PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DA RIA DE AVEIRO COMO SÍTIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA - RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO

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1 EMISSOR UNIDADE DE ESPÉCIES E HABITATS NÚMERO DATA Dezembro 2012 TÍTULO PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DA RIA DE AVEIRO COMO SÍTIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA - RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DA RIA DE AVEIRO COMO SÍTIO DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA PROPOSTA TÉCNICA - DEZEMBRO 2012

2 RELATÓRIO FICHA TÉCNICA Coordenação Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta, I.P. Equipa científica Flora e habitats: Dr. João Honrado 1 Dr. Paulo Alves 1 Dr. Francisco Barreto Caldas 1 Dra. Joana Figueiredo 1 Ictiofauna: Dr. Pedro Raposo de Almeida 2,3 Dr. Bernardo Ruivo Quintella 2,3 Dr. Carlos Alexandre 3 Dra. Ana Filipa Ferreira 2 1 CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos & Faculdade de Ciências, Universidade do Porto 2 Departamento de Biologia, Universidade de Évora 3 Instituto de Oceanografia, Universidade de Lisboa - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 2/42

3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO PEIXES LAMPREIA-MARINHA, PETROMYZON MARINUS LAMPREIA-DE-RIACHO, LAMPETRA PLANERI SÁVEL, ALOSA ALOSA SAVELHA, ALOSA FALLAX LAMPREIAS E CLUPEÍDEOS HABITATS HABITAT 1130, ESTUÁRIOS HABITAT 1330, PRADOS SALGADOS ATLÂNTICOS (GLAUCO-PUCCINELLIETALIA MARITIMAE) HABITAT 2170, DUNAS COM SALIX REPENS SSP. ARGENTEA (SALICION ARENARIAE) PATRIMÓNIO NATURAL DA ÁREA A CLASSIFICAR ÁREA PROPOSTA PARA CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANEXOS ANEXO 1 FORMULÁRIO DE DADOS NORMALIZADO NATURA 2000 PARA O SÍTIO RIA DE AVEIRO ANEXO 2 LIMITES DA ÁREA PROPOSTA PARA CLASSIFICAÇÃO COMO SÍTIO RIA DE AVEIRO ANEXO 3 OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DA FAUNA E FLORA INCLUÍDAS NOS ANEXOS II, IV E V DA DIRETIVA HABITATS ANEXO 4 DISTRIBUIÇÃO DOS HABITATS NATURAIS INCLUÍDOS NO ANEXO I DA DIRETIVA HABITATS - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 3/42

4 1. INTRODUÇÃO A Diretiva Habitats (Diretiva nº 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de maio de 1992, transposta para o direito interno pelo Decreto-Lei n.º 140/99 de 24 de abril, republicado pelo Decreto- Lei n.º 49/05 de 24 de fevereiro) tem como principal objetivo contribuir para assegurar a Biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e de espécies da flora e fauna selvagens considerados ameaçados no território da União Europeia. Decorrente da sua aplicação, cada Estado Membro propôs à Comissão Europeia uma lista de Sítios, selecionados com base em critérios que tiveram em conta a representatividade de cada espécie num dado Sítio, a dimensão e a densidade da população de uma espécie num dado Sítio relativamente ao quantitativo nacional, o estado de conservação da espécie considerada no Sítio, e o grau de isolamento populacional relativamente à sua área de distribuição. No referente aos habitats, o tipo de habitat num dado Sítio, a área abrangida pelo Sítio relativamente à área total que esse ocupa no território nacional e o respetivo estado de conservação. A partir da proposta nacional de Sítios apresentada por cada Estado-Membro e após um processo de análise e discussão bilateral com a Comissão, foram selecionados os Sítios de Importância Comunitária (SIC) por região biogeográfica. Portugal distribui-se ao longo de três regiões biogeográficas terrestres para as quais se encontram já aprovadas as listas dos Sítios de Importância Comunitária: região Macaronésica nos Arquipélagos da Madeira e Açores, e regiões Atlântica e Mediterrânica no território continental. A lista dos Sítios de Importância Comunitária da região biogeográfica Mediterrânica foi adotada em 2006 pela Comissão Europeia através da Decisão da Comissão 2006/613/CE de 19 de julho de Neste diploma foi igualmente publicada uma lista dos valores naturais em relação aos quais a Comissão não pode concluir que a Rede Natura 2000 está completa, ou seja, foi considerado existirem espécies e tipos de habitats insuficientemente representados na Rede Natura RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 4/42

5 No quadro 1 encontram-se resumidas as insuficiências referidas, relativas à região biogeográfica Mediterrânica de Portugal continental. A necessidade de inclusão desses valores na Rede Natura 2000 implica a classificação de mais SIC. Quadro 1. Valores naturais de interesse comunitário considerados pela Comissão Europeia como insuficientemente representados nos Sítios da Rede Natura 2000 designados por Portugal, de acordo com o Anexo 2 da Decisão da Comissão que adota a lista dos SIC da região biogeográfica Mediterrânica. Tipos de habitats insuficientemente representados Estuários Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae) Dunas com Salix repens subsp. argentea (Salicion arenariae) Dunas com vegetação esclerófila da Cisto-Lavenduletalia Águas oligotróficas muito pouco mineralizadas em solos geralmente arenosos do oeste mediterrânico com Isoëtes spp. Espécies da flora insuficientemente representadas Bryoerythrophyllum campylocarpum Holcus setiglumis subsp. duriensis Leuzea longifolia Linaria algarviana Narcissus cyclamineus Ononis hackelii Plantago algarbiensis Tuberaria major Espécies de invertebrados insuficientemente representadas Cerambyx cerdo Coenagrion mercuriale Geomalacus maculosus Margaritifera margaritifera Oxygastra curtisii Unio crassus Espécies de peixes insuficientemente representadas Lampetra fluviatilis Lampetra planeri Petromyzon marinus Alosa alosa Alosa fallax Anaecypris hispanica Barbus comiza Espécies de mamíferos insuficientemente representadas Canis lupus Myotis myotis Lynx pardinus - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 5/42

6 A presente proposta de classificação da ria de Aveiro como SIC, pretende contribuir para, na região biogeográfica Mediterrânica, suprir a insuficiência de representação na Rede Natura 2000 dos valores identificados, nomeadamente no que respeita a quatro espécies da fauna e a três tipos de habitat: Petromyzon marinus (código 1095) Lampetra planeri (código 1096) Alosa alosa (código 1102) Alosa fallax (código 1103) "Estuários (código 1130) Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae) (código 1330) Dunas com Salix repens ssp. argentea (Salicion arenariae) (código 2170) - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 6/42

