Cadernos MARE da Reforma do Estado. Organizações Sociais MARE. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Cadernos MARE da Reforma do Estado. Organizações Sociais MARE. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado"

Transcrição

1 2 Cadernos MARE da Reforma do Estado Organizações Sociais MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado

2 MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira Chefe de Gabinete José Walter Vazquez Filho Secretária-Executiva Cláudia Costin Secretária da Reforma do Estado Angela Santana Secretário de Recursos Logísticos Rainer Weiprecht Secretário de Recursos Humanos Luiz Carlos de Almeida Capella Secretário de Logística e Projetos Especiais Carlos César Pimenta Presidente da ENAP Escola Nacional de Administração Pública Regina Silvia Viotto Monteiro Pacheco Secretaria da Reforma do Estado Equipe Técnica do Caderno nº 2 Humberto Falcão Martins - Diretor de Programa Ary Megulhão Filho - Gerente de Projeto Telesmagno Neves Teles - Gestor Governamental

3 Cadernos MARE da Reforma do Estado Organizações Sociais Caderno 2 5ª Edição MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado Brasília - DF / 1998

4 Conselho Editorial Ciro Campos Christo Fernandes - presidente Cláudio Seiji Sato Frederico Raphael C. Durão Brito Sheila Maria Reis Ribeiro Selene Marinho Machado Maria Lúcia Casasanta Brüzzi Letícia Schwarz Marianne Nassuno Projeto e Editoração Gráfica João Carlos Machado Ribeiro Cláudio Seiji Sato José Murilo C. Carvalho Júnior Selene Marinho Machado Roberta Figueiredo Abreu Cruz João Carlos Machado Ribeiro Antônia da Silva Farago Maria das Graças Souza Guimarães Thaisis Barboza Souza (estagiária) Copyright MARE, ª Ediçao, ª Edição, ª Edição, 31 de outubro de ª Edição, 04 de março de ª Edição Revisada, 17 de março de ª Edição, 05 de junho de 1998 MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado Sala 740, Fones: (061) Esplanada dos Ministérios, bloco C Brasília - DF CEP Impresso no Brasil Brasil. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado / Secretaria da Reforma do Estado Organizações sociais. / Secretaria da Reforma do Estado. Brasília: Ministério da Administração e Reforma do Estado, p. (Cadernos MARE da reforma do estado; v. 2) 1. Brasil. Organização administrativa. 2. Reforma Administrativa. 3. Organização Social - Brasil. I. Brasil. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. II. Título. CDD

5 Sumário 1. ESCOPO DO PROJETO: A REFORMA DO ESTADO A Crise do Estado e o Movimento em Direção ao Terceiro Setor A Publicização como Estratégia da Reforma do Estado PUBLICIZAÇÃO & ORGANIZAÇÕES SOCIAIS O que são Organizações Sociais Vantagens das Organizações Sociais IMPLEMENTANDO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS: O PROCESSO DE PUBLICIZAÇÃO PLANEJAMENTO & EFETIVIDADE Planejamento e Participação Definindo a Missão Definindo a Visão de Futuro Identificando e Definindo Resultados Sociais Identificando Macroprocessos e Definindo Objetivos Estratégicos Identificando Fatores Críticos de Sucesso e Definindo Prioridades Estratégicas --24 Identificando Problemas Análise de Ambiente (Cenários) Analisando a Consistência das Etapas do Planejamento até este Ponto Definindo Metas de Desempenho Definindo Indicadores de Desempenho Coleta de Dados Avaliando o Desempenho Institucional CRIANDO ENTIDADES APTAS À ADOÇÃO DO MODELO OS Eleição do Conselho e da Diretoria Definitiva CONTRATO DE GESTÃO O Contrato de Gestão como um Compromisso de Resultados Conteúdo Básico Cláusulas Mínimas Formulação & Negociação Acompanhamento & Avaliação do Contrato de Gestão ANEXO 1 : LEI Nº 9.637, DE 15 DE MAIO DE ANEXO 2: LEI Nº 9.648, DE 27 DE MAIO DE ANEXO 3 : MINUTA DO CONTRATO DE GESTÃO ANEXO 4 : MINUTA DE ESTATUTO-PADRÃO

