DA POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAIS SEM A REALIZAÇÃO DA CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO

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1 DA POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAIS SEM A REALIZAÇÃO DA CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO Letícia Cruz Cerqueira 1 Alexandre Gustavo Melo Franco Bahia 2 RESUMO Atualmente a retificação do registro civil de transexuais constitui-se questão problemática do Direito Brasileiro, tendo em vista que não há uniformidade no entendimento jurisprudencial no que concerne à necessidade da realização da cirurgia de transgenitalização para se requerer a mudança supramencionada. Pontua-se, nesse sentido, que o trabalho dialoga com a situação de estigmatização e negação de direitos vivenciada pelos transexuais. Ademais, se justifica pela necessidade de concretização da cidadania e, dentro disso, da efetivação dos direitos fundamentais e da personalidade destes. Diante do exposto, o objetivo é a construção da discussão no que tange à desnecessidade de se proceder a cirurgia de transgenitalização como condicionante à alteração do prenome e do sexo no registro dos transexuais. O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e análise do ordenamento jurídico pátrio no que se relaciona ao tema, o que possibilitou a conclusão no sentido da cirurgia de transgenitalização não ser condicionante para a mudança do registro civil dos transexuais, pautando-se na expressão da autonomia privada e sobre o próprio corpo, inerente a todos indivíduos. O desfecho se relaciona com a construção da cidadania plena dos transexuais, da sua dignidade e dialoga com o seu direito à intimidade. 1 Graduada em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto. 2 Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Professor Adjunto do Departamento de Direito da Universidade Federal de Ouro Preto e do IBMEC-BH.

2 Palavras-chave: Retificação. Registro Civil. Transexuais. Cirurgia de Transgenitalização. Autonomia. ABSTRACT Currently the rectification of civil registration of transsexuals constitutes a problematic issue of Brazilian law, given that there is no uniformity in doctrinal and jurisprudential understanding regarding the need to perform reassignment surgery to apply for the above change. In this sense, it is highlighted that the work speaks to the situation of stigmatization and denial of rights experienced by transsexuals. Moreover, it is justified by the need to achieve citizenship and, in addition, the enforcement of fundamental rights and personality of these. Given the above, the goal is the construction of the discussion regarding the no need to undertake reassignment surgery as a condition for change of the first name and sex in the registry of the transsexuals. The work was developed through a literature review and an analysis of the national legal system as it relates to the theme, which enabled the conclusion that the reassignment surgery isn't a necessary condition for the change of civil registration of transsexuals as it have been made, basing on the expression of the private autonomy and on the own body, inherent in all individuals. The outcome relates to the construction of full citizenship of transsexuals, their dignity and dialogues with their right of privacy. Keywords: Rectification. Civil Registry. Transsexuals. Reassignment Surgery. Autonomy. 1 INTRODUÇÃO Esse texto se pauta na estigmatização e marginalização dos transexuais e, sob essa lógica, possui como objetivo primordial a construção do debate no que tange à desnecessidade da realização de cirurgia de transgenitalização para a retificação do registro civil destes. Nesse sentido, realizar-se-a uma sucinta análise no que concerne aos aspectos da transexualidade; a estigmatização do transexual; a cirurgia de transgenitalização; ao processo transexualizador (PrTr) do Sistema Único de Saúde (SUS), demonstrando os