7 2. PEIXES É reconhecida a importância da bacia hidrográfica do Vouga para as espécies migradoras diádromas, razão pela qual um troço do rio Vouga já se encontra classificado no âmbito da Rede Natura SIC Rio Vouga/PTCON0026. A ria de Aveiro, local onde desagua o rio Vouga, é uma área fundamental para as espécies anádromas já que lhes assegura condições ecológicas essenciais ao sucesso das suas migrações reprodutoras, garantindo a conectividade entre o mar e os cursos de água doce (que constituem os locais de desova), nomeadamente o troço já classificado sob o SIC Rio Vouga (figura 1). Figura 1. Localização do SIC Rio Vouga e dos cursos de água principais na ria de Aveiro - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 7/42

8 RELATÓRIO No quadro 2 estão identificadas as espécies insuficientemente representadas cuja ocorrência na ria de Aveiro justifica a sua classificação como Sítio. Com exceção de Lampetra planeri são todas espécies migradoras anádromas. Quadro 2. Espécies de interesse comunitário consideradas pela Comissão Europeia como insuficientemente representadas nos Sítios da Rede Natura 2000 designados por Portugal e com ocorrência na ria de Aveiro Código Espécie Diretiva Convenção Livro Habitats Berna Vermelho 1095 Petromyzon marinus Linnaeus, 1758 Anexo II Anexo III VU 1096 Lampetra planeri (Bloch, 1784) Anexo II Anexo III CR 1102 Alosa alosa (Linnaeus, 1758) Anexos II e V Anexo III EN 1103 Alosa fallax (Lacepède, 1803) Anexos II e V Anexo III VU Diretiva Habitats: Anexo II espécie de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de zonas especiais de conservação / Anexo V espécies de interesse comunitário cuja captura na natureza e exploração podem ser objeto de medidas de gestão Convenção de Berna: Anexo III espécies da fauna protegidas Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: Estatuto de ameaça VU vulnerável / EN em perigo / CR criticamente em perigo 2.1 LAMPREIA-MARINHA, PETROMYZON MARINUS A lampreia-marinha, Petromyzon marinus Linnaeus, 1758 é uma espécie migradora anádroma que desenvolve grande parte do seu ciclo de vida em ambiente marinho, deslocando-se os adultos para o ambiente dulciaquícola a fim de se reproduzirem. Em Portugal continental a sua presença está confirmada nas principais bacias hidrográficas a Norte do rio Sado, estando igualmente presente na bacia hidrográfica do Guadiana (Almeida et al., 2002). Dada a sua área de ocupação reduzida (menor que 100 km 2 ) e fragmentação elevada, é considerada uma espécie que enfrenta um relevante risco de extinção - categoria de ameaça Vulnerável - verificando-se um declínio continuado na área de ocupação, associado a uma degradação da qualidade do habitat (Rogado et al., 2005a). Em Portugal continental, a espécie está representada em oito SIC, cinco dos quais localizados na região biogeográfica Mediterrânica (quadro 3), região na qual se insere a ria de Aveiro. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 8/42

9 Quadro 3. Ocorrência de Petromyzon marinus em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0017 Litoral Norte Atlântica PTCON0020 Rio Lima Atlântica PTCON0019 Rio Minho Atlântica PTCON0055 Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas Mediterrânica PTCON0009 Estuário Tejo Mediterrânica PTCON0036 Guadiana Mediterrânica PTCON0013 Ria Formosa/ Castro Marim Mediterrânica PTCON0026 Rio Vouga Mediterrânica A ria de Aveiro é um sistema de transição entre os meios marinho e dulciaquícola, pelo que a ocorrência de lampreia-marinha é transitória, na sua passagem em direção ao rio ou ao mar. Apesar de se tratar de uma espécie pouco frequente na própria ria (Rebelo & Pombo, 2001) depende em absoluto deste ecótono na sua migração reprodutora. Segundo Almeida et al. (2005), a bacia hidrográfica do Vouga apresenta disponibilidade de zonas com condições adequadas para a sua reprodução as quais ocorrem, sobretudo, em zonas superiores dos cursos de água doce. No rio Vouga, a distribuição da população larvar apresenta uma ocupação generalizada ao longo do leito do rio, contudo as populações com amocetes de maiores dimensões conseguem ser mais facilmente encontradas para jusante dos açudes do Carvoeiro e de Sernada, ou seja, na zona inferior do SIC rio Vouga. Provavelmente, devido às barreiras existentes a montante, esta é a área de reprodução mais disponível para P.marinus neste rio. Na zona mais próxima da ria, concretamente a jusante de S. João de Loure, o sedimento vai-se tornando gradualmente inadequado para o estabelecimento destas populações ocorrendo essencialmente indivíduos juvenis ou macroftálmicos (Almeida et al., 2005). Os principais tributários do rio Vouga, nomeadamente os rios Antuã, Águeda e um afluente deste - rio Agadão - possuem muitos locais com condições propícias para o estabelecimento de leitos de amocetes: água limpa com corrente e leito constituído, essencialmente, por pedras e cascalho. O rio Antuã tem boas condições para o desenvolvimento de lampreia-marinha em particular para montante de Estarreja, no - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 9/42

