& ANA MARIA SILVA. Resumo: Abstract: Estudos do Quaternário, 15, APEQ, Braga, 2016 pp

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "& ANA MARIA SILVA. Resumo: Abstract: Estudos do Quaternário, 15, APEQ, Braga, 2016 pp"

Transcrição

1 Estudos do Quaternário, 15, APEQ, Braga, 2016 pp OS HIPOGEUS 1 E 2 DO SÍTIO DO MONTE DO MALHEIRO 2 (SELMES, VIDIGUEIRA, BEJA, PORTUGAL) DO NEOLÍTICO FINAL/CALCOLÍTICO: PRÁTICAS FUNERÁRIAS E ESTUDO ANTROPOLÓGICO DOS RESTOS ÓSSEOS HUMANOS EXUMADOS LINDA MELO (1) (1), (2), (3) & ANA MARIA SILVA Resumo: Em Março de 2012, durante os trabalhos no Bloco de Rega de Selmes (Sítio Monte do Malheiro 2, Vidigueira, Beja) foram descobertos dois hipogeus. Estes, distanciados entre si cerca de 5m, datam do Neolítico final. O espólio ósseo humano recuperado encontrava-se muito incompleto e com um elevado grau de fragmentação. O objectivo deste trabalho é documentar as práticas funerárias nestes dois sepulcros pré-históricos e obter algumas inferências antropológicas dos indivíduos depositados nestes túmulos. Do Hipogeu 1, foram recuperados três adultos em articulação e dois não adultos em contexto desarticulado. Um aspecto peculiar é a ausência total de restos ósseos cranianos neste Hipogeu permitindo sugerir manipulação óssea. O espólio arqueológico recuperado inclui lâminas em sílex, enxós e machados. No antebraço do enterramento 2 foi ainda recuperada uma pulseira de Glycymeris glycymeris, e entre as falanges das mãos do enterramento 1, 5 falanges de Ovis/Capra. Todos os achados, ósseos e arqueológicos encontravam-se tingidos por um pigmento avermelhado. No Hipogeu 2 foram identificados um indivíduo adulto em conexão anatómica e mais um adulto e dois não adultos em contexto desarticulado. Não foi recuperado qualquer espólio arqueológico deste Hipogeu que apresentava ainda indícios de perturbações antigas. Palavras-chave: Hipogeu, Espólio ósseo humano; Práticas funerárias, Manipulações ósseas; falanges de Ovis/Capra; Neolítico Final/Calcolítico. Abstract: Funerary practices and anthropological analysis of the human remains exhumed from the late Neolithic/ Chalcolithic hypogea 1 and 2 of Monte Malheiro 2 (Selmes, Vidigueira, Beja, Portugal) During the archaeological intervention at the Blocos de Rega de Selmes (Vidigueira, Beja -Portugal) in Sítio Monte do Malheiro 2, two hypogea were discovered. Both revealed human osteological remains dated to the Late Neolithic. The human skeletal remains from both hypogea were very incomplete and display a high level of fragmentation. The aim of the present paper is to document the funerary practices and obtain some anthropological inferences about the human remains unearthed from these two Hypogea. From Hypogeum 1, five individuals were exhumed, three adults (in situ) and two non-adults disarticulated. One peculiar aspect in this Hypogeum is the total absence of cranial bones, which suggest the practice of bone manipulation. Grave goods from this tomb include axes, polished stone adzes and flint blades. In the forearm of skeleton 2, a bracelet of Glycymeris glycymeris was recovered and among the human phalanges of individual 1, 5 phalanges of Ovis/Capra. From Hypogeum 2 it was possible to recovered one skeleton in anatomical connection, and a group of disarticulated bones corresponding to a minimum number of three individuals (one adult and two non-adults). No grave goods were recovered. Signs of old perturbations were registered. Keywords: Hypogeum, Human remains, Funerary practices; Bone manipulation; Phalanges of Ovis/Capra; Late Neolithic/Chalcolithic. Received: 15 May, 2016; Accepted: 10 October, INTRODUÇÃO As práticas funerárias revelaram profundas transformações com o aparecimento das sepulturas colectivas no Neolítico (SILVA 2002). Em Portugal, estes túmulos são estudados desde o século XIX (SILVA 1996a). Na última década, o crescente número de escavações tem revelado uma maior diversidade dos gestos funerários anteriormente camuflada numa aparente homogeneidade nestes sepulcros (BOAVENTURA et al. 2014; SILVA 2002; VALERA 2012). Durante os trabalhos do Bloco de Rega de Selmes (Vidigueira, Beja, Alentejo), realizados em Março de 2012, foram descobertos e escavados no sítio arqueológico de Monte do Malheiro 2 (CNS:33521) dois Hipogeus, designados por 1 e 2. A direcção arqueológica e antropológica dos trabalhos esteve a cargo de, respectivamente, Nuno Barreiras e Linda Melo. A coordenação geral dos trabalhos foi da responsabilidade de António Carvalho. Distanciados entre si cerca de cinco metros, os Hipogeus revelaram restos ósseos humanos associados a artefactos, o que permitiu enquadrá-los no Neolítico Final. No mesmo sítio foi intervencionada outra área, por outra equipa de arqueologia, onde se destaca a identificação de uma estrutura em osso enquadrada na Pré-História Recente (BAPTISTA & GOMES 2013). 1 Laboratório de Préhistória, CIAS Departamento Ciências da Vida, Universidade de Coimbra. linda_melo@hotmail.com; amgsilva@antrop.uc.pt 2 UNIARQ WAPS. Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. 3 Laboratório de Antropologia Forense, Centro de Ecologia Funcional Departamento Ciências da Vida, Universidade de Coimbra; 91

2 Linda Melo & Ana Maria Silva O objectivo do presente trabalho é documentar e interpretar as práticas funerárias nestes dois sepulcros assim como caracterizar antropologicamente os restos ósseos humanos exumados. 2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA Estes Hipogeus localizam-se na freguesia de Selmes, concelho de Vidigueira, distrito de Beja (Fig. 1). O Monte do Malheiro 2 (MM2) situa-se na encosta de uma pequena elevação junto de uma linha de água subsidiária da Ribeira de Alcaria; trata-se de uma área aplanada circundada pelas Serras do Mendro e da Adiça. Do ponto de vista geológico, apresenta um substrato composto por caliços cobertos por um denso depósito argiloso com uma espessura de cerca de 50 cm, com uso agrícola ( Fig. 1. Localização geográfica do sítio do Monte do Malheiro 2. Fig. 1. Geographic location of the site of Monte do Malheiro METODOLOGIA Em laboratório, após a limpeza, reconstrução e inventariação dos restos ósseos humanos procedeu -se ao estudo antropológico. Na estimativa do número mínimo de indivíduos (NMI) recorreu-se ao método de HERRMANN et al. (1990 adaptado por SILVA 1993) assim como às recomendações de SIL- VA (1993; 1996a; 2002) para o estudo de contextos funerários colectivos e com restos ósseos humanos muito fragmentados; para a estimativa da idade à morte recorreu-se aos métodos compilados por BUIKSTRA & UBELAKER (1994), às alterações da superfície auricular (LOVEJOY et al. 1985) e da sínfise púbica (BROOKS & SUCHEY 1990) e à fusão da extremidade esternal da clavícula (MACLAUGHLIN 1990). Nos não adultos, a idade à morte foi estimada com base na calcificação dentária (ALQAHTANI et al. 2010; SMITH, 1989) e tendo em consideração as recomendações de SCHEUER & BLACK (2000); a diagnose sexual foi realizada com base nos métodos de SILVA (1995), FEREMBACH et al. (1980) e WAS- TERLAIN (2000). A estatura foi calculada com base nas fórmulas propostas por MENDONÇA (2000) e CORDEIRO et al. (2009). No âmbito da análise paleopatológica, a análise da patologia oral incluiu o registo das lesões cariogénicas (LUCKACS 1989) e periapicais (DIAS & TAYLES 1997), dos depósitos de tártaro (MARTIN & SALLER 1957) e da doença periodontal; O desgaste dentário foi registado segundo SMITH (1984) tendo em consideração a adaptação de SILVA (1996a, graus 0 a 8) para dentes recuperados soltos. As patologias degenerativas articular e não articular foram registadas com base nos métodos de CRUBÉZY et al. (1985), CRUBÉZY (1988) e ASSIS (2007). 4. RESULTADOS 4.1. Hipogeu 1 Este Hipogeu foi escavado no substrato rochoso (caliço) e é constituído por uma antecâmara em fossa, com cerca de 1,10m de profundidade e de 1,30m de diâmetro, com paredes direitas e fundo plano. A câmara apresentava um esteio que selava a entrada seguido de um pequeno corredor, com 1m de profundidade e cerca de 0,50cm de comprimento em forma circular e muito regular. O diâmetro interior máximo é de 2,60m e 1,60m na boca do interface tendo ocorrido o abatimento do tecto da estrutura. Da região central da câmara foram recuperados dois enterramentos, parte de um 92

