Agricultura de precisão no monitoramento de pragas Helicoverpa Armigera
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- Pedro Henrique da Rocha Rosa
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1 Agricultura de precisão no monitoramento de pragas Helicoverpa Armigera Identificação, monitoramento e controle
2 Histórico da Helicoverpa no Brasil A Helicoverpa armigera é uma praga detectada recentemente no Brasil entre janeiro e fevereiro de Possui alto poder destrutivo e pode ser encontrada em mais de cem espécies de plantas, inclusive importantes culturas comerciais como: soja, milho, algodão, feijão, sorgo e tomate. Por ter aparecido em diversos locais do Brasil, ao mesmo tempo, é possível que ela já estivesse presente anterior a sua identificação em Apenas informações genéticas possibilitarão dizer, com certeza, quando e como exatamente a Helicoverpa armigera chegou até aqui. Sua aparição data de 1809, quando foi identificada pelo pesquisador Jacob Hübner pela primeira vez. Essa praga é conhecida na Ásia, África, Oceania e Europa. 01
3 Os prejuízos causados pela Helicoverpa armigera até então chegam a dois bilhões de reais no Brasil : Chegam a 80% no feijão e 60% na cultura do algodão as perdas causadas pela Helicoverpa armigera. O custo adicional para conter a praga alcançou a média de R$ 118,07 por hectare. 60% 80% R$118,07 O levantamento do Sescoop/SP foi feito junto a cooperativas paulistas. O custo de aplicação passou de R$100 para R$200. No caso do algodão de R$800 para R$ Mais a perda da produtividade. R$1600 R$800 R$100 R$200 Aplicações No Centro-Oeste, as aplicações de inseticidas no algodão já subiram para 15 e, hoje, os custos de produção no algodão tiveram um aumento entre 40% e 45% em função da Helicoverpa armigera. Custo de produção Alguns cotonicultores de algodoais da Bahia foram obrigados a realizar até 30 aplicações de inseticidas (a média na região é entre 10 e 12) para controlar a praga, mas, mesmo assim, não colheram nada % 15 02
4 Porque a Helicoverpa armigera causa tantos danos A Helicoverpa armigera foi classificada pela Embrapa como uma espécie quarentenária A1. Essa classificação indica que são pragas não presentes no Brasil de alto risco e com alto potencial de danos. Desenvolve rápida resistência a inseticidas. A dose de defensivos necessária para controle da lagarta é maior do que as outras espécies encontradas no Brasil. [ ] Não aplique inseticida de maneira abusiva ou produtos misturados. Em sua fase de lagarta, ela ataca preferencialmente as partes de frutificação das plantas, podendo também se alimentar de folhas e hastes. Tem alto poder de polifagia, ou seja, se alimenta de grande variedade e de várias partes das plantas. Alimenta-se mais rápido que as pragas presentes no Brasil. A mariposa da Helicoverpa armigera tem alta capacidade de dispersão, bota de a ovos, normalmente, nos botões florais, nas vagens e nas sementes, o que faz com que o dano causado seja muito maior do que espécies que se concentram nas folhas. 03
5 Resiste a vários tipos de climas e ambientes, pode se abrigar em espécies selvagens. A mariposa pode viajar até mil quilômetros. A H. armigera na fase de pupa pode entrar em diapausa, o que não ocorre com a H. zea, Spodoptera frugiperda etc. Isto faz com que se obtenha 5 gerações por ano e não 10 como a S. frugiperda. Por ser uma praga nova no Brasil, há muito que se estudar a respeito: tamanho de ciclo, cultivos preferenciais das pragas, exigências térmicas para cada fase de seu ciclo, práticas de manejo específico de armadilhas de feromônio, etc. 04
6 Aspectos biológicos Como identificar A identificação da espécie é difícil, pois as diferenças para outras espécies são muito sutis, a Helicoverpa armigera pode ser facilmente confundida com a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e com a lagarta da maçã (Heliothis virescens). A diferenciação têm sido feita com base no aparelho reprodutor masculino e na análise molecular de adultos. Ao identificar a primeira lagarta na sua lavoura, capture-a e conserve-a em um frasco com álcool 92% ou 70%, as mariposas podem ser mantidas a seco, leve-as aos órgãos de identificação. Deixamos aqui algumas dicas de como identificá-la: Na soja, a Helicoverpa armigera pode ocorrer desde a emergência das plantas, podendo se alimentar até a fase reprodutiva onde os grãos estão secos. OVOS Os ovos são branco-amarelados com aspecto brilhante, adquirem cor marrom escura próximo do momento de eclosão. 05
7 A parte superior do ovo é lisa, e a superfície da sua circunferência é esculpida com uma textura de linhas longitudinais. Os ovos vão escurecendo à medida que se aproxima o dia de eclosão, o período de incubação dos ovos é, em média, 3 dias. LARVAS No período larval da H. armigera sua coloração varia de branco-amarelada a marromavermelhada e, a cabeça entre marrom-escuro a preto. Nessa fase, ela possui 6 ínstares, alimentam-se inicialmente das partes mais tenras das plantas. [ ] Período mais adequado para controle químico LAGARTA À medida que as larvas crescem, a lagarta adquire diferente coloração do amarelo-palha ao verde, apresentando listras de coloração marrom lateralmente no tórax, abdômen e na cabeça. O tipo de alimentação pode influenciar na cor da lagarta. A partir do quarto ínstar, as lagartas apresentam tubérculos abdominais escuros e z bem visíveis na região dorsal do primeiro segmento abdominal, disposto em semicírculo aparentando um formato de sela. Outra característica detectável nas lagartas desta espécie diz respeito à textura do seu tegumento, que se apresenta com aspecto levemente coriáceo, diferindo das demais espécies de Heliothinae que ocorrem no Brasil; esta característica a faz mais resistente aos agentes químicos. 06