3 requisitos para que se proceda ao tratamento e, dentro disso, à intervenção cirúrgica no Brasil. Além disso, salienta-se a ausência de regulamentação jurídica no que concerne aos direitos dos transexuais, dentre eles a alteração do registro civil. Em seguida, será demonstrada, por meio de decisões judiciais pátrias, a necessidade de transexuais, operados ou não, pleitearem judicialmente a retificação de seu registro civil. Explicita, nesse sentido, as discordâncias e falta de uniformidade entre as decisões. Por fim, se constrói o debate referente à desnecessidade de realização do procedimento cirúrgico para a retificação do registro. 2 ANÁLISE DA TRANSEXUALIDADE A transexualidade constitui-se por uma incompatibilidade entre os aspectos da sexualidade, não coadunando o sexo psicológico com o morfológico e, consequentemente, o civil. No mesmo sentido [ ] o transexual é aquele indivíduo biologicamente perfeito, mas acredita pertencer ao sexo contrário à sua anatomia (SÁ e NAVES, 2011, p. 265). Além disso, sendo o sexo psicológico incompatível com o sexo morfológico, consequentemente, seus órgãos genitores não constituem um centro erógeno (SÁ e NAVES, 2011, p. 266). Ademais, de acordo com a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionado à Saúde (CID-10) da Organização Mundial de Saúde transexualidade constitui umtranstorno da identidade sexual, sendo classificado com o código F64.0. Especificando-se: F64. Transexualismo: um desejo de viver e ser aceito como um membro do sexo oposto, usualmente acompanhado por uma sensação de desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico, e um desejo de se submeter ao tratamento hormonal e cirurgia para tornar seu corpo tão congruente quanto possível com o seu sexo desejado. Diretrizes diagnósticas: a) a identidade transexual deve ter estado persistente por pelo menos dois anos; b) não deve ser um sintoma de outro transtorno mental, tal como esquizofrenia, nem ter associação a qualquer outra anormalidade intersexual, genética ou do cromossomo sexual. (OMS,1993). Já em relação ao Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais (DSM) - publicado pela Associação Americana de Psiquiatria no intuito de oferecer

4 uma linguagem comum e padronizar o diagnóstico dos transtornos mentais em sua quinta edição (DSM-V), os transexuais passaram a ser identificados com o termo disforia de gênero. Assim, passou a ser considerado desordem mental o sofrimento que a transexualidade pode vir a causar no indivíduo, e não a prória condição de ser transexual. 3 A ESTIGMATIZAÇÃO DO TRANSEXUAL A estigmatização do transexual dialoga com a existência de uma matriz heterossexual, contexto em que os demais desdobramentos da sexualidade são considerados fora da normalidade. Dentro disso, as soluções interligadas a esta situação se relacionam com a desconstrução das concepções de sexo e de gênero e do modelo pautado na heterossexualidade, conforme explicitado por Barboza (2010). Nessa lógica vislumbra-se, de acordo com citação da mesma autora que [...] os problemas do transexual, que têm início muitas vezes na infância, crescem ao longo dos anos e se agravam a partir do momento em que começa a se tratar, através da automedicação, ou do processo transexualizador (2010, p. 99). Menciona-se, ainda, que dentre os problemas enfrentados pelos transexuais estáa dificuldade no que concerne à retificação do registro civil, não havendo uniformidade nas decisões judiciais e na doutrina quanto à questão. Nesse sentido pode-se observar que os argumentos que contrariam a alteração são variados, consoante exposto a seguir: Pode-se observar que a preocupação dos argumentos contrários não se restringe à veracidade dos dados no registro civil, ou da necessária correspondência dos dados biológicos relacionado ao sexo, por força do direito natural e do determinismo biológico, mas expressam, claramente, uma forte defesa de preservação da moralidade sexual dominante heterossexual no matrimônio e na filiação (SILVA, 2007, p. 101). 4 CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO E PROCESSO TRANSEXUALIZADOR DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE No Brasil o Ministério da Saúde adota a definição exposta no CID-10, considerando, portanto, o transexual um portador de desvio psicológico permanente de identidade sexual, com rejeição do seu fenótipo e tendência à automutilação e ao