3 Os hipogeus 1 e 2 do sítio do Monte do Malheiro 2 (Selmes, Vidigueira, Beja, Portugal) do Neolítico final/calcolítico: práticas funerárias e estudo antropológico dos restos ósseos humanos exumados membro superior direito em articulação e vários fragmentos ósseos desarticulados. Associados aos primeiros foi ainda recuperado espólio arqueológico e fauna, esta última constituída por três falanges I e duas falanges II de Ovis/Capra. Estas falanges foram recuperadas misturadas com as falanges da mão do indivíduo 1. O espólio arqueológico é constituído por quatro lâminas de sílex com retoque na extremidade distal, quatro micrólitos de sílex geométricos com forma em trapézio, três machados de anfibolito com corpo picotado e secção oval e três enxós em matériaprima indeterminada com os gumes polidos. Aparentemente todos estes materiais não apresentavam marcas de uso e estavam associados aos enterramentos. No antebraço do indivíduo 2, um adulto de sexo indeterminado, foi recuperado uma pulseira de Glycymeris glycymeris (ver abaixo) (Fig. 2). Foi ainda registada uma camada bem demarcada de cor avermelhada na área de deposição do espólio osteológico humano, fauna e espólio arqueológico. Esta deixou inclusivamente impregnações nos mesmos. De um modo geral, o material osteológico encontrava-se muito fragmentado e incompleto. Contudo, todas as regiões do esqueleto estão representadas, excepto o crânio. Fig. 2. Hipogeu 1:Lâminas em sílex; enxós; pulseira Glycymeris glycymeris; machados; falanges de Ovis/Capra. Fig. 2. Hipogeum 1: Flint blades; polished stone adzes; Bracelet of Glycymeris glycymeris; axes; phalanges of Ovis/Capra. Os indivíduos 1 e 2 encontravam-se depositados na região central da câmara, orientados Sul- Norte, em posição fetal, sobre o lado direito. O indivíduo 3 é apenas formado pelas extremidades distais dos rádio e ulna, para além das falanges proximais e intermédias da mão direita. Estes indivíduos em articulação estavam depositados muito próximos da zona do corredor. Nas regiões junto às paredes do Hipogeu foram recuperados vários ossos desarticulados, de todas as regiões do esqueleto, excepto do crânio. Contudo, não se pode excluir que alguns dos ossos encontrados junto à parede pertençam aos esqueletos anteriormente identificados, particularmente do indivíduo 3 (Fig. 3). 93

4 Linda Melo & Ana Maria Silva Fig. 3. Vista geral do Hipogeu 1 do Monte do Malheiro 2. Fig. 3. General view of Hipogeum 1 from Monte do Malheiro 2. Do indivíduo 1 apenas se preservou o canino superior esquerdo, o 3º molar superior direito, fragmentos de diáfises de úmeros, rádios, ulnas e alguns ossos da mão direita e esquerda (do metacarpo, falanges proximais e intermédias), fragmentos da diáfise dos fémures, das tíbias, da fíbula direita, as patelas e alguns ossos muito incompletos do pé direito. Estes restos pertencem a um indivíduo adulto de sexo indeterminado. Não foram observadas lesões ou patologias nos restos ósseos recuperados. Apenas se verificou ligeiro desgaste dentário (grau 1) nos dentes presentes. Do indivíduo 2 preservaram-se o 1º pré-molar e canino esquerdos, 2º pré-molar, 2º e 3º molares direitos superiores e da dentição inferior, o canino, 1º prémolar e 3º molar esquerdos, o canino, 1º e 2º pré-molares, 1º, 2º e 3º molares direitos. Diversos fragmentos da diáfise do rádio esquerdo, das ulnas e dos úmeros, assim como alguns ossos das mãos (falanges proximais e intermédias direitas), fragmentos da diáfise da fíbula esquerda, das tíbias e dos fémures foram também recuperados. Terão pertencido a um indivíduo adulto de sexo indeterminado. Com excepção de desgaste dentário de grau 2, não foram observadas lesões ou patologias nos restos ósseos recuperados. O indivíduo 3 é composto pelas extremidades distais da ulna e do rádio direitos, bem como algumas falanges proximais e intermédias da respectiva mão. Trata-se de um indivíduo adulto, de sexo indeterminado Não foram observadas lesões ou patologias. Os fragmentos ósseos desarticulados incluem 8 fragmentos ósseos e 30 peças dentárias (incluindo dentes permanentes e decíduos). Esta amostra é formada por fragmentos de diáfises de ossos longos de grande diâmetro (fémures, tíbias e úmeros) e de pequeno diâmetro (fíbulas, rádios e ulnas). Não foram observadas lesões ou patologias nos restos ósseos. Os restos dentários permitem identificar pelo menos mais dois indivíduos: uma criança que terá falecido entre os 7 e 8 anos de idade (a avaliar pelas raízes dos 1º e 2º molares superiores direitos e esquerdos) e uma criança que terá falecido entre os 9 e os 12 anos tendo em conta a presença de um 2º molar superior direito com o ápex da raiz ainda aberto. Os restantes dentes soltos podem pertencer aos enterramentos 1 e 3 anteriormente descritos. Não foram registadas lesões nem patologias. Verificou-se apenas um desgaste dentário de graus 2 a 3 (escala de 8 graus) nos dentes soltos. Em suma, na câmara deste hipogeu com uma área de cerca 4,16m 2 foram depositados um número mínimo de 5 indivíduos: 3 adultos e 2 não adultos Hipogeu 2 Esta estrutura funerária do tipo Hipogeu foi escavada no substrato rochoso (caliço) e usada como sepultura colectiva. Este Hipogeu é formado por uma antecâmara e câmara com diâmetros respectivamente de, 1,50m e 1,40m. A cota é mais profunda na câmara com um declive de perto de 0,40m (espécie de degrau). Nesta, foi encontrado uma camada de ossos humanos. Estavam ainda presentes várias pedras de pequeno e médio porte sobre e sob o material osteológico. A avaliar pela presença destas pedras, pela ausência de espólio arqueológico e desorganização do material não se pode excluir a hipótese de este espaço ter sido remexido no passado. Apesar dos ossos se encontrarem em mau estado de preservação e muito fragmentados, foi possível identificar um indivíduo em conexão. Este, designado por indivíduo 1 estava orientado sul-norte, depositado em posição fetal aparentemente sobre o lado direito. As peças ósseas desarticuladas incluem 25 fragmentos ósseos (Fig. 4). Do indivíduo 1 preservaram-se alguns ossos das mãos: falanges proximais esquerdas e direitas, 94

5 Os hipogeus 1 e 2 do sítio do Monte do Malheiro 2 (Selmes, Vidigueira, Beja, Portugal) do Neolítico final/calcolítico: práticas funerárias e estudo antropológico dos restos ósseos humanos exumados fragmentos das diáfises dos rádios, das ulnas, dos úmeros, das costelas direitas e esquerdas, do ilíaco esquerdo, dos fémures, das tíbias e das fíbulas e dos pés (fragmentos dos metatarsos e falanges proximais indeterminados. De um modo geral, os ossos encontram-se bastante fragmentados e incompletos. Estes restos pertencem a um indivíduo adulto de sexo indeterminado sem lesões ou patologias visíveis. Os ossos desarticulados recuperados no centro do Hipogeu 2, incluem na sua grande maioria, fragmentos de diáfises de ossos de grande diâmetro, tais como fémures, tíbias e úmeros. Estão ainda presentes Fig. 4. Vista geral do Hipogeu 2 do Monte Malheiro 2. Fig. 4. General view of Hipogeum 2 from Monte Malheiro 2. fragmentos de ossos longos de pequeno diâmetro como fíbulas, ulnas, e rádios. Foram identificados também dois fragmentos de crânio e 14 peças dentárias soltas de adultos e não adultos. O material encontrava-se muito fragmentado, não tendo sido observadas lesões ou patologias. Estes restos pertencem a um mínimo a três indivíduos: um adulto, a avaliar pelas diáfises de fémur esquerdo e direito; um adolescente, pela presença de um úmero esquerdo e um direito sem a extremidade proximal fundida e uma criança de 3-4 anos a avaliar pela presença de uma coroa de um primeiro molar inferior direito definitivo. Deste modo, neste Hipogeu com uma área de 2,10 m 2 estão representado pelo menos 2 adultos e 2 não adultos. Não foram identificadas lesões ou patologias nos ossos apenas se verificou um ligeiro desgaste dentário nos dentes soltos (grau 1). 5. DISCUSSÃO Em Portugal, os primeiros Hipogeus foram identificados no século 19, como o Casal do Pardo (Palmela). Já no início do século 20, foram descobertos, entre outros, os Hipogeus de Carenque (BOAVENTURA et al. 2014), de São Pedro do Estoril (Estoril) (SILVA 1993; 1999) e São Paulo (Almada) (SILVA 2002). No Algarve, em 1991 iniciaram-se os trabalhos no Hipogeu de Monte Canelas I (Portimão) (SILVA 1996a,b) reunindo uma equipa multidisciplinar de Arqueologia (coordenada por Rui Parreira) e de Antropologia (coordenação de Teresa Fernandes e Ana Maria Silva). No Alentejo as descobertas mais recentes incluem o Porto Torrão (VALERA 2012) o Monte do Carrascal 2 (Ferreira do Alentejo; NEVES 2011), os Hipogeus de Sobreira de Cima (Vidigueira) (VALERA & COELHO 2007), Pedreira de Trigaches 2 e Monte de Cortes 2 (Brinches) (FERNANDES 2013), estes últimos, situados na zona da Estremadura entre o Baixo Alentejo e o Algarve. Escavações recentes como Vale de Barrancas 1 (FERNANDES 2013) e Outeiro Alto 2 (FERNANDES 2015), já objectos de um estudo antropológico mais aprofundado revelaram algumas semelhanças com o sítio agora analisado no que diz respeito à arquitectura do sepulcro, na gestão funerária e nos materiais votivos associados. A gestão do espaço funerário nestes túmulos inclui a presença de deposições primárias, reduções e de restos ósseos desarticulados, resultantes de acções de remeximento de deposições anteriores. Os dados revelam ainda que terá decorrido algum tempo entre as deposições dos cadáveres, face ao reduzido número de conexões anatómicas preservadas. As deposições foram realizadas em posição fetal. A presença de indivíduos adultos e não adultos de diversas faixas etárias é outro dado comum a estes túmulos, não se tendo detectando qualquer critério de selecção quanto a estes parâmetros. De facto, os não adultos estão geralmente bem representados em hipogeus, constituindo inclusivamente mais de 50% dos indivíduos exumados do Hipogeu 5 do Outeiro Alto 2 (ver Fig 5), o que não se observa frequentemente em séries cronologicamente coevas mas de arquitectura diferente (SILVA 2002). No que diz respeito ao espólio arqueológico, este assemelha-se ao do sítio do Outeiro Alto 2. No sepulcro 1 de MM2 este inclui machados, lâminas 95

