Estado do Rio Grande do Sul Município de Venâncio Aires

Transcrição

1 PROJETO-DE-LEI Nº 075, DE 20 DE JUNHO DE 2012 Poder Executivo Dispõe sobre normas e procedimentos de parcelamento de créditos tributários do Município, relativos ao SIMPLES NACIONAL apurados mediante ações fiscais do Município e os disponibilizados pelo Convênio com a PGFN/SRFB. Art. 1 Fica instituído novo e específico regramento fiscal a ser aplicado aos parcelamentos de créditos tributários de contribuintes incluídos no Simples Nacional, bem como daqueles valores repassados ao Município, mediante convênio, pela Procuradoria da Fazenda Nacional/Receita Federal do Brasil, para cobrança e/ou inscrição em Dívida Ativa. Parágrafo único. Os valores repassados pelo Concedente converter-se-ão em renda do Município. Art. 2º Considera-se débito fiscal a soma dos valores lançados por ações fiscais do Município e os repassados pelo Concedente, declarados na DASN, incluídas as multas, atualização monetária, juros de mora e demais acréscimos previstos na legislação tributária pertinente. Seção I Da Concessão e Administração Art. 3º A concessão e a administração do parcelamento de créditos do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS serão de responsabilidade do Município com relação aos: I - transferidos para inscrição em dívida ativa, em face do Convênio previsto no 3º do art. 41 da Lei Complementar nº 123, de 2006; (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15 e 19); II - lançados pelo Município antes da disponibilização do sistema de que trata o art. 78, da Resolução CGSN nº 94 de 29/11/2011, nos termos do art. 129, da Lei Complementar nº 123/2006, desde que não inscritos em Dívida Ativa da União - DAU; III - devidos pelo Microempreendedor Individual MEI e apurados no Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional - SIMEI. Seção II Do Pedido de Parcelamento Art. 4 A adesão ao parcelamento será formalizada pelo interessado, mediante protocolização de requerimento administrativo dirigido ao Secretário Municipal da Fazenda e, nos casos de dívidas judicializadas, ao Procurador-Geral do Município, instruído com os seguintes documentos: I - cópia autenticada do Ato Constitutivo da pessoa jurídica; II - cópia simples do Cadastro da Pessoa Física - CPF do titular da empresa requerente; III - cópia simples do comprovante de residência do titular da empresa requerente; IV - procuração com poderes específicos para assunção das dívidas, quando não formalizada pelo próprio titular da empresa requerente;

2 V - cópias dos Certificados de Registro de Veículos - CRV, quando houver veículos registrados em nome da pessoa jurídica requerente; VI - cópias das matrículas atualizadas de imóveis eventualmente existentes e registrados no Cartório de Registro de Imóveis em nome da pessoa jurídica requerente. 1 A concessão do parcelamento está condicionada ao deferimento do pedido pelo Secretário Municipal da Fazenda e, nos casos de dívidas judicializadas, pelo Procurador-Geral do Município. 2º Atendidos os requisitos para a concessão do parcelamento, a dívida será consolidada, considerando-se como data de consolidação a data do pedido, desde que devidamente instruído com a documentação mencionada no caput deste artigo. 3º O setor responsável pela conferência da documentação de que trata o caput deste artigo não processará o pedido de parcelamento, enquanto não atendidas as exigências previstas nos respectivos incisos, para os quais fica condicionada a sua complementação, no prazo de 5 (cinco) dias contados da data da protocolização do requerimento, sob pena de ser indeferido. 4º Compreende-se por dívida consolidada o somatório dos débitos lançados, acrescidos dos encargos legais, devidos até a data do pedido de parcelamento. (Lei Complementar nº 123, de Subseção I Do Deferimento do Pedido Art. 5º Deferido o pedido de parcelamento, a assinatura do Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento Parcelado, importa confissão irretratável do débito fiscal repassado ao Município pelo Concedente, e apurados mediante ação fiscal do Município. Parágrafo único. O deferimento do pedido de parcelamento está condicionado à confirmação do pagamento da primeira parcela, que deverá ser satisfeita no ato da assunção do Termo de Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento Parcelado, consolidado. Art. 6º Na hipótese da inocorrência do disposto no parágrafo único do artigo anterior deverá ser o contribuinte excluído do Simples Nacional, com efeitos retroativos. Art. 7º O valor mínimo da parcela mensal, para os contribuintes de que trata esta Lei, será obtido mediante a divisão do valor da dívida consolidada pelo número de parcelas solicitadas, observado: I - o limite mínimo equivalente a 35 (trinta e cinco) Unidades Padrão Municipal - UPM de cada parcela, exceto; II - quanto aos débitos de responsabilidade do MEI, quando o valor mínimo será equivalente a 18 (dezoito Unidades Padrão Municipal). Parágrafo único. Observado o disposto no artigo anterior, independentemente do valor do débito, a quantidade de parcelas, pactuadas para pagamento, não poderá ser superior a 60 (sessenta) mensalidades e seu vencimento ocorrerá no dia 10 (dez) de cada mês. Seção III Dos Débitos Objeto do Parcelamento Art. 8º O parcelamento de que trata esta lei não se aplica: I - às multas por descumprimento de obrigação acessória; II - aos demais tributos ou fatos geradores não abrangidos pelo Simples Nacional, previstos no 1º do art. 13 da Lei Complementar nº 123, de 2006, inclusive aqueles passíveis de retenção na fonte, de desconto de terceiros ou de sub-rogação.