5 próprio extermínio (CORDEIRO, 2011), cuja cirurgia de transgenitalização apresenta-se como o procedimento para redesignação do estado sexual, a fim de se proceder a harmonização entre os aspectos sexuais biológicos e psíquicos. Diante disso, foi que, primeiramente, elaborou-se a Resolução 1482/1997 do Conselho Federal de Medicina, por meio da qual se autorizou e esboçou a cirurgia de transgenitalização para redesignação sexual masculina para feminina, a nível experimental. Já no ano de 2008, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria 1.707, instituiu no SUS o PrTr, autorizando a cirurgia de transgenitalização, ainda a nível experimental e apenas no que concerne à redesignação sexual do fenótipo masculino para o feminino. Dentro disso, pontua-se como conteúdo do ato normativo a definição dos critérios mínimos para se diagnosticar o transexualismo e os requisitos para submissão ao Processo. Em seguida, a Secretaria de Atenção à Saúde publicou a Portaria n. 457/2008, a qual se deliberou em relação ao PrTr, definindo no que tange ao tratamento hormonal pré operatório; ao procedimento terapêutico ambulatorial e ao procedimento específico para a cirurgia de transgenitalização. Dentro disso, se verifica que antes da possibilidade de realização do procedimento cirúrgico, deverão ocorrer atendimentos mensais, realizados por equipe multiprofissional, durante o prazo mínimo de dois anos. Além do que, destaca-seque o texto normativo prevê que a escolha pelo procedimento cirúrgico pauta-se na autonomia dos transexuais. Contudo, é essencial questionar a previsão, tendo em vista o contexto de estigmatização vivenciado por estes, e apontar que a não realização da cirurgia de transgenitalização pode constituir um afastamento ainda maior da retificação do registro civil. Sob essa mesma lógica: a cirurgia de transgenitalização pode se apresentar como uma tábua de salvação, se constituindo como única possibilidade de inclusão social (ARÁN; MURTA, 2009, p ). Por fim, no ano de 2013, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria nº. 2803, que redefine e amplia o PrTr, incluindo os transexuais que possuem sexo biológico feminino. Além disso, houve ampliação no que tange os transexuais biologicamente do sexo masculino e reduziu-se a idade mínima desubmissãoao PrTr para dezoito anos, podendo então inicar-se a hormonioterapia.

6 5 ANÁLISE DO ORDENAMENTO JURÍDICO NA PERSPECTIVA DA ALTERAÇÃO DO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAIS Verifica-se no ordenamento pátrio a ausência de previsões jurídicas no que tange à proteção dos direitos dos transexuais, salientando, dentro disso, a inexistência de normatização referente à retificação do registro civil. Sendo assim, não existem normas no que se refere ao momento e à maneira como pode ser a alteração, utilizando-se, em muitas das decisões judiciais, o artigo 58 da Lei 6.015/ Lei de Registros Públicos -, por meio do qual se substitui o prenome por apelido público notório. No mesmo sentido, salienta-se que existem projetos de leis (PL s) tramitando no país, os quais dialogam com as questões dos direitos dos transexuais e, dentro disso, se a cirurgia de transgenitalização constitui ou não condicionante para a retificação do registro civil destes. Menciona-se, nesse ponto, que o primeiro PL é o nº 70/1995, e ainda se encontra em tramitação. Lapso temporal este que comprova e reafirma a marginalização e estigmatização do transexual suscitada anteriormente. Além do Projeto de lei anterior, cita-se os demais em tramitação: nº. 1281/2011; nº 4241/2012 e o nº. 5002/2013, enfocando, no próximo parágrafo, este último. Ainda, apresenta-se a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4275, a qual objetiva conferir ao artigo 58 da Lei 6015/73 interpretação conforme a Constituição Federal, reconhecendo aos transexuais a possibilidade de substituição do prenome sem a necessidade da realização de cirurgia de transgenitalização. Diante disso,com o último Projeto supramencionado, o qual se baseia na lei de identidade de gênero argentina 1, pretende se possibilitar que qualquer indivíduo tenha o direito de pleitear a alteração do registro de sexo e a mudança do seu prenome, além da imagem constante na documentação de identificação pessoal, em todas as hipóteses em que sua autoidentidade de gênero não coadune com os mesmos. Para tanto, não se exige a realização de cirurgia de transgenitalização, sendo a realização desta uma escolha unicamente do indivíduo. Não se requerendo, também, tratamentos com emprego de hormônios, nem qualquer outro tipo de terapêutica ou diagnostico. Não envolvendo, ainda, a necessidade de tramitação judicial ou administrativa. Além do mais, atendo-se a uma análise das decisões judiciais pátrias, menciona-se, inicialmente,deliberação na qual se cita a existência de controvérsia, na

