Motivação acima do Método

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Gabriella de Almada Arantes
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1 Motivação acima do Método 1. Competência a ser construída: Ter hábito de orar diariamente. Encontro O que Vale é a Intenção Todos conhecemos muito bem esse ditado, mas não conseguimos aplicálo ao nosso relacionamento com Deus. Vez por outra nos pegamos tentando orar de uma forma específica para ver se Deus atende ao nosso pedido, como se o poder de um pedido ser atendido ou não estivesse na forma como o fazemos. Já vimos e revimos que a ênfase da oração é de longe a súplica, é uma forma de cultivarmos o nosso relacionamento com Deus. Sendo assim ter nossos pedidos atendidos como queremos ou não, não é o mais importante. O importante mesmo é ter a Deus perto de nós, independentemente do custo que isso nos trará. No encontro de hoje, que muito mais importante do que a forma que oramos é o nosso coração, mas isso não significa que a forma perca completamente o seu valor. 3. Oração Poderosa = Número de Pessoas Orando Existem alguns mitos que têm se espalhado por aí, acerca da prática da oração. O primeiro mito é achar que quanto mais pessoas orando por alguma coisa, então mais potente será a oração. Precisamos nos livrar dessa noção matemática da oração. 25 Em Mateus 18:19-20 E afirmo a vocês que isto também é verdade: todas as vezes que dois de vocês que estão na terra pedirem a mesma coisa em oração, isso será feito pelo meu Pai, que está no céu. Porque, onde dois ou três estão juntos em meu nome, eu estou ali com eles. o princípio que Jesus estabelece não é o da quantidade mas o da coletividade. Deus enxerga, com outros olhos, pessoas reunidas no nome de Seu filho e concordantes entre si. Quando duas pessoas, ou mais, oram juntas, uma pode vigiar a outra e isso diminuirá o tom egoísta de nossas orações. O poder está na coletividade, na unidade e não na quantidade, sempre podemos fazer mais coisas quando estamos juntos. Thomas Goodwin coloca que essa coletividade, significa tocar num mesmo tom, a mesma melodia e em harmonia. 26 As orações soam como músicas nos ouvidos de Deus, um Pai que se agrada quando seus filhos se reúnem e falam com Ele. Se esse mito fosse verdadeiro, o que Jesus mais faria seria pedir que orassem por Ele! Quando Ele estava passando pelo maior momento de angústia 25 LLOYD-JONES, Sermão do Monte. p BUNYAM, John e GOODWIN, Thomas, La Oración, Barcelona: El Estandarte de la Verdad, p. 79.

2 de Sua vida (Mt 26:36-45), prestes a ir para a cruz, a Bíblia nos fala que Ele foi orar sozinho e disse aos dois discípulos que foram com Ele, que orassem também, mas não por Ele e sim com Ele e para que eles próprios não fossem tentados. Deus está muito mais interessado em corações que desejam o que Ele deseja, do que em pessoas que agem como Ele quer. A mudança interior é muito mais trabalhosa e difícil de acontecer do que a externa. Não estamos querendo ensinar que nós não podemos pedir que os outros orem por nós, porque não fará diferença nenhuma, podemos sim e devemos! Porém cremos que a resposta final daquele pedido, está muito conectada ao nosso coração, independente do número de pessoas que está orando por determinado assunto. Não importa o quanto algo nos incomode ou desejemos, precisamos colocar o estar com Deus, o prazer nele, acima de tudo, foi assim que Cristo conseguiu, em Seu sofrimento, querer a vontade do pai acima da dele. 4. Oração Poderosa = Jejum e Joelho no Chão O segundo mito é que vigílias, orar de joelhos e jejuns são práticas para causas impossíveis ou para adiantar respostas que estão demorando a chegar. Assimilar essa ideia é admitir que práticas ritualísticas estão acima da motivação do ato. Essas práticas não são erradas e nem desaconselháveis, porém o propósito delas devem ser esclarecido. Estar de joelhos é ficar num estado de humilhação diante de Deus ou de qualquer pessoa, um reconhecimento de autoridade. Quando reconhecemos a autoridade e poder de Deus, nos prostramos perante Ele em sinal de completa dependência, reconhecendo que nada somos e que podemos apenas Lhe rogar misericórdia. O jejum não é uma greve de fome, ou uma forma de purificar o espírito. No povo de Israel o jejum era feito uma vez por ano ou quando passavam por grandes crises (I Sm 7:5-6; II Sm 12:15-23; Ne 9:1-3; Jr 36:6). Dentre os vários objetivos do jejum, o principal deles é que o jejum aumenta o nosso senso de humildade e dependência. Afinal, com essa prática, dizemos a Deus que Ele é mais importante para nós do que o nosso alimento. 27 A prática do jejum é uma ação espiritual na qual o cristão prioriza estar com Deus, não permitindo que o desejo lícito de comer interrompa seu momento de comunhão prolongada. Também, toda vez que a fome bater poderemos lembrar do motivo pelo qual estamos jejuando, fazendo com que oremos mais uma vez. 5. A Oração e Eu Mesmo Não é o simples fato de repetirmos constantemente a mesma oração que fará Deus nos ouvir (Mt 6:7). Não são os métodos que fazem com que nossas orações sejam ouvidas. Deus as ouve porque determinou ouvir cada uma delas 27 GRUDEM, Wayne, Teologia Sistemática, São Paulo: Edições Vida Nova, p. 318.