6 Linda Melo & Ana Maria Silva em sílex, enxós para além do uso bem notório de pigmento vermelho, provavelmente ocre. Neste hipogeu foi ainda recuperada uma pulseira de Glycymeris glycymeris no antebraço do indivíduo 2 e cinco falanges de Ovis/Capra misturados com as falanges da mão do enterramento 1. A presença de restos faunísticos em contextos funerários da Pré-história recente em Portugal, não é inédita (VALERA & COS- TA 2013) particularmente em contextos do Bronze. A presença de falanges de ovino/caprinos já foi anteriormente documentada para hipogeus datados do Neolítico final, como os Hipogeus 1 e 5 da Sobreira de Cima (VALERA & COSTA 2013; VALE- RA 2013) e os Hipogeus do Outeiro do Alto 2 (VALERA & FILIPE 2010). No Sepulcro 5 da Sobreira de Cima, as 57 falanges de ovinos/caprinos foram quase na totalidade encontradas associadas à concentração de falanges humanas do grande ossário do fundo da câmara. Esta associação foi interpretada como integrando um arranjo estrutural do ossário (VALERA & COSTA 2013: 63). Porém o significado deste gesto funerário é de momento de difícil interpretação. Outro aspecto particular foi registado para o Hipogeu 1: a única região ausente do esqueleto é o crânio, permitindo sugerir a prática de manipulação óssea desta região do esqueleto. Esta, já foi anteriormente proposta para diversos contextos funerários da pré-história recente, incluindo hipogeus, cistas e fossas. Esta envolve a ausência do crânio ou este ter sido deslocado para outro local da sepultura. Na sepultura de Belmeque foram recuperados dois indivíduos adultos sem crânios (SOARES 1994; SOARES et al. 2009). No hipogeu [2471] [2472] de Torre Velha 3, os dois crânios não adultos desta sepultura encontram-se próximos da parede NE da antecâmara funerária, completamente desarticulados do respectivo esqueleto (ALVES et al. 2012; FIDALGO 2014; FIDALGO et al. 2016). Práticas semelhantes foram documentadas para contextos de fossas. Na Fossa 62 de Monte de Cabida 3 foi identificado um indivíduo sem crânio (FERREIRA 2007) e nas necrópoles do Casarão da Mesquita 4 e Horta do Albardão 3, os crânios foram separados do restante esqueleto. No primeiro sítio, há evidências de manipulação de um crânio juvenil após a decomposição dos tecidos moles (FERREIRA 2007: 245; NUNES et al. 2007). Na Horta do Albardão 3, num esqueleto depositado em decúbito lateral direito com os membros flectidos, o crânio foi depositado num nível superior, sobre uma base de lajes planas. Este esqueleto foi datado de 3080 ± 60 BP (Sac- 2252; SOARES et al. 2009). A separação do crânio do restante esqueleto está também documentada em contextos de cistas do Bronze, como nas necrópoles de Alcaria do Pocinho (Castro Marim; ESTÁCIO DA VEIGA 1897) e de Alcaria (Monchique, FORMOSINHO et al. 1953/4). Na primeira, Estácio da Veiga descreve uma cista com uma pequena urna contendo um fragmento craniano coberto por uma valva de Pecten maximus (pág. 119; Letra Q:10) e outra cista, com alguns pedaços de ossos e uma urna com um crânio quase completo (pág. 119; Letra S:11). Entre as cistas da necrópole de Alcaria, FORMOSINHO et al. 1953/4 descrevem uma cista onde os ossos longos ocupavam o centro da cista encontrando-se o crânio num pequeno compartimento no topo norte da cista (pág. 195). Fig. 5. Proporção de adultos versus não adultos nos Hipogeus dos sítios de Outeiro Alto 2 (três), Vale de Barrancas 1 (sete) e Monte do Malheiro 2 (dois). Fig. 5. Proportion of adults versus non-adults from the Hypogea of the sites of Outeiro Alto 2 (three), Vale de Barrancas 1 (seven) e Monte do Malheiro 2 (two). 96

7 Os hipogeus 1 e 2 do sítio do Monte do Malheiro 2 (Selmes, Vidigueira, Beja, Portugal) do Neolítico final/calcolítico: práticas funerárias e estudo antropológico dos restos ósseos humanos exumados 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os Hipogeus 1 e 2 descobertos no sítio do Monte do Malheiro 2, em Selmes (Vidigueira, Beja) constituem mais um vestígio deixado pelas populações pré -históricas humanas que viveram na região do Baixo Alentejo. Apesar de o material ósseo se encontrar em muito mau estado de preservação, situação transversal a diversos sítios coevos, algumas inferências sobre as práticas funerárias e características dos indivíduos inumados nestes túmulos foram possíveis de alcançar. Os dados recolhidos sugerem que se trata de locais de inumação primária sujeitos a grandes remeximentos e re-utilizados em intervalos de tempo suficientes de modo a permitir a decomposição de inumações anteriores. No Hipogeu 1 foi ainda recuperado diverso espólio arqueológico que inclui machados, lâminas em sílex, enxós associados aos enterramentos e uma pulseira de Glycymeris glycymeris, no indivíduo 2 para além de uma camada avermelhada bem demarcada sobre os ossos humanos e artefactos, correspondendo provavelmente a ocre. Destaca-se ainda a presença de falanges de ovino/caprino no Hipogeu 1, associadas a falanges humanas de um enterramento, um gesto funerário que começa a emergir neste tipo de contextos funerários e cujo significado esperamos possa ser confirmado em descobertas de novos contextos funerários nos quais este aspecto é tido em consideração. Outro dado peculiar foi a ausência de ossos cranianos no Hipogeu 1 o que permite sugerir a prática de manipulação óssea traduzida pela retirada dos crânios do sepulcro. A fraca preservação dos restos ósseos humanos limitou seriamente as inferências biológicas e paleopatológicas destes indivíduos, permitindo apenas confirmar a presença de adultos e não adultos nestes sepulcros e de um desgaste dentário baixo nos indivíduos adultos. Agradecimentos Cleia Detry pela identificação da fauna; CIAS Centro de Investigação em Antropologia e Saúde pelo apoio financeiro. BIBLIOGRAFIA ALQAHTANI, S. J.; HECTOR, M. P. & LIVERSIDGE, H. M Brief communication: the London atlas of human tooth development and eruption. American Journal of Physical Anthropology, 142(3): ALVES, C.; COSTEIRA, C.; ESTRELA, S.; PORFÍRIO, E. & SERRA, M Torre Velha 3 (Serpa): dados preliminares. Al-Madan. II Série. 17: ASSIS, S. S. D A memória dos rios no quotidiano dos homens: contributo de uma série osteológica proveniente de Constância para o conhecimento dos padrões ocupacionais. Dissertação de Mestrado em Evolução Humana Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra. BAPTISTA, L.; GOMES, S Contributos para o estudo das modalidades de construção do espaço das estruturas de planta «em osso» e sub-retangulares alongadas. VI Encuentro de Arqueologíaa del Suroeste Peninsular. Villafranca de los Barros: BOAVENTURA, R.; FERREIRA, M.; NEVES, M. & SILVA, A. M Funerary Practices and Anthropology during Middle-late Neolithic (4th and 3rd millennia BCE) on Portugal: old Bones, new insights. Anthropologie, LII/ BROOKS, S. T. & SUCHEY, M Skeletal age determination based on the os pubis: a comparison of the Acsádi-Nemeskéri and Suchey-Brooks Methods. Human Evolution, 5: BUIKSTRA, J. & UBELAKER, D Standards for data colection from human skeleton remains. Arkansas, Arkansas Archaeological Survey. CAMPILLO, D Introducción Barcelona, Bellaterra. a la paleopatologia, CORDEIRO, C.; MUÑOZ-BARÚS, JOSÉ I.; WASTERLAIN, S.; CUNHA, E. & VIEIRA, D. N Predicting adult stature from metatarsal length in Portuguese population. Forensic Science International doi: / j.forsciint CRUBÉZY, E Interactions entre facteurs bio-culturels, pathologie et caractères discrets: exemple d une population médiéval. Thèse de Doctorat. Montpellier, Université de Montpellier. CRUBÉZY, E.; MORLOCK, G. & ZAMMIT, J Diffuse idiopathic skeletal hyperostosis and enthesopathy in medieval skeletons. Clinical Rheumatology, 5 (2):17. DIAS, G. & TAYLES, N ʻAbcess cavityʼ a misnomer. International Journal of Osteoarchaeology, 7(5): DUDAY, H L archaeotanatologie ou l archéologie de la mort (Archaeotanatology of the archaeology of death). In: Gowland, R. & Knüssel, C. (Eds.), Social Archaeology of funerary remains. Oxford. Oxbow Books: ESTÁCIO DA VEIGA, E Antiguidades Monumentaes do Algarve. Vol. 4 Lisboa, Imprensa Nacional. FEREMBACH D, SCHWIDETZKY I & STLOUKAL M Recommendations for age and sex diagnoses of skeletons. Journal of Human Evolution, 9: FERNANDES, A Estudo Paleoantropológico dos remanescentes do Núcleo C do Outeiro Alto 2 (Brinches, Serpa). Dissertação de Mestrado em Evoução e Biologias Humanas. Departamento Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. FERNANDES, P Os Hipogeus de Vale de Barrancas 1 (Beringel, Beja). Praticas funerárias e análise antropológica dos restos ósseos humanos exumados. Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologias Humanas. Departamento Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. FERREIRA, T Monte da Cabida 3, São Manços. Estudo de análise antropológica. Relatório de Antropologia. Stxy, Estudo de Antropologia, Lda. Coimbra. FIDALGO, D Contextos funerários e estudo antropológico dos restos ósseos humanos dos hipogeus de Torre Velha 3 (São Salvador, Serpa): Uma aproximação ao estudo das comunidades humanas do Bronze do Sudoeste. Dissertação de Mestrado em Biologia e Evolução Humanas. Coimbra. Departamento Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. Policopiado. FIDALGO, D.; PORFÍRIO, E. & SILVA, A. M Novos dados sobre os Hipogeus do Bronze Pleno de Torre Velha 3 (Serpa): contextos sepulcrais e estudo do espólio osteológico humano. Estudos Quaternário. In press.