6 7 1 Escopo do Projeto: a Reforma do Estado Aimplementação de Organizações Sociais é uma estratégia central do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Seu propósito mais genérico é permitir e incentivar a publicização, ou seja, a produção não-lucrativa pela sociedade de bens ou serviços públicos não-exclusivos de Estado. Com efeito, a crescente absorção de atividades sociais pelo denominado terceiro setor (de serviços não-lucrativos) tem sido uma marca recorrente em processos de reforma do Estado nas democracias contemporâneas. Trata-se de um movimento que é portador de um novo modelo de administração pública, baseado no estabelecimento de alianças estratégicas entre Estado e sociedade, quer para atenuar disfunções operacionais daquele, quer para maximizar os resultados da ação social em geral. Assim, o propósito central do Projeto Organizações Sociais é proporcionar um marco institucional de transição de atividades estatais para o terceiro setor e, com isso, contribuir para o aprimoramento da gestão pública estatal e não-estatal. A Crise do Estado e o Movimento em Direção ao Terceiro Setor Nos últimos anos, assistimos em todo o mundo a um debate acalorado, ainda longe de ser concluído, sobre o papel que o Estado deve desempenhar na vida contemporânea e o grau de intervenção que deve ter na economia. No Brasil, o tema adquire relevância particular, tendo em vista que o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento adotado, desviou-se de suas funções precípuas para atuar com grande ênfase na esfera produtiva. Essa maciça interferência do Estado no mercado acarretou distorções crescentes, que se tornaram insustentáveis na década de 90.

7 8 Escopo do Projeto: A Reforma do Estado A crise do Estado pode ser definida (1) como uma crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado e pela poupança pública que se torna negativa; (2) como o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado, a qual se reveste de várias formas, dentre as quais a crise do Estado do bem-estar social nos países desenvolvidos, a estratégia de substituição de importações no Terceiro Mundo, e o estatismo nos países comunistas; e (3) como uma crise da forma de administrar o Estado, isto é, por meio do advento de disfunções da burocracia estatal. No Brasil, a crise do Estado somente se tornará clara a partir da segunda metade dos anos 80. Suas manifestações mais evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento da estratégia de substituição de importações, que se inserem num contexto mais amplo de superação das formas de intervenção econômica e social do Estado. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra e centraliza funções e se caracteriza pela rigidez dos procedimentos e pelo excesso de normas e regulamentos. A reação imediata à crise, ainda nos anos 80, logo após a transição democática, foi ignorá-la. Uma segunda resposta igualmente inadequada foi a neoliberal, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo. Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque subestimou tal desequilíbrio; a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos 90 surge uma resposta consistente com o desafio de superação da crise: a idéia da reforma ou reconstrução do Estado, de forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas conjuntamente com a sociedade. A redefinição do papel do Estado é um tema de alcance universal nos anos 90. No Brasil, essa questão adquiriu importância decisiva, tendo em vista o peso da presença do Estado na economia nacional. Tornou-se, conseqüentemente, inadiável o equacionamento da questão da reforma ou da reconstrução do Estado que, se por um lado já não consegue atender com eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na área social; por outro já dispõe de um segmento da sociedade, o terceiro setor, fortalecendo-se institucionalmente para colaborar de forma cada vez mais ativa na produção de bens públicos. A reforma do Estado não é, assim, um tema abstrato: ao contrário, é algo cobrado e iniciado pela sociedade, que vê frustradas suas demandas e expectativas. Nesse sentido, são inadiáveis: (1) o ajustamento fiscal duradouro; (2) reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem as condições para o enfrentamento da competição internacional; (3) a reforma da previdência social; (4) a

8 Escopo do Projeto: A Reforma do Estado 9 inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; e (5) a reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua governança, ou seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas de maneira conjugada com a sociedade. A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. No plano econômico o Estado é essencialmente um instrumento de transferências de renda, que se torna necessário dada a existência de bens públicos e de economias externas, que limitam a capacidade de alocação de recursos do mercado. Para realizar essa função redistributiva ou realocadora, o Estado coleta impostos e os destina aos objetivos clássicos de garantia da ordem interna e da segurança externa, aos objetivos sociais de maior justiça ou igualdade, e aos objetivos econômicos de estabilização e desenvolvimento. Um outro processo que se insere no quadro mencionado acima é o movimento em direção ao setor público não-estatal, no sentido de responsabilizar-se pela execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa científica. Chamaremos a esse processo de publicização. Por meio de um programa de publicização, transfere-se para o setor público nãoestatal, o denominado terceiro setor, a produção dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle. Desse modo, o Estado abandona o papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretanto no papel de regulador e provedor ou promotor destes, principalmente dos serviços sociais, como educação e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na medida em que envolvem investimento em capital humano. Como promotor desses serviços o Estado continuará a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da sociedade. A Publicização como Estratégia da Reforma do Estado O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado distingue quatro setores estatais, em relação aos quais elabora diferentes diagnósticos e proposições. São eles:

9 10 Escopo do Projeto: A Reforma do Estado NÚCLEO ESTRATÉGICO, que corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e ao Poder Executivo. Trata-se do governo, em sentido amplo. É no núcleo estratégico que as leis e as políticas públicas são definidas e seu cumprimento é cobrado. É, portanto, o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. ATIVIDADES EXCLUSIVAS, setor no qual são prestados serviços que só o Estado pode realizar, ou seja, aqueles em que se exerce o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. SERVIÇOS NÃO-EXCLUSIVOS corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado, mas este se faz presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem economias externas relevantes, na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços pela via do mercado. São exemplos desse setor as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO corresponde à área de atuação das empresas estatais do segmento produtivo ou do mercado financeiro. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado, como, por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Uma distinção importante entre esses setores está relacionada às formas de propriedade. Ainda que vulgarmente se considerem apenas duas formas, a propriedade estatal e a propriedade privada, existe no capitalismo contemporâneo uma terceira forma, intermediária, extremamente relevante: a propriedade pública nãoestatal, constituída por organizações sem fins lucrativos que não são propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o atendimento do interesse público. O tipo de propriedade mais indicado variará de acordo com o setor do aparelho do Estado. No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal. Analogamente, no setor de atividades exclusivas de Estado, onde o poder típico de Estado é exercido, a propriedade também só pode ser estatal. Já para o setor não-exclusivo ou competitivo do Estado, a propriedade ideal é a pública não-estatal. Não é a propriedade estatal,

10 Escopo do Projeto: A Reforma do Estado 11 porque aí não se exerce o poder de Estado. Não é, por outro lado, a propriedade privada, porque se trata de um tipo de serviço de caráter público. No setor de produção de bens e serviços para o mercado, a propriedade privada é a regra, dada a possibilidade de gestão efetiva dessas atividades pela via exclusiva do mercado, salvo na inexistência de capitais privados disponíveis o que não é mais o caso no Brasil ou no caso de um monopólio natural se bem que, mesmo neste caso, a gestão privada tenderá a ser a mais adequada, desde que acompanhada por um sistema seguro de regulação. A estratégia da reforma do Estado se apóia na publicização dos serviços não-exclusivos do Estado, ou seja, na sua absorção por um setor público não-estatal, onde, uma vez fomentados pelo Estado, assumirão a forma de organizações sociais. Essa forma de parceria entre sociedade e Estado, além de viabilizar a ação pública com mais agilidade e maior alcance, torna mais fácil e direto o controle social, mediante a participação, nos conselhos de administração, dos diversos segmentos beneficiários envolvidos. As organizações nesse setor gozam de uma autonomia administrativa muito maior do que aquela possível dentro do aparelho do Estado. Em compensação, seus dirigentes são chamados a assumir uma responsabilidade maior, em conjunto com a sociedade, na gestão da instituição. São objetivos, relativamente aos serviços não-exclusivos: transferir para o setor publico não-estatal os serviços nãoexclusivos que estejam sendo executados no âmbito estatal, por meio de um programa de publicização, possibilitando a absorção, por entidades qualificadas como organizações sociais; lograr, assim, maior autonomia e flexibilidade, bem como uma conseqüente maior responsabilidade para os dirigentes desses serviços; lograr um maior foco no cidadão-usuário e um maior controle social direto desses serviços por parte da sociedade, por meio dos seus conselhos de administração. Mais amplamente, fortalecer práticas de adoção de mecanismos que privilegiem a participação da sociedade tanto na formulação, quanto na avaliação do desempenho da organização social, viabilizando o controle social; lograr, finalmente, maior parceria entre o Estado e a sociedade baseada em resultados. O Estado continuará a

11 12 Escopo do Projeto: A Reforma do Estado financiar as atividades públicas, absorvidas pela organização social qualificada para tal, e esta será responsável pelos resultados pactuados mediante contrato de gestão. Em síntese, a estratégia de publicização visa a aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços, atendendo melhor o cidadãocliente a um custo menor.

12 13 2 Publicização & Organizações Sociais OProjeto Organizações Sociais, no âmbito do Programa Nacional de Publicização (PNP), tem como objetivo permitir a publicização de atividades no setor de prestação de serviços não-exclusivos, baseado no pressuposto de que esses serviços ganharão em qualidade: serão otimizados mediante menor utilização de recursos, com ênfase nos resultados, de forma mais flexível e orientados para o cliente-cidadão mediante controle social. As atividades estatais publicizáveis, aquelas não-exclusivas de Estado, correspondem aos setores onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações privadas, tais como educação, saúde, cultura e proteção ambiental. O que são Organizações Sociais Organizações Sociais (OS) são um modelo de organização pública não-estatal destinado a absorver atividades publicizáveis mediante qualificação específica. Trata-se de uma forma de propriedade pública não-estatal, constituída pelas associações civis sem fins lucrativos, que não são propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o atendimento do interesse público. As OS são um modelo de parceria entre o Estado e a sociedade. O Estado continuará a fomentar as atividades publicizadas e exercerá sobre elas um controle estratégico: demandará resultados necessários ao atingimento dos objetivos das políticas públicas. O contrato de gestão é o instrumento que regulará as ações das OS.