10 entanto, este troço parece ter vindo gradualmente a perder a relevância para a migração devido à poluição a que está sujeito (Almeida et al., 2005). Segundo Almeida et al. (2005) as ameaças mais graves para a lampreia-marinha na bacia hidrográfica do Vouga são as que incidem na fase continental do seu ciclo de vida, dos quais se destaca a interrupção da continuidade longitudinal (construção de barragens e açudes), que alteram as zonas de desova ou impedem o seu acesso. Também a ação conjunta de diversos fatores como a poluição excessiva, o fraco caudal de atração, a exploração de inertes, a limpeza das margens e do leito do rio (que implica a redução de refúgios disponíveis), a alteração do regime natural de caudais (devido à exploração dos recursos hídricos e ao regime de exploração das barragens) e a captura de exemplares com fins comerciais (pesca profissional e furtivismo) têm contribuído para o declínio desta espécie (Almeida et al., 2005). Na bacia do Vouga os locais para refúgio diurno caracterizam-se por ocorrerem a baixas profundidades (0.84 ± 0.43 m), de corrente muito lenta ou nula (0.03 ± 0.04 m.s -1 ) e com uma elevada concentração de oxigénio (99.69 ± 9.28 %). Em grande parte das situações, estes animais também optam por refúgios com ensombramento total ou quase, motivado tanto pela existência de macro-detritos (i.e. troncos e ramos de árvores e outras matérias, essencialmente, de origem vegetal, que são arrastadas e que se vão acumulando pontualmente ao longo do rio), como de rochas e/ou vegetação (aquática ou marginal). O substrato dominante encontrado nesta bacia é composto por areia (39 %) e o subdominante, que para as lampreias poderá revelar-se de maior importância, consiste essencialmente em cascalho (41 %) e pedra (27 %) (Almeida et al., 2005). 2.2 LAMPREIA-DE-RIACHO, LAMPETRA PLANERI A lampreia-de-riacho, Lampetra planeri (Bloch, 1748) é uma espécie residente 1 completa todo o seu ciclo de vida em meio dulciaquícola de rios permanentes. que 1 Esta espécie também migra na época de reprodução, contudo percorre distâncias muito curtas. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 10/42

11 RELATÓRIO As populações existentes no rio Vouga constituem uma das três Unidades Evolutivas Significativas 2, pelo que tem de ser assegurado o reconhecimento e proteção da herança genética e manutenção do seu potencial evolutivo (Almeida et al., 2004). Cada uma das populações isoladas pode possuir adaptações específicas às condições ecológicas do local, e os esforços de conservação devem ser dirigidos para a preservação da integridade genética de cada grupo, porque a não conservação destes stocks distintos pode reduzir o potencial evolutivo da espécie (Alves et al., 2001). Segundo Ferreira (2011), a bacia hidrográfica do Vouga apresenta uma elevada probabilidade de ocorrência de Lampetra sp., em particular, em toda a zona Sul mais litoral, que possui condições para a ocorrência de larvas. Nesse estudo, o troço inferior do rio Vouga bem como o rio Águeda e seus afluentes foram os locais da bacia hidrográfica com um registo mais frequente de Lampetra sp., apresentando igualmente condições favoráveis para a reprodução da espécie, nomeadamente os rios Águeda e Levira. De referir ainda que nos rios Alfusqueiro, Cértima e Antuã, embora também com boas condições para a ocorrência de larvas de Lampetra planeri, não foram capturados espécimes desta espécie (Ferreira, 2011). Em Portugal continental, a presença de Lampetra planeri está confirmada nas bacias hidrográficas do Douro (Maia et al., 2008), Ribeiras entre Douro e Vouga, Mondego, Lis, Ribeiras do Oeste, Tejo e Sado (Cabral et al. 2005; Espanhol et al., 2007) Na região biogeográfica Mediterrânica a espécie Lampetra planeri está representada em quatro SIC (quadro 4). Quadro 4. Ocorrência de Lampetra planeri em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0018 Barrinha de Esmoriz Mediterrânica PTCON0055 Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas Mediterrânica PTCON0026 Rio Vouga Mediterrânica PTCON0045 Sicó/Alvaiázere Mediterrânica Importa referir que segundo vários autores, Lampetra planeri terá evoluído de Lampetra fluviatilis, constituindo uma espécie satélite desta. Estudos genéticos parecem corroborar 2 A definição de Unidades Evolutivas Significativas baseia-se no reconhecimento de herança genética e potencial evolutivo único, inerentes a cada unidade. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 11/42

12 a hipótese da existência de uma única espécie, mas não excluem a hipótese alternativa de evolução paralela em diferentes bacias, com perda repetida da diadromia, constituindo L. planeri um taxon parafilético. Por outro lado, a maioria dos dados de campo de L. fuviatilis e L. planeri em Portugal referem-se a amocetes, fase na qual é muito difícil a identificação ao nível específico, não tendo sido possível determinar em algumas bacias hidrográficas qual a espécie presente (Rogado et al., 2005b). A bacia hidrográfica do Tejo é a única bacia onde está confirmada a ocorrência de L. fluviatilis, por se terem capturado indivíduos adultos. Embora seja provável a sua ocorrência noutras bacias hidrográficas, incluindo a do Vouga, esta carece ainda de confirmação específica. Pelas razões que se prendem com a difícil identificação das espécies, o estatuto de ameaça está avaliado para os dois taxa em conjunto. Uma distribuição muito fragmentada e um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat e do número de sub populações (Rogado et al., 2005b), conferem às duas espécies do género Lampetra uma categoria de ameaça de Criticamente em Perigo (Cabral et al., 2005). Os principais fatores de ameaça para L. planeri estão relacionados com a perda de habitat resultante da construção de barragens e açudes, extração de inertes e poluição aquática (Doadrio, 2001). 2.3 SÁVEL, ALOSA ALOSA O sável, Alosa alosa (Linnaeus, 1758) é uma espécie migradora anádroma, que passa a maior parte do seu ciclo de vida em ambiente marinho. O declínio da área de ocupação e da qualidade do habitat, conduziu a um decréscimo no número de subpopulações e de indivíduos maduros (Rogado et al., 2005c), conferindo-lhe a categoria de ameaça Em Perigo (Cabral et al., 2005). As ameaças mais graves são as que incidem na fase continental do seu ciclo de vida, das quais se destacam a construção de barragens que alteram as zonas de desova ou impedem o seu acesso, a alteração do regime natural de caudais, a poluição, a exploração de inertes e a sobrepesca (Rogado et al., 2005c). - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 12/42

