REGULAMENTO DO PROJECTO ACONCHEGO NO ÂMBITO DO SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO PORTO
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- Linda Aleixo Santos
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1 REGULAMENTO DO PROJECTO ACONCHEGO NO ÂMBITO DO SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO PORTO No quadro do protocolo celebrado em 27 de Março de 2003 entre a Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto e a Federação Académica do Porto, a Casa das Glicínias e a FAP Social dão inicio à implementação do Projecto Aconchego no âmbito do Serviço de Apoio Domiciliário a funcionar na Casa das Glicínias, sita na Rua de Contumil n.º 107 / Porto. A área piloto de intervenção é a Freguesia de St. Ildefonso, podendo o Projecto alargar-se às freguesias que compreendem a baixa da cidade do Porto. CAPITULO I (Condições Gerais) O Projecto Aconchego visa promover o alojamento de estudantes do ensino superior, durante um ano lectivo, em domicílios de seniores residentes na baixa da cidade do Porto, assente numa perspectiva intergeracional, de combate à solidão e revitalização do centro da cidade, devolvendo-a à dinâmica da juventude. Pretende-se com esta iniciativa que o sénior disponibilize um quarto no seu domicílio para um estudante do ensino superior. Aliado a este compromisso o estudante fará o acompanhamento nocturno em ligação com o Serviço de Emergência do Serviço de Apoio Domiciliário da Casa das Glicínias, sendo recurso para qualquer situação que se traduza na qualidade de vida do sénior. CAPITULO II (Objectivos) São objectivos do projecto Aconchego: a) Combater a solidão; b) Acompanhar e apoiar os seniores e suas famílias na promoção do seu bem estar; c) Colaborar e/ou assegurar o acesso à prestação de cuidados de saúde; d) Promover a Intergeracionalidade entre jovens e seniores; e) Revitalizar a baixa da cidade do Porto.
2 Capítulo III (Equipa) Compreendem-se por elementos da equipa afecta a este projecto: a) Equipa técnica da Casa das Glicínias e equipa de Ajudantes Familiares que compõem o Serviço de Apoio Domiciliário e Serviço de Emergência; b) Equipa da Comissão Executiva da FAP Social responsável pela participação da Federação no projecto Capitulo IV (Admissão) É da responsabilidade da Fundação Casa das Glicínias e da Federação Académica do Porto a divulgação do projecto junto da população alvo A admissão a este Projecto pressupõe: Da população sénior : a) Residir na Freguesia de St. Ildefonso; b) Ter mais de 60 anos; c) Viver só ou com o cônjuge; d) Ter condições de habitabilidade adequadas a um estudante universitário, nomeadamente: Um quarto individual para o estudante, onde este possa ter uma mesa de apoio para estudar; Instalações sanitárias completas com água quente; Uma cozinha completa, onde o estudante possa confeccionar as suas refeições; e) Estar disponível para visitas de avaliação periódicas por parte da equipa técnica do Serviço de Apoio Domiciliário da casa das Glicínias; f) Facultar todos os elementos necessários no âmbito da saúde para um encaminhamento adequado em situação de emergência; g) Disponibilizar documentação para a elaboração do processo individual de participante, incluindo o registo fotográfico do seu domicílio; h) Cabe à equipa técnica da Casa das Glicínias proceder à triagem da população sénior aderente ao projecto; i) É indispensável para aceder a este Projecto a existência de um telefone na residência do sénior. Da população estudante do ensino superior: a) Não residir na cidade do Porto; b) Envolver a família do estudante, caso seja cidadão nacional, durante todo este projecto; c) Ter consciência da responsabilidade que este projecto implica no âmbito do acompanhamento do sénior e zelar pelo bom estado da sua habitação;