8 Linda Melo & Ana Maria Silva FORMOSINHO, J.; VEIGA F., O. & VIANA, A. 1953/4. Estudos arqueológicos nas Caldas de Monchique. Trabalhos de Antropologia e Etnografia 14, p HERRMANN, B.; GRUPE, G.; HUMMEL, S.; PIEPENBRINK, H. & SCHUTKOW SKI, H Praehistorische Anthropologie. Leitfaden der Fels-und Labormethoden. Berlin, Springer Verlag. HILLSON, S Dental anthropology. Cambridge, Cambridge University Press. LOVEJOY, C.; MEINDL, R.; PRYZBECK, T.; & MENSFORTH, R Chronological metamorphosis of the auricular surface of ilium: a new method for the determination of adult skeletal age at death. American Journal of Physical Anthopology, 68: LUKACS, J. R Dental anthropology: methods for reconstruction dietary patterns. In: Iscan, M. & Kennedy, K. (Eds.), Reconstruction of life from the skeleton. New York, Alan R. Liss Inc.: MACLAUGHLIN, S. M Epiphyseal fusion at the sternal end of the clavicle in a modern Portuguese skeletal sample. Antropologia Portuguesa, 8: MARTIN, R. & SALLER, K Lehrbuch der Anthropologie 1. Stuttgart: Gustav Fischer Verlag. MENDONÇA, M. C Estimation of height from the length of long bones in a Portuguese adult population. American Journal of Physical Anthropology, 112: NEVES, M. J. & MENDES C Monte do Carrascal 2 - Trabalhos arqueológicos e antropológicos de minimização de impactes decorrentes do Bloco de Rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom Fase de obra (Ferreira do Alentejo, Beja). NUNES, S.; CORGA, M.; ALMEIDA, M.; FERREIRA, M. T; BASÍ- LIO, L. & NEVES, M. J Casarão da Mesquita 4 (S. Manços, Évora, Portugal): estado actual dos nossos conhecimentos... e interrogações!,workshop Dryas 09 -Estruturas negativas da Pré-história recente e Proto-história peninsulares: estado actual dos nossos conhecimentos e interrogações, Beja, 2009 (Congresso) OLIVER, G. & DEMOULAN, F Pratique Anthropologique à l usage des étudiants. Paris, Université de Paris VII. SCHEUER, L. & BLACK, S Developmental Juvenile Osteology. San Diego, Elsevier/Academic Press. SILVA, A. M Os restos humanos da gruta artificial de São Pedro do Estoril II. Estudo Antropológico. Relatório de investigação em Ciências Humanas. Coimbra, Departamento de Antropologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Policopiado. SILVA, A. M Sex assessment using calcaneus and talus. Antropologia Portuguesa, 13: SILVA, A. M. 1996a. O hipogeu de Monte Canelas I: contribuição da Antropologia de campo e da Paleobiologia na interpretação dos gestos funerários do IV e III milénios a.c. In: R. B. Behrmann & P. B. Ramírez (Coord.): II Congresso Peninsular de Arqueologia, Zamora, Espanha de Setembro. Fundación Rei Afonso Henriques, Zamora, Vol. 2: SILVA, A. M. 1996b. O Hipogeu de Monte Canelas I (IV III milênios a.c.): Estudo paleobiológico da população humana exumada. Trabalho de síntese. Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Coimbra, Departamento de Antropologia, FCTUC da Universidade de Coimbra. Policopiado. SILVA, A. M Human remains from the artificial cave of São Pedro do Estoril II (Cascais, Portugal). Human Evolution, 14(3): SILVA, A. M Antropologia Funerária e Paleobiologia das populações portuguesas (litorais) do Neolítico final/calcolítico. Dissertação de Doutoramento em Antropologia Biológica, Departamento de Antropologia, Universidade de Coimbra. SMITH, B Standards of human tooth formation and dental age assessment. In: Kelly, M. A. & Larsen, S.R. (Eds.), Advances in Dental Anthropology, New York, Wiley-Liss, Inc.: SOARES, A. M. M O Bronze do Sudoeste na margem esquerda do Guadiana. As necrópoles do concelho de Serpa. In: Actas das V Jornadas Arqueológicas (Lisboa, 1993). Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, 2: SOARES, A. M. M.; SANTOS, F. J. C.; DEWULF, J.; DEUS, M. & ANTUNES, A. S Práticas Rituais no Bronze do Sudoeste Alguns Dados. Estudos Arqueológicos de Oeiras, 17: TURNER, C.; NICHOL, C. & SCOTT, R Scoring Procedures for Key Morphological Traits of the Permanent Dentition: The Arizona State University Dental Anthropology System. In: Kelly, M. & Larsen, C. (Eds.), Advances in Dental Anthropology. New York. Wiley-Liss, Inc.: UBELAKER, D The estimation of age from immature human bone. In: Iscan, M. Y. (Ed.), Ages markers in human skeleton. Springfield,C. C.Thomas: VALERA, A. C Ditches, pits and Hipogea: new data and the new problems in south Portugal Late Neolithic and Chalcolithic Practices. In: J.F. Gibaja, A. Carvalho &. Chambon P. (Eds.), Funerary practices in the Iberian Peninsula from the Mesolithic to the Chalcolithic. BAR International Series Archaeopress, Oxford. VALERA, A. C A Necrópole da Sobreira de Cima no contexto das práticas funerárias Neolíticas no Sul de Portugal. Era Monográfica, 1: VALERA, A. C.; COELHO, M A necrópole neolítica da Sobreira de Cima. Relatório dos Trabalhos Arqueológicos. Lisboa, ERA Arqueologia VALERA, A. C. & COSTA, C Uma particularidade ritual: a associação de falanges ovino-caprinos a falanges humanas nos sepulcros da Sobreira de Cima. Era Monográfica, 1: VALERA, A. C.; FILIPE, V Outeiro Alto 2 (Brinches, Serpa): Nota preliminar sobre um espaço funerário e de socialização do Neolítico Final à idade do Bronze. Apontamentos de Arqueologia e Património, 5, Lisboa, p WASTERLAIN, S Morphé: análise das proporções entre os membros. Dimorfismo sexual e estatura de uma amostra da colecção de esqueletos identificados do Museu Antropológico da Universidade de Coimbra. Dissertação de Mestrado em Evolução Humana, Departamento de Antropologia, Universidade de Coimbra. 98

Era Monográfica 2 (2014) ERA MONOGRÁFICA -2 BELA VISTA 5. Um Recinto do Final do 3º (Mombeja, Beja) (Coordenador) ISBN:

Era Monográfica 2 (2014) ERA MONOGRÁFICA -2 BELA VISTA 5. Um Recinto do Final do 3º (Mombeja, Beja) (Coordenador) ISBN: 2 ERA MONOGRÁFICA -2 Era Monográfica 2 (2014) BELA VISTA 5 Um Recinto do Final do 3º Milénio a.n.e. (Mombeja, Beja) António Carlos Valera (Coordenador) 2014 ISBN: 978-989-98082-1-8 1 Bela Vista 5.Um Recinto

Leia mais

8. Restos humanos O material

8. Restos humanos O material 8. Restos humanos DAVID GONÇALVES 8.1. O material As intervenções arqueológicas realizadas em 1995, 1997 e 1998 num depósito de concheiro em Toledo (Vimeiro/Lourinhã) resultaram na recolha de um reduzido

Leia mais

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA. Os Hipogeus de Vale de Barrancas 1 (Berinjel, Beja)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA. Os Hipogeus de Vale de Barrancas 1 (Berinjel, Beja) DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Os Hipogeus de Vale de Barrancas 1 (Berinjel, Beja) Práticas funerárias e análise antropológica dos restos ósseos

Leia mais

LAPA RASTEIRA DO CASTELEJO (ALVADOS, PORTO DE MÓS) RELATÓRIO DO ESTUDO DO ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO EXUMADO NAS CAMPANHAS DE 2009 E 2010

LAPA RASTEIRA DO CASTELEJO (ALVADOS, PORTO DE MÓS) RELATÓRIO DO ESTUDO DO ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO EXUMADO NAS CAMPANHAS DE 2009 E 2010 LAPA RASTEIRA DO CASTELEJO (ALVADOS, PORTO DE MÓS) RELATÓRIO DO ESTUDO DO ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO EXUMADO NAS CAMPANHAS DE 2009 E 2010 Tiago Tomé tiagotome@gmail.com Investigador associado do "Instituto

Leia mais

3. Espólio osteológico humano

3. Espólio osteológico humano 3. Espólio osteológico humano 3.1. Identificação O elevado estado de fragmentação dos ossos dificultou a sua identificação (Figs. 4 e 5). Quando as dimensões ínfimas e/ou a deformação dos fragmentos não

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Bioantropologia da Pré-História recente do Baixo Alentejo: dados complementares do estudo de um conjunto de séries osteológicas humanas da região de Brinches (Serpa) VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE

Leia mais

ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO CONJUNTO OSTEOLÓGICO PROVENIENTE DA NECRÓPOLE DAS LAPAS (TORRES NOVAS), DO ACERVO DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA, LISBOA.

ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO CONJUNTO OSTEOLÓGICO PROVENIENTE DA NECRÓPOLE DAS LAPAS (TORRES NOVAS), DO ACERVO DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA, LISBOA. Anexo 6 Estampa 24 ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO CONJUNTO OSTEOLÓGICO PROVENIENTE DA NECRÓPOLE DAS LAPAS (TORRES NOVAS), DO ACERVO DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA, LISBOA. Cátia Saque Delicado Índice Introdução

Leia mais

A Gruta artificial das Lapas (Torres Novas): Necrópole de transição do final do IV para o início do III milénio a.c.