13 A espécie encontra-se estabelecida nas bacias hidrográficas dos rios Minho, Lima, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana, estando representada em oito SIC (quadro 5). Quadro 5. Ocorrência de Alosa alosa em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0017 Litoral Norte Atlântica PTCON0020 Rio Lima Atlântica PTCON0019 Rio Minho Atlântica PTCON0009 Estuário do Tejo Mediterrânica PTCON0036 Guadiana Mediterrânica PTCON0013 Ria Formosa/Castro Marim Mediterrânica PTCON0026 Rio Vouga Mediterrânica PTCON0039 Serra de Arga Mediterrânica Tal como as restantes espécies anádromas, utiliza a bacia hidrográfica do Vouga para completar o seu ciclo de vida, utilizando a ria de Aveiro para aceder às zonas de reprodução. A migração reprodutora inicia-se durante o mês de março e prolonga-se até ao final do mês de julho. A maioria dos reprodutores morre após a desova. De acordo com Almeida et al. (2005), segundo inquéritos feitos a pescadores, o número de sáveis que entram no rio para desovar diminui de ano para ano, sendo que a grande maioria é capturada ainda na ria, pelo que poucos exemplares deverão conseguir reproduzir-se com sucesso. 2.4 SAVELHA, ALOSA FALLAX A savelha, Alosa fallax (Lacepède, 1803) é uma espécie migradora anádroma cuja redução da área de ocupação e da qualidade do habitat provocou um declínio no número de subpopulações, conferindo-lhe a categoria de ameaça Vulnerável (Cabral et al., 2005). A construção de barragens que alteram as zonas de desova ou impedem o seu acesso, a alteração do regime natural de caudais, a poluição, a exploração de inertes e a sobrepesca são os principais fatores de ameaça para a sobrevivência desta espécie nos rios portugueses (Rogado et al., 2005d). - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 13/42

14 Em Portugal ocorre nas bacias hidrográficas dos rios Minho, Lima, Vouga, Mondego, Tejo, Sado, Mira e Guadiana. Está representada em dez SIC, sete na região biogeográfica Mediterrânica e três na região Atlântica (quadro 6). Quadro 6. Ocorrência de Alosa fallax em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0017 Litoral Norte Atlântica PTCON0020 Rio Lima Atlântica PTCON0019 Rio Minho Atlântica PTCON0012 Costa Sudoeste Mediterrânica PTCON0011 Estuário do Sado Mediterrânica PTCON0009 Estuário do Tejo Mediterrânica PTCON0036 Guadiana Mediterrânica PTCON0013 Ria Formosa/Castro Marim Mediterrânica PTCON0026 Rio Vouga Mediterrânica PTCON0039 Serra de Arga Mediterrânica Segundo Rogado et al. (2005) a savelha reproduz-se em água doce ou, em algumas situações, na parte superior da zona estuarina, e os juvenis passam por uma fase de duração variável em meio estuarino. À semelhança do sável, entre maio e julho efetua a migração para se reproduzir, efetuando contudo migrações de menor amplitude. Após a desova migra de volta para o mar, podendo reproduzir-se mais duas ou três vezes nos anos seguintes. A existência de obstáculos potencialmente intransponíveis para as espécies migradoras, em particular para os clupeídeos (sável e savelha), mais sensíveis a constrangimentos desta natureza, provoca uma redução da abundância de espécimes que conseguem alcançar as zonas mais a montante do rio Vouga (Almeida et al., 2005). Verifica-se ainda uma intensa pesca de cariz furtivo a jusante destas zonas, especialmente dirigida ao sável (e à lampreiamarinha), em particular no troço incluído no interior do SIC Rio Vouga (Almeida et al., 2005). 2.5 LAMPREIAS E CLUPEÍDEOS As lampreias e clupeídeos acima referidos estão insuficientemente representados na região Mediterrânica, sendo que em Portugal Lampetra planeri apenas ocorre nesta região biogeográfica. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 14/42

15 São espécies que para além de enfrentarem as ameaças comuns à maioria das espécies aquícolas, apenas se reproduzem uma vez, dado que o final da desova coincide com a morte do reprodutor. Excetua-se Alosa fallax que após a desova migra de volta para o mar (embora sofra alguma mortalidade após este período crítico do seu ciclo de vida). Na ria de Aveiro estes migradores anádromos ocorrem em toda a área lagunar da ria, bem como nos seus principais tributários, nomeadamente os rios Vouga, Águeda e Levira (figura 2). Assim, a classificação da ria de Aveiro como Sítio permite colmatar as insuficiências de representação destas espécies na atual Rede Natura, na medida em que assegura a continuidade longitudinal entre os ambientes marinho e dulciaquícola. Figura 2. Ocorrência dos peixes anádromos na área proposta para classificação - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 15/42

16 Considera-se que o Sítio Ria de Aveiro deverá assegurar a continuidade para o Rio Vouga, e incluir dentro dos seus limites os cursos de água mais relevantes para a conservação dos peixes migradores. Apesar de se verificar boa probabilidade de ocorrência destes peixes noutros cursos de água (como os rios Antuã, Cértima ou Alfusqueiro), os rios Levira, Águeda e Vouga revelaram as condições ecológicas mais propícias, como também exibiram os melhores resultados de capturas, demonstrando uma maior importância para a desova destas espécies. De referir ainda que, os rios Levira, Águeda e Vouga estão classificados no Plano Nacional de Conservação da Lampreia-de-riacho e da Lampreia-de-rio (Almeida et al., 2011) com o nível máximo de prioridade de conservação de Lampetra sp. para a bacia hidrográfica do Vouga. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 16/42

17 RELATÓRIO 3. HABITATS Na ria de Aveiro, extensa zona húmida que abrange uma grande diversidade de habitats dunares, costeiros e halófilos, é possível encontrar três dos habitats insuficientemente representados na região Mediterrânica (quadro 7). Quadro 7. Habitats de interesse comunitário considerados pela Comissão Europeia como insuficientemente representadas nos Sítios da Rede Natura 2000 designados por Portugal e com ocorrência na ria de Aveiro Código Habitat Diretiva Habitats 1130 Estuários Anexo I 1330 Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae) Anexo I 2170 Dunas com Salix repens ssp. argentea (Salicion arenariae) Anexo I Anexo I da Diretiva Habitats: - tipos de habitats naturais de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de ZEC 3.1 HABITAT 1130, ESTUÁRIOS Os Estuários correspondem ao troço final de um rio, estendendo-se desde a foz até ao limite das águas salobras ou ao limite da influência das marés, o que se localizar mais a montante (ALFA, 2004). O habitat Estuários é um tipo de habitat com uma definição ampla, complexo, sujeito a gradientes ecológicos acentuados, nomeadamente em termos do grau de salinidade e do regime de submersão (pela água da maré), cuja influência é determinante na estruturação das diversas fitocenoses que se desenvolvem nestas áreas. Em nenhum outro tipo de habitat em Portugal confluem tantas classes de vegetação como num estuário (ALFA, 2004). Este habitat tem assim a particularidade de englobar áreas desprovidas de vegetação vascular bem como diversas comunidades vegetais halófilas e sub-halófilas, ou seja, outros - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 17/42

