VARIAÇÃO DA DENSIDADE E DA UMIDADE EM IMERSÕES EM ÁGUA (VARIATION OF DENSITY AND MOISTURE IN WATER IMMERSIONS)
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1 VARIAÇÃO DA DENSIDADE E DA UMIDADE EM IMERSÕES EM ÁGUA (VARIATION OF DENSITY AND MOISTURE IN WATER IMMERSIONS) 74 EDSON MARCELO BRUDER a,*, FRANCISCO LUIZ SANCHES SANTIAGO b, ADRIANA PICCININ c a Mestre em agronomia - Energia na agricultura - UNESP, Professor da Faculdade Origenes Lessa FACOL. Rod. Osny Matheus, km 08, CEP Lençóis Paulista (SP). embruder@facol.br b Doutor em Agronomia - Energia na Agricultura, UNESP - Professor da Faculdade Origenes Lessa FACOL. Rod. Osny Matheus, km 08, CEP Lençóis Paulista (SP) b Doutor em Ciências Biológicas - UNESP, Professora da Faculdade Sudoeste Paulista FSP. Av Prof. Celso Ferreira da Silva,1001, CEP Avaré (SP) A característica densidade está entre as mais estudadas e difundidas em função da facilidade de determinação e à importância adquirida como parâmetro de qualidade da madeira. O objetivo foi determinar a densidade de amostras à 12% de umidade, pelo método de imersão em água e avaliar a influência da variação de umidade e de volume em função do tempo, em amostras com umidade abaixo do ponto de saturação das fibras. Foram utilizadas 11 amostras de Eucalyptus sp. para realizar imersões em água e obter equações polinomiais referente a variação de volume ( V) e de umidade( U). Foram utilizadas 60 amostras para a mensuração de três imersões consecutivas para a mensuração do volume e consequentemente da densidade. As equações polinomiais possibilitaram determinar uma variação de umidade ( U) de 1,68%, durante os 10 segundos de imersão. Os resultados da densidade, mensurada por três imersões consecutivas, para este conjunto de dados não se diferenciaram estatisticamente. A absorção de água nos 10 primeiros segundos de imersão não afetou significativamente os resultados de densidade mensurados para amostra a 12% de umidade. O método pode ser utilizado para mensurar o volume saturado e não saturado para amostras com umidade abaixo e acima do ponto de saturação. Palavras-chave: volumétrica, massa específica, eucalipto. The density is between the more studied and disseminated characteristics, in function on the ease of determination and importance obtained as a parameter of quality wood. The objective was to determine the density of samples at 12% moisture content, by immersion in water method and evaluate the influence of variations of humidity and volume in function time, in samples with moisture below the fiber saturation point. For immersions in water were used 11 samples of Eucalyptus sp., for obtain polynomial equations relating the variations volume and moisture. For three consecutive immersions in water to determine, the volume and density were used 60 samples. With the polynomial equations was possible to determine variation of volume (ΔV) of 1.68%. The result of density, measured by three consecutive immersions, for this data set did
2 75 not differ statistically. The absorption of water in the first 10 seconds of immersion did not significantly affect the results of density, measured for sample with 12% moisture. The method can be used to measure the volume of saturated and unsaturated samples with moisture below and above the saturation point. Keywords: Eucalyptus. mass specific. Volumetric. wood. 1. INTRODUÇÃO Nos reflorestamentos comerciais brasileiros as espécies do gênero Eucalyptus são as mais utilizadas, devido as suas características de rápido crescimento, capacidade de adaptação às diversas regiões ecológicas e pelo potencial econômico. O interesse é grande em introduzir outras espécies para a exploração em reflorestamento comercialmente, com características estéticas da madeira utilizada para confecção de móveis de alto nível e outros fins. Esta madeira alternativa surge como garantia de matéria-prima, a consistência em volume, qualidade, custo e com grande contribuição na redução as pressões sobre as florestas nativas. No Brasil, os programas de melhoramento florestal das empresas nacionais de celulose e papel destacam-se no âmbito mundial pelos excelentes resultados alcançados na área de clonagem de Eucalyptus. A caracterização dos clones de Eucalyptus, para estabelecimento de florestas com elevada produtividade e alta qualidade, requerem análises e testes de milhares de clones em potencial (GOMIDE et al., 2004). As empresas nacionais, do setor florestal, utilizam uma grande quantidade de madeira e obtiveram a independência com as florestas plantadas, por meio do aumento da produtividade obtida pelo melhoramento florestal nas últimas décadas. O parâmetro utilizado para avaliação da qualidade da madeira provenientes reflorestamentos foi a densidade, que tornou-se importante por melhor se relacionar com as demais propriedades (OLIVEIRA, 1998; VALE et al., 1992; TRUGILHO et al., 1996; LATORRACA & ALBUQUERQUE, 2000; CRUZ et al., 2003), e por ser de fácil determinação e estar relacionada às suas demais características (SHIMOYAMA & BARRICHELLO, 1991 citados por OLIVEIRA et al., 2005; BATISTA et al., 2010). A determinação da densidade básica da madeira é um dos principais ensaios tecnológicos realizados nas plantações comerciais do gênero Eucalyptus, sendo reconhecida como um dos mais importantes índices para análises econômicas da floresta, e utilizada para determinar o uso final da madeira (BATISTA et al., 2010).