A Gruta artificial das Lapas (Torres Novas): Necrópole de transição do final do IV para o início do III milénio a.c. A Gruta artificial das Lapas (Torres Novas): Necrópole de transição do final do IV para o início do III milénio a.c. Cátia Saque Delicado Dissertação de Mestrado a apresentar à Faculdade de Letras da Universidade

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Estudos em torno dos restos osteológicos humanos de Cerro de las Baterías (La Albuera, Badajoz). Um exemplo de monumento funerário da Pré-História recente na Bacia Média do Guadiana VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA

Leia mais

The case study consists of a wrist bone s fusion in an adult male, which skeleton show other lesions.

The case study consists of a wrist bone s fusion in an adult male, which skeleton show other lesions. Um caso de fusão do pulso num homem da necrópole de Nossa Sra. de Finisterra (Soure, Portugal) Ne v e s, M.J (1); Fe r r e i r a, M.T (2); Si l v a, A.M (3); Al m e i d a, M (4) (1) Dryas Arqueologia Unidade

Leia mais

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Enterramentos em fossa no distrito de Beja. Práticas funerárias e estudo dos vestígios osteológicos da Pré- história

Leia mais

O ESPAÇO FUNERÁRIO ALTO- MEDIEVAL DA TORRE VELHA (CASTRO DE AVELÃS, BRAGANÇA)

O ESPAÇO FUNERÁRIO ALTO- MEDIEVAL DA TORRE VELHA (CASTRO DE AVELÃS, BRAGANÇA) O ESPAÇO FUNERÁRIO ALTO- MEDIEVAL DA TORRE VELHA (CASTRO DE AVELÃS, BRAGANÇA) Sofia TERESO 1 André BRITO 2 Cláudia UMBELINO 3 Miguel CIPRIANO 4 Clara ANDRÉ 5 Pedro C. CARVALHO 6 Zoelas em época romana.

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Tradições de inumação durante a Idade do Bronze em Torre Velha 12 (Salvador, Serpa) VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN 978-84-616-6306-4 Sergio Gomes *, Lídia Baptista ** *** e Zélia

Leia mais

5.1. Diagnose sexual

5.1. Diagnose sexual 5. Paleodemografia A análise paleodemográfica visa a reconstrução dos factores biológicos e sociais das populações humanas ancestrais. Para tal é crucial uma correcta avaliação dos parâmetros demográficos,

Leia mais

Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa

Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa estudos & 9 memórias Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa estudos em homenagem a victor s. gonçalves Ana Catarina Sousa António Carvalho Catarina Viegas (eds.) CENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE

Leia mais

ANA MARIA SILVA SOFIA TERESO E MARTA FURTADO Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra

ANA MARIA SILVA SOFIA TERESO E MARTA FURTADO Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra ANA MARIA SILVA, SOFIA TERESO, MARTA FURTADO, Os restos ósseos humanos 231 ANA MARIA SILVA SOFIA TERESO E MARTA FURTADO Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra OS RESTOS ÓSSEOS HUMANOS

Leia mais

Maria João NEVES, Miguel ALMEIDA, Maria Teresa FERREIRA

Maria João NEVES, Miguel ALMEIDA, Maria Teresa FERREIRA O caso do Poço dos Negros (Lagos): da urgência do betão ao conhecimento das práticas esclavagistas no Portugal Moderno a partir de uma escavação de Arqueologia Preventiva Maria João NEVES, Miguel ALMEIDA,

Leia mais

Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa

Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa estudos & 9 memórias Terra e Água Escolher sementes, invocar a Deusa estudos em homenagem a victor s. gonçalves Ana Catarina Sousa António Carvalho Catarina Viegas (eds.) CENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE

Leia mais

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Contextos funerários e estudo antropológico dos restos ósseos humanos dos hipogeus de Torre Velha (São Salvador,

Leia mais

Fase VI Construção, no século XIX-XX, de edifícios relacionados com actividades industriais. Registou-se, pois, no sector ocidental do lote, o mais protegido da erosão, a ocorrência in situ de quatro fases

Leia mais

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património - 1 -

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património - 1 - 8 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património OUT 2012-1 - Título: Apontamentos de Arqueologia e Património Propriedade: Era-Arqueologia S.A. Editor: Núcleo de Investigação Arqueológica NIA Local de Edição:

Leia mais

A fauna mamalógica do povoado do Fumo

A fauna mamalógica do povoado do Fumo A fauna mamalógica do povoado do Fumo (Almendra, Vila Nova de Foz Côa) MARIA JOÃO VALENTE * R E S U M O O estudo dos escassos restos de fauna mamalógica recolhidos no povoado do Fumo são atribuídos a,

Leia mais

Acompanhamento arqueológico e de antropologia biológica da Empreitada de Reabilitação exterior da cabeceira da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo e

Acompanhamento arqueológico e de antropologia biológica da Empreitada de Reabilitação exterior da cabeceira da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo e Acompanhamento arqueológico e de antropologia biológica da Empreitada de Reabilitação exterior da cabeceira da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo e respetiva envolvente Março 2015 Ficha Técnica Promotor

Leia mais

Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont.

Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Tabela A. 1. Amostra composta por 45 indivíduos adultos da necrópole Largo Cândido dos Reis com os respetivos números de enterramentos e contentores. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont. Nº Ent. Nº Cont.

Leia mais

MONTE DO VALE DO OURO 2: OS ENTERRAMENTOS DAS FOSSAS DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE

MONTE DO VALE DO OURO 2: OS ENTERRAMENTOS DAS FOSSAS DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE Estudos do Quaternário, 17, APEQ, Braga, 2017, pp. 77-88 http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq. MONTE DO VALE DO OURO 2: OS ENTERRAMENTOS DAS FOSSAS DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE TÂNIA PEREIRA (1), ANA MARIA

Leia mais

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP 150 anos Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP Coordenação editorial: José Morais Arnaud, Andrea Martins, César Neves Design gráfico: Flatland Design Produção: DPI Cromotipo Oficina de Artes Gráficas,

Leia mais

Os ossos humanos esquecidos da Praia das Maçãs: análise antropológica da amostra óssea do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas

Os ossos humanos esquecidos da Praia das Maçãs: análise antropológica da amostra óssea do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas Os ossos humanos esquecidos da Praia das Maçãs: análise antropológica da amostra óssea do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas Autor(es): Publicado por: URL persistente: DOI: Silva, Ana Maria;

Leia mais

1. INTRODUÇÃO ANA MARIA SILVA (1)

1. INTRODUÇÃO ANA MARIA SILVA (1) Estudos do Quaternário, 19, APEQ, Braga, 2018, pp. 49-62 http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq. GENTES DO 4º E 3º MILÉNIOS AC: OS RESTOS ÓSSEOS HUMANOS DO NEOLÍTICO FINAL/CALCOLÍTICO RECUPERADOS DAS GRUTAS

Leia mais

OS PERDIGÕES NEOLÍTICOS 2 PERDIGÕES MONOGRÁFICA 1

OS PERDIGÕES NEOLÍTICOS 2 PERDIGÕES MONOGRÁFICA 1 2 PERDIGÕES MONOGRÁFICA 1 PROGRAMA GLOBAL DE INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA DOS PERDIGÕES (INARP) PERDIGÕES MONOGRÁFICA 1. GÉNESE E DESENVOLVIMENTO (DE MEADOS DO 4º AOS INÍCIOS DO 3º MILÉNIO AC). Editor: ANTÓNIO

Leia mais

Intervenção arqueológica no sítio das Atafonas: análise antropológica

Intervenção arqueológica no sítio das Atafonas: análise antropológica Intervenção arqueológica no sítio das Atafonas: análise antropológica Raquel Granja 1 Teresa Fernandes 2 R E S U M O Os trabalhos arqueológicos realizados no sítio das Atafonas (Torre de Coelheiros, Évora)

Leia mais

As práticas de construção/deposição de estruturas em negativo durante a Idade do Bronze no Alentejo Interior. Lídia Baptista

As práticas de construção/deposição de estruturas em negativo durante a Idade do Bronze no Alentejo Interior. Lídia Baptista As práticas de construção/deposição de estruturas em negativo durante a Idade do Bronze no Alentejo Interior Lídia Baptista Índice: 1. Evolução do quadro de referência 2. Resultados das escavações realizadas

Leia mais

Tafonomia em contexto pré-histórico

Tafonomia em contexto pré-histórico FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS UNIVERSIDADE DO ALGARVE Tafonomia em contexto pré-histórico A zooarqueologia como recurso para a compreensão das estruturas em negativo da Pré-história Recente Volume

Leia mais

O COXEAR DA CEGONHA. Fe r n a n d e s, I.A (1); Si l v a, A.M (2)

O COXEAR DA CEGONHA. Fe r n a n d e s, I.A (1); Si l v a, A.M (2) O COXEAR DA CEGONHA Fe r n a n d e s, I.A (1); Si l v a, A.M (2) Departamento de Antropologia, 3000 056 Coimbra (Portugal) (1) nes_alves@yahoo.com.br; (2) amgsilva@ci.uc.pt Resumo A villa romana do Monte

Leia mais

Lista de figuras Lista de tabelas Resumo/ Palavras-chave Abstract / Key words Agradecimentos. 1.Introdução 1

Lista de figuras Lista de tabelas Resumo/ Palavras-chave Abstract / Key words Agradecimentos. 1.Introdução 1 Sumário Lista de figuras Lista de tabelas Resumo/ Palavras-chave Abstract / Key words Agradecimentos v viii x xi xii 1.Introdução 1 1.1.A importância dos estudos osteológicos 1 1.2.Apresentação da temática