18 habitats que estão também protegidos individualmente pela Diretiva Habitats. Em Portugal, o habitat 1130 pode incluir os seguintes tipos de habitats naturais: 1110 Bancos de areia permanentemente cobertos por água do mar pouco profunda; 1140 Lodaçais e areais a descoberto na maré baixa; 1170 Recifes; 1310 Vegetação pioneira de Salicornia e outras espécies anuais das zonas lodosas e arenosas; 1320 Prados de Spartina (Spartinion maritimae); 1330 Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae); 1410 Prados salgados mediterrânicos (Juncetalia maritimi); 1420 Matos halófilos mediterrânicos e termoatlânticos (Sarcocornetea fruticosi); 1430 Matos halonitrófilos (Pegano-Salsoletea); 1510 * Estepes salgadas mediterrânicas (Limonietalia). Este habitat está assinalado para nove SIC em Portugal continental (quadro 8). Quadro 8. Ocorrência do habitat 1130 em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0017 Litoral Norte Atlântica PTCON0020 Rio Lima Atlântica PTCON0019 Rio Minho Atlântica PTCON0052 Arade/Odelouca Mediterrânica PTCON0012 Costa Sudoeste Mediterrânica PTCON0011 Estuário do Sado Mediterrânica PTCON0009 Estuário do Tejo Mediterrânica PTCON0058 Ria de Alvor Mediterrânica PTCON0013 Ria Formosa/Castro Marim Mediterrânica Potencialmente, a ria de Aveiro seria classificada como uma lagoa costeira (habitat 1150), isto é, num cenário de ausência de dragagens e de obras de regularização da ria. No entanto, a manutenção de uma conexão artificial com o mar permite um fluxo bidiário da água das marés que se repercute na organização de complexos de vegetação ( microgeosigmeta ) característicos de sapal. Deste modo, uma interpretação objetiva dos critérios que definem os habitats do Anexo I da Diretiva 92/43/CEE implica que uma parte considerável da ria de Aveiro deva ser considerada como habitat 1130 Estuários (ALFA, 2004). De assinalar contudo, que esta situação não impede a ocorrência do habitat 1150 em pequenas comunidades fechadas de Ruppia maritimae, embora se registe de forma pontual, com uma presença não significativa. Efetivamente, de acordo com ALFA (2004) - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 18/42

19 frequentemente as lagunas costeiras podem estar inseridas em sistemas estuarinos (habitat 1130). Na ria de Aveiro este habitat enquadra-se nos Estuários atlânticos, subtipo que ocorre a Norte do estuário do Mondego. Os estuários atlânticos portugueses têm sido profundamente alterados pela ação antrópica e, consequentemente, apresentam um grau de conservação muito baixo. Os objetivos de conservação preconizados para este subtipo do habitat Estuários apontam inclusivamente para a necessidade de incrementar a área de ocupação e melhorar o seu estado de conservação (ALFA, 2004). Nestas circunstâncias, a ria de Aveiro desempenha um papel preponderante, ao representar a área do habitat 1130 mais importante na zona norte do país (figura 3). Figura 3. Ocorrência do habitat 1130 na ria de Aveiro - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 19/42

20 Todavia, também na ria de Aveiro, uma área densamente povoada com crescimento urbano e industrial relevante, o ecossistema estuarino enfrenta algumas das ameaças comuns a outros sistemas estuarinos, como a redução de habitats por drenagem e conversão de zonas húmidas, ou o abandono da salicultura e sua conversão em aquaculturas. A poluição da água, proveniente sobretudo de efluentes industriais foi durante largos anos um dos principais fatores negativos a que a ria de Aveiro foi sujeita, fator que recentemente tem vindo a ser alvo de medidas de minimização. São igualmente relevantes as intervenções que induzem alterações significativas na dinâmica da ria, como as resultantes das dragagens, abertura de canais e desassoreamentos. Importa ainda referir que os estuários integram um habitat extremamente ameaçado que encerra enorme valor nos serviços prestados pelo ecossistema e concomitantemente se constitui como um património valioso da Ria de Aveiro: - as pradarias marinhas de Zostera noltii (que se enquadram no subtipo 2 do habitat 1140 "Bancos de sedimentos intermareais com Zostera noltii" e no subtipo 4 do habitat 1110 "Bancos com Zostera noltii") vegetação aquática historicamente conhecida como moliço. Tal como a maioria das pradarias marinhas a nível global, as pradarias marinhas da costa portuguesa estão perante um declínio sem precedentes na sua distribuição, não constituindo a Ria de Aveiro uma exceção a esta tendência (Cunha et al. 2011). Dados concretos apontam para um decréscimo na cobertura de Z.noltii de 8 km 2 para 3 km 2 entre 1984 e 2004 (Silva et al. 2004, Silva et al / in Cunha et al. 2010). Efetivamente, se esta vegetação era anteriormente descrita como luxuriante na Ria de Aveiro, o decréscimo acentuado que se verificou nas últimas cinco décadas, restringiu os bancos de Z.noltii a algumas áreas intertidais menos expostas às correntes tidais (Cunha et al. 2011). Refira-se por fim que o Manual de Interpretação dos Habitats da União Europeia (Comissão Europeia, 2003) refere, concretamente em relação ao habitat 1130, que um estuário constitui uma unidade ecológica em conjunto com os tipos de habitats costeiros terrestres circundantes, pelo que no âmbito da gestão da área estes diferentes tipos de habitats não devem ser separados e esta realidade deve ser tida em conta na delimitação dos Sítios. Do mesmo modo, e de acordo com a nota produzida em 2003 pela Comissão Europeia para a interpretação dos Estuários como auxílio à sua seleção e delimitação, estas devem ser - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 20/42

