Informativo nº 59. Dezembro/2018 e Janeiro/2019

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1 Informativo nº 59 Dezembro/2018 e Janeiro/2019 AMÉRICA/EUROPA OCIDENTAL CONSPIRAÇÕES E LUTA POR APOIO DE MILITARES NA VENEZUELA O governo venezuelano acusou o Presidente colombiano, Iván Duque, de "fazer guerra" e promover um complô que precipita a saída do líder socialista, Nicolás Maduro. Também acusou os EUA de conspirar para matá-lo e derrubar seu governo. Segundo o próprio Presidente, os governos brasileiro e colombiano também estariam envolvidos, além do assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, mas não apresentou nenhuma evidência. Paralelo a isso, a batalha pelo poder e o controle da Venezuela se voltou para as forças armadas, quando o Presidente Nicolás Maduro participou diretamente de exercícios militares, encontrou tropas e observou disparos de carros de combate. Ao mesmo tempo, o Parlamento venezuelano, controlado pela oposição, ofereceu anistia a qualquer um dos militares que se unir a ele, com o intuito de desafiar o líder socialista. CONFLITOS NA FRANÇA A França considerou impor um estado de emergência para evitar o retorno de uma das piores agitações civis em mais de uma década. Grupos de jovens com rostos mascarados, alguns carregando barras de metal e machados, se revoltaram nas ruas do centro de Paris, incendiando veículos e prédios. As autoridades foram pegas de surpresa pela escalada da violência depois de duas semanas de protestos em todo o país contra os impostos sobre

2 combustíveis e o custo de vida, conhecidos como o movimento "colete amarelo". Além disso, cerca de 50 manifestantes que se opõem ao Presidente do Camarões, Paul Biya, invadiram a embaixada do país em Paris, vandalizando retratos dele, segundo testemunhas. Os manifestantes filmaram-se invadindo os escritórios vazios, transmitindo o protesto ao vivo no Facebook. No leste da França, um atirador abriu fogo perto de um mercado natalino lotado na cidade de Estrasburgo, matando três pessoas e deixando outras 12 feridas. O suspeito possui 27 condenações por outros crimes, incluindo roubos na França, Alemanha e Suíça, e, como consequência, já tinha passado um tempo na prisão. ESTADOS UNIDOS ESTENDE DIÁLOGO COM TALIBÃ E COREIA DO NORTE Os Estados Unidos enviaram um representante para o Afeganistão com o objetivo de discutir o fim da guerra que ocorre no país há 17 anos. Os oficiais do Talibã entraram em um acordo sobre a retirada das tropas dos EUA e da OTAN e alegaram que o solo afegão não será utilizado para ataques ou ameaças aos EUA ou qualquer outro país. Em relação à Coreia do Norte, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a situação é de paz entre os países. Segundo Trump, os presidentes pretendem se reunir em breve, e que a questão nuclear está na pauta. NAVIO AQUARIUS FINALIZA RESGATES DE REFUGIADOS NO MEDITERRÂNEO A instituição Médicos Sem Fronteiras (MSF), declarou que foi forçada a acabar com as operações de resgate de migrantes no Mediterrâneo realizadas pelo navio Aquarius. Os ataques contínuos feitos pelos países europeus teriam sido o principal motivo. O navio está preso em Marselha desde que seu registro foi revogado. O Aquarius ajudou a salvar muitos migrantes que fizeram a perigosa travessia para a Europa a partir da Líbia e de outros lugares, mas enfrentou forte oposição, particularmente da Itália. O Aquarius era o último navio de resgate de caridade ainda em operação.

