Vigilância sindrômica - I
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- Paulo Lage Miranda
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1 Vigilância sindrômica - I
2 Estratégias de Vigilância A Vigilância Epidemiológica das doenças infecciosas sempre foi um grande desafio. Sob o prisma assistencial, muitas doenças infecciosas envolvem não apenas o risco para a pessoa doente, mas também para seus familiares e para a população em geral. O diagnóstico da doença por si é um desafio, muitas doenças infecciosas tem quadros clínicos sobrepostos ou sintomas semelhantes, principalmente no início das manifestações clínicas.
3 Estratégias de Vigilância A Vigilância Epidemiológica precisa conhecer o comportamento dessas doenças na população. Sob o prisma da Vigilância, cada doente pode ser apenas um caso isolado ou representar o início de um surto que pode colocar em risco várias pessoas. Por isso, é preciso que a comunicação entre a assistência e a Vigilância seja ágil o suficiente para que os casos suspeitos sejam agregados, o risco populacional seja identificado e eventuais medidas de controle sejam adotadas o mais rápido possível.
4 Estratégias de Vigilância Contudo, a comunicação entre os serviços e a Vigilância nem sempre é tão rápida como necessário. Historicamente, vários fatores influenciam essa falta de agilidade como: demora na confirmação do diagnóstico, sobrecarga do serviço, burocracia operacional e, imagem da Vigilância como um processo burocrático, entre outros.
5 Estratégias de Vigilância Com o objetivo de agilizar este trabalho e fortalecer as ações de vigilância de surtos, o Ministério da Saúde fundou em 2006 o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). Estes contam com estrutura de Vigilância Epidemiológica que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.
6 Estratégias de Vigilância Perfil clínico-epidemiológico e vigilância Várias doenças com apresentações sindrômicas semelhantes Várias formas clínicas para uma mesma doença* Vigilância sindrômica Desencadeamento de ações de vigilância com base no diagnóstico sindrômico das doenças
7 Vigilância Sindrômica Síndrome Febril indeterminada com manifestações íctero-hemorrágicas (aguda ou crônica) Síndrome Respiratória aguda Síndrome Neurológica Febril Síndrome da Insuficiência Renal Aguda Síndrome diarréica aguda Síndrome exantemática
8 Abordagens de vigilância sindrômica
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17 Síndrome Febril (Íctero-Hemorrágica Aguda) Vigilância Sindrômica na Amazônia
18 Síndrome Febril (Íctero-Hemorrágica Aguda) Vigilância Sindrômica no Paraná
19 Doença febril hemorrágica mais comum no Brasil: Dengue
20 DENGUE SÍNDROME DO CHOQUE SÍNDROME FEBRIL SÍNDROME EXANTEMÁTICA SÍNDROME HEMORRÁGICA MALÁRIA IVAS ROTAVIROSE INFLUENZA HEPATITE VIRAL LEPTOSPIROSE MENINGITE RUBÉOLA SARAMPO ESCARLATINA MONONUCLEOSE EXANTEMA SÚBITO ENTEROVIROSES ALERGIAS CHIKUNGUNYA E ZIKA MENINGOCOCCEMIA SEPTICEMIA S. HENOCH-SHONLEIN PTI MALÁRIA GRAVE FEBRE AMARELA LEPTOSPIROSE
21 Nova classificação epidemiológica Atual
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23 Flaviviridae (DENGUE, febre amarela, febre do Nilo, Rocio, encefalite St Louis-SLEV, hepatite C) Bunyaviridae (Hantavírus, Oropouche, febre do Rift) Togaviridae (Mayaro, Chikungunya, encefalite venezuelana) Arenaviridae (Junin, Machupo, Sabiá, Lassa) Filoviridae (Marburg e Ebola) Hemorragia, extravasamento capilar, plaquetopenia, CIVD Danos hepáticos Danos renais SNC encefalites Exantema e poliartrite
24 Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em cidades.