7 doutrina e jurisprudência, no que concerne à alteração do registro civil de transexuais sem que se proceda à cirurgia de transgenitalização: APELAÇÃO CÍVEL. ALTERAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. MUDANÇA DE PRENOME E DE SEXO. AUTORA QUE AGUARDA NA FILA DE ESPERA DO SUS PARA A REALIZAÇÃO DE CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA, DE PLANO. VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. CERCEAMENTO DE DEFESA DETECTADO. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA. Comporta desconstituição a sentença proferida sem a oportunização de produção das provas requeridas pela parte autora. Alteração do sexo e prenome antes da realização da cirurgia de transgenitalização. Matéria que se revela controvertida no âmbito doutrinário e jurisprudencial. (RIO GRANDE DO SUL, 2012) (Grifos não originais). Sob a mesma perspectiva felizmente doutrina e jurisprudência não vem interpretando a regra do artigo 58 da Lei de Registros Públicos [...] de maneira absoluta (SÁ E NAVES, 2011, p. 272). Tal afirmação dos autores se dá considerando os argumentos ligados ao supracitado Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, o qual dialoga com a possibilidade de livre desdobramento da personalidade de todos indvíduos, e com a consequente contrução da plena cidadania dos transexuais. Além do mais se fundamentam na autonomia sobre o próprio corpo, como um dos direitos da personalidade. Além do que, dentro da lógica apresentada no que tange à divergência em relação ao tema, apresenta-se decisão judicial na qual se entende que a retificação somente poderá ser realizada após se efetuar a cirurgia de transgenitalização. E, posteriormente, se expõe decisões no sentido oposto, ou seja, decidida com base na desnecessidade da realização do procedimento cirúrgico. Assim, apresenta-se decisão do Superior Tribunal de Justiça: ALTERAÇÃO. PRENOME. DESIGNATIVO. SEXO. O recorrente autor, na inicial, pretende alterar o assento do seu registro de nascimento civil, para mudar seu prenome, bem como modificar o designativo de seu sexo, atualmente constante como masculino, para feminino, aduzindo como causa de pedir o fato de ser transexual, tendo realizado cirurgia de transgenitalização. Acrescenta que a aparência de mulher, por contrastar com o nome e o registro de homem, causa-lhe diversos transtornos e dissabores sociais, além de abalos emocionais e existenciais. Assim, a Turma entendeu que, tendo o recorrente se submetido à cirurgia de redesignação sexual nos termos do acórdão recorrido, existindo, portanto, motivo apto a ensejar a alteração do sexo indicado no registro civil, a fim de que os assentos sejam capazes de cumprir sua verdadeira função, qual seja, a de dar publicidade aos fatos relevantes da vida social do indivíduo, deve ser alterado seu assento de nascimento para que nele conste o sexo feminino, pelo qual é socialmente reconhecido. Determinou, ainda, que das certidões