21 exclusivamente baseadas em critérios científicos, considerando os biótopos constituintes, as características geomorfológicas, o dinamismo ecológico e os processos hidrológicos. Um Estuário deve englobar todas as áreas, sem que nenhuma parte importante do complexo estuarino seja excluída. Assim, a delimitação de áreas não deve ser circunscrita apenas às áreas intertidais, integrando áreas subtidais, áreas abaixo de determinada profundidade ou canais de navegação. A baixa qualidade ecológica de certas áreas não será igualmente impedimento à sua inclusão, devendo mesmo conduzir ao seu restauro. 3.2 HABITAT 1330, PRADOS SALGADOS ATLÂNTICOS (GLAUCO-PUCCINELLIETALIA MARITIMAE) O habitat 1330, Prados Salgados Atlânticos, é caracterizado por prados-juncais higrófilos e sub-halófilos, com elevado grau de cobertura de juncáceas e gramíneas (ALFA, 2004), os quais se desenvolvem em solos periodicamente inundados pelas marés mas sem encharcamento permanente (Figueiredo, 2004). Este habitat é característico dos sapais internos e externos eurossiberianos, com salinidade baixa a moderada. Ao contrário dos sapais mediterrânicos, onde o sapal externo alto é colonizado por espécies adaptadas a teores muito elevados e variáveis de sais no solo, nos sapais eurossiberianos, as chuvas abundantes, o calor estival moderado e as abundantes águas subsuperficiais doces originam comunidades sub-halófilas, como os juncais e pradosjuncais da aliança Glauco maritimae-juncion maritimi (classe Juncetea maritimi) que constituem o habitat 1330 (ALFA, 2004). Este habitat está presente nos restantes países na região biogeográfica Atlântica, mas na região biogeográfica Mediterrânica ocorre unicamente em Portugal, onde está representado em cinco SIC, dois dos quais na região Mediterrânica (quadro 9). Quadro 9. Ocorrência do habitat 1330 em Rede Natura 2000 (Fonte: PSRN2000) Código Sítio de Importância Comunitária Região biogeográfica PTCON0017 Litoral Norte Atlântica PTCON0020 Rio Lima Atlântica PTCON0019 Rio Minho Atlântica PTCON0018 Barrinha de Esmoriz Mediterrânica PTCON0056 Peniche/Santa Cruz Mediterrânica - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 21/42

22 Os prados-juncais, que dominam a vegetação dos sapais dos estuários temperados de Portugal Continental ( apresentam alguma variabilidade no seu grau de conservação, estando sujeitos a ameaças relevantes, como sejam o sobrepastoreio, a alteração do nível freático, a poluição e a invasão significativa de espécies exóticas invasoras (Alfa, 2004). A Ria de Aveiro constitui a área onde o habitat 1330 apresenta maior expressão no território nacional e seguramente a mais importante representação deste habitat na região Mediterrânica (figura 4). Figura 4. Ocorrência do habitat 1330 na ria de Aveiro - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 22/42

23 3.3 HABITAT 2170, DUNAS COM SALIX REPENS SSP. ARGENTEA (SALICION ARENARIAE) O habitat 2170 consiste em matagais densos de Salix arenaria em depressões dunares (de dunas secundárias) permanentemente húmidas e sazonalmente inundadas, correspondendo à associação Holoschoeno australis-salicetum arenariae (Neto et al, 2004). São formações densas dominadas pelo salgueiro arbustivo Salix arenaria onde se incluem também diversas ciperáceas (Scirpoides holoschoenus, Schoenus nigricans, Carex arenaria) e gramíneas (Agrostis stolonifera var. pseudopungens) típicas das depressões alagadiças das dunas costeiras. Este habitat representa a etapa final de colonização dessas depressões, que sofrem habitualmente encharcamento sazonal mais ou menos prolongado. À semelhança de outros tipos de vegetação de dunas litorais, estes salgueirais possuem uma importância considerável na estabilização dos sistemas dunares em que se desenvolvem, e atendendo às suas características ecológicas particulares, concentram ainda uma fração considerável da fauna das dunas litorais (ALFA, 2004). O habitat 2170 está presente em vários países da região biogeográfica Atlântica, mas na região biogeográfica Mediterrânica apenas ocorre em Portugal (embora de forma marginal), onde está representado num único Sítio de Importância Comunitária - Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas. Efetivamente, o habitat 2170 ocorre em Portugal de forma pontual, encontrando-se as formações mais representativas nos sistemas dunares a Sul de Espinho. Refira-se que a sua posição finícola em Portugal confere a este habitat um assinalável interesse biogeográfico e conservacionista. Na ria de Aveiro o habitat 2170 foi registado sobretudo na zona costeira junto ao Furadouro e ainda na zona de Muranzel e a norte da Torreira (figura 5). Este habitat apresenta uma expressão reduzida, contudo importa ter em consideração que se trata de um habitat atlântico que nesta área se encontra em posição finícola, e que é representado - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 23/42

24 de forma pontual ao longo da costa, dado que necessita de condições topográficas particulares. Figura 5. Ocorrência do habitat 2170 na ria de Aveiro O habitat 2170 é afetado pelo pisoteio e circulação com veículos automóveis nas dunas, pela florestação com pinhal e ainda pela regressão da linha de costa, comprimindo os sistemas dunares contra os ambientes humanizados situados para o interior (ALFA, 2004). Uma das ameaças mais significativas ao habitat 2170 nesta região é a invasão de Acacia longifolia nos terrenos dunares, nomeadamente em S.Jacinto, onde comunidades de Salix arenaria em depressões dunares poderão remanescer apenas pontualmente. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 24/42

25 4. PATRIMÓNIO NATURAL DA ÁREA A CLASSIFICAR Reconhecidamente os estuários estão entre os ecossistemas mais produtivos da biosfera. As suas águas contêm grande quantidade de nutrientes e a produtividade primária (taxa de conversão da energia solar pela fotossíntese em alimento utilizável pela fauna) é potenciada pela boa penetração de luz nas águas de baixa profundidade, permitindo uma atividade fotossintética intensa e quase contínua. São áreas que facilitam a deposição de sedimentos e detritos em suspensão, dada a menor energia das correntes de maré e a retenção efetuada pela vegetação de sapal. Refira-se também a forte ação depuradora oferecida pelos sapais, dada a sua capacidade de absorção e fixação de metais pesados. Para além destes serviços, os estuários desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de fauna aquática, nomeadamente proporcionando locais de desova, maternidade e refúgio a espécies de ictiofauna, e oferecem igualmente habitats de suporte a importantes populações de aves aquáticas. A ria de Aveiro é um sistema estuarino-lagunar constituído por uma rede de canais de maré permanentemente ligados e por uma zona terminal com canais estreitos e de baixa profundidade. A ria é constituída por quatro canais principais de águas pouco profundas: Ovar, S. Jacinto, Mira e Ílhavo onde se definem várias ilhas e ilhotas constituídas pela acumulação de materiais sedimentares. A permanente ligação ao mar é assegurada através da barra de Aveiro, um canal artificial aberto no cordão litoral, induzindo o efeito da maré na área da ria. A ria de Aveiro é considerada como a zona húmida mais importante do Norte do País, onde extensas áreas de sapal, salinas, áreas significativas de caniço e importantes áreas de bocage, associadas a áreas agrícolas, representam importantes locais de alimentação e reprodução para diversas espécies de aves, sobretudo aquáticas, bem como para várias espécies de aves migradoras. Como tal, esta área encontra-se classificada ao abrigo da Diretiva Aves como Zona de Proteção Especial (ZPE) através do Decreto-Lei n.º 384-B/99 de 23 de setembro (figura 6). - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 25/42