3 d) Estar disponível para acções de formação facilitadoras de boas práticas e respostas adequadas à população sénior; e) Colaborar com a responsável técnica do projecto, quando esta solicitar a sua participação em reuniões periódicas de avaliação, juntamente com a sua família; f) Disponibilizar documentação para a elaboração do processo individual de participante; g) Cabe à FAP realizar uma primeira triagem dos voluntários que se inscrevem através da Comissão Executiva da FAP Social, concretizando pareceres não técnicos sobre aptidão do candidato estudante, não invalidando uma posterior avaliação técnica em articulação com a equipa técnica da Casa das Glicínias; Qualquer admissão a este projecto requer um parecer emitido pela Equipa Técnica constituída pela Directora da Casa das Glicínias, a Técnica de Serviço Social responsável pelo Serviço de Apoio Domiciliário e a Equipa de Emergência. Este parecer é baseado no estudo sócio-económico, no perfil do participante sénior e do estudante universitário, bem como a capacidade de resposta da Fundação e as prioridades das situações analisadas. CAPITULO V (Funcionamento) O Projecto Aconchego funciona de Setembro a Julho de acordo com o ano lectivo das instituições de Ensino Superior do Porto, durante a semana, de segunda a sexta-feira, sendo que o período de fim de semana será facultativo de acordo com a disponibilidade de ambos os participantes e contratualizado no momento da adesão ao projecto. O horário não é previamente definido, sendo que, no momento da Contratualização, este será acordado entre as partes, tendo carácter flexível. CAPITULO VI (Serviços) O Serviço de Emergência no âmbito do Serviço de Apoio Domiciliário da Casa das Glicínias funciona 365 dias por ano, 24 horas dia. Este Serviço é composto por uma equipa de prevenção, contactavel através de um número verde, ao qual terão acesso após Contratualização, através do qual o participante pode contactar em caso de emergência. Compreende-se por emergência a situação de saúde grave a que o próprio ou o estudante não possam dar resposta. Nesta situação a equipa de prevenção, acciona mecanismos de resposta, estabelece contacto imediato com a família de retaguarda e faz o primeiro acompanhamento. Paralelamente a este serviço de Emergência, caso o participante se encontre em situação de dependência temporária, poderá solicitar o acesso ao Serviço
4 de Apoio Domiciliário da Casa das Glicínias, que proporciona um conjunto diversificado de serviços, em função das necessidades das pessoas, nomeadamente: a) Cuidados de higiene e conforto pessoal; b) Colaboração na prestação de cuidados de saúde sob supervisão de pessoal de saúde qualificado, podendo também proporcionar o acesso a cuidados especiais de saúde; c) Manutenção de arrumos e limpeza da habitação estritamente necessária à natureza do apoio a prestar; d) Confecção de alimentos no domicílio e/ou distribuição de refeições; e) Disponibilização de informação facilitadora do acesso a serviços da comunidade adequados à satisfação de outras necessidades. CAPITULO VII (Direitos e deveres dos Participantes) Constituem direitos dos participantes seniores do Projecto: a) Ter conhecimento, bem como os seus familiares, do regulamento do Projecto Aconchego; b) O respeito pela sua identidade pessoal e reserva de intimidade privada e familiar, bem como pelos seus usos e costumes; c) A inviolabilidade da correspondência e do domicílio, não sendo, neste caso, permitido fazer alterações, nem eliminar bens ou outros objectos sem a sua prévia autorização e ou da respectiva família; d) O acompanhamento por parte do estudante universitário em situações de emergência durante o período nocturno em articulação com a equipa de emergência do Serviço de Apoio Domiciliário da Casa das Glicínias; e) Em caso de necessidade de prestação de serviços no âmbito do Serviço de Apoio Domiciliário, o participante sénior terá prioridade face a outros pedidos (remete para o regulamento do SAD). Constituem deveres dos participantes seniores do Projecto: a) O cumprimento do regulamento do projecto Aconchego; b) A entrega dos seguintes documentos e informações para efeitos de constituição do processo de admissão : Cópia do bilhete de identidade e comprovativo de residência; Identificação, endereço e telefone de familiar ou de outra pessoa a contactar em caso de necessidade ou emergência; Fotocópia do Cartão de Utente, indicação do Centro de Saúde e Médico de Família; Informação médica da sua situação clinica; c) A custódia da chave do seu domicílio, deverá ser entregue ao estudante universitário, de forma a facilitar o acesso deste ao domicílio;
