajustamento vai além do permitido na IAS. Assim, se os banco seguirem o sobredito tratamento estarão em conflito com a IAS. IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e contabilização de investimentos em subsidiárias A Norma em apreço apenas permite a exclusão de consolidação de uma subsidiária quando o seu controlo se prevê temporário ou quando a operacionalização da empresa se encontra afectada por restrições severas de longo prazo. A Directiva impõe a exclusão no caso de a sua inclusão for incompatível com a apresentação de um imagem verdadeira e apropriada das demonstrações financeiras. Nesta conformidade, poderá existir uma incompatibilidade teórica, embora na prática tal exclusão seja muito rara. IAS 30 Divulgações nas demonstrações financeiras de bancos e instituições financeira similares A Directiva Bancária contém uma opção que permite a constituição de um fundo de riscos bancários gerais, cuja valorização ou desvalorização seja feita por contrapartida de resultados A Norma internacional, de seu lado, proíbe que sejam levados a resultados do período, devendo antes as empresas divulgar as suas valorizações ou então reconhecê-las em resultados transitados. Dessa forma, os Estados Membros que seguiram a opção da Directiva estão em conflito com a IAS. IAS 32 Instrumentos Financeiros Apresentações e Divulgações A Norma impõe um distinção da classificação entre capital próprio e passivo, de acordo com a substância dos riscos associados ao detentor do instrumento em causa. No caso dos riscos serem associados ao interesse residual dos activos líquidos, então teremos um instrumento de capital próprio; em contrapartida, se o risco estiver associado apenas a questões de liquidez, então deverá classificar-se como instrumento de passivo. A Directiva segue uma distinção legalista, encontrando-se assim as acções preferenciais obrigatoriamente remíveis, cujo detentor apenas contém um risco de crédito, classificadas em capital próprio, quando, nos termos da IAS seriam classificadas em passivo. O mesmo se passa com as remunerações destes instrumentos, devendo ser levados a resultados aqueles que se referem a instrumentos de passivo, o que implica que a remuneração das acções preferenciais obrigatoriamente remíveis seriam, não uma aplicação de resultados mas sim um custo do exercício. As acções próprias deverão ser tratadas como dedução ao capital próprio no âmbito da IAS. A Directiva confere uma opção aos Estados Membros de reconhecerem as acções próprias como activo. Para os Estados Membros, que se prevalecem desta opção, o conflito com a IAS é efectivo (o POC português não tem esse conflito, porém as normas contabilísticas aplicáveis aos Bancos, impõem o reconhecimento no activo, pelo que os Bancos não estão em conformidade com as IAS nesta matéria).

9 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 161 IAS 35 Operações em descontinuação A Norma internacional em apreço exige que a divulgação dos resultados em operações em descontinuação, no âmbito da demonstração de resultados, deva ser apresentada em linha separada líquida de imposto. Em contraste, a Directiva, no formato de apresentação horizontal, impõe que a apresentação dos impostos sobre os lucros sejam apresentados numa única rubrica, pelo que a apresentação referida na IAS é impossível. Contudo, a apresentação vertical, prevista também na Directiva, permite esta divulgação, pelo que se torna possível compatibilizar as duas normas, seguindo uma das opções da Directiva. O POC adoptou esta divulgação na demonstração de resultados por funções. IAS 36 Imparidade Esta Norma internacional impõe que as empresas procedam a uma revisão dos seus activos, de forma isolada, para detectar se existe imparidade, devendo, quando tal exista, reduzir o seu activo em conformidade. No entanto, quando não é possível levar a efeito uma avaliação isolada, a empresa poderá proceder ao agrupamento de vários activos, no que se designa por unidades geradoras de cash-flow, por forma a determinar a existência de imparidade para esse conjunto de activos. Ao invés, a Directiva exige que os componentes de activos e passivos sejam avaliados separadamente, pelo que poderá existir um conflito teórico, no entanto, do ponto de vista prático, a existência de uma imparidade específica de um dado activo, mesmo que esteja incorporado numa unidade geradora de fluxos de caixa, deverá ser afectado ao referido activo e a imparidade reconhecida no âmbito da IAS. IAS 37 Provisões, Passivos Contigenciais e Activos Contigenciais A norma refere que os passivos e activos meramente contigenciais não são reconhecidos no balanço, mas apenas sujeitos, em algumas situações, a divulgação nas notas anexas. Assim, apenas serão reconhecidos provisões que assumam carácter de obrigação, podendo esta ser legal ou construída. Nestes casos, a definição de provisão é restrita às situação em que a entidade tem uma obrigação presente, à data de referência do balanço, como resultado de um evento passado que sejam razoável que resulte um ex-fluxo de recursos que possa ser estimado com razoabilidade. A Directiva é mais extensiva no reconhecimento de provisões, podendo as empresas reconhecê-las mesmo que a responsabilidade surja entre a data de encerramento do balanço e a elaboração das contas ou que seja apenas expectável que venha a ocorrer. Assim, existe esse factor de conflito, que abrange apenas as designadas obrigações construídas. IAS 38 Activos Intangíveis A Norma, numa das suas opções, permite a reavaliação de activos intangíveis pelo justo valor, enquanto a Directiva apenas permite a reavaliação de acordo com critérios de inflação. Assim, as empresas europeias apenas poderão seguir a opção pelo critério do custo. A Directiva por seu turno, exige um período máximo de amortização de 5 anos para os custos de desenvolvimento (sujeito a derrogação dos Estados Membros em casos excepcionais), enquanto a IAS permite uma amortização de acordo com a vida útil, num período que não pode exceder os 20 anos. Assim, poderá existir um conflito para amortização de prazos superiores a 5 anos e que não sejam cobertos pelos casos excepcionais previstos na derrogação que os Estados Membros tenham levado a efeito.