13 14 Publicização & Organizações Sociais As OS tornam mais fácil e direto o controle social, por meio da participação nos conselhos de administração dos diversos segmentos representativos da sociedade civil, ao mesmo tempo que favorece seu financiamento via compra de serviços e doações por parte da sociedade. Não obstante, gozam de uma autonomia administrativa muito maior do que aquela possível dentro do aparelho do Estado. Em compensação, seus dirigentes são chamados a assumir uma responsabilidade maior, em conjunto com a sociedade, na gestão da instituição e na melhoria da eficiência e da qualidade dos serviços, atendendo melhor o cidadão-cliente a um custo menor. As Organizações Sociais constituem uma inovação institucional, embora não representem uma nova figura jurídica, inserindo-se no marco legal vigente sob a forma de associações civis sem fins lucrativos. Estarão, portanto, fora da Administração Pública, como pessoas jurídicas de direito privado. A novidade será, de fato, a sua qualificação, mediante decreto, como Organização Social, em cada caso. Qualificada como Organização Social, a entidade estará habilitada a receber recursos financeiros e a administrar bens e equipamentos do Estado. Em contrapartida, ela se obrigará a celebrar um contrato de gestão, por meio do qual serão acordadas metas de desempenho que assegurem a qualidade e a efetividade dos serviços prestados ao público. Na sua implantação e durante o seu pleno funcionamento, o novo modelo poderá ser avaliado com rigor e transparência, porque o Congresso Nacional terá ativa participação em todo o processo. Assim, a qualificação dessas entidades, na maior parte dos casos, deverá ocorrer concomitantemente à extinção de congênere, integrante da administração pública. Incumbirá ao Congresso Nacional decidir pela extinção da entidade, sendo que a Organização Social qualificada para absorver suas atividades adotará a denominação e os símbolos da entidade extinta. Além disso, anualmente, as dotações destinadas à execução dos contratos de gestão entre o Estado e cada instituição deverão estar expressamente previstas na Lei Orçamentária e ser aprovadas pelo Congresso. Na condição de entidades de direito privado, as Organizações Sociais tenderão a assimilar características de gestão cada vez mais próximas das praticadas no setor privado, o que deverá representar, entre outras vantagens: a contratação de pessoal nas condições de mercado; a adoção de normas próprias para compras e contratos; e ampla flexibilidade na execução do seu orçamento. Não é correto, contudo, entender o modelo proposto para as Organizações Sociais como um simples convênio de transferência de

14 Publicização & Organizações Sociais 15 recursos. Os contratos e vinculações mútuas serão mais profundos e permanentes, porque as dotações destinadas a essas instituições integrarão o Orçamento da União, cabendo às mesmas um papel central na implementação das políticas sociais do Estado. Por outro lado, a desvinculação administrativa em relação ao Estado não deve ser confundida com uma privatização de entidades da administração pública. As Organizações Sociais não serão negócio privado, mas instituições públicas que atuam fora da Administração Pública para melhor se aproximarem das suas clientelas, aprimorando seus serviços e utilizando com mais responsabilidade e economicidade os recursos públicos. O Estado não deixará de controlar a aplicação dos recursos que estará transferindo a essas instituições, mas o fará por meio de um instrumento inovador e mais eficaz: o controle por resultados, estabelecidos em contrato de gestão. Além disso, a direção superior dessas instituições será exercida por um conselho de administração, com participação de representantes do Estado e da sociedade. Para evitar a oligarquização do controle sobre essas entidades, os mandatos dos representantes da sociedade estarão submetidos a regras que limitam a recondução e obrigam à renovação periódica dos conselhos. A implantação das Organizações Sociais ensejará verdadeira revolução na gestão da prestação de serviços na área social. A disseminação do formato proposto entidades públicas não-estatais concorrerá para um novo modelo, onde o Estado tenderá à redução de sua dimensão enquanto máquina administrativa, alcançando, entretanto, maior eficácia na sua atuação. Vantagens das Organizações Sociais O modelo institucional das Organizações Sociais apresenta vantagens claras sobre outras formas de organizações estatais atualmente responsáveis pela execução de atividades não-exclusivas. Do ponto de vista da gestão de recursos, as Organizações Sociais não estão sujeitas às normas que regulam a gestão de recursos humanos, orçamento e finanças, compras e contratos na Administração Pública. Com isso, há um significativo ganho de agilidade e qualidade na seleção, contratação, manutenção e desligamento de funcionários, que, enquanto celetistas, estão sujeitos a plano de cargos e salários e regulamento próprio de cada Organização Social, ao passo que as organizações estatais estão sujeitas às normas do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, a concurso público, ao SIAPE e à tabela salarial do setor público.