3 76 Esta característica no setor florestal é utilizada para qualificar e a quantificar a madeira para vários fins (BELINI, 2008; BISON et al., 2009; GOUVEA et al., 2009; GOMIDE et al., 2010), e sua vasta aplicação proporcionou a busca por análises de medição cada vez mais dinâmicas. A densidade é obtida por vários métodos: balança hidrostática (FOELKEL; BRASIL; BARRICHELO, 1971; ANDRADE, 2007) também conhecida como o Máximo teor de água; O método do Pilodyn (BISON et al., 2009); técnica de imersão em água (REZENDE, 1997, COSTA, 2006, ARONI, 2005); imersão em mercúrio líquido (REZENDE, 1997); Técnica de atenuação da radiação gama - TARG (REZENDE, 1997, COSTA, 2006, ARONI, 2005); método nuclear utilizando o Raio-X (KAENNEL & SCHWEINGRUBER, 1995). No Brasil o método de imersão, também denominado como método do máximo teor de umidade, é utilizado para determinações de volumes de amostras saturadas em água e consequentemente para a determinação da densidade básica da madeira (BRASIL et al., 1994; BELLINE et al., 2008; LIMA & GARCIA, 2010). O método é preciso, mas a saturação das amostras é fator limitante, que exige a disponibilidade de tempo, em que muitas vezes não é possível. O volume determinado pelo peso do fluido deslocado, também denominado como método de imersão em água, proporciona mensurar o volume saturado, para mensuração da densidade básica para caracterização da madeira de reflorestamentos comerciais (PALERMO, 2003; ARONI, 2005; COSTA, 2006; JAMMAL FILHO, 2011; SANTOS, 2011). Para a caracterização da madeira são necessárias análises de rotina, que devem ser rápidas, precisas e de baixo custo, visando à melhoria de qualidade da matéria prima e do produto final. Os métodos laboratoriais disponíveis atualmente são demorados, o que os tornam inviáveis para análises em processos de rotina (SANTOS et al., 2009). Na caracterização da madeira é utilizada a densidade como parâmetro de qualidade e alguns métodos são bastantes simples para mensurar a massa e o volume. Há várias maneiras de expressar a densidade e uma das mais práticas é a densidade básica, que requer massa completamente seca e volume saturado (BRASIL; BARRICHELO,1971). Uma das limitações para o método está no tempo empregado para a saturação das amostras, em que para obter esta condição exige um certo
4 período de tempo que varia entre amostras. O método nuclear que utiliza os raios gama (REZENDE, 1997; COSTA, 2006; PALERMO, 2003) obtém informações detalhadas sobre a densidade da madeira ao longo da amostra, obtendo medições pontuais ou milimétricas, com a umidade próxima ao equilíbrio. A grande vantagem da densidade aparente ou de equilíbrio é devido a facilidade de ser determinada, pois refere-se à umidade e volume no momento da determinação. A qualificação da madeira pela densidade aparente é fundamental para a sua correta utilização (OLIVEIRA et al., 1990; GARCIA, 1990), a dificuldade na caracterização da madeira está na mensuração do volume abaixo do ponto de saturação das fibras, pois a variação volumétrica se processa quase que totalmente abaixo deste ponto (PANSHIN & ZEEUW, 1970; KOLLMANN & CÔTÉ, 1968; SKAAR, 1971; COSTA, 2006). A dificuldade em mensurar o volume de amostras abaixo do ponto de saturação das fibras pelo método de imersão em água é devido a absorção de água pelas amostras que promove um aumento de umidade e de volume. Portanto para determinações de volumes e densidades em outros teores de umidades, diferente da umidade de saturação, esse método ainda é muito pouco aplicado. Isto devido, as amostras, neste caso absorverem água do próprio compartimento de imersão, podendo causar erros nas medições do empuxo e consequentemente erros no volume e densidade. A mensuração da densidade para amostras não saturadas pelo método de imersão, o fluido possui densidade maior que a amostra de madeira, portanto é necessário exercer uma força para a imersão da amostra no fluido (água). O tempo gasto nas imersões