3 (Lc 11:9-13. Ex 22:23; Sl 34:15). A motivação da oração, da vigília, do jejum é muito mais valiosa do que o ato em si. As nossas motivações são muito sutis, nem sempre percebemos exatamente quais são. Podemos ter certos comportamentos aparentemente espirituais, mas com motivações pecaminosas. 28 Os hipócritas oravam em pé, nas praças e faziam isso para serem vistos (Mt 6:5-6). Eles não estavam orando por causa da necessidade de cultivar uma comunhão com Deus, mas para serem enaltecidos como homens espirituais. O pecado estava na motivação e não no ato. Jesus nos instruiu a orar em secreto para evitar essa motivação na oração. Se quando oramos sozinhos perdemos o entusiasmo, então somos fortes candidatos a estarmos pecando por causa da motivação. 29 Martin Lloyd-Jones 30 coloca quatro exemplos de pessoas que oram com uma motivação auto-centrada ao invés de centrada em Deus: 1. Oram para que os outros vejam. 2. Se ajoelham, gesticulam bastante e falam frases bem elaboradas para mostrarem que são piedosos. 3. Oram em secreto, mas fazem questão de espalhar que têm esse hábito. 4. Oram para incentivar os outros a orarem. Jesus nos aconselha a vigiar e orar (Mt 26:41), precisamos estar sempre atentos e sendo profundos em nossas análises pessoais, para que não nos apresentemos a Deus como hipócritas preocupados em agradar mais aos homens do que a Deus (Gl 1:10). A hipocrisia está mais presente em nossas vidas do que podemos perceber. Sempre admiramos pessoas que falam bonito quando estão orando. Contudo nem sempre nos preocupamos em sermos sinceros. A sinceridade é a chave-mestra da oração. 31 Deus sonda e conhece o nosso coração (Pv 21:2), Ele sabe quantos fios de cabelo nós temos na cabeça (Mt 10:30), seria pueril ignorarmos a onisciência de Deus, não temos como orar algo diferente do que está no nosso coração sem que Deus perceba. Deus está procurando pessoas que o adorem de forma sincera, em espírito e em verdade (Jo 4:24). Todavia, a sinceridade não está atrelada à irreverência nem à rebeldia. Quando Jesus orou para não passar pelo sofrimento da cruz (Mt 26:39), Ele expressou Seu sincero desejo e toda a Sua dor, mesmo sabendo da necessidade da Sua morte pelos homens. Mas, nem por isso, Ele deixou de se submeter à vontade de Deus. 28 CHEUNG, Vincent, Oração e Motivação, disponível em: acesso em 16/05/2006. Ibid. LLOYD-JONES, Estudos no Sermão do Monte. p LUTERO, Martinho, Obras Selecionadas, vol 5, São Paulo: Sinodal, p. 122.

4 Deus nos dá o privilégio de chegarmos à Sua presença, e não temos o direito de transformar essa liberdade em libertinagem. Deus continua sendo soberano, temível, digno de toda honra e toda a glória. Sinceridade não implica em tratarmos a Deus desrespeitosamente. 7. Atividade para Casa Para melhor fixar o assunto e avaliar seu aprendizado preencha a Ficha de Avaliação e Aprendizado e entregue aos seus professores.

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