Salix secção transversal
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- Ayrton Ribas Sousa
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1 Salix secção transversal Identificação de madeiras no âmbito do Projecto O Efeito de Reservatório Oceânico nas Áreas de Transição do Upwelling Costeiro Oeste- Ibérico - PTDC/MAR/68932/2006 III Troncos da praia de Miramar, Vila Nova de Gaia Paula Fernanda Queiroz TERRA SCENICA TERRITÓRIO ANTIGO relatórios
2 Identificação de madeiras no âmbito do Projecto O Efeito de Reservatório Oceânico nas Áreas de Transição do Upwelling Costeiro Oeste-Ibérico PTDC/MAR/68932/2006 III Troncos da praia de Miramar, Vila Nova de Gaia Paula Fernanda Queiroz, 2010 Terra Scenica, pfqueiroz@netcabo.pt O presente relatório corresponde ao resultado da identificação botânica de um conjunto de quatro amostras de madeira provenientes de troncos de árvores recuperados dos lodos que ocasionalmente emergem das areias da praia de Miramar (Vila Nova de Gaia). Este estudo integra-se no projecto O Efeito de Reservatório Oceânico nas Áreas de Transição do Upwelling Costeiro Oeste-Ibérico - PTDC/MAR/68932/2006. De cada amostra de madeira foi cortado um pequeno fragmento, que foi saturado de água para a realização de cortes finos, com bisturi, segundo as três secções de diagnóstico transversal, radial e tangencial. Os cortes histológicos foram observados e diagnosticados sob observação ao microscópio óptico de transmissão. A identificação foi auxiliada por material de referência e por bibliografia especializada (Schweigruber, 1990a; 1990b). Os resultados da identificação botânica são os seguintes: Amostras: 1 - Miramar Gulpilhares, grupo 1, amostra C 2 - Troncos Miramar 4, Foto, 10/05/ Parte tronco, Foto Francelos 24, Março 1, 10/05/10 Descrição da madeira: Estampa 1 Secção transversal: Porosidade difusa. Poros pequenos, solitários e em pequenos grupos radiais com dois a três poros. Raios unisseriados abundantes. Secção tangencial: Raios exclusivamente unisseriados, compridos. Ocasionalmente ocorrem algumas porções de raio bisseriadas. Células dos raios circulares a ovais, por vezes com as células marginais alongadas. Secção radial: Raios ligeiramente heterogéneos formados por células prostradas compridas no centro e com uma, menos frequentemente duas, fiadas de células marginais quadrangulares. Raios homogéneos apenas com células prostradas também presentes. Placas de perfuração simples. Pontuações intervasculares grandes, areoladas, alternas. Pontuações radiovasculares simples, grandes e alternas. Identificação: Salix (salgueiro) 4 Miramar Gulpilhares, recolha 8, Maio 2010, Grupo 2 de amostras Descrição da madeira: Estampa 2 Secção transversal: Porosidade difusa. Poros médios, pouco abundantes, solitários. Poros com inclusões
3 gomosas abundantes. Tecido de suporte com fibras de parede espessa. Raios multisseriados. Secção tangencial: Raios multisseriados com duas a quatro células de largura, compridos. Secção radial: Raios homogéneos formados por células prostradas. Placas de perfuração simples. Pontuações intervasculares pequenas, areoladas, alternas. Fibro-traqueídos abundantes densamente pontuados com pequenas pontuações areoladas circulares. Identificação: Rosaceae Maloideae cf. Crataegus (pilriteiro?) Os caracteres morfológicos observados, em particular a conjugação de porosidade difusa, raios homogéneos e presença de fibro-traqueídos, aponta para uma madeira pertencente a uma espécie lenhosa da subfamília Maloideae das Rosaceae. A espessura dos raios multisseriados parece ser mais compatível com o género Crataegus, embora não seja suficiente para um diagnóstico seguro. Poderá corresponder também a madeira de Sorbus (sorveira ou cornogodinho), Pyrus (pereira-brava ou espinheiro) ou Malus (macieira-brava) Comentário Três fragmentos de madeira foram identificados como troncos de salgueiro. Um fragmento foi identificado com reserva como madeira de pilriteiro, podendo no entanto corresponder a madeira de uma outra rosácea da subfamília Maloideae. Trata-se de espécies das matas ripículas de ecologia dulçaquícola, em discordância com o depósito lodoso de vasa salobra. Os restos de troncos encontrados in situ, em posição natural, deverão testemunhar a instalação no local de uma floresta ribeirinha de água doce, no âmbito de um processo de terrestrialização dos pântanos litorais, provavelmente contemporâneo de uma fase de regressão da linha de costa (Mateus, 1992; Queiroz, 1999). A presença das árvores é certamente posterior ao episódio testemunhado pela presença da vasa lodosa, na qual os restos lenhosos da mata (em diacronia) serão intrusivos. Referências MATEUS, J.E. (1992) - Holocene and present-day ecosystems of the Carvalhal Region, Southwest Portugal. PhD thesis, State University of Utrecht, The Netherlands, p QUEIROZ, P.F. (1999) Ecologia Histórica da Paisagem do Noroeste Alentejano. Tese de doutoramento, Universidade de Lisboa, p SCHWEINGRUBER, F.H. (1990a) Anatomy of European Woods. Haupt SCHWEINGRUBER, F.H. (1990b) Mikroskopisch Holzanatomie.3 auflege. Eidgenössische Forschungsanstalt für Wald, Schnee und Landschaft. Birmensdorf.
4 ESTAMPA 1 Miramar, Vila Nova de Gaia: Salix 1) Secção transversal: Porosidade difusa, poros solitários e em múltiplos radiais; 2) Secção tangencial: Raios unisseriados; 3) Secção radial: Raios ligeiramente heterogéneos, com células prostradas e uma fiada marginal de células quadrangulares; 4) Secção radial: Pontuações intervasculares alternas, areoladas; 5) Secção radial: Placa de perfuração simples; 6) Secção radial: Pontuações radiovasculares simples.
5 ESTAMPA 2 Miramar, Vila Nova de Gaia: Rosaceae Maloideae cf. Crataegus 1) Secção transversal: Porosidade difusa, poros solitários com inclusões gomosas, raios multisseriados; 2) Secção radial: Raios homogéneos; 3) Secção tangencial: Raios multisseriados; 4) Secção radial: Fibro-traqueídos com pontuações areoladas abundantes; 5) Secção radial: Placa de perfuração simples e pontuações intervasculares. 5
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