tornam-se importantes (BRUDER, 2012) pois podem aumentar a umidade nas amostras. Os erros promovidos pela absorção de água, no momento da imersão, são facilmente corrigíveis. Pelo método de imersão aqui proposto é possível mensurar o volume das amostras com umidade próxima ao equilíbrio, e aumentar o dinamismo na obtenção do volume e massa na mesma umidade. A dificuldade na mensuração está na absorção de água pelas amostras que promove erro na quantificação do volume e consequentemente na mensuração da densidade. No contexto do trabalho o objetivo foi mostrar que o método de imersão em água pode ser utilizado para amostras não saturadas, com umidades abaixo e acima do 77
5 78 ponto de saturação das fibras da madeira, enfatizando a aplicação deste para umidades próximas à umidade de equilíbrio. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O programa experimental foi desenvolvido no Laboratório de Física Aplicada do Departamento de Física e Biofísica do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista no campus de Botucatu-SP. As árvores de Eucalyptus sp. utilizadas no ensaio foram plantadas na Fazenda Pitangueiras da Empresa Duratex S.A. no município de Botucatu - SP. As árvores foram retiradas de um mesmo talhão de 2280 árvores com aproximadamente 1,03 hectare, com espaçamento único de 3,0 x 1,5 m com seis anos de idade, coletada em fevereiro de As árvores foram cultivadas sob as mesmas condições edáficas e climáticas em latossolo vermelho distrófico típico, textura argilosa, relevo ondulado. Equipamentos utilizados na determinação da densidade pelos métodos apresentados foram: uma balança eletrônica de precisão da marca Gehara, modelo BG 1000, com resolução de 0,01 g e precisão de ± 0,005 g; uma haste de metal perfurante; um recipiente contendo um volume de três litros de água para imersão das amostras contendo um volume médio de 600 cm³. 2.1 MENSURAÇÃO DO VOLUME E DA DENSIDADE PELO MÉTODO DE IMERSÃO EM ÁGUA (MI) O método de imersão consiste em imergir as amostras por cerca de 10 segundos e determinar a massa do volume de água deslocado por meio do empuxo. Neste experimento a densidade foi determinada pela Equação 1, conforme a ilustrado na Figura 1. V (1)
6 E = f.vc.g (2) 79 E = Vc (3) sendo: : densidade (g.cm - ³); f : densidade do fluido (água = 1 g.cm - ³); M : massa da amostra (g); Vc E : volume do corpo (cm³); : empuxo (gf); g : aceleração da gravidade (1.0 gf.g -1 ). No experimento foi utilizando o sistema de unidades CGS* que é uma adaptação do CGS, em que o empuxo é dado em gramas-força, tal que 1gf = 980 dyn (dyn é uma unidade de medida padrão do Sistema CGS de unidades para a representação de força, sendo igual a 10-5 N, onde N representa a unidade de medida Newton). A Equação 3 foi determinada substituindo a densidade do fluido por 1 g.cm - ³; e da aceleração da gravidade por 1.0 gf.g -1 na Equação 2. Neste procedimento é necessário que a balança esteja "tarada", ou seja, zerada com o recipiente contendo o fluido (água) conforme Figura 1A. O corpo de prova possui densidade menor que o fluido, portanto é necessário exercer uma força para baixo para que o corpo de prova fique totalmente imerso no fluido (Figura 1B). Nesta situação existem três forças atuando, o Empuxo (E), a Força peso (W) e a Força (F) conforme mostra a Figura 2. Com o sistema em equilíbrio o empuxo foi determinado pela Equação 4. A densidade a 12% ( 12 = g.cm - ³) foi obtida pela Equação 1, utilizando amostras com a massa a 12% (M12) de umidade obtida por pesagem comum e o volume (V12) foi obtido pela Equação 3. E = F+W (4)