15 16 Publicização & Organizações Sociais Verifica-se também nas Organizações Sociais um expressivo ganho de agilidade e qualidade nas aquisições de bens e serviços, uma vez que seu regulamento de compras e contratos não se sujeita ao disposto na Lei nº e ao SIASG. Esse ganho de agilidade refletese, sobretudo, na conservação do patrimônio público cedido à Organização Social ou patrimônio porventura adquirido com recursos próprios. Do ponto de vista da gestão orçamentária e financeira as vantagens do modelo organizações sociais são significativas: os recursos consignados no Orçamento Geral da União para execução do contrato de gestão com as Organizações Sociais constituem receita própria da Organização Social, cuja alocação e execução não se sujeitam aos ditames da execução orçamentária, financeira e contábil governamentais operados no âmbito do SIAFI e sua legislação pertinente; sujeitam-se a regulamento e processos próprios. No que se refere à gestão organizacional em geral, a vantagem evidente do modelo Organizações Sociais é o estabelecimento de mecanismos de controle finalísticos, ao invés de meramente processualísticos, como no caso da Administração Pública. A avaliação da gestão de uma Organização Social dar-se-á mediante a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas no contrato de gestão, ao passo que nas entidades estatais o que predomina é o controle dos meios, sujeitos a auditorias e inspeções das CISETs e do TCU.

16 17 3 Implementando Organizações Sociais: O Processo de Publicização Publicização refere-se à produção não-estatal de bens públicos, por entidades situadas no âmbito do denominado terceiro setor (setor de serviços não orientado para o lucro). O projeto OS baseia-se na publicização de atividades relacionadas à produção de bens públicos realizadas por entidades estatais, ou seja, permitir sua absorção por entidades não-estatais orientadas para certas políticas públicas. A implementação de Organizações Sociais implica duas ações complementares: a publicização de determinadas atividades executadas por entidades estatais (que serão extintas); e a absorção dessas atividades por entidades privadas qualificadas como OS, mediante contrato de gestão. Portanto, é imprópria a idéia segundo a qual organizações estatais seriam convertidas ou transformadas em OS. Atividades (não exclusivas de Estado), não entidades, são publicizadas. Entidades estatais são extintas após a publicização de suas atividades; não convertidas em OS. A seqüência lógica do processo de publicização está ilustrada no diagrama da próxima página:

17 18 Implementando Organizações Sociais: O Processo de Publicização P U B L I C I Z A Ç Ã O A Ç Õ E S DE I M P L E M E N T A Ç Ã O A Ç Õ E S C O N T Í N U A S DECISÃO DE GOVERNO AÇÕES PRÉVIAS ATOS LEGAIS AÇÕES POSTERIORES DIVULGAÇÃO PREPARAÇÃO ORGANIZACIONAL EXTIN ÇÃO DA ENTIDADE ES TATA L IN VEN TÁR IO SIMPLIF IC ADO PROTOCOLO DE INTENÇÕES CRIAÇÃO D A ENTIDADE NÃO- ES TATA L QUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE N ÃO-E STA TA L ABSOR ÇÃO D AS ATIVIDADES MEDIANTE CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE GESTÃO GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS PREPARAÇÃO D O CONTRATO DE GESTÃO NEGOCIAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO GESTÃO DO CONTRATO DE GESTÃO O diagrama acima indica 8 etapas, a partir de ações isoladas ou agregadas do processo de publicização: divulgação; protocolo de intenções; preparação organizacional das atividades a serem publicizadas; criação e composição da entidade não estatal; preparação e negociação do contrato de gestão; atos legais (extinção e qualificação); inventário simplificado; absorção de atividades pela OS mediante contrato de gestão; Uma vez implementado o contrato de gestão, a operação regular de organizações sociais implica duas ações contínuas: administração do contrato de gestão; e

18 Implementando Organizações Sociais: O Processo de Publicização 19 gestão de organizações sociais. O diagrama abaixo apresenta de forma sucinta o conteúdo de cada fase, cujo detalhamento encontra-se descrito nos tópicos seguintes. P U B L I C I Z A Ç Ã O A Ç Õ E S DE I M P L E M E N T A Ç Ã O A Ç Õ E S C O N T Í N U A S DECISÃO DE GOVERNO AÇÕES PRÉVIAS ATOS LEGAIS AÇÕES POSTERIORES DIVULGAÇÃO PREPARAÇÃO ORGANIZACIONAL EXTINÇÃO DA ENTIDADE ESTATAL INVENTÁRIO SIMPLIFICADO DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL REUNIÕES TÉCNICAS ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL CAPA- CITAÇÃO PARA MUDAN- Ç A PLANEJAMENTO ESTRATÉ GICO PLANEJAMENTO OPERACIONAL LEI DE EXTINÇÃO DECRETO DE INVENTÁRIO NOMEAÇÃO DO INVENTARIANTE PREPARAÇÃO TRANSFERÊ NCIA DAS ATIVIDADES ENCERRA -MENTO PROTOCOLO DE INTENÇÕES CRIAÇÃO DA ENTIDADE NÃO-ESTATAL QUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE NÃO-ESTATAL ABSORÇÃO DAS ATIVIDADES VIA ASSINATURA DO CONTRATO DE GESTÃO GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS PLANO DE TRABALHO ESTATUTO REGISTRADO LEI DE OS / CRÉDITO ESPECIAL CESSÃO DE PESSOAL FOCO NO CIDADÃO COMISSÃO COORDENADORA CONSELHO INSTALADO E REGULAMENTOS APROVADOS COMPOSIÇÃO ORGANIZACIONAL DECRETO DE QUALIFICAÇÃO ABERTURA DE CRÉ DITO ESPECIAL PERMISSÃO DE USO DO PATRIMÔNIO REPASSE DE RECURSOS SUB-ROGAÇÃO DE CONTRATOS ÊNFASE EM RESULTADOS CONTROLE SOCIAL FLEXIBILIDADE PREPARAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO NEGOCIAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO GESTÃO DO CONTRATO DE GESTÃO OBJETIVOS DA POLÍTICA PÚBLICA OBJETIVOS E METAS RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO CAPACITAÇÃO DO MINISTÉRIO SUPERVISOR INDICADORES ACOMPANHAMENTO SISTEMÁ TICA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO RECURSOS A ÇÕES CORRETIVAS