8 do registro público competente não conste que a referida alteração é oriunda de decisão judicial, tampouco que ocorreu por motivo de redesignação sexual de transexual. (BRASIL, 2009a). (Grifos não originais). Logo, verifica-se que o deferimento em relação ao pedido de retificação do registro civil foi fundamentado na realização a cirurgia de transgenitalização, conforme explicitado na decisão. Nesse sentido, configura-se contradição não se aplicar igual entendimento aos transexuais que não foram submetidos ao procedimento cirúrgico, tendo em vista que os mesmos também enfrentam problemas sociais e, ainda, porque a eles se aplicam os mesmos direitos daqueles que realizaram a cirurgia. Dessa forma, poderia ser garantido o direito de efetivação da cidadania destes e, dentro disso, de seu reconhecimento social. Nesse ponto,destaca-se a existência de decisões favoráveis à alteração do prenome de transexuais sem a realização do procedimento cirúrgico: APELAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. TRANSEXUALISMO. TRAVESTISMO. ALTERAÇÃO DE PRENOME INDEPENDENTEMENTE DA REALIZAÇÃO DE CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO. DIREITO À IDENTIDADE PESSOAL E À DIGNIDADE. A demonstração de que as características físicas e psíquicas do indivíduo, que se apresenta como mulher, não estão em conformidade com as características que o seu nome masculino representa coletiva e individualmente são suficientes para determinar a sua alteração. A distinção entre transexualidade e travestismo não é requisito para a efetivação do direito à dignidade. Tais fatos autorizam, mesmo sem a realização da cirurgia de transgenitalização, a retificação do nome da requerente para conformá-lo com a sua identidade social. DERAM PROVIMENTO. (RIO GRANDE DO SUL, 2009). (Grifos não originais). Nota-se que na decisão é conferida relevância a questão da identidade social do transexual, declarando que a demonstração de divergência entre as características biológicas e psicológicas do indivíduo são suficientes para a retificação do registro civil. Logo, não se exigiu a realização de qualquer tipo de tratamento, no que se inclui a cirurgia de transgenitalização. Além do mais, verifica-se menção à desnecessidade de diferenciação entre transexualismo e travestismo para que seja autorizada a retificação do prenome e do sexo em que o procedimento cirúrgico tenha sido realizado. Diante disso, é fundamental salientar que se trata de condições diferentes 2. Já a decisão abaixo acrescenta que reconhecer o direito dos transexuais à alteração do registro civil é observar o Princípio da Dignidade Humana:

9 RETIFICAÇÃO DE ASSENTO DE NASCIMENTO. ALTERAÇÃO DO PRENOME E DO SEXO. TRANSEXUAL. INTERESSADO NÃO SUBMETIDO À CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. CONDIÇÕES DA AÇÃO. PRESENÇA. INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. AUSÊNCIA. SENTENÇA CASSADA. O reconhecimento judicial do direito dos transexuais à alteração de seu prenome conforme o sentimento que eles têm de si mesmos, ainda que não tenham se submetido à cirurgia de transgenitalização, é medida que se revela possível em consonância com o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Presentes as condições da ação e afigurando-se indispensável o regular processamento do feito, com instrução probatória exauriente, para a correta solução da presente controvérsia, impõe-se a cassação da sentença. (MINAS GERAIS, 2013b). (Grifos não originais). Sob essa pespectiva, é fundamental salientar que as deliberaçõesno sentido de possibilitar a alteração do prenome e sexo dos transexuais devem sempre dialogar com a autoidentidade do mesmo em relação ao seu gênero e devem respeitar seus direitos e garantias fundamentais, quais sejam: a concretização da cidadania plena (artigo 1º, II, da CF), a diginidade da pessoa humana, a autonomia e o direito à intimidade. 6 DA CONSTRUÇÃO JURÍDICA QUE FUNDAMENTA A DESNECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DA CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO Após a breve apresentação do panorama jurídico no que concerne à alteração do registro civil dos transexuais, desenvolvida no ponto anterior, é necessário proceder à discussão em relação aos princípios e direitos aplicáveis aos casos concretos e que fundamentam a alteração do prenome e sexo nos registros dos transexuais sem a necessidade de realização da cirurgia de transgenitalização. É por meio de interpretação jurídica baseada na autonomia privada e na autonomia sobre o próprio corpo que se verifica como juridicamente possível que o transexual não operado retifique o seu registro, assegurando a igualdade, a sua cidadania plena, a sua dignidade e sua qualidade de vida. No mesmo sentido é que se reafirma: Quanto aos procedimentos médicos, como é o caso da cirurgia de transgenitalização, cabe ao paciente determinar aos quais ele deseja e aos quais ele não deseja se submeter. Certo é que a Dignidade da Pessoa Humana somente é atingida quando reconhecida no âmbito da liberdade individual do ser humano. No caso do transexual, a autonomia privada, externada pela manifestação da vontade, preserva a liberdade individual na