7 80 Figura 1 Procedimento para mensurar o volume das amostras por imersão em água para amostras com densidade do fluido maior que o densidade do corpo (ρ C >ρ f ). Figura 1A Figura 1B Figura 2 Esquema da metodologia para mensurar o volume das amostras por imersão em água para amostras com densidade menor que a do fluido. W E F Sistema em equilíbrio 2.2 DETERMINAÇÃO DO VOLUME E DE UMIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO DE IMERSÃO Foram selecionadas 11 amostras com valores de umidade entre 1 e 19% e densidade entre 400 e 700 kg.m -3, para a mensuração da variação volumétrica e da umidade em função do tempo de imersão. Foram realizadas cinco repetições de imersão por 10 segundos para mensuração do volume, e entre estas imersões foram realizadas imersões de 15 segundos para obtenção da umidade das amostras. A Equação 5 possibilitou mensurar a variação de umidade (%) após tomar como base a massa inicial (Mi). A massa final (Mf) foi substituída pelo valor determinado a cada imersão para obter a variação de umidade ( U) em função do tempo. Para a mensurar a variação volumétrica ( V), Equação 6, foi utilizado o mesmo procedimento
8 na obtenção da variação de umidade. 81 U% = ( M f M i M i ). 100 (5) V% = ( V f V i V i ). 100 (6) 2.3 CORREÇÃO DO VOLUME DA DENSIDADE OBTIDA PELO MÉTODO DE IMERSÃO EM ÁGUA O volume obtido pelo método de imersão em água, em amostras a 12% de umidade, a água é absorvida aumentando a umidade da amostra, esta absorção promove a diminuição do volume da água deslocada, ocasionando um erro na mensuração do volume das amostras. Para a correção do volume foram selecionadas 29 amostras de Eucalyptus sp., para a determinação do volume aparente a 12% pelo método de imersão. Na correção do volume foram utilizadas equações polinomiais, obtidas pela variação de volume e de umidade pelas Equações 5 e 6. As amostras foram classificadas da seguinte forma, para as amostras G1, G2 e G3 foram selecionadas respectivamente as classes diametrais de 7,8±2,1, 10,8±1,2 e 13,5±1,6 cm. 2.4 AMOSTRAS UTILIZADAS PARA ANALISAR A VARIAÇÃO DE VOLUME, UMIDADE E DENSIDADE POR TRÊS REPETIÇÕES DE IMERSÃO Foram selecionadas 60 amostras de Eucalyptus sp. para a determinação do volume, massa e densidade pelo método de imersão. Foram mensurados os diâmetros G1, G2 e G3, conforme descrito no item anterior. Para realizar este procedimento foram utilizadas amostras com umidade entre 12 e 14% e forneceram os valores de volume (V), massa (M) e densidade ( ). Para calcular a variação de umidade foram efetuadas três repetições de imersões consecutivas, em média de 14 segundos com um intervalo de 30 segundos entre as
9 repetições ANÁLISE DOS RESULTADOS Foi utilizado software para obtenção dos gráficos e ajuste das equações foi o MICROCAL SOFTWARE, INC. Data analysis and technical graphics software. Origin Professional Version 7.0. Para comparar as variáveis de volume e densidade das amostras Gi, foram efetuadas análises de variância, após confirmação da homogeneidade das variâncias dos resíduos pelo teste de Bartlett, e da distribuição normal com a aplicação do teste de normalidade pelo teste de Lilliefors. Estes testes foram realizados para todas as amostras que foram submetidas a uma análise de variância e apresentando resultados significativos foi efetuado o teste de Tukey. 3 RESULTADO E DISCUSSÃO 3.1 DETERMINAÇÃO DA VARIAÇÃO DO VOLUME E DA UMIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO DE IMERSÃO EM ÁGUA DE DISCOS DE MADEIRA DE EUCALYPTUS SP. A absorção de água durante o experimento não afetou significativamente os resultados. Tabela 1 Características da madeira para mensuração da variação de umidade das amostras de Eucalyptus sp. Amostra MAP U% U 12 V% V/ U (g) (kg.m -3 ) ,60 18, ,788 0, ,34 19, ,466 0, ,2 7,07 16, ,816 0, ,16 12, ,06 0, ,01 14, ,122 0, ,68 9, ,446 0, ,10 10, ,421 0, ,2 6,71 9, ,840 0, ,4 3,07 3, ,155 0, ,2 3,53 1, ,628 0, ,47 11, ,06 0,236 Média 0,618±0,3 0,126±0,1