3 Seção IV Das Disposições Gerais Art. 9º Sobre o débito objeto do parcelamento previsto nesta lei incidirá atualização monetária pelo índice previsto no Código Tributário Municipal e, sobre cada parcela não paga no vencimento, as onerações de mora previstas no mesmo diploma legal. 1º Somente serão parcelados os débitos já vencidos e constituídos na data do pedido de parcelamento, excetuadas as multas de ofício vinculadas a débitos já vencidos, que poderão ser parceladas antes da data de vencimento. (Lei Complementar nº 123, de 2º Somente poderão ser parcelados os débitos que não se encontrem com exigibilidade suspensa na forma do art. 151 do Código Tributário Nacional (CTN). (Lei Complementar nº 123, de 3º Os débitos constituídos por meio de Auto de Infração e Notificação Fiscal poderão ser parcelados desde a sua lavratura, observando-se o disposto no 2º. (Lei Complementar nº 123, de 4º É vedada a concessão de parcelamento para sujeitos passivos com falência decretada. 5º No caso de parcelamento de débito judicializado, o devedor arcará com todos os encargos legais e judiciais incidentes sobre a dívida, incluídas as custas e honorários. Art. 10. O parcelamento de débitos da empresa, cujos atos constitutivos estejam baixados, será requerido em nome do titular ou de um dos sócios. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15). Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se também aos parcelamentos de débitos cuja execução tenha sido redirecionada para o titular ou para os sócios. (Lei Complementar nº 123, de Seção V Da Revisão do Pedido Art. 11. Poderá ser realizada, a pedido ou de ofício, revisão dos valores objeto do parcelamento para eventuais correções, ainda que já concedido o parcelamento. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15) Seção VI Do Reparcelamento Art. 12. É vedada a concessão de novo parcelamento enquanto não integralmente pago o parcelamento anterior, salvo na hipótese da disposição do artigo seguinte. Art.13. Será admitido um único reparcelamento de débito do Simples Nacional constante de parcelamento que tenha sido rescindido, concedendo-se novo prazo observado o limite de que trata o parágrafo único do artigo 7º, desta Lei. Parágrafo único. Observadas as demais exigências desta Lei, a formalização de reparcelamento de débitos fica condicionada ao recolhimento da primeira parcela em valor correspondente a: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15 e 18) I - 10% (dez por cento) do total dos débitos consolidados; ou II - 20% (vinte por cento) do total dos débitos consolidados, caso haja débito com histórico de reparcelamento anterior.

4 Seção VII Da Rescisão Art. 14. Implicará rescisão do parcelamento: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 24) I - a falta de pagamento de três parcelas, consecutivas ou não; ou II - a existência de saldo devedor, após a data de vencimento da última parcela do parcelamento. 1º É considerada inadimplente a parcela parcialmente paga. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15) 2º Rescindido o parcelamento, apurar-se-á o saldo devedor, providenciando-se, conforme o caso, o encaminhamento do débito para inscrição em dívida ativa ou o prosseguimento da cobrança, se já realizada aquela, inclusive quando em execução fiscal. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15) 3º A rescisão do parcelamento motivada pelo descumprimento das normas que o regulam implicará no restabelecimento da dívida remanescente, com todos os acréscimos legais previstos na legislação municipal. Seção VIII Das Disposições Finais Art. 15. Fica o Poder Executivo autorizado a editar normas complementares relativas ao parcelamento, observando-se as disposições desta Seção. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 21, 15). Art. 16. Esta Lei entrará em vigor na data de sua aplicação, com eficácia a partir de janeiro de GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE VENÂNCIO AIRES, em 20 de junho de AIRTON LUIZ ARTUS Prefeito Municipal Leandro Pitsch Secretário de Administração

5 JUSTIFICATIVA A Lei Complementar Federal nº 123, de 14/12/2006 que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte determina no seu art. 1º normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. (Grifamos) Com base nessa legislação, recepcionada pelo Município, através da Lei Complementar nº 014, de 19/12/2007 foi regulamentado o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas (ME), às empresas de pequeno porte (EPP) e aos microempresários individuais (MEI) de que trata a Lei Complementar Federal nº 123/2006. Posteriormente, a Lei Complementar Federal nº 139/2011 que altera dispositivos da Lei Complementar nº 123/2006 tratou de forma específica acerca das regras gerais do parcelamento de débitos das empresas optantes do Simples Nacional, estabelecendo sua admissibilidade desde que observadas as regras do Comitê Gestor do Simples Nacional, insculpidas na Resolução nº 94, de 29 de novembro de O firmou convênio (previsto no 3º do art. 41 da LC 123/2006) com a União em dezembro de 2011, para que os débitos de ISS dos contribuintes optantes pelo Simples Nacional sediados neste Município fossem transferidos para que a inscrição em dívida ativa seja feita e administrada pelo próprio Município. Cumpre informar que a União já repassou ao Município um arquivo digital com todas as empresas em débito para possível parcelamento. Inclusive há débitos de 2007 que começam a prescrever em julho de 2012, e diante disso, para que os parcelamentos sejam efetivados e não haja a prescrição dos débitos, existe a URGÊNCIA em fazer as devidas alterações na legislação municipal, de modo a contemplar na legislação municipal as mesmas regras estabelecidas pela legislação federal, Lei Complementar nº 139/2011 e Resolução CGSN nº 94/2011, em especial no que diz respeito às regas de aplicação de correção financeira e parcelamento desta situação tributária de natureza diferenciada dos demais créditos tributários constantes do Código Tributário Municipal. Diante do exposto, submetemos à apreciação de Vossas Excelências, em regime de urgência, o presente Projeto de Lei, solicitando sua aprovação, por ser de relevante interesse público. Leandro Pitsch Secretário de Administração AIRTON LUIZ ARTUS Prefeito Municipal