25 Número de casos por semana epidemiológica
26 Incidência de dengue por região até a semana epidemiológica
27 Doença febril hemorrágica por riquetsia: Febre maculosa
28 Febre maculosa brasileira (FMB) Doença infecciosa, febril aguda, de gravidade variável, cuja apresentação clínica pode variar desde as formas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A FMB e outras riquetsioses têm sido registradas em áreas rurais e urbanas do Brasil. A maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul, onde de maneira geral ocorre de forma esporádica. A FMB é causada por bactérias do gênero Rickettsia. A Rickettsia rickettsii é a mais frequente e produz casos mais graves, embora existam outras riquétsias associadas à doença. Transmitida por carrapatos. Início abrupto, com febre elevada, cefaléia e mialgia intensa e/ou prostração, seguida de exantema máculo-papular, predominantemente nas regiões palmar e plantar, que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias.
29 Febre maculosa brasileira (FMB) Em geral, entre o segundo e o sexto dia da doença surge o exantema máculo-papular, de evolução centrípeta e predomínio nos membros inferiores, podendo acometer região palmar e plantar em 50 a 80% dos pacientes com esta manifestação. Embora seja o sinal clínico mais importante, o exantema pode estar ausente, o que pode dificultar e/ou retardar o diagnóstico e o tratamento, determinando uma maior letalidade. Nos casos graves, o exantema vai se transformando em petequial e, depois, em hemorrágico, constituído principalmente por equimoses ou sufusões. No paciente não tratado, as equimoses tendem à confluência, podendo evoluir para necrose, principalmente em extremidades.
30 Febre maculosa brasileira (FMB) Acomete a população economicamente ativa (20-49 anos), principalmente homens, que relataram a exposição a carrapatos, animais domésticos e/ou silvestres ou frequentaram ambiente de mata, rio ou cachoeira. Porém 10 % dos registros são em crianças menores de 9 anos de idade. Maior incidência em outubro, período no qual se observa maior densidade de ninfas de carrapatos, podendo variar de região para região. O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença. A doxiciclina é o antimicrobiano de escolha para todos os casos suspeitos de infecção pela Rickettsia rickettsii e de outras riquetsioses, independentemente da faixa etária e da gravidade da doença. Na impossibilidade de utilização da doxiciclina, oral ou injetável, preconiza-se o cloranfenicol como droga alternativa.
31 Febre maculosa brasileira (FMB) (letalidade de 30-50%)
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33 Doença febril hemorrágica por bactéria: Febre purpúrica brasileira
34 Febre purpúrica brasileira Doença emergente, provavelmente desaparecida Agente etiológico: Haemophilus influenzae Biogroup aegyptius Provável vetor: mosca dos olhos
35 Casos/Surtos entre
36 Características dos surtos
37 2007?
38 Doença febril ictero-hemorrágica por arbovírus: Febre amarela
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40 Distribuição dos casos confirmados e óbitos por febre amarela de transmissão silvestre e taxas de letalidade, segundo ano de ocorrência e Unidade da Federação. Brasil, 2000 a 2012
41 Situação epidemiológica da Febre Amarela e recomendações para intensificar a vigilância no Brasil A partir de julho/2014, o vírus da Febre Amarela (FA) reemergiu no Brasil. Epizootias em primatas não humanos (PNH) confirmadas para FA foram registradas desde então, em parte associadas à ocorrência de casos humanos. No período de monitoramento 2014/2015 (julho/2014 a junho/2015) foram confirmados sete casos humanos da doença (Goiás [5], Pará [1] Mato Grosso do Sul [1]) e quatro epizootias em PNH (Tocantins [2], Goiás [1], Pará [1]). Recentemente, durante a retomada do monitoramento para o período 2015/2016 (iniciado em julho/2015), outras epizootias em PNH foram confirmadas em Tocantins (Porto Nacional [1] e Palmas [1]), Goiás (Novo Brasil [1]) e no Distrito Federal (Regiões Administrativas de Ceilândia [1] e da Candangolândia [1]), evidenciando a intensa atividade do vírus amarílico no país, principalmente na região Centro-Oeste.