3 EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL É ACUSADO DE REALIZAR ATAQUE EM BOGOTÁ O Presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou a retomada de mandados de prisão contra os membros da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN). Duque tomou a decisão depois de analisar a situação gerada no país pelo atentado com um carro bomba contra a Escola de Cadetes de Bogotá que deixou 21 mortos, incluindo o atacante, e 68 feridos. Com a retomada, o Presidente pôs fim ao processo de paz com o ELN, que estava sendo realizado em Cuba, e lançou uma sutil advertência à Venezuela, local que, segundo o governo colombiano, os líderes rebeldes se refugiam. ÁSIA/LESTE EUROPEU RÚSSIA O Presidente russo, Vladimir Putin, se encontrou com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para explicar suas ações no Mar Negro, no que concerne à detenção de um navio ucraniano e seus 24 tripulantes. O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, seguiu pressionando Putin para recuperar o navio. Também, a Rússia afirmou que vai desenvolver mísseis banidos pelo acordo firmado em 1987 entre os EUA e a URSS, que proibia o uso de mísseis de curto e médio alcance, caso os Estados Unidos abandonem o acordo. Além disso, dois bombardeiros estratégicos russos capazes de transportar armas nucleares desembarcaram na Venezuela, em uma demonstração de apoio ao governo. Seu deslocamento ocorreu dias depois que o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. O governo russo declarou que está havendo uma interferência de fonte externa na Venezuela, denunciando a usurpação de poder pela oposição, e considerou legítimo o presidente Nicolás Maduro. O Ministério do Exterior russo alertou que o apoio internacional ao líder da oposição Juan Guaidó, que se declarou Presidente, é um caminho direto para a ilegalidade e para o derramamento de sangue. Ainda, o governo russo pediu a Israel que suspendesse os ataques aéreos contra alvos iranianos perto do aeroporto de Damasco. Militares russos disseram que Moscou estava se preparando para reformar o aeroporto que foi danificado nos oito anos de combates na guerra civil na Síria.

4 ÍNDIA Novembro de 2018 foi o mês mais violento na região da Caxemira, dominada pela Índia, com 39 militantes mortos, sendo um total de 233 mortos no ano todo. Espera-se que haja mais ações militares na região, já que foram recebidas denúncias de terroristas em áreas do sul e do centro da Caxemira, com as forças de segurança buscando três líderes de movimentos separatistas, considerados terroristas do nível mais alto. COREIA DO NORTE Novas imagens, publicadas pela CNN, aparentam uma movimentação em duas bases de mísseis na Coreia do Norte. A primeira base apresenta uma possível expansão enquanto a segunda base, não revelada até agora, aparenta ser a mais nova instalação militar de mísseis da Coreia do Norte, as duas na região montanhosa do país, o que representaria a decadência dos acordos com os Estados Unidos. Numa mudança abrupta dos esforços de Donald Trump na tentativa de persuadir o Governo norte-coreano, os EUA impuseram sanções a três autoridades norte-coreanas, incluindo um importante assessor de Kim Jongun, diretor do Departamento de Organização e Orientação do Partido dos Trabalhadores, por abusos dos direitos humanos e medidas destinadas a reprimir e controlar a população. Ademais, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, organização de pesquisa política e estratégica de Washington, reportou ter encontrado uma base secreta de mísseis balísticos norte-coreanos, onde supostamente seria a sede da força estratégica de mísseis do país, cerca de 160 quilômetros a noroeste de Seul. De acordo com o relatório, essa é uma das 20 bases de mísseis balísticos espalhadas pela Coreia do Norte e uma indicação que o programa militar continua ativo no país. O Diretor Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, Dan Coats, contrariou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que a Coreia do Norte não tem pretensão de abandonar seu arsenal atômico, como afirma o Presidente. A divergência de opiniões surgiu após o congresso americano receber o relatório anual de ameaças globais, no qual ainda existem informações que afirmam que o Presidente norte-coreano, Kim Jong-un, necessita do arsenal atômico para ter estabilidade política, demonstrando a improbabilidade da Coreia do Norte deixar suas armas nucleares.

