Instituição Beneficente A Luz Divina Grupo de Fraternidade MEDIUNIDADE E O TRABALHO NA CASA ESPÍRITA. Marco Antônio Maiuri de Miranda 08 / 06 / 2018

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1 Instituição Beneficente A Luz Divina Grupo de Fraternidade MEDIUNIDADE E O TRABALHO NA CASA ESPÍRITA Marco Antônio Maiuri de Miranda 08 / 06 / 2018 Boa noite a todos! Que Jesus, Mestre amantíssimo, nos ampare e nos dê a Sua paz! Hoje, vamos falar a respeito da participação do médium e do trabalhador na Casa Espírita e sua mediunidade. Sobre a mediunidade com Jesus muitas pessoas podem pensar que ela dá muita alegria e dizem assim: Eu me satisfaço bastante quando participo na Casa Espírita e encontro com meus amigos. Tenho uma notícia boa e uma notícia mais ou menos. Qual a notícia que vocês querem primeiro? A notícia mais ou menos é que não é bem assim! E a notícia boa é que a mediunidade com Jesus existe! Quando falamos em alegria nunca devemos pensar naquela alegria superficial. Não vamos à Casa Espírita somente para encontrar alguns amigos. A Casa Espírita não é um clube e nem um ponto de encontro. É uma oficina de trabalho, envolvida pelo imenso amor dos Benfeitores espirituais. Vocês podem ter absoluta certeza que tudo isso que existe aqui, é graças a permissão de Jesus! Se Jesus não quisesse, nada disso aconteceria. Então, precisamos a cada dia, que participamos de uma Casa Espírita, séria como esta Instituição, agradecer muito, mas muito mesmo, porque sabemos que estamos em um ambiente da Terra que é 1

2 um mundo de provas e expiações, onde existe uma mescla vibratória muito grande. Há lugares muito difíceis e lugares mais amenos, mas o local onde a Casa Espírita se encontra, proporcionado pelos Amigos espirituais, é um local realmente diferente. Podemos perceber que quando acaba a reunião espiritual sentimos o ambiente ionizado, o ambiente diferente, proporcionado pelos Amigos espirituais. Podemos perceber também que mesmo diante do cansaço, do estresse do dia, às vezes, estresse familiar, quando se chega à Casa Espírita sentimos que levamos um banho de luz e nos refazemos. Às vezes, o médium está cansado, um pouco enfermo, e vai para o trabalho, mas claro que não são enfermidades contagiosas, são enfermidades naturais, senão o médium ao invés de transmitir as energias magnéticas do passe, vai transmitir a sua enfermidade para o assistido. É necessário realmente fortalecer o ânimo e o ideal. A mediunidade com Jesus é um dos sentidos de plenitude, de felicidade de coisa realizada, e não somente aquela alegria superficial. Para trabalhar com Jesus precisamos sair do conforto do nosso lar, onde estamos rodeados pela família que nos protege e conforta. Muitas vezes, temos que sair da nossa casa sabendo que ao chegar à Casa Espírita iremos conviver com a dor do próximo, porque a vida não é brincadeira. As pessoas que vêm em busca de auxílio espiritual, não são levianas, nem vêm por curiosidade. Elas vêm porque necessitam de orientação, de uma boa palavra, de assistência espiritual. Ainda mais nesses dias difíceis que estamos atravessando, elas vêm com grandes expectativas e, muitas vezes, dificuldades ocultas que elas não falam realmente o que estão sentindo. Então, cabe ao trabalhador espírita, quando vai à Casa Espírita, proteger-se com o coração repleto de amor para poder doar-se à causa do Cristo. Não é doar a si mesmo, não é satisfazer seu próprio conforto. Aliás, se você está com isso em mente está equivocado. Saiba que você vai ouvir muita coisa que não gosta. As pessoas que trabalham através 2