10 83 A Tabela 1 apresenta as características de 11 amostras para mensuração da variação de umidade em função do tempo. As características são a massa parente (MAP), a umidade inicial (U), a densidade a 12% ( 12), a variação de umidade ( U%), de volume ( V%) e a variação percentual de volume por unidade de umidade ( V/ U) obtidos por imersão em água de amostras de Eucalyptus sp. A partir dos resultados da variação volumétrica e de umidade foram determinadas as variações de volume por unidade de umidade. As amostras apresentaram a variação de umidade entre 3,07 a 7,07% e a variação volumétrica média determinada foi de 0,618% conforme Tabela 1. Na Tabela 2 são apresentados os resultados médios da variação de umidade (e da expansão volumétrica (), para amostras com umidade inferiores a 19% em função do tempo. O tempo (T 1 ) gasto na primeira imersão foi de 9,0 segundos e a variação de umidade foi de 1,65%. No período total de imersão de 97 segundos foi observada uma variação de 4,91% de umidade, que corresponde ao valor percentual da expansão volumétrica de 0,603%, portanto, em apenas uma única imersão por um período de 33 segundos a variação volumétrica foi de 0,226%. Tabela 2 - Variação média da umidade ( U ) e da expansão volumétrica ( V ), pelo método de imersão, determinadas em função do tempo (t) em segundos de amostras da espécie de Eucalyptus sp. Variação Imersão (Im) Tempo Total (segundos) Umidade % ( U) Volumétrica % ( V) 1 9,0±1,8 1,65±0,7 0,0 2 33±3,1 2,71±0,9 0,226±0, ±4,4 3,87±1,0 0,366±0, ±5,2 4,49±1,2 0,474±0, ±4,1 4,91±1,2 0,603±0,27 A preocupação com a aplicação do método de imersão neste caso é a absorção de água durante o experimento, que registraram em média um aumento de umidade em torno de 3% depois de 33 segundos, conforme Tabela 3. Entretanto para um tempo de imersão de dez segundos (tempo suficiente para realização do experimento) esta variação será em média inferior a 2%.
11 84 Figura 3 - Variação média de umidade ( U ) e da variação volumétrica ( V ) determinados pelo método de imersão em função do tempo em segundos. Figura 3A Variação de umidade Figura 3B Variação volumétrica Y = 0, ,0785x - 0, x².: R 2 = 0,993 (A) (7) Y =0, ,0049x.: R 2 = 0,998 (B) (8) As Equações 7 e 8 apresentaram valores de R², e resultado apresentado foi alto devido as curvas serem elaboradas com os valores médios da variação de umidade e de acordo com o desvio padrão (Figura 3) as curvas de umidade apresentaram altamente variáveis, não apresentando uma uniformidade na variação de umidade. A umidade tem um comportamento que varia conforme a espécie, árvore (REZENDE, 1987; HERRERA, 1989; BRASIL et al., 1991), Foi realizada a correlação entre duas imersões consecutivas, com um intervalo entre as imersões de 20 segundos. O período de imersão das amostras foi de 14 segundos, portanto maior que o estimado na Tabela 3, certificando-se que as amostras imersas e todo o sistema permaneciam em equilíbrio. Foi obtida a Equação 9 da correlação entre as imersões, o coeficiente de determinação R² foi de 0,999 o que indica que a segunda imersão (I) foi praticamente igual a primeira. Y= 1,0026X ou I2 = 1,0026.I1 (9) 3.2 DETERMINAÇÃO DA EXPANSÃO VOLUMÉTRICA POR UNIDADE DE UMIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO
12 85 Foram utilizadas as equações obtidas pela variação de umidade em função do tempo para estimar a variação em um período de dez segundos de imersão. Na Tabela 3, são apresentadas as equações polinomiais obtidas das amostras utilizadas na Tabela 1. A mensuração da variação média de umidade foi de 1,68%, que proporcionou estimar a Equação 10, e a correção do volume determinado por imersão. Esta interação entre madeira e água diminuiu em 1,68% o volume de água deslocado pela amostra, ou seja, diminuiu o empuxo. As equações são direcionadas para amostras que possuem a umidade abaixo do ponto de saturação das fibras. A Equação 11 corrigiu o volume pela variação da umidade de uma forma individualizada que é quantificada pela variação da massa ( M). Tabela 3 - Equações polinomiais (E P ), resultado da variação da umidade ( U ) em 10 segundos, densidade a 12% ( 12) e umidade aparente (u) inicial de amostras G i da espécie de Eucalyptus sp. Amostra Equações (E ρ ) ρ U 12 u (kg.m -3 ) (%) 1 Y= 0,687+0,0876x-0, x² 1, ,7 2 Y= 0, ,08106x-0, x² 1, ,7 3 Y= 0,7623+0,111x-0, x² 1, ,6 4 Y= 0,3262+0,1066x-0, x² 1, ,7 5 Y= 1,1864+0,0573x0, x² 1, ,9 6 Y= 1, ,0631x-0, x² 2, ,80 7 Y= 0,9691+0,06562x-0, x² 1, ,3 8 Y= 2,047+0,0887x-0, x² 2, ,97 9 Y= 0, ,04421x-0, x² 0, ,40 10 Y= 0,436+0,0488x-0,000182x² 0, ,01 11 Y= 1,567+0,0733x-0, x² 2, ,4 Média 1,68±0,68 604±64 11,7±6 Portanto a Equação 10 foi utilizada para a correção do volume. V Real = V AP 1,0168 (10) V Real = V AP + V M (11) sendo: VReal: volume da amostra corrigido (m³); VAP: volume da amostra (m³); V M: volume obtido pela diferença da variação de massa individual ((Mf-