5 TURQUIA O Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, declarou que realizará operações militares contra os milicianos curdos que são apoiados pelas tropas americanas a leste do rio Eufrates. A Turquia já interveio para varrer os combatentes do YPG, grupo rebelde curdo de territórios a oeste do Eufrates em campanhas militares nos últimos dois anos, mas até agora não tinha ido para o leste do rio - em parte para evitar o confronto direto com as forças dos EUA. UCRÂNIA Segundo relatório da inteligência ucraniana, a Rússia montou 11 ataques contra as posições do Exército ucraniano em Donbass em 24 horas. Como resultado, dois soldados ucranianos ficaram feridos em ação, além de um atacante ter sido morto e outros cinco terem ficado feridos. Forças de ocupação russas abriram fogo contra os soldados nas cidades de Maryinka e Krasnohorivka, e nas aldeias de Zaitseve, Nevelske, Novomykhailivka, Slavne, Pivnichne e Chermalyk. A Rússia também atacou os soldados da aldeia de Opytne. AFEGANISTÃO Ao menos quinze soldados foram mortos e vinte outros capturados em ataque do Talibã, na província de Herat, no Afeganistão. Os combatentes invadiram dois postos do exército afegão, fugindo com armas e munições que estavam armazenadas nos locais. O grupo afirmou que participou de uma reunião com lideranças dos Estados Unidos, a fim de discutir uma solução pacífica para os conflitos na região. O governo do Afeganistão também formou uma comissão para negociar com o Talibã. Entretanto, o grupo negou os comentários veiculados na mídia paquistanesa de que eles estavam preparados para retomar as reuniões com o enviado especial dos Estados Unidos e reforçaram sua recusa em negociar diretamente com o governo afegão. As conversações entre os dois lados estagnaram depois que o Taliban acusou o diplomata dos EUA e Representante Especial para a Reconciliação do Afeganistão no Departamento de Estado, Zalmay Khalilzad, de se desviar da agenda acordada.

6 MYANMAR Centenas de milhares de refugiados muçulmanos do Estado de Rakhine não poderão retornar a Myanmar em breve por causa de ameaças à sua segurança no país de maioria budista. A violência contra os muçulmanos Rakhine pelo Exército de Myanmar os levou a fugir para o vizinho Bangladesh e, em virtude disto, grupos de defesa dos direitos humanos pediram que os principais militares do país sejam julgados por seus papéis no assassinato e estupro de muçulmanos Rakhine. O Mianmar rejeitou todas as alegações de crimes contra a humanidade e genocídio. A maioria das pessoas em Mianmar não aceita os muçulmanos Rakhine como um grupo étnico nativo, chamando-os de "bengalis", apesar de terem entrado do Bangladesh séculos atrás. Ainda, o Exército do Myanmar eliminou treze terroristas. As tropas do governo lutam para conter uma nova revolta em Naypyidaw. CHINA A China declarou que se opõe à interferência política na Venezuela, depois que os Estados Unidos e a maioria dos países da América do Sul ficaram ao lado da líder da oposição a Maduro, Juan Guaidó, em uma luta por poder. A China é o maior credor da Venezuela e Maduro visitou o país em setembro de 2018, fechando acordos de energia e mineração de ouro, ao passo que procurou o apoio de Pequim para resolver a crise em seu país. Maduro agora encara problemas domésticos, onde Guaidó se declarou Presidente em meio a protestos em Caracas. A porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Hua Chunying declarou que a comunidade internacional deve buscar uma solução pacífica para o conflito, dialogar com a estrutura constitucional venezuelana, e respeitar a soberania do país. ORIENTE MÉDIO

7 TURQUIA SEGUE EM CONFLITO COM OS CURDOS No último mês de janeiro, a Turquia propôs uma zona de segurança no norte da Síria, região onde estão alocados os curdos da Síria. No entanto, a proposta foi rejeitada completamente pelos curdos, alegando que infringe a soberania síria, além da medida ser uma forma de controle estadunidense na região. Sobre a cooperação entre EUA e Turquia, esta se colocou a postos para ajudar no combate ao terrorismo na região. Apesar da proposta com os Curdos não ter dado certo, a Turquia retomou a rota de voos para Sulaimainyah, no Iraque, uma cidade sob o controle curdo. A rota estava proibida há 16 meses, como retaliação pelo referendo de independência promovido pelos Curdos. Além da questão curda, o governo turco ainda se preocupa com a tentativa de golpe em 2016, sendo que prendeu mais de 40 militares no último mês, acusados de estarem ligados a Fethullah Gullen. GUERRA NO IÊMEN PASSA POR NEGOCIAÇÕES, MAS PARECE LONGE DO FIM A Guerra no Iêmen parece longe do fim, apesar das negociações de paz que ocorrem na Suíça, promovidas pela ONU, a esperança é que as negociações propiciem a troca de prisioneiros. Os EUA pretendem manter sua campanha na região, juntamente com Arábia Saudita, apesar do Senado Americano ter votado a favor de uma resolução para acabar com o apoio militar dos EUA à coalizão. Com o ataque dos Hutis ao Alto Comando Militar do governo, a ONU teme que as negociações sejam suspensas e tudo seja perdido. Apesar do ataque, a Arábia Saudita soltou prisioneiros Hutis após a libertação de um soldado saudita por estar doente. ISRAEL CONTINUA EM CONFLITO COM PAÍSES PRÓXIMOS Em janeiro, tanto Israel quanto a Palestina recusaram o acordo de paz proposto pelos EUA, em função do mesmo não considerar a Palestina um Estado independente e por envolverem desocupação de áreas. No confronto contra o Hezbollah, o governo declarou que uma série de túneis na fronteira entre Israel e Líbano foram descobertos, porém o exército israelense já lançou uma operação de grande escala para destruí-los. A operação deve ocorrer no território israelense, sem atravessar a fronteira em nenhum momento. O

