Regulamento dos Doutoramentos do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra
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- Ruy Fernandes Valente
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1 Regulamento dos Doutoramentos do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (aprovado em reunião do Conselho Científico de 16 de Junho de 2010) Os ciclos de estudos conducentes ao Doutoramento oferecidos pelo Instituto de Investigação Interdisciplinar, doravante designado por IIIUC, representam o nível mais elevado do processo de ensino e aprendizagem que toma como base a investigação e desta se alimenta. O aprofundamento de uma área científica ao nível de um doutoramento não é contraditório com a existência de conexões entre saberes diferentes, com diversas origens disciplinares. O espírito que subjaz aos programas desenvolvidos nesta unidade orgânica prende-se não somente com o aprofundamento disciplinar, mas sobretudo com a abertura interdisciplinar, característica que se deve reflectir nos desenhos dos curricula, tomando como base os agrupamentos científicos propostos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Pretende-se contribuir desta forma para o reforço da comunidade científica nacional, bem como a internacionalização destes ciclos, sem a qual não há reconhecimento adequado por parte de outras comunidades científicas. Aos detentores do grau de doutor pelo IIIUC, é reconhecida capacidade autónoma de investigação científica de qualidade, que contribua, numa sociedade baseada no conhecimento, para a promoção em contexto académico ou profissional do progresso tecnológico, social ou cultural. As disposições adoptadas neste Regulamento pretendem concretizar as condições óptimas para que os doutorandos de proveniências, formações e culturas diversas possam aceder através do IIIUC ao nível académico mais elevado, tornando-se investigadores solidamente preparados para promover o desenvolvimento científico e a inovação não só em estabelecimentos de ensino superior, mas também em instituições públicas, em Portugal e no estrangeiro. O presente Regulamento estabelece as regras a que devem obedecer os Doutoramentos no IIIUC, em sintonia com o Decreto-Lei 74/2006 de 25 de Junho de 2006 com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei nº 107/2008 e nº 230/2009, e do Regulamento Académico da Universidade de Coimbra que estabelece as regras gerais sobre a organização, funcionamento e procedimentos dos diferentes ciclos de estudos ministrados nesta Universidade. SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 1º Criação e Âmbito 1. A Universidade de Coimbra, através do Instituto de Investigação Interdisciplinar (IIIUC) institui e promove a criação de ciclos de estudos conducentes ao grau de doutor. 2. O grau de doutor é conferido no IIIUC e titulado por uma carta doutoral emitida pela Universidade de Coimbra. Artigo 2º Doutoramento em associação 1. O IIIUC pode promover a associação com outros estabelecimentos de ensino superior, nacionais ou estrangeiros, para a realização de ciclos de estudos conducentes ao grau de doutor, nos termos do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de Março.
2 2. Integram-se na figura de doutoramentos em associação, entre outros, os doutoramentos em regime de co-tutela e o doutoramento europeu. 3. Os programas de doutoramento em associação podem reger-se por regulamentos específicos consensualizados pelas instituições participantes e são objecto de aprovação pelo Conselho Científico do IIIUC. Artigo 3º Habilitações de Acesso 1. Podem candidatar-se ao ciclo de estudos conducentes ao grau de doutor: a) Os titulares do grau de mestre ou equivalente legal; b) Os assistentes que tenham sido aprovados em provas de aptidão pedagógica e capacidade científica; c) Os titulares do grau de licenciado, detentores de um currículo escolar ou científico especialmente relevante que seja reconhecido como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo Conselho Científico do IIIUC; d) Os detentores de um currículo escolar, científico ou profissional que seja reconhecido como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo Conselho Científico do IIIUC. 2. As condições de ingresso em cada ciclo de estudos são fixadas no despacho da criação do Curso. Artigo 4º Instrução do requerimento de candidatura Os candidatos a doutoramento devem formalizar a respectiva candidatura em requerimento dirigido ao Presidente do Conselho Científico e conforme o Artigo 5º do presente Regulamento, deve ser acompanhado dos seguintes elementos: a) Documento comprovativo de que o candidato reúne as condições a que se refere o Artigo citado; b) Curriculum académico e profissional, em particular no que toca à adequação da formação e da experiência ao curso a que se candidata; c) Indicação do ramo de conhecimento ou da especialidade; d) Indicação do orientador ou orientadores e respectivos termos de aceitação, no caso de cursos sem componente lectiva; e) Plano de trabalhos e de investigação subscrito pelo orientador ou orientadores e pelo candidato no caso de cursos sem componente lectiva; f) Outros que o despacho de criação possa exigir. Artigo 5º Avaliação das Candidaturas Decorrido o prazo de candidatura aos Programas de Doutoramento, o Conselho Científico procede à avaliação das mesmas de acordo com os critérios de selecção e de seriação constantes no despacho de criação.