Leia mais

Resultados paleoantropológicos preliminares das escavações na Amoreira - S. Martinho de Árvore: um contributo para Coimbra Carmen Pereira 1

Resultados paleoantropológicos preliminares das escavações na Amoreira - S. Martinho de Árvore: um contributo para Coimbra Carmen Pereira 1 Resultados paleoantropológicos preliminares das escavações na Amoreira - S. Martinho de Árvore: um contributo para Coimbra Carmen Pereira 1 S. Martinho de Árvore localiza-se numa planície, junto à vala

Leia mais

NOVOS DADOS SOBRE OS HIPOGEUS DO BRONZE PLENO DE TORRE VELHA 3 (SERPA): CONTEXTOS SEPULCRAIS E ESTUDO DO ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO

NOVOS DADOS SOBRE OS HIPOGEUS DO BRONZE PLENO DE TORRE VELHA 3 (SERPA): CONTEXTOS SEPULCRAIS E ESTUDO DO ESPÓLIO OSTEOLÓGICO HUMANO Estudos do Quaternário, 15, APEQ, Braga, 2016, pp. 1-25 http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq. NOVOS DADOS SOBRE OS HIPOGEUS DO BRONZE PLENO DE TORRE VELHA 3 (SERPA): CONTEXTOS SEPULCRAIS E ESTUDO DO ESPÓLIO

Leia mais

Maria João Neves 1 e Ana Maria Silva 1,2

Maria João Neves 1 e Ana Maria Silva 1,2 2018 Uma análise arqueotanatológica em três hipogeus: os contributos dos sítios de Monte Canelas I (Portimão) e do Monte do Carrascal 2 (Ferreira do Alentejo) para a compreensão das práticas funerárias

Leia mais

Apontamentos de Arqueologia e Património 12 / 2017 APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património ISSN:

Apontamentos de Arqueologia e Património 12 / 2017 APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património ISSN: Apontamentos de Arqueologia e Património 12 / 2017 12 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património DEZ 2017-1- ISSN: 2183-0924 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património 12 DEZEMBRO 2017-3 - Título: Apontamentos

Leia mais

Colaborador do Projecto «PLACA NOSTRA». UNIARQ. da Universidade de Lisboa (UNIARQ). Faculdade de Letras.

Colaborador do Projecto «PLACA NOSTRA». UNIARQ. da Universidade de Lisboa (UNIARQ). Faculdade de Letras. As placas de xisto gravadas e o báculo recolhidos nas duas Antas da Loba (N. S.ª de Machede, Évora) Victor S. Gonçalves, André Pereira e Marco Andrade Fig. 28 Duas possibilidades para o preenchimento da

Leia mais

A representação da Idade do Bronze nas construções funerárias da região de Castelo Branco

A representação da Idade do Bronze nas construções funerárias da região de Castelo Branco Mesa Redonda A Idade do Bronze em Portugal: os dados e os problemas Instituto Politécnico de Tomar Abrantes, Biblioteca Municipal António Boto 28 e 29 de Abril de 2014 A representação da Idade do Bronze

Leia mais

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP 150 anos Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP Coordenação editorial: José Morais Arnaud, Andrea Martins, César Neves Design gráfico: Flatland Design Produção: DPI Cromotipo Oficina de Artes Gráficas,

Leia mais

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Arqueologia, realizada sob a orientação

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Arqueologia, realizada sob a orientação Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Arqueologia, realizada sob a orientação científica do Professor Doutor Mário Varela Gomes ii Epígrafe:

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Lancinha 3: Uma necrópole islâmica nos limites da Kura de Beja VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN 978-84-616-6306-4 Adelaide Pinto *, Gonçalo Lopes * * e Raquel Granja Resumo: O sítio

Leia mais

Coordenadas. Dados CNS:Código Nacional de Sítio Sítio: Nome do sítio arqueológico Concelho: Freguesia: CMP: Carta Militar de Portugal, folha nº Lugar:

Coordenadas. Dados CNS:Código Nacional de Sítio Sítio: Nome do sítio arqueológico Concelho: Freguesia: CMP: Carta Militar de Portugal, folha nº Lugar: Ficha de dados Dados CNS:Código Nacional de Sítio Sítio: Nome do sítio arqueológico Concelho: Freguesia: CMP: Carta Militar de Portugal, folha nº Lugar: O.T.A.: Outros topónimos associados Coordenadas

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Contextos e práticas funerárias calcolíticas do Baixo Alentejo Interior (Portugal) VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN 978-84-616-6306-4 Joana Rita Inocêncio * ** e Ana M.S. Bettencourt

Leia mais

ARQUEOLOGIA NOS SMAS DE LEIRIA

ARQUEOLOGIA NOS SMAS DE LEIRIA ARQUEOLOGIA NOS SMAS DE LEIRIA ENQUADRAMENTO O presente trabalho tem como objectivo apresentar alguns dos achados arqueológicos mais significativos, identificados no âmbito dos trabalhos arqueológicos

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDOS SISTEMA ÓSSEO. Prof a. Ana Carolina Athayde R. Braz

ROTEIRO DE ESTUDOS SISTEMA ÓSSEO. Prof a. Ana Carolina Athayde R. Braz ROTEIRO DE ESTUDOS SISTEMA ÓSSEO Prof a. Ana Carolina Athayde R. Braz ESQUELETO AXIAL 1) CABEÇA: a) Identificar e localizar os ossos da cabeça: - Crânio (8): Ossos pares ou bilaterais: Parietais e Temporais

Leia mais

PALEOBIOLOGIA DE GRUPOS POPULACIONAIS DO NEOLÍTICO FINAL/CALCOLÍTICO DO POÇO VELHO (CASCAIS)

PALEOBIOLOGIA DE GRUPOS POPULACIONAIS DO NEOLÍTICO FINAL/CALCOLÍTICO DO POÇO VELHO (CASCAIS) Bibliografia ARAÚJO, T. (1996) - Os dentes humanos das grutas artificiais de S. Pedro do Estoril: incidência de algumas lesões patológicas e estudo do desgaste numa amostra de dentes do Neolítico final/calcolítico.

Leia mais

ORNAMENTO FUNERÁRIO VESTÍGIOS FAUNÍSTICOS DE UMA SEPULTURA PRÉ-HISTÓRICA DO SÍTIO JUSTINO, REGIÃO XINGÓ (CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO, SERGIPE, BRASIL)

ORNAMENTO FUNERÁRIO VESTÍGIOS FAUNÍSTICOS DE UMA SEPULTURA PRÉ-HISTÓRICA DO SÍTIO JUSTINO, REGIÃO XINGÓ (CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO, SERGIPE, BRASIL) ORNAMENTO FUNERÁRIO VESTÍGIOS FAUNÍSTICOS DE UMA SEPULTURA PRÉ-HISTÓRICA DO SÍTIO JUSTINO, REGIÃO XINGÓ (CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO, SERGIPE, BRASIL) Hellen Souza de Oliveira (Universidade Federal de Sergipe,

Leia mais

15/03/2016 ESQUELETO APENDICULAR OSTEOLOGIA DO ESQUELETO APENDICULAR MEMBRO TORÁCICO. Constituído por ossos dos membros torácico e pélvico

15/03/2016 ESQUELETO APENDICULAR OSTEOLOGIA DO ESQUELETO APENDICULAR MEMBRO TORÁCICO. Constituído por ossos dos membros torácico e pélvico ESQUELETO APENDICULAR Constituído por ossos dos membros torácico e pélvico OSTEOLOGIA DO ESQUELETO APENDICULAR Ombro - Escápula Braço - Úmero Antebraço Rádio e Ulna Joelho - Carpos Canela - Metacarpos

Leia mais

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP 150 anos Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP Coordenação editorial: José Morais Arnaud, Andrea Martins, César Neves Design gráfico: Flatland Design Produção: DPI Cromotipo Oficina de Artes Gráficas,

Leia mais

Granito do passado: Análise antropológica de uma série osteológica da época medieval/moderna proveniente de Pinhel (Guarda)

Granito do passado: Análise antropológica de uma série osteológica da época medieval/moderna proveniente de Pinhel (Guarda) Granito do passado: Análise antropológica de uma série osteológica da época medieval/moderna proveniente de Pinhel (Guarda) Carla Sofia Fernandes Ribeiro 2013 Granito do passado: Análise antropológica

Leia mais

5.4. Conclusões da análise do crescimento Morfologia Introdução Metodologia Resultados e discussão

5.4. Conclusões da análise do crescimento Morfologia Introdução Metodologia Resultados e discussão Ao Flávio Índice Índice de Fíguras... vi Índice de Tabelas... ix Resumo/ Palavras-chave... xi Abstract/ Key-words... xii Agradecimentos... xiii 1. Introdução... 1 1.1 Enquadramento teórico do tema...