19 20 4 Planejamento & Efetividade Para que uma organização cumpra com efetividade sua missão, é imprescindível que suas ações decorram de um planejamento organizado e permanente, baseado nas políticas e diretrizes públicas às quais a organização se vincula, no conhecimento das expectativas de clientes e usuários, e levando em conta as condições e meios de que dispõe. É preciso abandonar a cultura do planejamento ocasional, para adotar o planejamento como um exercício permanente e sistemático. Os exercícios de planejamento de ocasião podem até produzir bons documentos, mas, inexistindo uma consciência sobre a importância de se estabelecerem rumos precisos para a instituição, esses documentos acabam por definhar dentro de gavetas ou decorar estantes, sem nunca resultarem em ações de melhoria, em direção ao futuro desejado para a organização. Um planejamento que confira consistência à atuação da instituição deve se iniciar com as definições estratégicas e fechar o seu primeiro ciclo com a definição de metas claras e específicas, que traduzam as aspirações institucionais em ações práticas, que lhe permitirão caminhar, de fato, na direção desejada. A partir desse primeiro ciclo de definições, é preciso rever periodicamente o ambiente, as ameaças e as oportunidades que se apresentam, de forma a poder prever situações que possam vir a interferir no que foi planejado, o que possibilitará a revisão, tanto de estratégias, quanto de ações. Planejamento e Participação Para que as ações resultantes de um planejamento se realizem, concretizando a implementação das políticas públicas formuladas, é

20 Planejamento & Efetividade 21 imprescindível que cada servidor tenha plena consciência da missão institucional e pleno conhecimento dos resultados globais desejados, de forma a poder identificar qual é o espaço de sua contribuição individual para que esses resultados sejam alcançados. Um dos fatores críticos para garantir o sucesso e a continuidade de uma administração efetiva é a valorização dos servidores, que deve ser garantida, não só pela remuneração mas, sobretudo, pelo compartilhamento das informações, por investimento permanente em capacitação e pela disponibilidade de um espaço de participação, integrando-os ao processo de planejamento, no que diz respeito à elaboração de metas, definição de indicadores e concepção dos planos operacionais. Um indivíduo compromete-se com aquilo que conhece e o comprometimento será tão intenso quanto maior for sua participação na definição e no planejamento do que se pretende atingir. Assim, uma vez definidas pela alta administração da instituição as questões estratégicas, como missão, visão de futuro e objetivos institucionais globais, é sua responsabilidade compartilhar essas informações com os servidores, para que todos tenham plena consciência do rumo a ser seguido. Além disso, os objetivos institucionais precisam ser traduzidos em metas para cada unidade administrativa da instituição, de forma a que toda a organização participe da construção dos resultados desejados. Definindo a Missão Para que se possa definir a missão de uma instituição é preciso, primeiro, compreender o contexto da política pública da sua área de atuação. Assim, essa definição deve ser acordada com o órgão supervisor do contrato de gestão, levando-se em conta os marcos referenciais existentes, como, por exemplo, suas competências legais, a Constituição Federal, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, o Plano Plurianual, o Orçamento e os programas e objetivos de governo. A definição da missão de uma instituição é de responsabilidade de sua alta administração, mas esse entendimento necessita ser compartilhado com todos os servidores, de forma que cada um consiga compreender para onde a organização está indo, para poder ir na mesma direção, com exato entendimento de qual é o seu papel e qual a sua contribuição para o alcance da missão institucional. A missão deve declarar, de forma sucinta, a razão de ser da instituição: o que ela faz e para quê (se necessário, o como faz ). Uma definição simples e clara da missão e, principalmente, o seu

Presidência da República Câmara da Reforma do Estado Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Brasília, 1995

Presidência da República Câmara da Reforma do Estado Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Brasília, 1995 Presidência da República Câmara da Reforma do Estado Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Brasília, 1995 Presidência da República Presidente da República: Fernando Henrique Cardoso Câmara da