3 Artigo 5º Vagas 2. O número de vagas é fixado pelo Reitor da Universidade de Coimbra, sob proposta do IIIUC. Artigo 6º Matrícula e inscrições 1. O candidato admitido ao ciclo de estudos de doutoramento deve proceder à respectiva matrícula e inscrição no Serviço de Gestão Académica no prazo fixado para o efeito, após comunicação de aceitação feita pelo Conselho Científico. 2. Os estudantes de doutoramento efectuam anualmente a inscrição no ciclo de estudos de doutoramento, quer estejam a frequentar unidades curriculares, quer estejam a elaborar a tese. 3. A falta de inscrição impede o estudante de prosseguir os estudos de doutoramento. Artigo 7º Propinas 1. Os valores das taxas de matrícula e das propinas são propostos pelo IIIUC. Artigo 8º Indicação do orientador ou orientadores 1. Cabe ao Conselho Científico designar o orientador, ou orientadores, com a aceitação do projecto de dissertação. 2. Um dos orientadores deve pertencer ao Programa Doutoral em curso, preenchendo as condições exigidas na alínea b) do artigo 21º dos Estatutos do IIIUC para a elegibilidade para o Conselho Científico do IIIUC, sem prejuízo de que um segundo orientador não integre o Programa Doutoral ou seja de outra instituição. 3. O doutorando pode solicitar ao Conselho Científico a substituição de orientador mediante justificação adequada. 4. Um orientador pode solicitar ao Conselho Científico renúncia à orientação do doutorando mediante justificação adequada, devendo o Conselho Científico proceder à sua substituição. Artigo 9º Indicação e registo do tema de dissertação 1. A indicação do tema da dissertação é realizada segundo o disposto no artigo 75º do Regulamento Académico.
4 2. O candidato deve solicitar junto aos serviços competentes, até à data da respectiva matrícula ou inscrição, o registo do tema da dissertação e do respectivo plano no IIIUC e no Gabinete de Planeamento Estratégico, Avaliação e Relações Internacionais do MCTES no prazo definido pelo Decreto-Lei nº 52/2002 de 2 de Março. 3. Os dados registados serão conservados pelo período de tempo que durar a elaboração da tese. SECÇÃO II Programa Doutoral Artigo 10º Ciclo de Estudos 1. De acordo com o nº 3 do Artigo 31º do Decreto-Lei nº 230/2009 de 14 de Setembro o ciclo de estudos conducente ao grau de doutor deve visar essencialmente a aprendizagem orientada da prática de investigação de alto nível, podendo, eventualmente, integrar, quando as respectivas normas regulamentares justificadamente o prevejam, a realização de unidades curriculares dirigidas à formação para a investigação, cujo conjunto se denomina curso de doutoramento, fixando-se nesse caso, as condições em que deve ser dispensada a frequência desse curso. 2. Havendo um Curso de Doutoramento, este é constituído por unidades curriculares de base científica adequadas à formação para a investigação, conforme o estipulado na alínea b) do artigo 31º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de Março, e pela elaboração de uma tese original e especialmente preparada para este fim, que contribua para o alargamento das fronteiras do conhecimento, parte da qual mereça divulgação internacional em publicações com comité de selecção. a) O Ciclo de Estudos é estruturado de acordo com o sistema europeu de créditos ECTS, nos termos do Decreto-Lei nº 42/2005, de 22 de Fevereiro, e do Regulamento de Aplicação do Sistema de Créditos Curriculares aos Cursos da Universidade de Coimbra, constante no Despacho nº 25318/2005 2ª Série, de 9 de Dezembro. b) O Ciclo de Estudos de Doutoramento compreende a realização de um máximo de 240 ECTS e um mínimo de 180 ECTS. c) Havendo um Curso de Doutoramento, salvo disposição em contrário, a inscrição na tese depende da prévia aprovação nas unidades curriculares, que perfaçam o número de ECTS descrito na estrutura do curriculum. 3. Os Programas Doutorais têm a duração mínima de três anos e a duração máxima de cinco anos. 4. Em casos devidamente fundamentados a coordenação do Programa Doutoral pode, sob proposta fundamentada dos orientadores, autorizar a prorrogação do prazo referido até ao limite de dois anos, desde que se entenda que esse tempo adicional é suficiente para finalizar a dissertação. Artigo 11º Diploma de estudos Avançados A frequência com aproveitamento de um Curso de Doutoramento, desde que com um mínimo de 30 ECTS, permite a atribuição de um Diploma de Estudos Avançados com a mesma designação do terceiro ciclo de estudos correspondente.