10 162 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS IAS 39 Instrumentos Financeiros Reconhecimento e Mensuração Com a aprovação da Directiva n.º 65/2001 relativa à introdução do justo valor, ocorrida em 31/5/2001, eliminaram-se os conflitos que existiam entre as Directivas e esta Norma. Portugal ainda não transpôs a referida Directiva pelo que as normas vigentes no nosso país contêm uma incompatibilidade com esta norma. IAS 40 Propriedades de Investimento A Norma internacional prevê dois modelos o modelo do justo valor com reconhecimento do ajustamentos na demonstração de resultados, e o modelo do custo histórico. Em contrapartida, a Directiva apenas prevê o modelo do justo valor para as empresas de investimento, pelo que as outras empresas terão de seguir o modelo do custo histórico, não podendo assumir a outra opção da IAS. IAS 41 Agricultura Esta norma apresenta os problemas relacionados com a utilização do justo valor para activos de crescimento biológico quando a Directiva tem assente o critério do custo de produção. VI AS CONSEQUÊNCIAS DIRECTAS PARA PORTUGAL A regulamentação do mercado de capitais português é uma das mais modernas e avançadas, tendo um enfoque constante na protecção dos investidores e no conceito da máxima transparência das entidades envolvidas. Aliás, a temática do Governo das Sociedades tem vindo a ser colocada no centro das atenções por parte da CMVM, incentivando à prossecução de uma actuação transparente das entidades emitentes, auditores intermediários financeiros e dos próprios investidores. A produção de demonstrações financeiras, por parte das entidades emitentes, baseadas em padrões de elevada qualidade tem, nomeadamente nesse âmbito, vindo a ser um objectivo central da CMVM, em que uma das suas componentes passa pela divulgação, devidamente supervisionada, das referidas informações sobre a performance das empresas. O trabalho dos últimos anos tem permitido que sejam implementadas, em Portugal, as diversas Normas Internacionais de Contabilidade, quer numa colaboração com a Comissão de Normalização Contabilística, quer com a implementação da necessária regulamentação da apresentação da informação financeira aplicável às empresas com valores mobiliários admitidos em mercados regulamentados. A nossa legislação já permite que as entidades não residentes possam apresentar as suas contas no mercado Português baseadas nas IAS/IFRS. Tem-se encorajado as empresas portuguesas a apresentarem as suas contas com o nível de detalhe mais completo, inerente às divulgações exigíveis pelo IASB, quer do ponto de vista de regulamentação quer do ponto de vista de recomendações. A implementação da demonstração de fluxos de caixa, a regulação da demonstração de resultados por funções, baseado na óptica internacional, a implementação da informação por segmentos e a implementação da informação intercalar, quer ao semestre quer mesmo ao trimestre, permitem colocar o relato financeiro no caminho dos