Leia mais

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA PAISAGEM PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA PAISAGEM PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA PAISAGEM PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES Currso:: Gesttão de Prrojjettos APOSTIILA maio, 2006 Introdução Conseguir terminar o

Leia mais

Gestão por competências em organizações de governo. Mesa-redonda de pesquisa-ação

Gestão por competências em organizações de governo. Mesa-redonda de pesquisa-ação Gestão por competências em organizações de governo Mesa-redonda de pesquisa-ação A Mesa-Redonda de Pesquisa-Ação em Gestão por Competências ocorreu no período de 9 de novembro de 2004 a 28 de março de

Leia mais

Guia da Gestão da Capacitação por Competências

Guia da Gestão da Capacitação por Competências MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE GESTÃO PÚBLICA DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO E DESEMPENHO INSTITUCIONAL COORDENAÇÃO-GERAL DE POLÍTICAS DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS Guia da

Leia mais

Repasses Públicos ao Terceiro Setor

Repasses Públicos ao Terceiro Setor TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO Repasses Públicos ao Terceiro Setor Manual Básico Revisto e Ampliado Dezembro 2012 CONSELHEIROS RENATO MARTINS COSTA Presidente ROBSON RIEDEL MARINHO Vice-Presidente

Leia mais

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Assistência Social

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Assistência Social MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Assistência Social Brasília DF Julho 2007 Plano Decenal - SUAS Plano 10 2007 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate

Leia mais

ÍNDICE. 1 Apresentação...5. 2 Antecedentes Históricos...5

ÍNDICE. 1 Apresentação...5. 2 Antecedentes Históricos...5 ÍNDICE 1 Apresentação...5 2 Antecedentes Históricos...5 3 Situação Atual...7 Planejamento Governamental e Gestão Pública... 7 Funcionalismo... 8 Competências Organizacionais e Macroprocessos... 9 Estrutura

Leia mais

Diálogos sobre a Gestão Municipal Processos na Educação

Diálogos sobre a Gestão Municipal Processos na Educação Diálogos sobre a Gestão Municipal Processos na Educação Diálogos sobre a Gestão Municipal Processos na Educação I. APRESENTAÇÃO II. GESTÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO MUNICIPAL 1. O panorama da Política Municipal

Leia mais

MANUAL da Lei de BRASIL. Acesso à Informação para Estados e Municípios. transparente

MANUAL da Lei de BRASIL. Acesso à Informação para Estados e Municípios. transparente BRASIL transparente MANUAL da Lei de Acesso à Informação para Estados e Municípios CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas 1ª edição Brasília/2013 CONTROLADORIA-GERAL

Leia mais

Avaliação da Educação Superior no Brasil: do Provão ao ENADE

Avaliação da Educação Superior no Brasil: do Provão ao ENADE Avaliação da Educação Superior no Brasil: do Provão ao ENADE Robert Evan Verhine Lys Maria Vinhaes Dantas Documento preparado para o Banco Mundial Gerente responsável: Alberto Rodriguez Dezembro de 2005

Leia mais

O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS POR MEIO DA ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA

O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS POR MEIO DA ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA FACULDADE LOURENÇO FILHO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS ELIS MARIA CARNEIRO CAVALCANTE O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS POR MEIO DA ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA FORTALEZA 2010 1 ELIS

Leia mais

enfoque Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores Heloísa Lück Qual é a questão?

enfoque Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores Heloísa Lück Qual é a questão? enfoque Qual é a questão? Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores Heloísa Lück Doutora em Educação pela Columbia University, New York; coordenadora nacional da Rede

Leia mais

Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão

Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão Cadernos MARE da Reforma do Estado 17 Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão SAC/BRASIL MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado MARE Ministério da Administração Federal e Reforma

Leia mais

MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA

MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA 2014 MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA Presidenta da República Dilma Roussef Vice-Presidente da República Michel Temer Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior Secretária Executiva

Leia mais

Ficha Catalográfica. 1. Assistência farmacêutica. 2. Organização e Administração. 3. Sistema Único de Saúde. I. Título. II. Série.

Ficha Catalográfica. 1. Assistência farmacêutica. 2. Organização e Administração. 3. Sistema Único de Saúde. I. Título. II. Série. 2006 Ministério da Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade

Leia mais

Como criar uma ONG. A) LEI DO TERCEIRO SETOR: AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIPs)

Como criar uma ONG. A) LEI DO TERCEIRO SETOR: AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIPs) Como criar uma ONG Esta publicação foi editada pela Revista IntegrAção - CETS/EAESP/FGV em abril de 2000. Tem como principal fonte de informação o Programa Estadual de Apoio às ONGs PROAONG, da Secretaria

Leia mais

4º C.C.O. Caderno de Comunicação Organizacional [ ] Por que investir em Comunicação Interna

4º C.C.O. Caderno de Comunicação Organizacional [ ] Por que investir em Comunicação Interna 4º C.C.O. Caderno de Comunicação Organizacional [ ] Por que investir em Comunicação Interna 2 C.C.O. Caderno de Comunicação Organizacional Por que investir em Comunicação Interna PREFÁCIO Em pouco mais