8 Primeiro-Ministro israelense tem sido alvo de denúncias de corrupção, sendo acusado de fraudes, propinas e benefícios fiscais a empresas. Já na campanha na Síria, os ataques israelenses atingiram combatentes iranianos, pró-síria, o que causou mal-estar entre os dois países. ÁFRICA PEACEKEEPERS MORREM EM ATAQUES NO MALI Um ataque feito pelo grupo Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM), deixou 10 membros chadianos da operação de paz mortos e ao menos 25 ficaram feridos. Segundo informações, o contingente do Chade estabelecido em Aguel'hoc, ao nordeste do país, foi atacado pelos assaltantes, que chegaram em diversos veículos armados. Mesmo com um grande número de baixas o pelotão conseguiu neutralizar muitos inimigos. Alguns dias depois desse ataque, o país sofreu com mais um atentado quando um comboio, onde se encontravam dois soldados das forças de paz do Sri Lanka, passou por uma mina terrestre localizada próximo a Douentza, na região de Mopti. Dois soldados não sobreviveram. OPERAÇÃO MILITAR NA NIGÉRIA RESGATA 75 VÍTIMAS Durante uma operação nas florestas de Dumburum e Gando em Zamfara, o exército nigeriano destruiu um grande acampamento e conseguiu neutralizar 58 infratores e resgatar 75 vítimas que haviam sido sequestradas em comunidades locais do estado de Zamfara. Os bandidos possuíam um grande poder de fogo, tendo como resultado do confronto quatro baixas e 14 feridos, sendo oito soldados e seis vigilantes. EM ATAQUE DOS EUA, 52 MEMBROS DO AL SHABAAB SÃO MORTOS NA SOMÁLIA Um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos da América (EUA) matou 52 jihadistas do grupo Al Shabaab na Somália. O bombardeio foi uma resposta a um ataque realizado

9 pelos terroristas a uma base militar somali e ocorreu quatro dias após um ataque realizado também pelo grupo a um hotel em Nairóbi, capital do Quênia, que deixou, pelo menos, 21 civis mortos. A investida envolveu atiradores e um homem-bomba. BOKO HARAM ATACA BASES MILITARES NA NIGÉRIA Duas bases militares nigerianas, localizadas no estado de Borno, próximas à fronteira com Camarões, foram atacadas por militantes do grupo extremista Boko Haram e seis soldados ficaram feridos. O objetivo dos terroristas, segundo os militares, era saquear as cidades e depois invadir as bases. Concomitantemente, centenas de pessoas abandonaram suas casas na cidade de Rann, localizada na região fronteiriça entre Borno e Camarões, após a retirada das forças armadas. A cidade foi intensamente atacada pelo Boko Haram no ano passado, assim como também ocorreram sequestros de funcionários da Cruz Vermelha. O Governador do Estado, Alhaji Kashim Shettima, teria comunicado o Presidente do país sobre a situação do estado e da cidade, pedindo reforços. ONU RESOLUÇÃO PARA CULPAR O HAMAS POR ATAQUES A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas votou contra um documento que condenava o grupo palestino Hamas e outros grupos militantes em Gaza, apesar de vários países terem votado a favor. Segundo a Embaixadora dos Estados Unidos, Nikki Haley, que propôs a resolução, tal processo de votação visava apenas aplicar o ideal de segurança e de paz definido pelas Nações Unidas. A resolução condenava os constantes disparos de foguetes contra Israel, que colocam em risco as vidas de civis, além de todos os aparatos do grupo militante para realizar os ataques, como o uso de túneis para entrar no país, e equipamentos de lançamento de mísseis contra áreas civis. Os representantes dos países que votaram contra a resolução argumentaram que Israel dificilmente respeitou alguma resolução da Assembleia Geral, e que a resolução busca fugir da verdadeira causa do conflito entre os grupos militantes e o Estado de Israel.