11 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 163 padrões mais exigentes a nível internacional. Poderemos, porém, encontrar ainda algumas divergências entre as IAS/IFRS e o Plano Oficial de Contabilidade, decorrentes essencialmente da transposição das Directivas Comunitárias. Encontraremos ainda outras divergências significativas ao nível do plano de contas do sector bancário, norteado em muitos casos por preocupações de natureza prudêncial. Uma etapa já foi conseguida com a existência de um entendimento relativo à incorporação da Norma Internacional de Contabilidade n.º 39, que trata o reconhecimento e mensuração dos instrumentos financeiros, nas Directivas Comunitárias. Processo que esperamos venha a ter desenvolvimentos a breve prazo, com a transposição da Directiva 2001/65/CE, de 27 de Setembro, para Portugal. Esta nova norma, com o início da adopção do justo valor no tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros derivados e instrumentos financeiros detidos para negociação, é já um passo importante que permite reduzir de forma significativa a existência de incompatibilidade entre as normas do IASB e as normas Portuguesas. A extensão do justo valor para todos os instrumentos financeiros, carece ainda de um debate e amadurecimento a colher com a experiência da adopção da Norma Internacional n.º 39, norma que aliás se encontra em processo de revisão, pelo IASB, dando assim sequência a diversas solicitações desencadeadas pelo sector bancário, que sente algumas dificuldades quanto aos critérios restritos para a utilização da contabilização da cobertura. O debate em torno da extensão na adopção do critério do justo valor, critério que de facto melhor reflecte a imagem verdadeira e apropriada da posição financeira das sociedades e os resultados das suas operações, terá porém de ser devidamente ponderado em virtude necessidade de assegurar a obtenção de informação financeira fiavelmente mensurável, com a objectividade que se impõe. É nesta dicotomia de objectivos que terá de ser encontrado o equilíbrio necessário que satisfaça as necessidades dos investidores, equilíbrio esse nem sempre fácil de gerir e cuja experiência na sua aplicação determinará os passos futuros a dar nas políticas de normalização contabilística. A este propósito, refira-se a importantíssima decisão, tomada em Janeiro de 2003, pelo Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) relativo à aprovação do Projecto de linhas de Orientação para Um Novo Modelo de Normalização Contabilística. Neste Projecto a submeter ao Governo, a CNC propõe a extensão da obrigatoriedade de aplicação das IAS/IFRS às contas individuais das entidades com valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado. Esta decisão é fundamental, tendo em consideração que existem algumas entidades que apenas apresentam contas individuais, uma vez que a sua forma de organização assenta apenas na existência de uma empresa única, sem subsidiárias. Desta forma garante-se que existe uma efectiva comparabilidade entre todas as empresas cotadas. Torna-se igualmente relevante referir que toda a legislação actual comunitária assenta na distribuição de resultados em função das contas individuais e não das contas consolidadas. A aplicação de critérios de protecção de credores, como é o caso dos requisitos previstos no artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, assentam igualmente nas contas individuais e não nas contas consolidadas. Desta forma, constituí um argumento adicional para a necessidade de manter a tradição portuguesa, impondo os mesmos critérios contabilísticos

12 164 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS nas contas individuais e nas contas consolidadas. Outra medida aprovada prendeu-se com a possibilidade de qualquer empresa poder adoptar, voluntariamente, as normas IAS/IFRS nas suas contas consolidadas e individuais. A única condição que se exige é que, caso a empresa não esteja obrigada a submeter-se a certificação legal de contas, a simples mudança para o referencial do IASB passa a exigir que as contas sejam submetidas a auditoria. Esta medida funda-se na necessidade de assegurar que a aplicação das IAS/IFRS, por qualquer empresa que seja, passa a submeter-se ao primeiro nível externo de enforcement que é o auditor. Torna-se igualmente relevante referir que, nos termos das próprias IAS/IFRS, uma empresa que afirme adoptar o seu referencial, terá de adoptar todas e quaisquer normas IAS/IFRS bem como as respectivas interpretações emitidas pelo IFRIC, não podendo o processo de mudança ser feito à custa da escolha das normas que mais convierem à entidade, deixando de aplicar aquelas que trariam inconvenientes para os objectivos da apresentação das contas. A decisão da CNC baseou-se num debate intenso entre todas as entidades envolvidas no seio do Conselho Geral, que representam os mais diversificados interesses da economia. O principal objectivo foi o de garantir a comparabilidade nas entidades com valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado, independentemente do tipo de contas que apresentem e, por outro lado, permitir a adopção voluntária das IAS/IFRS a quem assim o deseje. Atente-se que a mera imposição do pacote completo das IAS/IFRS para outras empresas que não as cotadas (não se incluindo aqui o caso das sociedades financeiras que estarão dependentes das decisões do Banco de Portugal, ou mesmo das empresa seguradoras que estão sob alçada do Instituto de Seguros de Portugal) implicaria não só a adopção de critérios de reconhecimento e mensuração iguais, aspecto que se deseja, mas também, de forma bastante onerosa, todo o conjunto de divulgações que estão sobretudo pensadas para a satisfação de critérios mais exigentes. Em alternativa, procurou-se redefinir o modelo de normalização português assente num conjunto de normas contabilísticas nacionais, aplicáveis às empresas não sujeitas às IAS/IFRS, mas cujos critérios de mensuração e reconhecimento, que invariavelmente condicionam a forma de apuramento dos resultados, dos activos e dos passivos, passem a ser idênticos às das normas IAS/IFRS. Em termos globais, caminhar-se-á para um cenário em que os resultados das empresas cotadas são directamente comparáveis com os resultados de todas as restantes empresas nacionais, seja em termos de resultados consolidados, seja em termos de resultados individuais. Tal facilitará, não só os procedimentos de análise e de comparação de empresas como também reduzirá, de forma significativa, o risco de erros aquando do processo de consolidação de contas entre a empresa-mãe (que teria de relatar em IAS/IFRS) e as suas subsidiárias (que apenas teriam de relatar de acordo com as normas nacionais), designadamente satisfazendo a exigência de critérios contabilísticos uniformes em todas as empresas integrantes no perímetro de consolidação. O tratamento de Pequenas e Médias Empresas, em contextos como o tecido empresarial Português, quando não têm valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados, será assim tomado em consideração, adaptando as exigências de prestação de contas à sua realidade concreta. Não é porem afastada a possibilidade de,