5 Artigo 12º Coordenação científica 1. A coordenação científica dos ciclos de estudos conducentes ao grau de doutor é da responsabilidade da Comissão Científica do respectivo ciclo de estudos. 2. A Comissão Científica é constituída pelo Director do curso, que preside, devendo este escolher professores ou investigadores doutorados dos cursos. Artigo 13ª Competências da coordenação científica 1. Faz parte das competências da comissão científica: a) Contribuir para a promoção nacional e internacional dos ciclos de estudos; b) Coordenar a selecção dos candidatos ao acesso aos ciclos de estudos; c) Apresentar ao Conselho Científico do IIIUC a proposta justificada da aceitação dos candidatos ao ciclo de estudos; d) Propor a nomeação dos orientadores científicos, uma vez formulada a proposta referida na alínea c) e) Propor a nomeação dos co-orientadores f) Preparar, em conjunto com os co-orientadores, as propostas dos planos de estudos de cada aluno, para homologação pelo Conselho Científico, incluindo o conjunto de unidades curriculares do respectivo curso de doutoramento, bem como as unidades curriculares em que o aluno terá de realizar exames de qualificação, se aplicável. g) Decidir, em conjunto com os co-orientadores, sobre a necessidade de realização de unidades curriculares preliminares ou propedêuticas nos casos dos candidatos cuja formação não contemple os requisitos mínimos para a frequência do curso de doutoramento; h) Propor a constituição de júris de doutoramento para homologação pelo Conselho Científico do IIIUC; i) Propor alterações ao Regulamento dos Doutoramentos do IIIUC. SECÇÃO III Das Provas Artigo 14º Concessão do grau de doutor O grau de doutor é conferido aos que tenham obtido aprovação no acto público de defesa da tese.
6 Artigo 15º Admissão a provas de doutoramento 1. O doutorando, após obtenção do número de créditos previsto e da conclusão da tese, deve apresentar ao Conselho Científico do IIIUC o requerimento para a realização da prova de doutoramento juntando os elementos discriminados no Artigo 79º do Regulamento Académico da Universidade. 2. O júri é nomeado pelo Reitor no prazo de 10 dias após o recebimento da proposta de constituição. As regras sobre a constituição, nomeação e funcionamento do júri das provas estão estabelecidas no Regulamento Académico da UC nos Artigos 83º e 84º. 3. A tese apresentada a provas é provisória, devendo ser incorporadas as modificações expressamente sugeridas pelo júri, sendo os co-orientadores responsáveis pela verificação da exactidão das correcções no prazo de quinze dias após as provas. Só depois da entrega da versão final pode ser emitida a carta doutoral, suas certidões e o suplemento ao diploma. Artigo 19º Língua da tese A tese pode ser escrita em Português, inglês ou outra língua para facilitar a divulgação internacional, sendo, contudo, necessário um resumo alargado em Português. Artigo 18º Regime de avaliação e classificação final 1. Ao grau académico de doutor é atribuída uma qualificação final expressa pelas fórmulas: Aprovado, Aprovado com distinção e Aprovado com distinção e louvor. 2. A qualificação final é atribuída pelo júri de doutoramento, tendo em consideração o mérito da tese apreciado no acto público. 3. Em programas Doutorais com curso, a qualificação final terá ainda em consideração a nota final do Curso de Doutoramento, de acordo com os termos definidos no despacho da respectiva criação. 4. O grau de doutor é titulado por uma carta doutoral emitida pelo órgão legal e estatutariamente competente da Universidade. 5. A carta doutoral é entregue em sessão solene no dia 1 de Março, no dia da Universidade. Artigo 19º As situações omissas que não estejam previstas no Regulamento Académico da Universidade de Coimbra e nos dispositivos legais mencionados são resolvidas por despacho do Reitor sob parecer do Director do IIIUC.
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