Leia mais

DUAS EPÍGRAFES DO SUDOESTE DO MUSEU ARQUEOLÓGICO E LAPIDAR DO INFANTE D. HENRIQUE (FARO, PORTUGAL)

DUAS EPÍGRAFES DO SUDOESTE DO MUSEU ARQUEOLÓGICO E LAPIDAR DO INFANTE D. HENRIQUE (FARO, PORTUGAL) Palaeohispanica 4, (2004), pp. 245-249 DUAS EPÍGRAFES DO SUDOESTE DO MUSEU ARQUEOLÓGICO E LAPIDAR DO INFANTE D. HENRIQUE (FARO, PORTUGAL) Virgílio Hipólito Correia INTRODUÇÃO A renovação do Museu Municipal

Leia mais

ESTUDO PALEOBIOLÓGICO DE RESTOS HUMANOS PROVENIENTES DO SÍTIO BAIXA DAS FLORES, LIMOEIRO DE ANADIA, ALAGOAS, BRASIL

ESTUDO PALEOBIOLÓGICO DE RESTOS HUMANOS PROVENIENTES DO SÍTIO BAIXA DAS FLORES, LIMOEIRO DE ANADIA, ALAGOAS, BRASIL ESTUDO PALEOBIOLÓGICO DE RESTOS HUMANOS PROVENIENTES DO SÍTIO BAIXA DAS FLORES, LIMOEIRO DE ANADIA, ALAGOAS, BRASIL PALEOBIOLOGICAL STUDY OF HUMAN REMAINS FROM BAIXA DAS FLORES SITE, LIMOEIRO DE ANADIA,

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ALGARVE PRODUÇÕES CERÂMICAS NO CABEÇO DE PORTO MARINHO (RIO MAIOR) NO CONTEXTO DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE NA ESTREMADURA

UNIVERSIDADE DO ALGARVE PRODUÇÕES CERÂMICAS NO CABEÇO DE PORTO MARINHO (RIO MAIOR) NO CONTEXTO DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE NA ESTREMADURA UNIVERSIDADE DO ALGARVE PRODUÇÕES CERÂMICAS NO CABEÇO DE PORTO MARINHO (RIO MAIOR) NO CONTEXTO DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE NA ESTREMADURA Sónia Melro da Trindade Lopes Dissertação de Mestrado em Arqueologia

Leia mais

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP

150 anos. Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP 150 anos Patrocinador oficial FUNDAÇÃO MILLENIUM BCP Coordenação editorial: José Morais Arnaud, Andrea Martins, César Neves Design gráfico: Flatland Design Produção: DPI Cromotipo Oficina de Artes Gráficas,

Leia mais

ACERCA DA BIOGRAFIA DUM SEPULCRO COLECTIVO DO NEOLÍTICO FINAL/ CALCOLÍTICO: O HIPOGEU 2 DO MONTE DO CARRASCAL 2 (FERREIRA DO ALENTEJO, BEJA, PORTUGAL)

ACERCA DA BIOGRAFIA DUM SEPULCRO COLECTIVO DO NEOLÍTICO FINAL/ CALCOLÍTICO: O HIPOGEU 2 DO MONTE DO CARRASCAL 2 (FERREIRA DO ALENTEJO, BEJA, PORTUGAL) Estudos do Quaternário, 18, APEQ, Braga, 2018, pp. 35-52 http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq. ACERCA DA BIOGRAFIA DUM SEPULCRO COLECTIVO DO NEOLÍTICO FINAL/ CALCOLÍTICO: O HIPOGEU 2 DO MONTE DO CARRASCAL

Leia mais

Conservação e restauro de uma urna em vidro do século I d.c., encontrada em Mértola (Portugal)

Conservação e restauro de uma urna em vidro do século I d.c., encontrada em Mértola (Portugal) Conservação e restauro de uma urna em vidro do século I d.c., encontrada em Mértola (Portugal) Lígia Rafael 1 Existe uma relação estreita e de complementaridade entre a arqueologia e a conservação. De

Leia mais

Ocupação da Alta Idade Média

Ocupação da Alta Idade Média Caetobriga. O sítio arqueológico da Casa dos Mosaicos (Setúbal Arqueológica, Vol. 17, 2018), p. 175-179 VI 175 Ocupação da Alta Idade Média Sepultura E7. Cronologia e arquitectura Joaquina Soares Cronologia

Leia mais

15. Vale Frio 2 (Ferreira do Alentejo, Beja) práticas de enchimento das estruturas em negativo de cronologia pré-histórica.

15. Vale Frio 2 (Ferreira do Alentejo, Beja) práticas de enchimento das estruturas em negativo de cronologia pré-histórica. 15. Vale Frio 2 (Ferreira do Alentejo, Beja) práticas de enchimento das estruturas em negativo de cronologia pré-histórica. Nelson Vale 1, Sérgio Gomes 2, Lídia Baptista 2, Rui Pinheiro 1 e Sandrine Fernandes

Leia mais

UM CASO DE FUSÁO DO TARSO NUM INDIVÍDUO DA NECRÓPOLE DE NOSSA SRA. DE FINISTERRA (SOURE, PORTUGAL)

UM CASO DE FUSÁO DO TARSO NUM INDIVÍDUO DA NECRÓPOLE DE NOSSA SRA. DE FINISTERRA (SOURE, PORTUGAL) UM CASO DE FUSÁO DO TARSO NUM INDIVÍDUO DA NECRÓPOLE DE NOSSA SRA. DE FINISTERRA (SOURE, PORTUGAL) 1. Introdu

Leia mais

Estudo antropológico do material osteológico recuperado do Mosteiro de Pombeiro (Felgueiras) na campanha de escavação de 2002

Estudo antropológico do material osteológico recuperado do Mosteiro de Pombeiro (Felgueiras) na campanha de escavação de 2002 Estudo antropológico do material osteológico recuperado do Mosteiro de Pombeiro (Felgueiras) na campanha de escavação de 2002 Coimbra, Fevereiro de 2008 Estudo antropológico do material osteológico recuperado

Leia mais

ÍNDICE DE ANEXOS PLANTA DE ESCAVAÇÃO. FIGURA 1 Núcleo 3 Folha 1. FIGURA 2 Núcleo 2 Folha 2. FIGURA 3 Núcleo 1 Folha 3. TABELAS DE INVENTÁRIO

ÍNDICE DE ANEXOS PLANTA DE ESCAVAÇÃO. FIGURA 1 Núcleo 3 Folha 1. FIGURA 2 Núcleo 2 Folha 2. FIGURA 3 Núcleo 1 Folha 3. TABELAS DE INVENTÁRIO ANEXOS ÍNDICE DE ANEXOS PLANTA DE ESCAVAÇÃO FIGURA 1 Núcleo 3 Folha 1. FIGURA 2 Núcleo 2 Folha 2. FIGURA 3 Núcleo 1 Folha 3. TABELAS DE INVENTÁRIO TABELA 1 Principais características das estruturas identificadas

Leia mais

4.Estudo dos restos faunísticos da Anta 3 da Herdade de Santa Margarida (Reguengos de Monsaraz) Marta Moreno García

4.Estudo dos restos faunísticos da Anta 3 da Herdade de Santa Margarida (Reguengos de Monsaraz) Marta Moreno García 4.Estudo dos restos faunísticos da Anta 3 da Herdade de Santa Margarida (Reguengos de Monsaraz) Marta Moreno García Introdução Apresentamos o estudo do pequeno espólio arqueofaunístico recuperado durante

Leia mais

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património OUT 2012

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património OUT 2012 8 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património OUT 2012-1 - Título: Apontamentos de Arqueologia e Património Propriedade: Era-Arqueologia S.A. Editor: Núcleo de Investigação Arqueológica NIA Local de Edição:

Leia mais

Universidade Federal de Viçosa Campus UFV Florestal

Universidade Federal de Viçosa Campus UFV Florestal Universidade Federal de Viçosa Campus UFV Florestal SISTEMA ESQUELÉTICO ANATOMIA HUMANA Laboratório de Morfofisiologia Funções: suporte, movimento, proteção, estoque de minerais e hematopoiese. O esqueleto

Leia mais

Aos meus pais e irmã pelo apoio incondicional, por estarem lá sempre e por serem a força que me faz mover em frente. Obrigado por tudo.

Aos meus pais e irmã pelo apoio incondicional, por estarem lá sempre e por serem a força que me faz mover em frente. Obrigado por tudo. Agradecimentos Agradeço à Professora Doutora Eugénia Cunha por ter aceite ser minha orientadora, por todo o conhecimento, paciência e disponibilidade que teve para me ajudar sempre que precisei. Ao Museu

Leia mais

OSTEOLOGIA. Osteon osso Logus estudo

OSTEOLOGIA. Osteon osso Logus estudo OSTEOLOGIA Osteon osso Logus estudo Osso Estruturas rígidas e esbranquiçadas que participam da formação do esqueleto Esqueleto Conjunto de ossos e tecido cartilaginoso unidos entre si que dão conformação

Leia mais

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA 4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA O Plano de Rega (2002-2010) MEMÓRIAS d ODIANA 2.ª Série Estudos Arqueológicos do Alqueva FICHA TÉCNICA MEMÓRIAS d ODIANA - 2.ª Série TÍTULO 4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Sacralização do espaço. O caso do nº 20 da rua da Porta da Vila, Lagos VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN 978-84-616-6306-4 Catarina Alves * ** e Margarida Figueiredo Resumo: Os trabalhos

Leia mais

2 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ALGAR DO BOM SANTO

2 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ALGAR DO BOM SANTO 2 O SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ALGAR DO BOM SANTO 2.1 Localização e descoberta O Algar do Bom Santo é uma gruta-necrópole situada na Serra de Montejunto a 350 m de altitude (freguesia da Abrigada, concelho

Leia mais

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património OUT 2012

Apontamentos de Arqueologia e Património 8 / 2012 (www.nia-era.org) APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património OUT 2012 8 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património OUT 2012-1 - Título: Apontamentos de Arqueologia e Património Propriedade: Era-Arqueologia S.A. Editor: Núcleo de Investigação Arqueológica NIA Local de Edição:

Leia mais

Intervenção arqueológica na Lapa dos Pinheirinhos 1 (Sesimbra)

Intervenção arqueológica na Lapa dos Pinheirinhos 1 (Sesimbra) Intervenção arqueológica na Lapa dos Pinheirinhos 1 (Sesimbra) Rosário Fernandes * Leonor Rocha ** R E S U M O No ano 2000 foi realizada uma curta campanha de trabalhos na Lapa dos Pinheirinhos 1, com

Leia mais

ENFERMAGEM ANATOMIA. SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM ANATOMIA. SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM ANATOMIA SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Aula 4 Profª. Tatiane da Silva Campos Ossos do pé mantêm-se unidos por meio de fortes ligamentos que lhe permitem sustentar o peso corporal e funcionar como

Leia mais

30 de novembro de 2018

30 de novembro de 2018 Programa preliminar 30 de novembro de 2018 11:00 - Abertura do secretariado 14:00 14:20 Sessão de abertura 14:20 15:10 Palestra I: Traumatismos medievais em Portugal e seus agentes Cristina Moisão Comunicações