13 A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E A SUA APLICAÇÃO NA EUROPA : 165 num futuro processo de admissão a mercados regulamentados dos valores mobiliários emitidos por estas empresas, estas sentirem o processo mais facilitado, uma vez que tal não implica a reformulação de contas, com as inerentes dificuldades que surgem na compreensão dos mesmos indicadores económicos, baseados em critérios diferentes, bastando apenas acrescentar mais divulgações. Um dos outros importantes pilares associados ao relato financeiro prende-se com a matéria fiscal. Importa continuar a intensificar a necessidade de separação das duas componentes: Com efeito, a apresentação de demonstrações financeiras deverá privilegiar as necessidades dos investidores, accionistas e credores, e dos restantes stakeholders, ao passo que os critérios inerentes à determinação da matéria colectável deverão ser decisões de política fiscal, dissociados dos critérios contabilísticos, permitindo aliás uma certa flexibilidade para as decisões de política orçamental. Este tema não tem sido fácil de lidar, quer no seio comunitário, quer no seio nacional, mas os desenvolvimentos tem sido encorajados com a tomada de consciência para esta temática concreta, pelo que se impõem a continuação do trabalho nesse sentido. VII CONCLUSÃO A Europa, com este novo ciclo dirigido às entidades com valores mobiliários negociados em mercados regulamentados, passa a assumir a liderança da harmonização contabilística entre diversos países, numa base de padrões internacionais de contabilidade emitidos pelo IASB e reconhecidos pelos Estados Membros, com efectiva aplicação e apropriado controlo. O próprio IASB, entidade privada com a sua nova estrutura de funcionamento, tomará em consideração, certamente, este novo ciclo de desenvolvimento, onde a voz Europeia terá o necessário peso correspondente à representatividade inerente à maioria de utilizadores efectivos das normas internacionais de contabilidade, que são as empresas europeias. Para que todo este processo tenha êxito, é necessário que a criação da estrutura de regulamentação contabilística europeia não perca a apropriada representação das entidades com responsabilidade pública pela emissão e fiscalização das normas (aquilo que a língua inglesa designa por endorsement e enforcement). É este o desafio que se coloca no curto prazo a todos os Estados Membros e órgãos comunitários. Torna-se assim necessário que as posições a assumir junto do IASB, pelo nível técnico, tenham de estar em sintonia com as posições defendidas ao nível político, no seio da estrutura dualista de regulamentação contabilística a nível comunitário. Nessa conformidade, deverá existir a necessária articulação entre as dois níveis da referida estrutura, sem o qual poderá existir o risco de se voltar a repetir erros passados. Estes assuntos estiveram na base dos debates no âmbito do projecto de Regulamento, apresentado pela Comissão Europeia ao Parlamento e ao Conselho em 13 de Fevereiro de 2001, tendo sido aprovado com o n.º 1606/2002 e posteriormente publicado no dia 19 de Julho de 2002, constituindo uma ferramenta essencial para a consumação deste desafio. As necessidades dos investidores e o objectivo de 2005 deverão ser os nossos pontos centrais de referência na obtenção da efec-

14 166 : CADERNOS DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS tiva harmonização contabilística desejada por todos. A data é muito próxima, pelo que todos deveremos concentrar neste novo desafio, por forma a estarmos preparados para a aplicação destes padrões contabilísticos harmonizados, permitindo assegurar o pleno sucesso dos mercados financeiros na era da globalização, condição essencial para o sucesso de todos os agentes económicos e do desenvolvimento dos Estados Membros. Estes foram os valores que sempre me influenciaram profissionalmente, tendo-os incorporando com grande entusiasmo, o que devo em larga medida, sem dúvida alguma, à Dra. Mafalda Gouveia Marques, a quem não poderia deixar de dedicar este artigo, nesta edição especial dos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários organizada em sua homenagem e a quem, publicamente, reconheço como a pessoa que mais lutou pelos ideais de transparência dos mercado e por uma aplicação uniforme, recta e consistente dos mesmos.

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