XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002
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- Marco Antônio de Abreu Vidal
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1 ANÁLISE PRELIMINAR DA REDE PLUVIOMÉTRICA DE PERNAMBUCO Adriani Vieira Alves, Ioneide Alves de Souza, Francinete Francis Lacerda, Werônica Meira Souza, Ana Mônica Correia e Maria Aparecida F.Ferreira Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco - Depto. de Meteorologia Rua Irmã Maria David, 180 Casa Forte CEP Recife - PE. adriani@srh.pe.gov.br ABSTRACT The objective of this work is to show the space distribution of the existing pluviometrical net in the state of Pernambuco, under responsibility of the Secretariat of Hydrics Resources of the state, through the Department of Hydrometeorology, with the purpose of become available pluviometrical information to be used in designs in the scope of meteorology, amongst others. This net is composed by 205 stations, with pluviometers type Ville of Paris, corresponding a density of the order 01 pluviometer for 487 Km², reaching the indexes recomended by WMO, although under the political-administrative point of view 15 municipal districts still exist without pluviometers. 1 - INTRODUÇÃO A precipitação é o principal mecanismo de restabelecimento dos recursos hídricos da superfície terrestre. Em virtude da água ser o componente principal na constituição dos organismos vivos, a distribuição temporal e espacial da precipitação é um dos fatores que condicionam o clima e que estabelecem o tipo de vida de uma região. O objetivo deste trabalho é o de analisar a distribuição espacial da pluviométrica existente no estado de Pernambuco, sob responsabilidade da Secretaria de Recursos Hídricos do estado, através do Departamento de Hidrometeorologia, com a finalidade de disponibilizar informações pluviométricas para serem utilizados em projetos no âmbito da meteorologia, recursos hídricos, agricultura, agropecuária, meio ambiente, turismo, dentre outros. 2 METODOLOGIA O estado de Pernambuco, com uma superfície de Km, corresponde a 6,3% da área nordestina e 1,2% da superfície brasileira. De configuração geográfica longitudinal, estreito no sentido norte/sul e, alongado na direção leste/oeste, Pernambuco situa-se dentro dos limites da zona tropical, visto que seus pontos extremos Norte e Sul se encontram, respectivamente, entre os paralelos de 7 e 15 e 9 e 27 de latitude sul e na direção leste/oeste entre os meridianos de 34 e 48 e 41 e 19 de longitude Oeste de Greenwich. Em conseqüência da configuração espacial que apresenta e do processo de povoamento que ocorreu, o espaço pernambucano oferece, do litoral para o interior, uma sucessão de paisagens diferentes, marcadas por intensa diversificação de formas e uso do solo. Por esta razão o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou no espaço pernambucano, em 1989, a existência de 04 mesorregiões e 19 microrregiões geográficas conforme mostram as figuras 01e 02. Cada microrregião é constituída por municípios, perfazendo o Estado, atualmente, cerca de 185 municípios, contando ainda com o arquipélago de Fernando de Noronha, considerado um dos Parques Nacionais Marinhos do país (ANDRADE, 1999). A Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco (SRH), através do Departamento de Hidrometeorologia (DEHI) monitora as precipitações ocorridas em nível estadual nas escalas de tempo diária e mensal. A pluviométrica do estado (Figura 03) corresponde a uma malha de 205 postos com pluviômetros do tipo Ville de Paris. Além destes, existem 11 plataformas de coletas de dados () meteorológicas e 14 hidrometeorológicas, que transmitem informações via satélite brasileiro SCD a cada 3h (figura 04). São realizadas periodicamente, a cada 06 meses, visitas de manutenção e instalação de pluviômetros, por técnicos da Secretaria, verificando-se as condições de conservação do pluviômetro, provetas, a atuação dos observadores e deixando material necessário para a plena observação e envio de 2153
2 dados de chuva. No caso das, as visitas para manutenção corretiva são mensais.silva et al. (1992), também desenvolveram trabalho semelhante, ao diagnosticar a do estado da Paraíba.. O método para avaliação e diagnóstico da de pluviômetros do estado foi o recomendado pela OMM (tabela 01), onde tem-se a densidade mínima normal (estações/km²) para cada tipo de região. FIGURA 01 Mesorregiões geográficas do estado de Pernambuco. LEGENDA: SERTÃO AGRESTE ZONA DA MATA LITORAL FIGURA 02 Distribuição espacial das microrregiões do estado de Pernambuco. LEGENDA: 01 Alto Capibaribe 07 Itaparica 13 Recife 02 Araripina 08 Mata Meridional 14 Salgueiro 03 Brejo 09 Mata Setentrional 15 Moxotó 04 Fernando de Noronha 10 Médio Capibaribe 16 Suape 05 Garanhuns 11 Pajeú 17 Vale do Ipanema 06 Itamaracá 12 Petrolina 18 Vale do Ipojuca 19 Vitória de Santo Antão 2154