26 Figura 6. Áreas classificadas no âmbito da Rede Natura 2000 e áreas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas Esta zona alberga no seu interior a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto (RNDSJ), inicialmente criada pelo Decreto-Lei n.º 41/79, de 6 de março, reclassificada pelo Decreto Regulamentar n.º 46/97, de 17 de novembro e, no decurso dos procedimentos dos trabalhos referentes à elaboração do plano de ordenamento, teve os limites redefinidos pelo Decreto Regulamentar n.º 24/2004 de 12 de julho (figura 6). A classificação desta área protegida de âmbito nacional teve como objetivo a preservação da faixa litoral em face da importância botânica do seu ecossistema dunar e à existência de condições favoráveis para a avifauna aquática. Trata-se de uma área costeira de dimensão reduzida, que abrange uma área marinha até à batimétrica dos 6 m. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 26/42

27 RELATÓRIO A ria de Aveiro é um ecossistema que sofre influência dos meios marinho e dulciaquícola que a envolvem, apresentando variações abióticas que influenciam a distribuição da ictiofauna que nela ocorre. A área estuarina é essencialmente caracterizada pela presença de espécies marinhas, nomeadamente as que dependem deste tipo de ecossistema na sua fase juvenil. Para os migradores diádromos, como Petromyzon marinus, Alosa alosa, Alosa fallax (anádromos) e Anguilla anguilla (catádromo), este ambiente é fundamental para a realização das migrações necessárias para completar o seu ciclo reprodutor. Os peixes dulciaquícolas apenas são encontrados na ria de forma esporádica, contudo os troços dos cursos de água que nela desaguam albergam uma elevada diversidade de peixes como são exemplo: Barbus bocagei, Rutilus macrolepidotus 3, Chondrostoma duriense 4 e Cobitis paludica (espécies incluídas nos anexos da Diretiva Habitats), Squalius carolitertii, Gasterosteus gymnurus e Atherina boyeri. Apesar de serem essencialmente marinhas, as espécies Liza ramada e Platichthys flesus também podem ser encontradas, embora com densidades reduzidas, no troço principal inferior do rio Vouga. A área a classificar sustenta uma importante comunidade faunística onde se podem encontrar diversas espécies da Diretiva Habitats, nomeadamente Bufo calamita, Discoglossus galganoi, Hyla arborea, Pelobates cultripes, Rana iberica, Rana perezi, Triturus marmoratus, Lacerta schreiberi, Eptesicus serotinus, Pipistrellus sp. 5, Lutra lutra e Mustela putorius. De destacar ainda a ocorrência de Triturus helveticus e Podarcis carbonelli, espécies com estatuto de ameaça (Vulnerável). Na ria de Aveiro regista-se a ocorrência de 25 tipos de habitats naturais (quadro 10), destacando-se pela sua expressão nesta área os habitats lagunares, dunares, paludícolas e ripícolas. 3 Revisão taxonómica e estudos filogenéticos levaram à alteração na designação do taxon Rutilus macrolepidotus para Achondrostoma oligolepis. 4 Revisão taxonómica e estudos filogenéticos levaram à alteração na designação do taxon para Pseudochondrostoma duriense. 5 A espécie identificada poderá ser P. pipistrellus ou P. pygmaeus. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 27/42

28 RELATÓRIO Quadro 10. Habitats naturais e seminaturais constantes do anexo B-I do Decreto-Lei n.º 49/2005 de 24 de fevereiro 1110 Bancos de areia permanentemente cobertos por água do mar pouco profunda 1130 Estuários 1140 Lodaçais e areais a descoberto na maré baixa 1150* Lagunas costeiras 1210 Vegetação anual das zonas de acumulação de detritos pela maré 1310 Vegetação pioneira de Salicornia e outras espécies anuais das zonas lodosas e arenosas 1320 Prados de Spartina (Spartinion maritimae) 1330 Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae) 1420 Matos halófilos mediterrânicos e termoatlânticos (Sarcocornetea fruticosi) 2110 Dunas móveis embrionárias 2120 Dunas móveis do cordão litoral com Ammophila arenaria («dunas brancas») 2130* Dunas fixas com vegetação herbácea («dunas cinzentas») 2150* Dunas fixas descalcificadas atlânticas (Calluno-Ulicetea) 2170 Dunas com Salix repens ssp. argentea (Salicion arenariae) 2190 Depressões húmidas intradunares 2270* Dunas com florestas de Pinus pinea e ou Pinus pinaster 2330 Dunas interiores com prados abertos de Corynephourus e Agrostis 3150 Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition 3280 Cursos de água mediterrânicos permanentes da Paspalo-Agrostidion com cortinas arbóreas ribeirinhas de Salix e Populus alba 4020* Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix 6420 Pradarias húmidas mediterrânicas de ervas altas da Molinio-Holoschoenion 91E0* 91F0 92D0 Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae) Florestas mistas de Quercus robur, Ulmus laevis, Ulmus minor, Fraxinus excelsior ou Fraxinus angustifolia das margens de grandes rios (Ulmenion minoris) Galerias e matos ribeirinhos meridionais (Nerio-Tamaricetea e Securinegion tinctoriae) 9230 Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica A negrito: habitats prioritários - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 28/42

