CONFECÇÃO DE TIJOLOS DE RCC POR EMPACOTAMENTO. A. Holdis (1); A. T. da Silva (2); B. G. de Souza (3); J. S. Costa (4)

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1 CONFECÇÃO DE TIJOLOS DE RCC POR EMPACOTAMENTO A. Holdis (1); A. T. da Silva (2); B. G. de Souza (3); J. S. Costa (4) (1) Graduando, Departamento da Área de Construção Civil - DACC do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT Campus Cuiabá, Brasil; holdis@hotmail.com (2) Graduando, Departamento da Área de Construção Civil - DACC do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT Campus Cuiabá, Brasil; allan_tapajos@hotmail.com (3) Graduando, Departamento da Área de Construção Civil - DACC do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT Campus Cuiabá, Brasil; brunaguima11@hotmail.com (4) Prof.ª. Dr.ª do Departamento da Área de Construção Civil do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) Campus Cuiabá; juzeliasc@gmail.com Resumo O presente trabalho objetiva uma investigação sobre a utilização da reciclagem de resíduos da construção civil no desenvolvimento de tijolos de vedação. Foi utilizado agregado leve descartados da construção civil, utilizam em sua granulometria agregado miúdo apropriado para similar tipos genéricos de areia de rio. Para avaliar efeito dos agregados reciclados foram atribuídos a composições: RCC (Resíduos de Construção Civil) como miúdo, através do estudo de empacotamento dosou os traços (1:5, 1:7, 1:9). Para a avaliação foram estudadas as propriedades no estado fresco e endurecido. A mistura contendo agregado reciclado após homogeneização apresentou-se consistente e coeso. O menor teor de água foi necessário para o ajuste da trabalhabilidade até valor semelhante ao tijolo convencional. Foi utilizada uma condição que a priori poderia ser considerada como a mais desfavorável, fazendo uso exclusivo de agregado reciclado. O tijolo de 8252

2 RCC pode proporcionar níveis de resistência mecânica similares ao de uma mistura de cimento convencional. Palavras chave: Construção, RCC, empacotamento, teor de argamassa e reciclagem INTRODUÇÃO A construção civil é um importante segmento da indústria brasileira, tida com um indicativo de crescimento econômico e social. Contudo, esta também se constitui de uma atividade construtiva que se sobressai pelo seu consumo elevado de recursos naturais e consequentemente pela geração significativa de resíduos (Pinto, 2005). Esses resíduos RCC (Resíduos da Construção Civil) podem ser definidos como todo resíduo de material utilizado na execução de etapas de obras da construção civil. Eles são originários da execução de projetos de infraestrutura (obras públicas e serviços públicos), construção urbana, demolição e reformas das construções já existentes, e integram os resíduos sólidos urbanos. Com isso a partir da Resolução Conama no 307/2002, o gerador tornou-se responsável pela segregação dos RCC em quatro classes diferentes. Sendo a classe A, a utilizada para o desenvolvimento da pesquisa. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; Segundo Pucci (2006), historicamente o manejo dos RCC esteve a cargo do poder público, que enfrentava o problema de limpeza e recolhimento dos RCC depositados em locais inapropriados, como áreas públicas, canteiros, ruas, praças e 8253

3 margens de rios. Pois no Brasil, os RCC podem representar de 50% a 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos RSUs (Brasil, 2005b). O município de Cuiabá vem implementando a gestão integrada de resíduos sólidos da construção civil (RCC), desde 2009, tendo por base legislação federal específica. Por isso esse estudo tem como objetivo confeccionar tijolos utilizando resíduo da construção civil (RCC). O método empregado foi do empacotamento de (O REILLY DÍAZ, V.A, 2005), adaptado por (COSTA, 2006), através de ensaios tecnológicos padronizados pela ABNT. Com os resultados obtidos nos ensaios, avaliar a qualidade dos tijolos ecológicos. Pois assim sua eficiência poderá determinar sua utilização como um dos métodos de reciclagem desse resíduo. METODOLOGIA Foram utilizados para a confecção dos tijolos, os seguintes materiais: Cerâmico) Cimento Portland CP II F-32 RCC (Resíduo da Construção Civil Argamassa, Concreto e Tijolo Areia Água Foi feito de acordo com o método de empacotamento teórico de (O REILLY DÍAZ, V.A, 2005), adaptado por (COSTA, 2006), com o objetivo de conseguir maior massa compactada com menor índice de vazios. Tabela das divisões das porcentagens Amostras RCC % Areia % Massa (RCC) Massa (areia) Tab. 01 Depois dessa definição foi feita a massa unitária solta e compactada, e a massa especifica da amostra a fim de descobrir qual porcentagem teria a maior massa compactada e menor índice de vazios. Após os resultados obtivemos 55% de RCC, e 45% de areia como a porcentagem que atingiu o objetivo desejado, depois foram definidos os traços 1:5, 1:7 e 1:

4 Após o traço e a porcentagem definida, o RCC, passou por alguns processos, antes da produção dos tijolos: Processo de britagem: nesse processo o material foi depositado dentro de um britador de mandíbula para que seja triturado, no caso ele vem com um sistema de peneiramento onde separa agregado miúdo do agregado graúdo. Para a confecção do tijolo o material foi britado e rebritado para obter a granulometria desejada do agregado. Processo de classificação: Após trituração, o agregado reciclado é separado por peneiramento e classificado de acordo com a granulometria obtida. Granulometria. Gráfico de Granulometria do RCC. Fig. 1 De acordo com o gráfico, classificamos como granulometria satisfatória para agregado miúdo. Mistura dos materiais: Após a pesagem do cimento, a areia e o RCC, faz-se a mistura manualmente com auxílio de pá e enxada. A mistura em betoneira é inviável devido ao espeloteamento do material. Os materiais são depositados no chão e misturam-se primeiro os materiais secos, por ultimo a água, que é adicionado aos poucos. A quantidade de água é determinada por meio de teste táctil-visual que indica a coesão necessária para à moldagem dos tijolos. O resultado é um micro concreto de consistência seca. Moldagem dos Blocos: A mistura do micro concreto produzida é depositada na prensa hidráulica e são aplicadas duas prensagens consecutivas por corpo de prova. Em seguida o tijolo é retirado com cuidado devido ao tijolo estar muito 8255

5 fragilizado podendo quebrar ou rachar facilmente, colocado em um azulejo e transportado para a área de cura, através de molhagem três vezes ao dia por sete dias. AVALIAÇÃO Realização do ensaio de resistência à compressão simples aos 7 (sete) e 28 (vinte oitos) dias. O ensaio de resistência à compressão foi realizado conforme as normas NBR 12118;2007 e NBR 6136:2007, em 2(dois) lotes de 12 tijolos, retirando-se 6 corpos -de- provas por lote, em tijolos inteiros com dimensões 25x12,5xcm tendo 7 e 28 dias de cura para cada rompimento. Os tijolos foram capeados individualmente, com argamassa 1:2 (em volume). Ensaio de absorção por imersão. O ensaio foi realizado segundo a NBR Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água, índice de vazios e massa específica, em um lote de 12 tijolos, de onde se retirou três corpos de prova. Ensaios de Capilaridade. Realizado conforme a NBR Argamassa e Concreto Endurecidos - Determinação Da Absorção de Agua Por Capilaridade, em um lote de 12 tijolo, onde retirou três corpos de prova, para a realização do ensaio. RESULTADOS E DISCUSSÕES Resistências a compressão simples. O teste de resistência à compressão é extremamente importante uma vez que, com base nos resultados se determina qual será a sua aplicação, ou como tijolos de vedação ou estrutural. O traço unitário utilizado foi de 1:7, 1:5 e 1:9, com as seguintes proporções, 55% de RCC e 45% de areia. Apurando para o objetivo de se determinar onde o artefato pode ser utilizado, foi realizado o ensaio de resistência à compressão, em conformidade com a NBR 12118:2011 com idades de 7 e 28 dias, conforme tabela. Gráfico da resistência a compressão 8256

6 Fig. 2 Absorção por Imersão. Os resultados mostraram que a quantidade de absorção de água situa-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela NBR Absorção por Imersão X 1:5 1:7 1:9 Media (%) Tab. 2 Gráfico da absorção Fig.3 Capilaridade Absorção por Capilaridade (1:5) Tijolos Peso (g) seco Pesos (g) 3h 6h 24h 48h 72h Capilaridade (g/cm2) , , ,1 1,56 Tab

7 Absorção por Capilaridade (1:7) Tijolos Peso seco (g) Pesos (g) 3h 6h 24h 48h 72h Capilaridade (g/cm2) , , ,2 3962,1 2,19 Tab. 4 Absorção por Capilaridade (1:9) Tijolos Peso seco (g) Pesos (g) 3h 6h 24h 48h 72h Capilaridade (g/cm2) , , , ,25 Tab. 5 CONCLUSÃO Os resultados da resistência à compressão do tijolo RCC (Resíduo da Construção Civil) moldado com o traço 1:5 e 1:7 pode ser classificada como tijolos de classe D, pois consistem de elementos de alvenaria para Vedação e resistência 2.0 MPa, para usos acima do nível do solo segundo a (NBR 12118:2011). Com a determinada pesquisa concluímos que para a utilização dos tijolos de RCC, tanto para fins estruturais com de alvenaria os tijolos precisam passar por vários testes a fim de garantir sua qualidade e maior desempenho final, conforme a classificação em que esta inserido, apesar dos resultados obtidos terem sido satisfatórios, entende-se que ainda há a necessidade de estudos mais aprofundados. Já que sua reutilização se mostrou de extrema necessidade do RCC como uma ferramenta para a sustentabilidade, pois a gestão dos resíduos gerados pela construção civil é necessária, devido aos enormes impactos ambientais que o setor produz. REFERÊNCIAS 8258

8 (1) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12118: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Métodos de ensaio. (2) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, (3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45 Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro: ABNT, (4) COSTA, J.S. Agregados alternativos para argamassa e concreto produzidos a partir da reciclagem de rejeitos virgens da indústria de cerâmica tradicional. Tese de doutorado (Ciência e Engenharia de Materiais). UFScar. São Carlos, MANUFACTURE OF BRICKS RCC FOR MARSHALING Abstract This study aims to investigate into the use of recycling construction residue in developing sealing bricks. Lightweight aggregate discarded construction was used. use in their aggregate particle size suitable for kid like generic types of river sand. To assess the effect of recycled aggregates were assigned to compositions: RCC (Construction and Demolition Waste) as kid by studying the traits dosed packaging (1:5, 1:7, 1:9). For evaluating the properties were studied in fresh and hardened state. The mixture containing recycled aggregate after homogenization was consistent and coherent. The lower the water content it was necessary to adjust the workability up similar to conventional stone value. A condition that could a priori be considered as the worst, was used, making exclusive use of recycled aggregate. The brick RCC can provide levels of mechanical resistance similar to a conventional concrete mixture. Key-words: construction, RCC, recycling 8259