3 da mediunidade, na Casa Espírita, têm que conviver com a impaciência e com a intolerância, porque todos nós somos necessitados. Certa vez, eu estava conversando com o Mentor Natanael e ele me disse assim: O que você acha que é uma Casa Espírita? Respondi: É um hospital! Ele continuou: Pois é! Se é hospital, quem é recebido por lá? Somos também enfermos que já estamos nos melhorando e se já estamos na condição de servir, não devemos titubear para não voltarmos a sermos enfermos assistidos. Feliz daquele que assiste ao invés de ser assistido. Fortalecer o nosso ideal é algo muito complexo! Vejam o exemplo do frio e da chuva: Quando chove muitos trabalhadores faltam ao trabalho na Casa Espírita e os assistidos se esquecem das dores. Parece que o espírita é feito de açúcar! Está certo que o Evangelho fala para sermos afáveis e doces, mas é para sermos doces em outro sentido, e não doce como açúcar! Temos, realmente, que procurar completar em nosso coração os requisitos para a tarefa doutrinária e um deles é a fidelidade ao trabalho. É aí que realmente você está servindo ao Cristo. Imaginem, por exemplo, se os apóstolos que lá estavam quando Jesus os escolheu, se eles falassem para Jesus: Mestre, estou com uma dorzinha de cabeça, hoje. Acho que não vou à Casa do Caminho. Não vou atender as pessoas esfaimadas que lá estão. Não! É claro que não pode ser assim! O trabalhador tem que ter dentro de si aquela conduta de amor, porque se não tiver aquela conduta de entrega, ele não está preparado para o trabalho. Tem que deixar de lado os sentimentos equivocados que atrapalham sua trajetória. Por exemplo, o sentimento do egoísmo. Como é que a pessoa egoísta pode doar de si mesmo? Como é que ela vai dar um passe? Como é que ela vai fazer uma prece? O egoísmo não deixa. A pessoa faz superficialmente. Interiormente, ela não faz. Então, é um muito importante lembrarmos a respeito da caridade. Allan Kardec perguntou os Espíritos da Codificação: Qual o verdadeiro 3

4 sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? (O Livro dos Espíritos, questão 886) A caridade é aquele famoso BIP : Benevolência para com todos, indulgência para as falhas alheias, perdão das ofensas. A caridade é uma ação interior que se traduz exteriormente. Então, a atitude do médium deve refletir no homem? Sem dúvida, deve refletir no homem. E a atitude do homem deve refletir no médium? Deve refletir no médium, também. Não adianta virmos à Casa Espírita, que tem toda estrutura para trabalharmos, se lá fora agimos de forma diferente. As casas espíritas, realmente sérias, incentivam o estudo que prepara, psiquicamente, o médium, para que ele consiga abranger novas linhas de raciocínio e entender o que está acontecendo com ele. A Doutrina Espírita modifica o ser, o faz caminhar por uma nova estrada que é um pouco diferente da lógica do mundo de provas e expiações em que ele vive. O médium que não for benevolente com as pessoas e passar indiferente pela dor humana, não está ainda apto a trabalhar. É preciso cultivar esse pensamento dentro de si. Estamos falando do médium, mas é para todo o trabalhador espírita, de um modo geral. Todas as tarefas de uma Casa Espírita são importantes e todas são assistidas pela Espiritualidade. A pessoa tendo dentro de si benevolência e se comove com a dor do próximo, colocando-se no seu lugar, então, a empatia com a dor do próximo, revela que ele está pronto para trabalhar. Como é que eu faço para trabalhar na Casa Espírita? Deve procurar as pessoas responsáveis. Aqui, na A Luz Divina deve procurar os irmãos Euclides ou Alaciel e dizer-lhes: Pelo Amor de Deus, quero fazer o Curso e estudar, quero acabar com as minhas falhas do passado, correr atrás das minhas dívidas de uma forma mais saudável, seguindo a Jesus. 4