10 medida em que dá ao transexual a voz para dizer acerca do desejo ou de alterar seu sexo anatômico e o seu sexo e nome civil. (TAVARES et al, 2013, p. 358). Ainda, dentro da mesma lógica, é fundamental a consideração realizada por Schramm, Barboza e Guimarães (2011) em relação à necessidade do reconhecimento no que concerne à autonomia sobre o próprio corpo e o poder dos indivíduos em relação à sua auto-construção. Além disso, é importante aideia trazida por Silva (2007, p.38) de que é necessário que se reconheçam espaços de autonomia e de autodeterminação dos sujeitos como um dos aspectos fundamentais da sua dignidade e do direito à vida e à liberdade. Ademais, menciona-se que dialoga com o presente trabalho a noção da dignidade do ser humano sob as óticas da autonomia existencial e do direito ao reconhecimento. Sendo assim, sob a primeira perspectiva segundo a qual cada pessoa deve ter o direito de fazer suas escolhas essenciais de vida e agir de acordo com suas escolhas desde que elas não sejam práticas ílicitas (ou não prejudiquem de forma indevida direitos de terceiros) [...] (FERNANDES, 2013, p. 302), garante-se a coexistência dos mais diferentes projetos de vida. Dialoga, ainda, com todo o exposto a noção da dignidade vislumbrada no sentido do direito dos indivíduos ao reconhecimento, o que se insere na ideia de que o olhar que as pessoas lançam sobre as outras pessoas (o olhar que nós lançamos sobre o outro ou o tarjado de diferente) pode diminuir as pessoa em sua dignidade [ ]. (FERNANDES, 2013, p ). Em seguida,torna-se necessário salientar que a possibilidade dos transexuais optarem em relação à realização da cirurgia dialoga com o direito à intimidade dos mesmos, no sentido de poderem gerenciar sua vida íntima conforme desejam, pautandose em suas próprias concepções de vida digna. Sendo nesse mesmo sentido que afirmam Schramm, Barboza e Guimarães (2011) quando asseveram que há um direito dos indivíduos em relação à gestão de sua própria intimidade, conforme seus anseios e desejos.

11 7 DA DESPATOLOGIZAÇÃO DO TRANSEXUALISMO Inicialmente é fundamental mencionar que desde meados da década de 1970 existem reinvidicações em prol da despatologização do transexualismo. Conforme Silva(2007), os movimentos sociais que dialogam com a questão se baseiam na temática da liberdade sexual e tem como um de seus objetivos primordias afastar aquilo que obsta à autonomia sob o aspecto sexual. Sob esse raciocínio, a mesma autora menciona Castel, demonstrando que uma quarta fase se inicia em meados dos anos 70 com a reivindicação libertária de uma despatologização radical do transexualismo, e a idéia de que a imposição de uma identidade sexual é em si um preconceito e limita a liberdade individual (SILVA, 2007, p. 64). Contudo, apesar dos movimentos em torno da despatologização do transexualismo, no Brasil adota-se a definição exposta no CID-10, considerando, portanto, o transexual como portador de desvio psicológico permanente de identidade sexual e constante rejeição ao fenótipo. Sendo assim, a cirurgia de transgenitalização, nesse quadro, configura como o procedimento para a concretização da redesignação do estado sexual. Nesse mesmo sentido, foi demonstrado que além da classificação feita no CID- 10, existem as classificações do DSM. Nota-se, ainda, que em relação às classificações supramencionadas observa-se que várias organizações no mundo têm atuado em prol da retirada da transexualidade das mesmas. Nesse sentido, segundo Bento e Pelúcio as reinvidicações são em relação a cinco principais pontos, sendo os mesmos: 1) retirada do Transtorno de Identidade de Gênero (TIG) do DSM-V e do CID- 11; 2) retirada da menção de sexo dos documentos oficiais; 3) abolição dos tratamentos de normalização binária para pessoas intersexo; 4) livre acesso aos tratamentos hormonais e às cirurgias (sem a tutela psiquiátrica); e 5) luta contra a transfobia, propiciando a educação e a inserção social e laboral das pessoas transexuais ( 2012, p.537). Primeiramente, é necessário pontuar que no DSM-V, publicado no ano de 2013, os indivíduos deixaram de serem considerados portadores de desordem mental apenas por serem transexuais. Entretanto, ainda são mencionados na referida classificação. Além do mais, de acordo com o trecho transcrito acima, há intenção e expectativa de que o transexualismo deixe de ser classificado como patologia também e relação a CID-