Leia mais

Estudo sobre os hábitos alimentares a partir dos ossos do Rincão do 28

Estudo sobre os hábitos alimentares a partir dos ossos do Rincão do 28 Estudo sobre os hábitos alimentares a partir dos ossos do Rincão do 28 Luana da Silva de Souza Prof. Dr. Saul Eduardo Seiguer Milder Este texto trata dos vestígios de ossos resgatados no sítio arqueológico

Leia mais

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Necrópoles de Cistas na realidade do Sudoeste Peninsular durante o II milénio a.c.: Praticas funerárias e análise

Leia mais

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA De Scallabis a Chantirene: análise paleoantropológica de duas amostras paleocristãs dos séculos IV e VI da necrópole

Leia mais

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA

4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA 4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA DO ALQUEVA O Plano de Rega (2002-2010) MEMÓRIAS d ODIANA 2.ª Série Estudos Arqueológicos do Alqueva FICHA TÉCNICA MEMÓRIAS d ODIANA - 2.ª Série TÍTULO 4.º COLÓQUIO DE ARQUEOLOGIA

Leia mais

ESTIMATIVA DA IDADE À MORTE EM NÃO-ADULTOS ATRAVÉS DA LARGURA DAS EPÍFISES. Diana Sofia Ferreira Matos

ESTIMATIVA DA IDADE À MORTE EM NÃO-ADULTOS ATRAVÉS DA LARGURA DAS EPÍFISES. Diana Sofia Ferreira Matos Diana Sofia Ferreira Matos ESTIMATIVA DA IDADE À MORTE EM NÃO-ADULTOS ATRAVÉS DA LARGURA DAS EPÍFISES Dissertação de mestrado em Evolução e Biologia Humanas, orientada pela Professora Doutora Eugénia Cunha

Leia mais

Identificação de carvões de madeira no âmbito do Projecto O Bronze Final do Sudoeste na Margem Esquerda do Guadiana. Paula Fernanda Queiroz

Identificação de carvões de madeira no âmbito do Projecto O Bronze Final do Sudoeste na Margem Esquerda do Guadiana. Paula Fernanda Queiroz Fragmento de carvão em secção transversal Identificação de carvões de madeira no âmbito do Projecto O Bronze Final do Sudoeste na Margem Esquerda do Guadiana Paula Fernanda Queiroz TERRA SCENICA TERRITÓRIO

Leia mais

2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO

2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO 2. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ÁREAS EM ESTUDO O presente trabalho foi efectuado em três áreas, que se situam na região do Minho, no NW de Portugal (Fig. 2.1.). Fig. 2.1. Localização geográfica das áreas

Leia mais

Maria Joao NEVES, Maria Teresa FERREIRA e Eugénia CUNHA

Maria Joao NEVES, Maria Teresa FERREIRA e Eugénia CUNHA 1. Introdus:ao LESAo, DEGENERA~AoE REGENERA~Ao DO FÉMUR: UM CASO EXTREMO Maria Joao NEVES, Maria Teresa FERREIRA e Eugénia CUNHA o Mosteiro da Serra do Pilar localizado em Vila Nova de Gaia (Porto, Portugal)

Leia mais

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN

VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN Práticas de inumação e práticas de construção em Horta da Morgadinha 2 (Salvador, Serpa) VI ENCUENTRO DE ARQUEOLOGÍA DEL SUROESTE PENINSULAR ISBN 978-84-616-6306-4 Sergio Gomes *, Lídia Baptista ** ***

Leia mais

Estudo e relatório paleoantropológico final do espólio osteológico exumado nos trabalhos arqueológicos no adro da. Igreja de Santa Eufémia Penela

Estudo e relatório paleoantropológico final do espólio osteológico exumado nos trabalhos arqueológicos no adro da. Igreja de Santa Eufémia Penela Estudo e relatório paleoantropológico final do espólio osteológico exumado nos trabalhos arqueológicos no adro da Igreja de Santa Eufémia Penela Carmen Pereira 1 No âmbito de colaboração entre os Municípios

Leia mais

Junta Freguesia de Lavra

Junta Freguesia de Lavra Junta Freguesia de Lavra FICHA TÉCNICA TITULO: O povoado da Idade do Bronze de Lavra, Matosinhos. Contributos para o estudo do Bronze Médio no litoral Norte Autores: Ana Maria dos Santos BETTENCOURT Professora

Leia mais

ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII. Prof.: Gustavo Martins Pires

ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII. Prof.: Gustavo Martins Pires ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII Prof.: Gustavo Martins Pires OSSOS DO MEMBRO INFERIOR OSSOS DO MEMBRO INFERIOR Tem por principal função de locomoção e sustentação do peso. Os ossos do quadril, constituem

Leia mais

O monumento megalítico do Lucas 6 (Hortinhas, Alandroal): um contributo para o estudo das arquitecturas megalíticas

O monumento megalítico do Lucas 6 (Hortinhas, Alandroal): um contributo para o estudo das arquitecturas megalíticas O monumento megalítico do Lucas 6 (Hortinhas, Alandroal): um contributo para o estudo das arquitecturas megalíticas 1 R E S U M O A anta do Lucas 6 foi intervencionada nos anos de 2000 a 2002. Apesar de

Leia mais

Apontamentos de Arqueologia e Património 11 / 2016 APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património ABR ISSN:

Apontamentos de Arqueologia e Património 11 / 2016 APONTAMENTOS. de Arqueologia e Património ABR ISSN: 11 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património ABR 2016-1 - ISSN: 2183-0924 APONTAMENTOS de Arqueologia e Património 11 ABRIL 2016-3 - ÍNDICE EDITORIAL... 07 António Carlos Valera NOTA SOBRE UMA DECORAÇÃO

Leia mais

Entre a vida e a morte: a perenidade dos espaços na Pré-História Recente no Alentejo (Portugal)

Entre a vida e a morte: a perenidade dos espaços na Pré-História Recente no Alentejo (Portugal) Entre a vida e a morte: a perenidade dos espaços na Pré-História Recente no Alentejo (Portugal) Leonor Rocha (CHAIA, Univ. Évora, Portugal) RESUMO: A partir dos trabalhos arqueológicos realizados nesta

Leia mais

Esqueleto Apendicular e Axial, e articulação do joelho. Marina Roizenblatt 75 Monitora de Anatomia

Esqueleto Apendicular e Axial, e articulação do joelho. Marina Roizenblatt 75 Monitora de Anatomia Esqueleto Apendicular e Axial, e articulação do joelho Marina Roizenblatt 75 Monitora de Anatomia Coluna Vertebral Canal Vertebral Forames intervertebrais Características de uma vértebra típica Corpo vertebral

Leia mais

PREFÁCIO O património arqueológico de Arruda dos Vinhos: rumos de uma investigação em curso.

PREFÁCIO O património arqueológico de Arruda dos Vinhos: rumos de uma investigação em curso. PREFÁCIO O património arqueológico de Arruda dos Vinhos: rumos de uma investigação em curso. Todos os livros têm uma história. Esta obra de Jorge Lopes, constitui o culminar de um projecto desenvolvido

Leia mais

LISBOA NÃO É SÓ SUBTERRÂNEA 25 ANOS DEPOIS DE UMA EXPOSIÇÃO

LISBOA NÃO É SÓ SUBTERRÂNEA 25 ANOS DEPOIS DE UMA EXPOSIÇÃO 13 Abril Nacional de Arqueologia I SESSÃO - ABERTURA Abertura António Carvalho Director do Nacional de Arqueologia José Morais Arnaud Presidente da direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses António

Leia mais

A necrópole medieval islâmica e cristã de Beja Dados preliminares

A necrópole medieval islâmica e cristã de Beja Dados preliminares A necrópole medieval islâmica e cristã de Beja Dados preliminares RESUMO Maria Luís Vilhena de Carvalho 1 Raquel Santos 2 Mónica Gomes 3 A intervenção arqueológica de emergência no Liceu Diogo de Gouveia

Leia mais

Introdução à Anatomia

Introdução à Anatomia ESTRUTURA ANIMAL 1 Introdução à Anatomia : É o fundamento de todas as outras ciências médicas. Função: Fornecer noções preciosas para as aplicações na prática médico-cirúrgica Anatomia vem do grego; Significa

Leia mais

ESTRATÉGIAS DE POVOAMENTO ENTRE O BRONZE PLENO E FINAL NA REGIÃO DE BEJA

ESTRATÉGIAS DE POVOAMENTO ENTRE O BRONZE PLENO E FINAL NA REGIÃO DE BEJA ESTRATÉGIAS DE POVOAMENTO ENTRE O BRONZE PLENO E FINAL NA REGIÃO DE BEJA Miguel Serra 1 Eduardo Porfírio 2 Resumo A região de Beja foi cenário de inúmeros trabalhos arqueológicos nos últimos 10 anos que

Leia mais

CURRICULUM VITAE ANDRÉ CARNEIRO

CURRICULUM VITAE ANDRÉ CARNEIRO CURRICULUM VITAE ANDRÉ CARNEIRO Abril de 2007 1. DADOS PESSOAIS Nome: André Miguel Serra Pedreira Carneiro Nascido a 27/06/1973 na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Lisboa 2. FORMAÇÃO ACADÉMICA Licenciatura

Leia mais

Os membros inferiores são formados por cinco segmentos ósseos, que apresentamos a seguir. Todos os ossos desses segmentos são pares.

Os membros inferiores são formados por cinco segmentos ósseos, que apresentamos a seguir. Todos os ossos desses segmentos são pares. ESQUELETO APENDICULAR INFERIOR OSTEOLOGIA DOS MEMBROS INFERIORES Os membros inferiores são formados por cinco segmentos ósseos, que apresentamos a seguir. Todos os ossos desses segmentos são pares. Cintura

Leia mais