8 Quando é tocada, a lagarta da Helicoverpa armigera curva a cápsula encefálica em direção a região abdominal como tentasse se defender. MARIPOSA As mariposas fêmeas de H. armigera apresentam as asas dianteiras amareladas, enquanto as dos machos são cinza-esverdeadas com uma banda ligeiramente mais escura no terço distal e uma pequena mancha escurecida no centro da asa, em formato de rim. As asas posteriores são mais claras, apresentando uma borda marrom na sua extremidade apical. As fêmeas apresentam longevidade média de 11,7 dias e os machos de 9,2 dias. Photo by Tony Davison 07
9 Escala de níveis de ação SOJA Vegetativa 4 lagartas por metro ou 30% de desfolha (< que 1,5 cm) Recomendação uso de produtos fisiológico e controle biológico como o Baculovirus. Florescimento 4 lagartas por pano de batida (>que 1,5 cm) Inseticidadas de ação mais rápida Vegetativa Florescimento ALGODÃO 2 lagartas por pano de batida (< que 1,5 cm) 2 lagartas por pano de batida, (< que 1,5 cm ) 5 a 8 lagartas a cada 100 plantas Para algodão BT, permitir que a lagarta se alimente e tenha a chance de se intoxicar. Recomenda-se o uso do Baculovirus para o controle desta praga. Reprodutiva MILHO Monitorar ovos no cabelo (estilo- estigma) Liberação programada de Trichogramma Vegetativa 1 a 3 largartas por metro FEIJÃO Recomenda-se o uso do Baculovirus para o controle desta praga. 08
10 Controle A utilização de armadilhas, iscas e outros métodos de controle físico. A utilização da rotação de culturas, destruição de plantas vivas voluntárias [guaxas] e restos culturais. A adoção de manejo integrado de pragas de forma emergencial. Período de vazio sanitário. Áreas de refúgio no plantio. Controle biológico. O uso de cultivares que reduzem a população das pragas. Antecipação da dessecação do plantio em três semanas, eliminando o alimento da praga. E uma próxima dessecação no período próximo ao novo plantio. Tratamento de sementes com inseticida. Faça aplicação de defensivos de qualidade com regulação, volumes e ponteiras adequados para obter boa cobertura. 09
11 Uso das armadilhas de feromônio Especialistas têm apontado como principal método de combate à Helicoverpa armigera o monitoramento semanal no período vegetativo. No período reprodutivo, o monitoramento pode acontecer até duas vezes por semana com o pano-de-batida. O uso de armadilhas de feromônio é um dos métodos mais indicados para um monitoramento constante da lavoura devido a suas grandes extensões. Adotar o uso das armadilhas cedo e identificar a chegada da mariposa na lavoura, pode ser a diferença entre o lucro e a quebra de safra. Atualmente, os fabricantes recomendam a instalação de uma armadilha a cada cinco hectares e a renovação do feromônio de 30 a 40 dias após a instalação. Além do registro georreferenciado das amostras de pano-de-batida, o Strider possibilita melhor controle das armadilhas: instalação, lembrete de inspeção, registro de amostras, lembrete de renovação de feromônio. contato@strider.ag +55 (31)
12 Benefício do monitoramento de pragas Pelas características já citadas, como a resistência a certos tipos de inseticida, polifagia e grande capacidade de dispersão, realizar apenas o controle químico não é uma boa saída. Já recomendado por especialistas e pesquisadores, o monitoramento frequente é a chave para uma ação racional. Em trabalhos realizados pela Embrapa Agrossilvipastoril recentemente, conseguiram reduzir pela metade a aplicação de defensivos, realizando um monitoramento sistemático da lavoura, o que reduziu os custos com aplicação de defensivos que hoje representam o segundo maior custo para os produtores. Além disso, a racionalização do uso de defensivos diminui o impacto ambiental o que ajuda a conservar maior quantidade de inimigos naturais das pragas, que são um controle alternativo e gratuito. 11
13 Este Ebook possui referencias das seguintes fontes: volume_ii/capitulo_6_agricultura_meio_ambiente_e_recursos_hidricos/6_4.pdf, canalrural.ruralbr.com.br/noticia/2013/09/veja-como-identificar-a-helicoverpa-e-aprenda-manejos-adequados-para-controlar-a-praga-no-tecnica-rural html, noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/ monitoramento-de-pragas-na-lavoura-diminui-custos-com-aplicacao-em-mato-grosso.html#.uvy1avldwso, blog/luisnassif/lagarta-helicoverpa-ataca-lavoura-e-gera-prejuizo-de-r-2-bi, agrolinkfito/noticia/prejuizos-com-lagarta-helicoverpa-armigera-chegam-a-80--do-feijao-em-sp_ html
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