12 10, tendo em vista se tratar somente de um dos desdobramentos da sexualidade humana. Sob essa perspectiva, o PrTr e o procedimento cirúrgico seriam uma das opções apresentadas ao transexual, o qual poderia optar pelos mesmos. Salientando, novamente, que a escolha nesse ponto é atinente ao transexual, não cabendo ao Estado interferir nas concepções de vida digna e projetos de vida do mesmo. 8 CONCLUSÃO Diante da construção argumentativa efetuada é que se questionou se há necessidade da realização de cirurgia de transgenitalização para a alteração do registro civil dos transexuais. Sendo assim, a discussão realizada apontou no sentido da desnecessidade do procedimento cirúrgico como condicionante para a retificação supramencionada. Os fundamentos para tal debate dialogam principalmente com o princípio da autonomia e, dentro disso, da autonomia sobre o próprio corpo. Dessa maneira, pontuase que embora o procedimento cirúrgico no âmbito do PrTr seja previsto como exercício da autonomia do transexual, na prática, o que se verifica é a não concretização do princípio. Indo mais além, o debate pauta-se na necessidade de despatologização do transexualismo no país, inserindo a discussão nos movimentos no mundo que dialogam nesse sentido, conforme demonstrado também por Silva (2007) e Bento e Pelúcio (2012). Logo, as políticas públicas, como o PrTr, devem configurar apenas uma das vias apresentadas aos transexuais. Dentro disso, a cirurgia de transgenitalização seria somente uma das opções para o transexual, que poderia retificar seu registro civil sem realizá-la. Por fim, menciona-se que esse debate se interliga a efetivação da dignidade da pessoa humana e à proteção à intimidade dos transexuais, à medida que é a participação nos discursos que os atingem e a efetivação da autonomia dos transexuais que lhes dão o direito de optarem pela não realização da cirurgia de transgenitalização, conforme as suas concepções e projetos de vida. NOTAS 1 ARGENTINA. Ley , Mayo 23 de Establéceseelderecho a laidentidad

13 de género de las personas. Boletin Oficial de La Republica Argentina, Buenos Aires, 24 mai. de Disponível em: < 2 Indicada a leitura de Transexualismo e Respeito à Autonomia, de Míriam Ventura da Silva,no que se refere às diferenciações entre travestismo e transexualismo REFERÊNCIAS APA. American Psychiatric Association.Gender Dysphoria.APA, Disponível em:< Acesso em: 18 jun ARÁN, Márcia; MURTA, Daniela. Do diagnóstico de transtorno de identidade de gênero às redescrições da experiência da transexualidade: uma reflexão sobre gênero, tecnologia e saúde. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol.19, n.1, p , BARBOZA, Heloísa Helena Gomes. Procedimentos para redesignação sexual: um processo bioeticamente inadequado p. Tese (Doutorado em Ciências na área de Saúde Pública) - Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Programa de Pós-Graduação em Ciências, Rio de Janeiro. BENTO, Berenice; PELÚCIO, Larissa. Despatologização do gênero: a politização das identidades abjetas. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 20, n.02, mai./ago BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. REsp , Andrighi, Diário de Justiça, Brasília, 15 set Relator: Ministra Nancy BRASIL. Lei nª 6015, de 31 de dezembro Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 31 dez Disponível em: < Acesso em: 17 mai BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.707, de 18 de agosto de Diário Oficial da União. Brasília, Seção 1: 43. Disponível em: < Acesso em: 18 jun BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.803, de 19 de novembro de Redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União. Brasília, Disponível em: < Acesso em: 18 jun BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 457, de 19 de agosto de Diário Oficial da União. Brasília: Seção 1: 6. Disponível em: < Acesso em: 18 jun

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