5 d) O participante sénior deverá respeitar a identidade do estudante do ensino superior sendo o seu relacionamento pautado por respeito mútuo. Em caso de incompatibilidade deverá ser imediatamente informada a equipa técnica; e) Em caso de ausência, deverá informar a Equipa técnica e o estudante do ensino superior não o privando das condições previamente acordadas; f) O Termo de Responsabilidade celebrado entre a Fundação, o participante sénior e o estudante do ensino superior, legitima este regulamento e estabelece o compromisso relativo ao projecto; g) O sénior deverá permitir a entrada no seu domicilio de pessoas com ligação ao estudante, desde que avisado. Constituem direitos dos estudantes do ensino superior: a) Ter conhecimento, bem como os seus familiares, do regulamento do Projecto Aconchego; b) O respeito pela sua identidade pessoal e reserva de intimidade privada, bem como pelos seus usos e costumes; c) A inviolabilidade da correspondência e da área do domicílio atribuída, não sendo, neste caso, permitido fazer alterações, nem eliminar bens ou outros objectos sem a sua prévia autorização; d) O acompanhamento por parte da equipa técnica do projecto, na sua boa integração com o participante sénior; e) Ter a colaboração da equipa de emergência de retaguarda em caso de necessidade de acompanhar o participante sénior. Constituem deveres dos estudantes do ensino superior do Projecto: a) O cumprimento do regulamento do projecto Aconchego; b) A entrega dos seguintes documentos e informações para efeitos de constituição do processo de admissão : c) Cópia do bilhete de identidade e comprovativo do residência; d) Caracterização do seu agregado familiar e respectiva identificação; e) Informação médica da sua situação clínica; f) O envolvimento da família do estudante do ensino superior durante todo este projecto, g) Respeitar e zelar pelo domicílio do participante sénior bem como pela guarda da chave; h) O estudante do ensino superior deverá respeitar a identidade do participante sénior sendo o seu relacionamento pautado por respeito mútuo. Em caso de incompatibilidade deverá ser imediatamente informada a equipa técnica; i) Em caso de ausência, com excepção do período de férias do calendário escolar, deverá informar a Equipa técnica e o participante sénior, garantindo na medida do possível o seu bem estar; j) O Termo de Responsabilidade celebrado entre a Fundação, o participante sénior e o estudante do ensino superior, legitima este regulamento e estabelece o compromisso relativo ao projecto;
6 l) O estudante deverá avisar o sénior sempre que pretenda ter visitas; m) Participar simbolicamente com o sénior no acréscimo das despesas domésticas (água, luz, gás e telefone) que se venham a registar. CAPITULO VIII (Direitos e deveres da equipa técnica do projecto) Constituem direitos da equipa técnica do projecto: a) O conhecimento do regulamento interno do projecto Aconchego. Constituem deveres da equipa técnica do projecto: a) Prestar com diligencia, zelo e assiduidade o acompanhamento ao projecto; b) Acompanhar as alterações que se verifiquem na situação global dos participantes que afectem o seu bem-estar, por forma a garantir a continuidade do projecto. Ao pessoal técnico cabe garantir a qualidade do projecto e dos serviços prestados, designadamente através da avaliação inicial da situação, do acompanhamento e da avaliação periódica, adequando, se necessário, o inicialmente acordado. CAPITULO IX (Omissões) Tudo o que estiver omisso neste regulamento será alvo de análise por parte da Coordenadora do Serviço e devidamente integrado neste regulamento. CAPITULO X (Da entrada em vigor) O presente regulamento entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2004.
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