A NOYA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEITA POR ORDEM DE SUA MAGESTADE PELO ILLUSTRISSIMO, E EXCELLENTISSIMO S E N H O R /

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Rebeca Câmara Carvalho
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MARQUEZ DE POMBAL, DO CONSELHO DE ESTADO DO DITO SENHOR, E SEU LU G A R-TE NE NTE NA M E S M A F U

1 S O B R E A NOYA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE COIMBRA FEITA POR ORDEM DE SUA MAGESTADE f i d e l í s s i m a PELO ILLUSTRISSIMO, E EXCELLENTISSIMO S E N H O R / SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELLO, MARQUEZ DE POMBAL, DO CONSELHO DE ESTADO DO DITO SENHOR, E SEU LU G A R-TE NE NTE NA M E S M A F U N D A Ç.4 M. L I S B O A Na REGIA OFFldlNA TYPOGRAFICA ANNO MDCCLXXII Com licença da Real Meza Cenforia.

j> s 0 firtumtos mmtum, / norkt!.. VIRC. 2. Georg. verf. 458.

3 j> s 0 firtumtos mmtum, / norkt!.. VIRC. 2. Georg. verf D «JL^ TssipARAM-SE as nuvens temerofas Que a face das Sciencias encubriam: Pelas mãos de CARVALHO poderofas Refurgem do fepulcro, em que jaziam: Seu divino efplendor, feu rofto fanto Adora Portugal cheio de efpanto. Mal podem cegos olhos, coftumados As fombras, ver do Sol a luz brilhante Nos orgaos ao Sofifrna habituados Razão não entra; a língua vacillante Balbucia, confunde-fe, delira : Mover não fabe a voz, que o Ceo lhe infpira. Oh,Coimbra! oh Cidade, confagrada As Mufas n'outro tempo! a antiga gloria, Que no Mundo te fez tão celebrada, Apenas exiftia na memoria Ovil ocio, a defordem, a intriga, os annos Exemplo te faziam de feus damnos * ü ' Foi

(4).. Foi por mãos inimigas protanaclo O templo da Sciencia; alli puseram Hum altar á Preguiça dedicado : Sobre cinzas illuftres outro ergueram, De donde ao vulgo ignaro, que o cercava, O infolente

Viaima vinha a fer a extrema idade. Infelices Mancebos! que em Athenas Os vicios de Corintho contrahiew 1 Dos crimes, que aprendíeis, o povo as penas.

4 (4).. Foi por mãos inimigas protanaclo O templo da Sciencia; alli puseram Hum altar á Preguiça dedicado : Sobre cinzas illuftres outro ergueram, De donde ao vulgo ignaro, que o cercava, O infolente Sofifina as Leis diélava, Da fonolenta Deofa companheiros ~ Eram o molle Dcfianco, a Indolência, Togo perturbador, os liíongeiros, Mas funeftos Prazeres, a Infolencia: A viaima era a tenra mocidade; Viaima vinha a fer a extrema idade. Infelices Mancebos! que em Athenas Os vicios de Corintho contrahiew 1 Dos crimes, que aprendíeis, o povo as penas. Sem culpa ha de pagar: d alh fahieis Fazendas a julgar, vidas decoro;, A malquiílar a Yara, a Toga, o loi-o. Pompofos Sacerdotes aííiftiam Ao ídolo famofo: alli queimavam Não perfumes de Arabia; mas ardiam Livros; nuvens de fumo aos Ceos voavam: Heineccio, Puffendorf, e outros banidos A cinzas deixa a chamma reduzidos.

Deite Numen compunham Corte indigna O Orgulho, a Confusão, o Fanatifmo, Cega Superjlição, Teima maligna, E outros monftros cruéis, filhos do Abyfmo: Aos pés, em grilhões duros maneatada, A candida

nada podes, Se o jugo dos a bufos não facodes.

5 Deite Numen compunham Corte indigna O Orgulho, a Confusão, o Fanatifmo, Cega Superjlição, Teima maligna, E outros monftros cruéis, filhos do Abyfmo: Aos pés, em grilhões duros maneatada, A candida Razão geme ligada. Não perde o roíto fanto a gentileza; E entre os do falfo Deos adoradores, Algum quer invocar a Deofa preza; Mas fuífocam-lhe os votos vãos temores. Mifera Natureza! nada podes, Se o jugo dos a bufos não facodes. CARVALHO O defpedaça; glorioíb O vê Coimbra entrar; nos braços leva Triunfante a Verdade; no famofo Templo a throno de jafpe a fóbe, e eleva: Não quer Dagon,e a Arca o mefmo templo; Dos ídolos a queda he novo exemplo. A Preguiça, o Sofifina confternados Fogem ; e aquelles mefmos, que os adoram : A illusão reconhecem: derrotados Seus Altares, apenas que alli foram, Lembrança fica: Oh gloria! oh alegrias l Oh Coimbra ditofa! Oh fauftos dias-! Oh

Os bancos do Commercio ediíicafte^ Novas melhores Leis aos Povos défte; A mafcara do Hypocrita rafgafte; Os laços do Intrigante desfizeíle ; Os eííendartes luíòs abatidos, Fizefte refpeitados, e

6 CO Oh poderofo REI, dos Ceos mandado Para obrar coufas grandes! não invejes De Luiz, e de Auguíto o nome honrado; Os Colberts, os Mecenas não defejes: Quanto neftes Heroes o Mundo admira, No teu Lugar-Tenente hoje refpira. Os bancos do Commercio ediíicafte^ Novas melhores Leis aos Povos défte; A mafcara do Hypocrita rafgafte; Os laços do Intrigante desfizeíle ; Os eííendartes luíòs abatidos, Fizefte refpeitados, e temidos. 2 Tu feras immortal; mas na memoria: E noífos faudofos defcendentes, Nem todos hao de ter a nolfa gloria: Tu os queres felices, e contentes? Hoje os fazes Senhor. CARVALHO honrado! Vai preparar-lhe hum Século dourado. Na*) vás a conquiftar Nações eftranhas, vás lavar em fangue injufto ferro; fim da fábia Aftreia nas campanhas Aprefentar batalha ao vicio, ao erro: Vás defcubrir os campos, onde crefcem As palmas immortaes, louros florecem. ^ Mu-

Por Miniftros Filofofos pezadas Da equidade ferão regras benignas Por Doutores fieis interpretadas As paginas ferão das Leis Divinas: Linguas Originaes!

7 MOTHjftWWWI* (7 ) Mufas, vede efte, efteheroe! Clio! - Uranía! Coimbra voítos nomes já conhece : Povos, que haveis de vir! vós algum dia Os frutos colhereis da flor, que crefce Tei as, 6 Portugal, Fleurys, Racinesj Leibnitz terás, Newtons, Caflines. Por Miniftros Filofofos pezadas Da equidade ferão regras benignas Por Doutores fieis interpretadas As paginas ferão das Leis Divinas: Linguas Originaes! em vós veremos A& bafes dos Myfterios, em que cremos. Oh Bolonha! Oh Paris! os Portuguezes Serão voítos rivaes na nova Athenas: Os gênios Alemães, Francos, Inglezes Não invejo: faltava-nos Mecenas, Que vieíte animar-nos ao trabalho. O Ceo no-lo quiz dar hoje em CARVALHO. a A Hirtoria, e a Mathematics, Faculdaaes novamente eftablecidas na Univerfídade.» «o * ^. -u jp p De Jofé de S. Bernardino Botelho, (Jonego Secular do Evangelijla } e Reitor de Gelleirús. O W* rv k

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