10 O ESTADO PALESTINO O Coordenador especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, levantou o problema quanto à possibilidade de se estabelecer um Estado palestino viável e contíguo em Israel, além de reiterar o sofrimento da população civil com todos os conflitos na faixa de Gaza, e alertar sobre o risco dele se tornar um conflito sem fim. Por outro lado, a Palestina, que possui o status país observador nãomembro diante do Conselho de Segurança das Nações Unidas, está preparando um pedido de adesão com status de membro do Conselho. Caso se torne realidade, o fato equivaleria ao reconhecimento internacional do Estado palestino. Entretanto, qualquer pedido para se tornar um Estado membro deve ser aprovado pelos atuais membros permanentes que possuem o poder de veto, dentre estes, os Estados Unidos, cuja postura contrária ao reconhecimento da Palestina é clara. Os palestinos declaram que o possível veto por parte dos EUA não os impedirá de realizar o pedido. CRISE NO IÊMEN Um relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas aponta que Irã forneceu combustível para financiar a guerra no Iêmen. Foi identificado um número de empresas, dentro e fora do território iemenita, que serviam de fachada para o envio de combustível e utilizavam documentos falsos para evitar inspeções da ONU. Em investigações anteriores, as Nações Unidas acreditavam que o Irã seria responsável pelos mísseis que estavam nas mãos dos rebeldes Houthi e que efetuava doações mensais, em combustível, equivalentes a US$ 30 milhões. Um outro relatório produzido pela ONU aponta que 20 milhões de pessoas estão passando fome no país, representando um aumento de 15% entre 2017 e 2018, com 250 mil iemenitas em situação catastrófica, considerado pela ONU como o nível mais severo de desnutrição. Há registros de que 5 milhões de pessoas estão em fase emergencial, a segunda mais grave, segundo Mark Lowcock, chefe de ajuda humanitária da ONU. Enquanto isso, na Suécia, se iniciaram diálogos entre representantes do governo e hutis para acabar com o conflito no Iêmen que já dura mais de três anos. O enviado especial da ONU para o país, Martin Griffiths, elogiou o governo sueco por receber as partes, bem como a logística empregada para a reunião, com a materialização das condições para o transporte dos rebeldes. Um novo prazo foi estabelecido para a retirada destes últimos da cidade de Hodeida, após o anterior ter sido adiado, e estão em

11 andamento conversas entre o governo e os negociadores para articular a troca de prisioneiros. As duas partes demonstraram disposição política para que se estabeleça um cessar-fogo no país. SITUAÇÃO DA SEGURANÇA NA LÍBIA O enviado especial das Nações Unidas, Ghassan Salame, afirmou que a situação de segurança no sul da Líbia está se deteriorando, devido as perseguições do ISIS aos cidadãos, e afetando também a infraestrutura de petróleo e água. As porosas fronteiras do sul da Líbia com o Chade, o Níger e o Sudão tornam o país um território fácil para traficantes, mercenários estrangeiros e criminosos, que acabam contribuindo para uma situação desesperadora. Diante do problema, o Exército Nacional da Líbia, em Benghazi, anunciou uma operação militar para afastar militantes e criminosos da área, além de focar no combate à migração ilegal na África Subsaariana. Além disso, manifestantes exigindo pagamento de salários atrasados e atendimentos médicos invadiram a sede do Conselho Presidencial, apoiado pela ONU causando danos materiais. Familiares dos mortos nos conflitos também estiveram presentes e exigiram seus direitos de ressarcimentos perante às Nações Unidas. O protesto se encerrou de forma pacífica, coincidindo com uma viagem à Jordânia do Presidente do Conselho e Chefe do governo apoiado pela Organização, Fayez al Serra, visando buscar apoio econômico à Líbia.