29 RELATÓRIO Importa ainda destacar a ocorrência de espécies da flora de interesse comunitário, como é o caso de Jasione lusitanica 6, espécie incluída nos anexos II e IV da Diretiva Habitats que constitui um endemismo ibérico do litoral Oeste da península. Em Portugal ocorre no litoral entre Caminha e Aveiro, mas é muito rara a Sul do Porto, estando registada a sua ocorrência apenas nos Sítios Litoral Norte e Barrinha de Esmoriz. Na zona da ria de Aveiro a sua presença é conhecida nas Dunas de São Jacinto, Torreira e Furadouro. Esta espécie é característica de areais marítimos, encontrando-se associada às comunidades vegetais das dunas cinzentas (habitat 2130, incluído no anexo I da Diretiva Habitats). Ocorrem nesta área outras espécies protegidas pela Diretiva Habitats, tais como Myosotis lusitanica (Anexos II e IV), Arnica montana, Narcissus bulbocodium, Ruscus aculeatus, Cladina ciliata e Cladina portentosa (anexo V). A ocorrência de Myosotis lusitanica é particularmente interessante pois este endemismo lusitano tem uma distribuição predominante no Centro e Sul do país, registando-se na Ria de Aveiro a sua localidade mais setentrional. Merece também destaque a presença do raro endemismo ibérico Carex durieui, cuja única população nacional conhecida se encontra na área proposta para classificação (Eixo, Azurva). 6 Revisão taxonómica levou à alteração na designação do taxon Jasione lusitanica A. DC. para Jasione maritima (Duby) Merino var. sabularia (Cout.) Sales & Hedge - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 29/42

30 5. ÁREA PROPOSTA PARA CLASSIFICAÇÃO A área que se propõe para classificação como Sítio no âmbito da Rede Natura 2000 é fundamentada na ocorrência de quatro espécies piscícolas (Petromyzon marinus, Lampetra planeri, Alosa alosa e Alosa fallax) e dos habitats 1130, 1330 e No caso da ictiofauna, a informação de base decorre essencialmente do estudo de Almeida et al. (2005) e Ferreira (2011) que incidem diretamente sobre as migrações dos peixes anádromos no rio Vouga e principais afluentes. Relativamente aos habitats, a informação cartográfica adotada decorre maioritariamente do estudo de Figueiredo (2004) que procedeu ao levantamento dos tipos de habitats naturais na ria de Aveiro. A cartografia dos habitats contou ainda com outros contributos: - cartografia de áreas de caniçal (cedida pelo Projeto POLIS-Ria de Aveiro), que complementou a distribuição do habitat 1130; - cartografia do habitat 1140 (cedida pelo Projeto POLIS-Ria de Aveiro), que permitiu a representação geral do habitat 1140 (sem subtipos), e por conseguinte integrou também o habitat 1130; - cartografia de áreas em que ocorrem importantes populações de Zostera noltii no interior do estuário (cedida pela Universidade de Aveiro/ Figueiredo da Silva et al., 2009) que permitiu a demarcação de zonas de ocorrência do habitat 1140 subtipo2 Bancos de sedimentos intermareais com Zostera noltii; - cartografia do habitat 2170 (trabalho efetuado em 2012 pelo ICNF/ Ângelo, 2012), cuja informação permitiu retificar a distribuição deste habitat. A presente proposta de classificação do Sítio Ria de Aveiro prevê então a inclusão das seguintes áreas: Zona húmida que abarca a globalidade do sistema estuarino, desde a foz ao limite das águas salobras, incluindo a totalidade da área de ocorrência dos habitats "Estuários" (1130) e "Prados Salgados Atlânticos" (1330); esta área engloba também a ocorrência dos habitats 1110, 1140, 1310, 1320 e 1420; - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 30/42

31 Todos os canais principais da ria de Aveiro, área necessária para garantir a manutenção da conectividade longitudinal entre o mar e as áreas propícias para a desova (rios) das espécies migradoras diádromas, nomeadamente com o SIC Rio Vouga; Troços dos rios Vouga, Águeda e Levira, por constituírem as áreas de desova mais relevantes para as espécies migradoras anádromas e de Lampetra planeri. A seleção dos troços considerados prioritários para a conservação dos peixes migradores, baseou-se nos estudos de Almeida et al. (2005) e Ferreira (2011) 7 onde se verificou que os rios Levira e Águeda (para além do Vouga) não só apresentam condições mais propícias do que outros troços onde também se verifica a ocorrência destas espécies, como também exibiram os melhores resultados de capturas, o que comprova a sua importância para a desova destas espécies. De referir ainda que, estas duas linhas de água estão classificadas no Plano Nacional de Conservação da Lampreia-de-riacho e da Lampreia-de-rio (Almeida et al., 2011) 8 com o nível máximo de prioridade de conservação de Lampetra sp. para a bacia hidrográfica do Vouga. Área marinha envolvente à embocadura da ria de Aveiro, delimitada pela batimétrica dos 20m ao longo de 5km da costa, centrados na barra da ria. Uma vez que a embocadura é zona de passagem crucial para todos os peixes migradores que se encaminham ou regressam dos cursos de água que desaguam na ria de Aveiro, esta é uma área importante para a proteção da zona de aproximação à entrada na ria, que assegura a conectividade do meio marinho com o meio dulciaquícola. Áreas costeiras, onde se verifica a presença de vários habitats dunares, destacandose na extremidade Norte a ocorrência do habitat Dunas com Salix repens ssp. argentea (2170). Nesta área ocorre também a espécie Jasione lusitanica. 7 Almeida PR (coord.) Bernardo MJC, Quintella BR, Andrade N, Rafael T & Fernandes S (2005) Estudo das migrações dos peixes anádromos no rio Vouga e principais afluentes. Protocolo de colaboração entre o Instituto da Água e a Universidade de Évora. 60 pp / Ferreira AFD (2011) Distribuição e preferências de habitat da Lampreia-de-rio e da Lampreia-de-riacho em Portugal: implicações para a sua gestão e conservação. Dissertação no âmbito do Mestrado em Gestão e Conservação dos Recursos Naturais. 202pp 8 Almeida PR (Gestor de Projecto), Maia C (Coord. Norte), Quintella BR (Coord. Sul), Antunes C, Gomes N, Alexandre CM, Mateus C, Mendes D, Ferreira AF, Lopes J (2011) Plano Nacional de conservação da Lampreiade-riacho e da Lampreia-de-rio. EDP Energias de Portugal, S.A pp. - RELATÓRIO COM ALTERAÇÕES ASSINALADAS DECORRENTES DO PROCESSO DE PONDERAÇÃO- 31/42

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