Informativo Mensal nº 16. Fevereiro/2015

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João Henrique da Mota de Barros
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Informativo Mensal nº 16 Fevereiro/2015 AMÉRICA/EUROPA OCIDENTAL NEGOCIAÇÕES ENTRE FARC E GOVERNO COLOMBIANO O noticiário do mês foi, mais uma vez, dominado por manchetes relacionadas às negociações

1 Informativo Mensal nº 16 Fevereiro/2015 AMÉRICA/EUROPA OCIDENTAL NEGOCIAÇÕES ENTRE FARC E GOVERNO COLOMBIANO O noticiário do mês foi, mais uma vez, dominado por manchetes relacionadas às negociações de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Por um lado, a guerrilha se comprometeu a depor armas com a condição de que possa se tornar partido político por vias democráticas. A concessão oferecida pelo governo de Juan Manuel Santos, por sua vez, é a garantia de que o governo estadunidense será contatado para que ordens de extradição de guerrilheiros acusados de narcotráfico sejam retiradas. ÁSIA/LESTE EUROPEU RÚSSIA E O CONFLITO DA UCRÂNIA

2 A OTAN, a ONU e os Estados Unidos discutiram incessantemente intervenções acerca das atividades russas com relação a Ucrânia. Acordos e medidas foram formalizados a fim de tomar medidas em curto e médio prazo que pusessem em prática o cessar-fogo arquitetado pela comunidade internacional. O país é ainda alvo da pressão internacional para regularizar diplomaticamente suas pendências com a Ucrânia e diminuir o número de vítimas de atentados e combates militares. UCRÂNIA - PRIMEIROS RESULTADOS SATISFATÓRIOS DO CESSAR- FOGO Após um intenso período de combate no leste, a Ucrânia concordou com os termos de um cessar-fogo. Depois de retiradas de tropas de cidades na linha de frente, obteve-se uma amenização dos conflitos com a Rússia, o que indicou um resultado satisfatório dos acordos firmados e delineou os primeiros traços de sucesso do cessar-fogo. As forças ucranianas não conseguiram retirar os armamentos mais pesados de algumas cidades pelo avanço dos ataques de alguns rebeldes que, mesmo com o cessar-fogo, continuam com ataques regulares às tropas ucranianas. AUMENTO DE CONFLITOS E ATAQUES NO AFEGANISTÃO O Afeganistão tem sido cenário de ataques intermitentes de rebeldes e manifestantes contra as Forças Armadas. Atentados a quartéis generais e ataques terroristas a escolas mantiveram o clima de tensão ativo na região que sofre também com tensões mais recentes acerca do Estado Islâmico. ORIENTE MÉDIO OFENSIVAS DO ESTADO ISLÂMICO

3 Combatentes Peshmerda repeliram um ataque do Estado Islâmico à capital da região do Curdistão com apoio de aeronaves da coalizão liderada pelos Estados Unidos, mas uma onda de ataques em torno da cidade matou pelo menos 37 pessoas e feriu várias outras. Um homem-bomba detonou um colete com explosivos em uma loja de chá e em seguida um carro bomba explodiu do lado de fora. Não ficou clara a responsabilidade. Os Estados Unidos e tropas aliadas conduziram ataques aéreos contra o território sob domínio do Estado Islâmico e cerca de 25 mil soldados preparam se para ofensiva em Mosul que deve ocorrer em meados de abril ou maio. O grupo sequestrou noventa cristãos assírios como retaliação a presença cristã no norte da Síria. A ação também pode ser uma resposta a captura de seis militantes do Estado Islâmico por parte dos aldeões. Uma filial do Estado Islâmico reivindicou o atentado realizado contra a residência do embaixador do Irã na capital da Líbia. O ataque não deixou vítimas. A Líbia pediu ao Conselho de Segurança da ONU para levantar o embargo de armas para que possa lidar com o Estado Islâmico e outros grupos, pedido apoiado pelo Egito. ESTADO ISLÂMICO E SUA LIGAÇÃO COM O OCIDENTE Ao menos 80 franceses ou residentes no país morreram na Síria ou no Iraque enquanto lutavam ao lado de jihadistas, disse o Primeiro-Ministro da França, Manuel Valls. Segundo ele, cerca de franceses ou residentes na França possuem ou possuíam relações com facções extremistas. Ainda se tratando de estrangeiros, Kayla Muellerm, trabalhadora humanitária e última refém norte-americana do Estado Islâmico, teve sua morte confirmada pelo governo dos Estados Unidos. O Pentágono afirmou que ela foi morta pelo EI enquanto o grupo afirmou que a mesma morreu em decorrência de um ataque aéreo. O ESTADO ISLÂMICO E A JORDÂNIA/ IRAQUE Após o piloto Moaz al-kasasbeh ter sido queimado vivo, a Jordânia executou dois condenados. O Estado Islâmico admitiu a derrota na região de Kobani (Síria), cujos bombardeios teriam provocado retirada. Posteriormente, forças armadas norte americanas lançaram bombardeios aéreos no Iraque e na Síria contra o Estado Islâmico.