42 Epizootias
43 Casos humanos
44 Casos humanos
45 Relação dos Casos e epizootias com a cobertura vacinal
46 VACINA Campi-Azevedo AC 1, Costa-Pereira C 1, Antonelli LR 1, Fonseca CT 1, Teixeira- Carvalho A 1, Villela-Rezende G 1, Santos RA 1, Batista MA 1, Campos FM 1, Pacheco- Porto L 1, Melo Júnior OA 1, Hossell DM 1, Coelho-Dos-Reis JG 1, Peruhype- Magalhães V 1, Costa-Silva MF 1, de Oliveira JG 1, Farias RH 2, Noronha TG 2, Lemos JA 3, von Doellinger Vdos R 2, Simões M 2, de Souza MM 2, Malaquias LC 4, Persi HR 5, Pereira JM 5, Martins JA 5, Dornelas-Ribeiro M 5, Vinhas Ade A 5, Alves TR 5, Maia Mde L 6, Freire Mda S 2, Martins Rde M 2, Homma A 6, Romano AP 7, Domingues CM 7, Tauil PL 8, Vasconcelos PF 9, Rios M 10, Caldas IR 11, Camacho LA 12, Martins-Filho OA 1. Booster dose after 10 years is recommended following 17DD-YF primary vaccination. Hum Vaccin Immunother ;12(2):
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51 Doença febril ictero-hemorrágica por protozoário: Malária
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53 Malária Brasil
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55 Percentual de espécie parasitária
56 Número de casos, óbitos e percentual por P. falciparum
57 Indicadores operacionais da malária
58 Internações e óbitos por malária, de acordo com área, Malária grave: prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, edema pulmonar ao Rx de tórax, hemorragias, icterícia, hemoglobinúria, hiperpirexia (> 41 C) e oligúria
59 Malária casos autóctones RJ
60 Municípios RJ com casos autóctones
61 Notificação - Malária
62 Notificação - Malária em área endêmica
63 Algoritmo de investigação
64 Quimioprofilaxia e tratamento Quimioprofilaxia (QPX) Uso de drogas antimaláricas em doses subterapêuticas, para reduzir formas graves e o óbito por P. falciparum. A QPX deve ser recomendada quando o risco de doença grave e/ou morte por malária P. falciparum for superior ao risco de eventos adversos graves relacionados às drogas utilizadas.
65 Eliminação?
66 Perspectivas de Controle Novas estratégias
67 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? Amplamente presente em insetos, a Wolbachia pipientis é uma bactéria intracelular observada pela primeira vez há 70 anos, em mosquitos da espécie Culex pipiens. Wolbachia é capaz de bloquear a transmissão do vírus da dengue no Aedes aegypti, originando uma nova proposta, natural e autossustentável, para o controle da doença.
68 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? fotos de microscopia mostram tecidos do Aedes aegypti em situações de presença e ausência da Wolbachia. No Aedes comum, ocorre a infecção com o vírus da dengue (pontos vermelhos, na imagem à esquerda). No Aedes com Wolbachia (cor verde, na imagem à direita), o vírus não consegue se estabelecer.
69 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? A característica intracelular da Wolbachia (vive apenas dentro de células) impõe limitações significativas na sua capacidade de dispersão, uma vez que ela só pode ser transmitida verticalmente (de mãe para filho) por meio do ovo da fêmea de mosquito. Como resultado, o sucesso da Wolbachia está diretamente ligado à capacidade de reprodução do inseto.
70 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? Wolbachia confere uma vantagem reprodutiva : fêmeas com Wolbachia sempre geram filhotes com Wolbachia, independente de se acasalar com machos com ou sem a bactéria. E, quando as fêmeas sem Wolbachia se acasalam com machos com a Wolbachia, os óvulos fertilizados morrem.
71 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? Inicialmente, com poucos Aedes aegypti com Wolbachia na população de mosquitos, a vantagem reprodutiva será pequena. Mas, com as sucessivas gerações, o número de mosquitos machos e fêmeas com Wolbachia tende a aumentar até que a população inteira de mosquitos tenha esta característica. Uma vez estabelecido o método em campo, em determinada localidade, os mosquitos continuam a transmitir a Wolbachia naturalmente para seus descendentes, dispensando a necessidade de intervenções adicionais.
72 Como a Wolbachia atua no controle da dengue? A dispersão natural do Aedes aegypti com Wolbachia em testes de campo na Austrália.
73 Doenças de notificação imediata 24h
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