L E I M U N I C I P A L Nº 1910/95

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1 L E I M U N I C I P A L Nº 1910/95 Dispõe sobre a Política Municipal dos direitos da Criança e do Adolescente e dá outras providências. ARI RODRIGUES, Prefeito Municipal de Taquara, no uso de suas atribuições, FAZ SABER que, em sessão realizada em , a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: TÌTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre a política municipal dos direitos da Criança e do Adolescente e das normas gerais para a sua adequada aplicação. Art. 2º - O atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Município de Taquara será feito através das Políticas Sociais Básicas de Educação, Saúde, Recreação, Esporte, Cultura, Lazer, Profissionalização e outras, assegurando-se em todas elas o tratamento com dignidade e respeito a liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 3º - Aos que dela necessitarem será prestada a assistência social, em caráter supletivo. Parágrafo Único É vedado a criação de programas de caráter compensatório da ausência ou insuficiência das políticas sociais básicas no Município sem prévia manifestação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Art. 4º - O Município propiciará a proteção jurídico-social aos que dela necessitam, por meio de entidade de defesa dos direitos da Criança e do Adolescente. TÍTULO II DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

2 Art. 5º - A Política de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente será garantida através dos seguintes órgãos: I Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; II Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. CAPÍTULO II DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SEÇÃO I DA CRIAÇÃO E NATUREZA DO CONSELHO Art. 6º - Fica criado o CONSELHO MUNICIPAL DE PROMOÇÃO E DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, instituído pelo Art. 106 da Lei orgânica do Município de Taquara, órgão normativo, deliberativo, fiscalizador, e controlador das políticas de atendimento às crianças e, adolescentes, cabendo-lhe a coordenação da política de proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, em todos os níveis. SEÇÃO II DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO Art. 7º - Compete ao Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente: I Formular a política municipal de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, de forma integrada com as políticas sociais em nível municipal, estadual e federal, fixando prioridades para consecução das ações, a captação e aplicação de recursos. II Exercer o controle e a fiscalização da execução da política municipal de promoção, proteção e defesa dos direitos da Criança e do Adolescente, de seus grupos de vizinhança e dos bairros ou zona urbana ou rural em que se localizam; III Controlar a execução das ações em todos os níveis, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA ) ;

3 IV Fixar com os poderes Executivo e Legislativo, percentual do orçamento a ser incluído no planejamento do Município destinado à Programas de Atendimento, Assistência, Auxílio e Subvenções; V Captar recursos federais e estaduais e estaduais, para a implantação e desenvolvimento do Programa de Atendimento à Criança e ao adolescente, segundo as normas do ECA; VI Captar recursos na própria comunidade e de organismos internacionais para a execução da política de atendimento; VII Definir prioridades e decidir sobre a aplicação de recursos públicos nas áreas da criança e do adolescente; VIII Apreciar e deliberar a respeito de qualquer auxílio ou benefício a ser concedido a entidade não governamentais que tenham por objetivo a proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; IX Estabelecer política de formação pessoal com vistas à qualificação do atendimento da criança e do adolescente; X Manter o intercâmbio com entidades federais e estaduais congêneres ou que tenham atuação na proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; XI Realizar e incentivar campanhas promocionais e de conscientização dos direitos da criança e do adolescente; XII Efetuar o registro das entidades não governamentais que tenham por objetivo a proteção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; XIII Registrar os programas a que se refere o inciso anterior das entidades governamentais que operam no Município fazendo cumprir as normas constantes do mesmo Estatuto; XIV Receber, apreciar e pronunciar-se quanto às denúncias e queixas que lhe forem formuladas por qualquer cidadão ou entidade e que digam respeito à proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente por órgão governamental e não governamental, encaminhando-as aos órgãos competentes, de conformidade com o parágrafo 3º, item 07 do Art. 260, da Lei Estadual;

4 Art. 8º - Aos Conselheiros ou qualquer pessoa devidamente credenciadapelo conselho, para o exercício de atos ou diligências atinentes à promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, fica assegurado o livre acesso a órgãos governamentais e não governamentais. Parágrafo Único Serão postos a disposição do Conselho, servidores públicos necessários aos seu funcionamento. Art. 9º - A concessão de qualquer subvenção ou auxílio a entidades que de qualquer modo tenham objetivo a promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente só poderá ser efetivada após prévia audiência e parecer favorável do conselho, pressupondo encontrar-se a entidade previamente cadastrada. Art. 10º - As resoluções do Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente só terão validade com o quorum de instalação de maioria absoluta da instância governamental e não governamental, podendo ser deliberadas com a maioria de seus membros. Art. 11º - O conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente deverá exercer rigorosa fiscalização quanto a aplicação da dotação orçamentária estabelecida no Parágrafo 1º, do item VII, do Art. 260 da Constituição Estadual, devendo ser previamente ouvido na elaboração da proposta orçamentária, zelando pela efetiva observância das diretrizes estabelecidas naquele dispositivo constitucional. Art. 12º - As normas de funcionamento do Conselho Municipal de Promoção e defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente serão estabelecidas, pelos membros do Conselho em seu regimento Interno a ser editado por Decreto do Governo Municipal. Art. 13º - O Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ficará vinculado ao Gabinete do Prefeito. Art. 14º - Criar Comitê Municipal de Trabalhos afins. SEÇÃO III DA COMPOSIÇÃO E DO MANDATO Art. 15º - O Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente será composto de 16 ( dezesseis ) membros, segundo a seguinte disposição:

5 I 8 ( oito ) membros representando o Município, indicados pelos seguintes órgãos: 1 Câmara de Vereadores; 2 Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC); 3 Secretaria Municipal de Administração; 4 Secretaria Municipal da Fazenda; 5 Núcleo Assistencial Comunitário (NAC); 6 Secretaria Estadual de Segurança Pública Brigada Militar 7 Secretaria Municipal de Saúde; 8 Poder Judiciário. II 8 (oito) representantes de Entidades da sociedade cível organizada existentes há pelo menos 01 (um) ano que, comprove a realização de programas na área de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Art. 16 Os representantes das entidades previstas no Art. 15 II, serão escolhidos por eleição e fórum ordinário trienal e aberto, convocado pelo Conselho, juntamente com seus suplentes. Art. 17º - Os órgãos e entidades mencionados no Art. 15, devem indicar seus representantes e respectivos suplentes. Parágrafo Único: O representante uma vez indicado poderá ser substituído a qualquer tempo, a critério da entidade que o nomeou, comunicada previamente à Secretaria do Conselho, ressalvadas as disposições do Art.15, Inciso II, desta Lei. Art.18º - As entidades contempladas na Art. 15 terão assento no Conselho pelo prazo de 03 (três) anos, ressalvado o direito de reeleição. Art. 19º - A participação do Conselho não poderá ser, a qualquer título, remunerada e será reconhecida como função pública relevante. SEÇÃO IV DA ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO CONSELHO Art. 20 O C.M.D.C.A. terá a seguinte estrutura: I Assembléia Geral; II Diretoria Executiva; - presidência e vice;

6 - secretaria e vice; - tesouraria e vice; III Conselho fiscal. Art. 21 A Diretoria Executiva do Conselho será eleita dentre os seus membros efetivos, segundo disposição do regimento interno. I O mandato da diretoria executiva será de 2 (dois) anos, concomitante com o período previsto no Art. 18, permitida uma reeleição. II Enquanto permanecer na presidência do Conselho, o presidente não poderá ser substituído pela entidade que o indicou, o regimento interno disporá sobre seus impedimentos e substituição. III Caso o vice-presidente venha a assumir definitivamente a presidência, por impedimento do presidente, eleger-se,á outro vice-presidente para completar o mandato. SEÇÃO V - DO REGIMENTO INTERNO Art. 22 As atividades do Conselho e as normas funcionais reger-se-ão por regimento interno, redigido por seus membros e referendado em Assembléia conjunta das entidades dispostas no Art. 15 desta Lei. SEÇÃO VI DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 23 A norma em que se refere o Art. 15 da composição do Conselho servirá de base para a formulação e instalação do conselho, até que o mesmo, através do seu regimento interno e estatuto determine seus critérios definitivos de composição e funcionamento. Art O Conselho será instalado no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a aprovação desta lei e 60 (sessenta) dias após será elaborado o estatuto e o regimento interno.

7 CAPÍTULO III DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SEÇÃO I DA CRIAÇÃO E NATUREZA DO FUNDO Art. 25 Fica criado o FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, como as deliberações do conselho dos Direitos, ao qual é órgão vinculado. SEÇÃO II DA COMPETÊNCIA DO FUNDO Art. 26 Compete ao Fundo Municipal: I Registrar os recursos orçamentários próprios do Município ou a ele transferido em benefício das crianças e dos adolescentes pelo Estado ou pela União. II Registrar os recursos captados pelo Município através de convênios ou por doação ao Fundo. III Manter o controle escritural das aplicações financeiras levadas a efeito no Município, nos termos das resoluções do Conselho dos Direitos. IV - Liberar os recursos a serem aplicados em benefício das crianças e dos adolescentes, nos termos das resoluções do Conselho de Direitos. V Administrar os recursos específicos para os programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, segundo as resoluções do Conselho dos Direitos. Art. 27 O fundo será regulamentado por resoluções expedidas pelo Conselho dos Direitos. Art. 28 Fica mantido o Conselho Municipal de Defesa da Criança e Adolescente, já existente e integrado na forma do Art. 15 da Lei Municipal 1.412/91. Parágrafo Único: Os mandatos dos conselheiros, cuja composição se deu na forma do referido artigo e lei, ficam mantidos e não se fará eleição enquanto perdurarem. Art. 29 Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito para as despesas decorrentes do cumprimento desta Lei.

8 Art. 30 Fica revogada a Lei Municipal 1.4l2/91 e quaisquer disposições em contrário passando a vigir esta Lei a partir da data da sua promulgação. GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE TAQUARA, 26 de dezembro de Ari Rodrigues Prefeito Municipal Registre-se e Publique-se.