Referência REDUÇÃO NO PREÇO DO DIESEL (e da gasolina)

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1 RAE - Relatório de Acompanhamento de Atos do Executivo Tema I Relatório I (Em 09 de maio de 2009) Referência REDUÇÃO NO PREÇO DO DIESEL (e da gasolina) 1. O destaque na imprensa, hoje, é a notícia da redução do preço da gasolina e do diesel na refinaria, ou seja, no preço de realização da Petrobras, antes dos impostos. Alguns jornais estamparam em manchete: Diesel fica 9,6% mais barato para o consumidor final, o que não é, necessariamente, uma verdade absoluta. 2. Da forma como a operação foi montada cai o preço de realização na refinaria e, simultaneamente, eleva-se o valor da CIDE incidente sobre o mesmo preço - para que o preço caia no Posto de Serviço, ou seja, haja de fato redução na ponta final ao consumidor, é condição necessária que: As companhias distribuidoras repassem aos Postos de Serviço a redução de preço que recebeu da Petrobras. Se isso não ocorrer, o benefício da redução será apropriado pelas Companhias Distribuidoras e não pelo consumidor final. 3. A redução anunciada pelo Governo Federal é a seguinte: O preço da gasolina na refinaria cai 4,5%. O preço do diesel na refinaria cai 15%. A CIDE (Contribuição Sobre a Intervenção no Domínio Econômico) incidente na gasolina sobe de R$ 0,18/litro para R$ 0,23/litro. A CIDE incidente sobre o diesel sobe de R$ 0,03/litro para R$ 0,07/litro. 4. O resultado dessas quatro alterações é o seguinte: O aumento da CIDE na gasolina anula a redução de preço na refinaria. Isto é, a redução de preço NÃO chegará ao Posto de Serviço e, por conseqüência, ao consumidor final. Serão indevidas todas as pressões de consumidor, de autoridades ou da mídia sobre o Posto de Serviço. O aumento da CIDE no diesel tem efeito menor que a redução de seu preço na refinaria. Isto é, projeta-se uma redução de 9,6% no custo do diesel para as Companhias Distribuidoras. Essas Companhias são agentes econômicos intermediários entre a refinaria e os Postos de Serviço. Logo, para a redução chegar ao consumidor é condição necessária que elas repassem a redução de preço para os Postos de Serviço. Se não fizerem isso, ou fizerem em proporção menor que os 9,6%, a redução no Posto de Serviço será inexistente ou na mesma proporção. 1

2 5. Outro resultado dessa operação traduz-se pelo componente político da elevação da CIDE. Governadores e prefeitos têm reclamado não só da redução dos repasses do FMP e do FPE (fundos compostos por parte da arrecadação do IPI e do IR), e também da redução nos repasses da CIDE. Estimativas preliminares, não oficiais, apontam para a possibilidade da arrecadação da CIDE aumentar cerca de R$ 2,6 bilhões/ano com a elevação da tributação. 6. Para os associados da ABAD, usuários do diesel em seus caminhões, a medida tem repercussão direta no custo das operações, importante, desde que as Companhias Distribuidoras repassem a redução para frente. Roberto Nogueira Ferreira roberto@rnconsultores.com.br Lisa Marini lisa@rnconsultores.com.br RN Consultores 25 anos! Anexo: Decreto 6.875, de 8 de junho de 2009 (Eleva a CIDE sobre gasolina e diesel) DECRETO Nº 6.875, DE 8 DE JUNHO DE 2009 Dá nova redação aos incisos I e II do caput do art. 1º do Decreto nº 5.060, de 30 de abril de 2004, para alterar as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE incidente sobre a importação e comercialização de gasolina e suas correntes e diesel e suas correntes. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no caput do art. 9º da Lei nº , de 19 de dezembro de 2001, D E C R E T A : Art. 1º Os incisos I e II do caput do art. 1º do Decreto nº 5.060, de 30 de abril de 2004, passam a vigorar com a seguinte redação: "I - R$ 230,00 (duzentos e trinta reais) por metro cúbico de gasolinas e suas correntes; II - R$ 70,00 (setenta reais) por metro cúbico de diesel e suas correntes." (NR) Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Fica revogado o Decreto nº 6.446, de 2 de maio de Brasília, 8 de junho de 2009; 188º da Independência e 121º da República. É o que submetemos à direção da ABAD. Roberto Nogueira Ferreira roberto@rnconsultores.com.br Lisa Marini lisa@rnconsultores.com.br 2