4 Combatentes Peshmerda repeliram um ataque do Estado Islâmico à capital da região do Curdistão do Iraque com apoio de aeronaves da coalizão liderada pelos Estados Unidos. Cerca de 25 mil soldados preparam se para ofensiva em Mosul. O Primeiro Ministro australiano sinalizou a possibilidade de o país enviar tropas para a região e conversa com países da região como Nova Zelândia para que também enviem tropas para o Oriente Médio. ÁFRICA CONFLITOS DO BOKO HARAM O Exército nigeriano libertou cinco cidades no nordeste do país que eram controladas pelo Boko Haram em operação conjunta com as forças de Chade, Níger e Camarões. Em Fotokol, cidade camaronesa localizada na fronteira com a Nigéria, o grupo assassinou pelo menos cem civis em represália pela tomada da cidade de Gamboru por integrantes da operação militar na qual 250 membros do grupo. O grupo realizou vários ataques na região da fronteira do Níger e de Camarões com a Nigéria. A França enviou consultores militares para fronteira que separa o Níger da Nigéria. Os combates contra os jihadistas africanos intensificaram-se também no Chade resultando em 117 terroristas mortos e a fuga do grupo de seu acampamento que foi retomado pelo exército chadiano. Com o aumento dos ataques fora da Nigéria, a União Africana aprovou o envio de soldados para tentar controlar o conflito. O exército nigeriano anunciou, após uma operação de dois dias para libertar Monguno e outras 10 comunidades, que mais de 300 terroristas foram mortos e diversas armas, munições e veículos foram encontrados em esconderijos. A cidade de Baga, na Nigéria, também teria sido retomada. Com o objetivo de combater os terroristas do grupo, soldados dos Estados Unidos treinam soldados do Chade em pleno deserto do Saara, além de receberam ajuda da Espanha e Reino Unido, que enviaram instrutores para auxiliar no treinamento. ESTADO ISLÂMICO E A ÁFRICA

5 O braço egípcio do grupo Estado Islâmico reivindicou a autoria de ataques contra bases do exército de da polícia em Arish, na província do Sinai, que deixaram ao menos 32 mortos, a maioria militares. Na Líbia, um grupo ligado ao Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques que deixaram 40 mortos e 70 feridos como retaliação aos ataques efetuados pela Força Aérea do Egito. Em relatório divulgado pelo portal The Telegraph, o grupo planejaria avançar com sua luta armada para a Europa através da Líbia, usando a fragilidade política em que se encontra o país para conseguir avançar até a região litorânea e adentrar na Europa. TÚNISIA, SOMÁLIA E ANISTIA INTERNACIONAL O Ministério do Interior tunisiano informou que houve um ataque de jihadistas na região de Kasserine, fronteira com a Argélia, matando 4 policiais que patrulhavam a região considerada um reduto de células radicais islâmicas. O local é utilizado como passagem de radicais vindos de países do Sahel e que buscam unir-se à Jihad na Líbia, Síria e Iraque. Na Somália, o Al-Shabaab atacou um importante hotel na capital Mogadíscio com 11 mortos, além de ferir o Vice Primeiro-Ministro. A Anistia Internacional informou que os governos e órgãos regionais africanos não estão contribuindo positivamente para a solução dos conflitos no continente citando exemplos de líderes de governos acusados pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, manobras dos países africanos para escapar de punições, além da lenta tentativa da União Africana de estabelecer medidas que solucionem os conflitos no Sudão do Sul, Nigéria e República Centro-Africana. ONU NEGOCIAÇÕES DE PAZ ENFRENTAM DIFICULDADES

6 O mês de fevereiro foi marcado por alguns impasses nas negociações de paz realizadas pela Organização das Nações Unidas. Na Síria, o enviado especial encontrou relutância da oposição ao governo organizada em comissão - para negociar. A Líbia, através de seu Parlamento, também suspendeu diálogos com a Organização. Na República Democrática do Congo, a dificuldade foi com o próprio governo, que não retirou do comando generais acusados de abusos de Direitos Humanos - como pedido pela ONU - perdendo o apoio da Organização em um plano para desarmamento das FDLR. No Sudão do Sul, a organização comemorou a liberação de milhares de crianças soldados que prestavam serviços para a Facção Cobra do exército. No entanto, ainda há dificuldade de manutenção da paz no país tendo aprovado pelo Conselho de Segurança um sistema de imposição de sanções para aqueles que não colaboram em favor da paz. O mês também foi importante em relação ao julgamento de pessoas envolvidas em conflitos ocorridos em décadas passadas, com acusação de novos envolvidos em crimes de guerra no Camboja e o julgamento de acusações de genocídio entre a Sérvia e a Croácia.

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