Leia mais

O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE OS TRABALHADORES NO BRASIL

O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE OS TRABALHADORES NO BRASIL O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE OS TRABALHADORES NO BRASIL Sistema de Acompanhamento de Contratações Coletivas SACC-DIEESE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 03 O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO 05 Terceirização:

Leia mais

Tema III. Orçamentos e Sistemas de Informação sobre a Administração Financeira Pública

Tema III. Orçamentos e Sistemas de Informação sobre a Administração Financeira Pública Tema III Orçamentos e Sistemas de Informação sobre a Administração Financeira Pública Orçamentos e Sistemas de Informação sobre a Administração Financeira Pública Segundo Lugar Francisco Hélio de Sousa*

Leia mais

A responsabilidade social e o Serviço Social nas organizações empresariais

A responsabilidade social e o Serviço Social nas organizações empresariais A responsabilidade social e o Serviço Social nas organizações empresariais Maria José de Oliveira Lima SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros LIMA, MJO. As empresas familiares da cidade de Franca:

Leia mais

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Orientações para Contratação de Serviços no Sistema Único de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Orientações para Contratação de Serviços no Sistema Único de Saúde MINISTÉRIO DA SAÚDE Manual de Orientações para Contratação de Serviços no Sistema Único de Saúde BRASÍLIA DF 2007 MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE REGULAÇÃO, AVALIAÇÃO

Leia mais

Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor

Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor 25 PROPOSTAS DA INDÚSTRIA Qualidade regulatória: como o Brasil pode fazer melhor CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI PRESIDENTE Robson Braga de

Leia mais

ARTIGO ESPECIAL PPA: O QUE NÃO É E O QUE PODE SER

ARTIGO ESPECIAL PPA: O QUE NÃO É E O QUE PODE SER ARTIGO ESPECIAL PPA: O QUE NÃO É E O QUE PODE SER Ronaldo Coutinho Garcia* 1 INTRODUÇÃO Neste artigo, serão discutidos, de forma breve, o surgimento do Plano Plurianual (PPA) (da Lei de Diretrizes Orçamentárias,

Leia mais

CARTA DE CIDADÃO. Guia Metodológico. Presidenta da República Dilma Rousseff. Vice-Presidente da República Michel Temer

CARTA DE CIDADÃO. Guia Metodológico. Presidenta da República Dilma Rousseff. Vice-Presidente da República Michel Temer 2014 Presidenta da República Dilma Rousseff Vice-Presidente da República Michel Temer Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior Secretária Executiva Eva Maria Cella Dal Chiavon Secretária

Leia mais

Essa publicação faz parte do AMIGO DA PEQUENA EMPRESA, um projeto do SEBRAE-SP em parceria com

Essa publicação faz parte do AMIGO DA PEQUENA EMPRESA, um projeto do SEBRAE-SP em parceria com Essa publicação faz parte do AMIGO DA PEQUENA EMPRESA, um projeto do SEBRAE-SP em parceria com a Casa do Contabilista de Ribeirão Preto Conselho Deliberativo Presidente: Fábio Meirelles (FAESP) ACSP Associação

Leia mais

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica Presidente da República Fernando Henrique Cardoso Ministro da Educação Paulo Renato Souza Secretário Executivo Luciano Oliva Patrício Secretária

Leia mais

PARTE I SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

PARTE I SISTEMA DE CONTROLE INTERNO PARTE I SISTEMA DE CONTROLE INTERNO 1 CONCEITO O Controle Interno é o conjunto de órgãos integrados, sob a forma de sistema, para exercer a fiscalização dos atos da administração direta e indireta, comprovando

Leia mais

Heloísa Lück Dimensões da gestão escolar e suas competências

Heloísa Lück Dimensões da gestão escolar e suas competências Heloísa Lück Dimensões da gestão escolar e suas competências Editora Positivo Curitiba 2009 Ficha Catalográfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP,

Leia mais

TÍTULO DO TRABALHO: O Programa Bolsa-Família: seus efeitos econômicos e sociais na região Nordeste do Brasil

TÍTULO DO TRABALHO: O Programa Bolsa-Família: seus efeitos econômicos e sociais na região Nordeste do Brasil TÍTULO DO TRABALHO: O Programa Bolsa-Família: seus efeitos econômicos e sociais na região Nordeste do Brasil RESUMO: Este trabalho se propõe a realizar uma análise sobre a atuação do Programa Bolsa-Família

Leia mais

CADERNOS MCIDADES HABITAÇÃO

CADERNOS MCIDADES HABITAÇÃO Política nacional de habitação Novembro de 2004 Ministério das Cidades 4 CADERNOS MCIDADES HABITAÇÃO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Presidente MINISTÉRIO DAS CIDADES OLÍVIO DUTRA

Leia mais