3 FIGURA 03 Distribuição espacial da pluviométrica da SRH/DEHI. 225 Araripina 487 Goiana 485 Serra Talhada 489 Ibimirim Vitória de Santo Antão Arcoverde 484 Recife Caruaru 241 Ipojuca São Bento do Una Petrolina 239 FIGURA 04 Distribuição espacial da de Meteorológicas do estado de Pernambuco. TIPO DE REGIÃO Pluviométrica Mínima Normal Estação/Km² Regiões planas de clima tropical, 1: 600 a 1: 900 mediterrâneo e temperado. Regiões montanhosas de clima 1:100 e 1:1250 tropical, mediterrâneo e temperado. Pequenas ilhas montanhosas com 1:25 precipitações irregulares. Regiões áridas e polares 1:1500 a 1:10000 TABELA 01 s mínimas para s pluviométricas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Fonte: Linsley Jr. Et. Al., 1988, in Kishi e Centeno, RESULTADOS E DISCUSSÕES Analisando a Tabela 02, observa-se que a mesorregião do Sertão, subdividida em 06 microrregiões, com uma área geográfica de ,9 Km² e representando 64% do território pernambucano possui densidade média de 01 pluviômetro instalado a cada 890 Km². Este percentual não 2155
4 satisfaz as exigências da OMM (Tabela 01), embora tenha um número total de postos pluviométricos superior ao de municípios. Apenas a microrregião do Pajéu apresenta uma pluviométrica de acordo com a recomendada, as demais microrregiões: Araripina, Salgueiro, Moxotó, Petrolina e Itaparica apresentam situação crítica em termos de monitoramento das chuvas. O Agreste, representando 25% do território pernambucano, apresenta o maior número de municípios do estado (71), embora sua seja menor possui uma malha de 01 pluv./394 Km² (Tabela 03), onde apenas a microrregião do Vale do Ipanema não está de acordo com as recomendações da OMM. A Zona da Mata de Pernambuco com uma área de Km², possui 51 postos pluviométricos, distribuídos entre os seus 43 municípios (Tabela 04), onde todas as suas microrregiões possuem densidade de dentro da recomendada pela OMM. O Litoral de Pernambuco com a menor área do estado (2772 Km² ou 2,8% do Território Pernambucano), e a maior densidade populacional (1155,55 hab./ Km²) apresenta a melhor malha pluviométrica, com um pluviômetro instalado a cada 145 Km² (Tabela 05). Resultado semelhante foi observado por SANTOS, et. al. ao analisar a pluviométrica do Rio Grande do Norte. do Sertão (Pluv./ Araripina ,0 1: ,75 Salgueiro ,9 1:882 16,47 Pajeú ,6 1:415 33,55 Moxotó ,0 1:900 19,21 Petrolina ,4 1: ,29 Itaparica ,0 1: ,46 Total ,9 1:890 20,65 TABELA 02 pluviométrica por microrregão homogênea do Sertão de Pernambuco do Agreste (Pluv./ V. Ipanema ,0 1: ,27 V. Ipojuca ,0 1:529 90,71 A. Capibaribe ,2 1: ,04 M. Capibaribe ,3 1: ,43 Garanhuns ,7 1:346 76,27 Brejo ,7 1:280 80,60 Total ,9 1:394 77,89 TABELA 03 pluviométrica por microrregão homogênea do Agreste de Pernambuco da Zona da Mata (Pluv./ M. Setentrional ,5 1: ,66 V. de Sto. Antão ,5 1: ,52 M. Meridional ,1 1: ,57 Total ,1 1: ,44 TABELA 04 pluviométrica por microrregão homogênea da Zona da Mata de Pernambuco 2156
5 do Litoral (Pluv./ Recife ,30 1: ,25 Itamaracá ,8 1: ,39 Suape ,2 1: ,3 F. de Noronha , ,53 Total ,7 1: ,55 TABELA 05 pluviométrica por microrregão homogênea do Litoral de Pernambuco 4 CONCLUSÕES Analisando qualitativamente e quantitativamente a pluviométrica do Estado, observa-se uma boa distribuição espacial dos postos pluviométricos, com uma média de um (01) pluviômetro para cada 487 Km², atingindo os índices recomendados pela OMM, embora sob o ponto de vista políticoadministrativo ainda existam 15 municípios sem pluviômetros. O Sertão de Pernambuco é a única mesorregião do estado que não apresenta uma densidade de pluviométrica de acordo com a recomendada pela OMM. 5 - RECOMENDAÇÕES Devido à alta variabilidade espacial das chuvas no estado, faz-se necessário à ampliação da, para se ter um melhor acompanhamento da distribuição espacial e temporal destas, de forma que se possa analisar, periodicamente, a qualidade e quantidade da atual pluviométrica, uma vez que os usuários deste serviço, a exemplo do setor produtivo, comunidade científica, defesa civil, necessitam de informações de boa qualidade. A confiabilidade e a qualidade das observações pluviométricas são propriedades que devem ser perseguidas pelo sistema de coleta de dados. Para atender essas exigências, dois pressupostos tornam-se imperativos: a disponibilidade de recursos financeiros e a existência de pessoal técnico-operacional, quantitativa e qualitativamente adequados. Os recursos financeiros são indispensáveis para a aquisição de equipamentos e para a instalação e manutenção da hidrometeorológica. Recomenda-se que sejam instalados 48 postos pluviométricos no estado, distribuídos conforme as recomendações da OMM (Tabela 06). Sugere-se também que, em áreas de difícil acesso, sejam instaladas 24, onde a Figura 05 apresenta a ideal de plataformas automáticas. Sugestões do Postos a serem instalados Araripina 11 Salgueiro 05 Moxotó 06 Petrolina 14 Itaparica 08 V. do Ipanema 04 Total 48 Tabela 06 Sugestões do número de postos a serem instalados no estado. 2157
6 FIGURA 05 - Distribuição ideal de no estado de Pernambuco. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrade, M.C.O. Atlas de Pernambuco. Editora GRAFSET, 112p. João Pessoa, Kish, R.T.; Centeno, J.A.S. Avaliação da Rede de Coleta de Dados no estado de Alagoas. I Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste, Recife-PE, p , Santos, M.F.; Santos, N.C.F; Pinheiro, J.U.; Bristot, G. Evolução e análise da pluviométrica no estado do Rio Grande do Norte. V Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste. Natal-RN, 21a 24 de novembro de Silva, R.P. de; Galvão, C. de; Costa, I.C. de; Mishina, A.K.V. Diagnóstico da Rede Pluviométrica da Paraíba: Avaliação Preliminar. I Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste, Recife-PE, p ,
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