3 Anexo I Informação relevante O tema MIP já foi debatido no Senado Federal quando da tramitação do PLS 146, de A proposta, nos termos pretendidos pela ABAD, foi aprovada na CAS Comissão de Assuntos Sociais e rejeitada na CAE Comissão de Assuntos Econômicos. Quando as decisões são divergentes o PLS segue para a Mesa do Senado e fica aguardando inclusão na Ordem do Dia daquela Casa. É o que ocorreu com o PLS 146. Sem prioridade, o PLS está na Mesa do Senado Federal desde Se o presidente daquela Casa decidir nesse sentido, ele seria apreciado naquele Plenário. O pleito para votação do PLS 146, de 2006, no plenário do Senado Federal, também pode ser uma Ação Parlamentar a ser desenvolvida O parágrafo abaixo foi retirado das justificativas que resultaram na rejeição do PLS 146 quando examinado na CAE do Senado Federal. A argumentação parece centrada no entendimento da ANVISA sobre o tema (sabidamente contrário). O parecer é longo, mas o parágrafo é uma boa síntese da dificuldade dessa tese evoluir favoravelmente: Em suma, parece-nos que autorizar os supermercados, ou quaisquer outros estabelecimentos alheios ao serviço farmacêutico, a venderem medicamentos sem as exigências técnicas necessárias, como pretendido no Projeto, seria não apenas desconsiderar todas as conquistas da sociedade alcançadas por meio da legislação sanitária vigente, mas também desconsiderar por completo a segurança da saúde da população, contra a Política Nacional de Medicamentos e a Política de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde uma política pública em execução e que busca, em sua essência, a promoção do uso racional de medicamentos, com a necessária qualidade, controle, segurança e eficácia. Anexo II Texto e justificativa do PL 3630, de 2008 PL 3630, de 2008 Dep. Cândido Vaccarezza (PT-SP) Altera a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras providências. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º - O inciso XX do artigo 4º, 1º do artigo 5º e os artigos 6º e 25, da Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 4º XX Loja de conveniência estabelecimento que, mediante auto-serviço ou não, comercializa diversas mercadorias, com ênfase para aquelas de primeira necessidade, dentre as quais alimentos em geral, produtos de higiene e limpeza e apetrechos domésticos, podendo funcionar em qualquer período do dia e da noite, inclusive nos domingos e feriados.... Art. 5º... 1º - O comércio de determinados correlatos, tais como aparelhos e acessórios, produtos utilizados para fins diagnósticos e analíticos, odontológicos, veterinários, de higiene pessoal ou de ambiente, comésticos e perfumes, exercido por estabelecimentos especializados, será extensivo à farmácia e drogaria, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência, observado o disposto em lei federal e na supletiva dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.(NR)... Art. 6º - A dispensação de medicamentos é privativa de: a) farmácia; b) drogaria; c) posto de medicamento e unidade volante; 3

4 d) dispensário de medicamentos; e) supermercados; f) armazém e empório; e g) loja de conveniência Parágrafo Único. Para atendimento exclusivo aos seus usuários, os estabelecimentos hoteleiros e similares, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência, poderão dispor de medicamentos isentos de prescrição, que não dependam de receita médica, observada a relação elaborada pelo órgão sanitário federal.... Art.25 A licença é válida pelo prazo de dois anos e será revalidada por períodos iguais e sucessivos. Parágrafo Único. A revalidação de licença deverá ser requerida nos primeiros 120 (cento e vinte) dias de seu segundo ano de validade. (NR) 3 Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICATIVA Uma das principais funções do legislativo é possibilitar ao cidadão uma legislação atual e moderna. Para atender a necessidade do mercado e possibilitar maior conveniência ao cidadão, os estabelecimentos comerciais e a legislação devem se adaptar às novas circunstâncias e necessidades. Observa-se hoje que nos estabelecimentos comerciais há uma necessidade. Existe hoje no mercado uma infinidade de produtos de uso trivial, sob fiscalização da vigilância sanitária, que para atender a necessidade do cliente, oferecer-lhe maior comodidade e desenvolvimento do mercado, podem estar disponíveis em estabelecimentos diversos. Dentre essa variedade de produtos estão os medicamentos isentos de prescrição médica, que com a regulamentação atual, devem ser comercializados especificamente em farmácias, drogarias, posto de medicamentos e unidade volante e dispensário de medicamentos. Ora, se a legislação permite a extensão da comercialização de produtos correlatos como os para fins de higiene pessoal, cosméticos e perfumes às drogarias e farmácias no intuito de facilitar a vida do cidadão, porque não permitir a extensão da comercialização de medicamentos dispensados de receita médica à lojas de conveniências, supermercados e outros. A aquisição desses medicamentos em estabelecimentos diversos, que não os privativos para sua comercialização facilitará, sobremaneira, o acesso do consumidor. Em diversos países desenvolvidos, mesmo os Estados Unidos, que dispõe de legislação e fiscalização sanitária rigorosa, é comum a comercialização de medicamentos que não exijam receita médica em lojas de conveniência e congêneres. Não se pode confundir a necessidade de um rigoroso controle sanitário e de uma fiscalização da comercialização de drogas e medicamentos que necessite de prescrição médica com a necessidade de possibilitar o desenvolvimento mercantil, atendimento às necessidades dos cidadãos e a modernização da legislação. A proposta visa permitir a comercialização dos medicamentos isentos de prescrição médica em canais alternativos no intuito de atender as necessidades do cidadão. Com a intenção de assegurar a oferta de medicamentos no mercado e de fomentar o acesso da população a produtos essenciais não privativos à comercialização em estabelecimentos com atividade única a do comércio de drogas, medicamentos e correlatos é que proponho o presente projeto e solicito apoio dos nobres pares para sua aprovação. Anexo III Exemplo de PLS que tratam de MIP (anexados ao PL 4398, de 1998) PL 576/95 Dep. Jorge Anders (PSDB-ES) Estabelece a proibição da venda de qualquer tipo de medicamento, droga, insumos farmacêuticos e correlatos, em estabelecimentos comerciais não legitimados ao controle sanitário. 4

5 PL 814/95 Dep. Zé Gerardo (PSDB-CE) Proíbe a venda de medicamentos em supermercados e estabelecimentos similares. PL 1324/95 Dep. Odelmo Leão (PPB-MG) Permite a venda de medicamentos específicos em supermercados, armazéns, bares e estabelecimentos assemelhados. PL 3122/97 Dep. Wigberto Tartuce Dispõe sobre a proibição de comercialização de medicamentos em supermercados. 5