13 MI) água) DETERMINAÇÃO DA EXPANSÃO VOLUMÉTRICA O objetivo foi verificar se o método de imersão, para a mensuração do volume, causa a expansão volumétrica devido à absorção de água no momento da imersão. As Equações 10 e 11 utilizadas para a correção do volume foram determinadas a partir das curvas experimentais de expansão volumétrica, determinadas em um período de imersão de 10 segundos (Tabela 3). O resultado da variação volumétrica determinada por equações apresentou baixa variação de 0,287%. Como o resultado da expansão volumétrica, foi praticamente desprezível, a correção do volume pela Equação 12, pode ser omitida. VCor = VAP 1,00287 (12) Para comprovação dos resultados foram realizadas três sucessivas mensurações de densidade e os resultados médios são apresentados nas Tabelas 5. O resultado médio das repetições ( i) foi de 632±47,1 kg.m - ³ e a variação média entre 1 e 3 de Gi foi de 1,87±1,1%. Tabela 5 - Densidade média aparente i em (kg.m -3 ), as variação percentual da densidade ( ) desvio padrão (D p ), o coeficiente de variação (CV) e a média dos resultados de G i, pelo método de imersão das amostras G i da espécie de Eucalyptus sp.. Densidade (kg.m -3 ) Amostras CV% % G1 621±58 633±57 636± ,46 G2 638±46 645±44 648± ,71 G3 618±39 624±36 627± ,46 De um modo geral pode-se constatar que resultados de densidade apresentados para primeira, segunda e terceira imersão foram estatisticamente iguais, conforme Tabela 6. Entretanto, pode-se fazer uma pequena correção e aproximar ainda mais esses resultados.
14 87 Tabela 6 - Análise de variância referente às determinações de densidade das amostras G i, nas três repetições G i pelo método de imersão. Fontes de Variação G.L. Soma de Quadrado Quadrado Médio F Significância Imersões - ( i) E E ******* Dimensões - (Gi) E E Densidade x Dimensões E E ******* Resíduo E-02 Coeficiente de Variação= *Valores não significativos a 5% de probabilidade 4 CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, nas discussões apresentadas e nas condições em que foi realizado o trabalho, são apresentadas as seguintes conclusões. O método de imersão pode ser utilizado também para amostras não saturadas e com umidade abaixo do PSF, podendo assim ser aplicável nas determinações de densidade para amostras na umidade de equilíbrio. Pois a absorção de água, nos 10 primeiros segundos de imersão não afeta significativamente os resultados obtidos para a densidade da amostra. A determinação da densidade por equações apresentou bons resultados, com boa precisão minimizando o tempo empregado com determinações experimentais. Considerando o que foi realizado neste trabalho, salienta-se que, o Método de imersão (MI) tem a vantagem de ser simples e aplicável para amostras com formato irregular. 5 REFERÊNCIAS ARONI, A. S. Avaliação da biomassa e qualidade da madeira do híbrido Pinus tecunumannii x Pinus caribaea var.hondurensis pela técnica de atenuação da radiação gama do 241 Am. Botucatu f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, BATISTA, D. C.; KLITZKE, R. J.; SANTOS, C. V. T. Basic density and retractibility of wood clones of three Eucalyptus species. Ciênc. Florest., Santa Maria, v. 20, n. 4, p , out-dez., BELINI, U. L.; TOMAZELLO FILHO, M.; CHAGAS, M. P.; DIAS, C. T. S. Caracterização da estrutura anatômica, densidade básica e morfologia de
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