5 Então, serão encaminhadas ao estudo, nos cursos preparatórios, que são muito importantes, e estarão aptos para trabalhar voluntariamente, na Casa Espírita. Se o médium não tem benevolência para com o próximo, indulgência para as falhas alheias e não perdoa as ofensas, quando ele se encontra na sala de passes, preparando-se e elevando o pensamento a Jesus e sente à sua frente um desafeto, como é que ele faz? É muito grave essa situação. O médium está preparado para vibrar amor, por que o passe é um exercício de amor, ele está emitindo amor no passe, está aprendendo a pensar amor em cada passe que se dá, e em cada consulta que se atende. Em cada mensagem do Evangelho que se lê, você está emitindo amor por várias vezes. Quando um palestrante vem à Casa Espírita, enquanto ele fala sai de sua boca uma luz branca. Quantas pessoas são beneficiadas com uma simples leitura do Evangelho e sua interpretação, porque em um mundo que está assolado pelo egoísmo, quando aparece uma luz, é ela que vai nos conduzir na noite escura das nossas imperfeições. É essa luz que vai nos conduzir e, realmente, chegará o dia em que todas as pessoas serão evangelizadas e o Evangelho será como uma Constituição de um país. O médium e o trabalhador espírita têm que colocar o Evangelho como um livro de cabeceira, porque realmente é uma cartilha de bem viver. Têm que realmente procurar viver o Evangelho e tentar segui-lo, cada um, dentro das suas limitações. É lógico que não evoluímos de uma hora para outra. Mas, posso afirmar com certeza que o trabalho edifica o ser. Se vocês perceberem, como o trabalho realizado na Casa Espírita se torna muito importante, entenderão que é através dele que estamos aprendendo a nos equilibrar mais e continuar enfrentando todo o restante do caminho, de certa forma mais seguros e equilibrados, graças a tudo que aprendemos na Seara Espírita. Ela é a nossa referência espiritual. Não somos somente matéria, somos seres espirituais. Somos 5

6 Espíritos passando por uma curta passagem aqui na Terra, mas uma curta passagem mesmo! Então, temos que aproveitar enquanto temos saúde e força para poder oferecer algo de nós em favor do nosso semelhante, porque quando nos voltamos para dentro dos nossos problemas, estamos mais fortalecidos. O trabalho na Casa Espírita faz isso. Edifica o ser, promove o ser a uma vida mais plena, e ele passa pelas vicissitudes da vida de uma forma mais elegante, com fé, coragem e consegue então caminhar com mais prudência e ter em seu coração o verdadeiro sentido de servir, porque a maior alegria é sempre de quem serve e a maior felicidade e o melhor tratamento que existe para nós, é servir já! Recebo várias pessoas na Casa Espírita onde participo: Núcleo Espírita Meditação e Caridade, em São Paulo (Cidade Vargas). Quando me encontram na rua, dizem para mim: Eu vou voltar a frequentar a Casa Espírita. Penso comigo mesmo: Puxa! Mas que beleza, ele vai começar a fazer os cursos, vai participar e trabalhar. Outro me diz: Eu estou precisando tomar uns passes. E vai à Casa Espírita. Lamento, porque essas pessoas estão perdendo uma oportunidade muito grande, nesta vida. O capítulo XVII, item 4, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos fala dos bons espíritas e dos espíritas imperfeitos. Os imperfeitos invariavelmente abandonam a tarefa e se vinculam a pessoas que justificam suas fraquezas. Então, vamos refletir: Você ouve sobre uma desavença que ocorreu com alguma pessoa na Casa Espírita; ouve algo que não gostou. Temos que pensar que isso pode ser um teste para nós. Se você desiste do estudo e do trabalho, na primeira ofensa que ouvir, você ainda não está preparado para o trabalho, porque está cheio de melindres. Quem trabalha para o bem vai encontrar muita dor, vai lidar com muito desaforo e ingratidão. Mas, temos que ter em mente que estamos trabalhando para Jesus. Não estamos trabalhando para ninguém, na Terra. Chico Xavier, antes de desencarnar, disse: Eu não trabalho para nenhum Espírito. Todos pensavam em Emmanuel, André Luiz e outros. Chico continuou: Eu trabalho para Jesus. 6

7 Emmanuel recomendou ao Chico: Se um dia eu falar para você se afastar dos ensinos do Cristo, você segue com Cristo e me esquece. Então, através da Doutrina Espírita, temos que entender que estamos diante do próprio Cristianismo redivivo. É uma coisa muito séria. É um plano do Cristo. Não é algo que apareceu ao léu, não é uma religião convencional. É uma revelação para o progresso do homem. Quando temos a oportunidade de trabalho em uma oficina como esta, vamos dar graças a Deus. Pelo mundo afora não existem casas espíritas assim como existem no Brasil. Quando existem, o trabalho se desenvolve ainda como se fosse a fase do Espiritismo nas décadas de 1960, Atualmente, temos o desenvolvimento do Espiritismo no Brasil até com alguns exageros, que, estudando conseguimos, de certa forma, criar alguns parâmetros, porque o estudo liberta o ser, liberta o trabalhador do fanatismo. A Doutrina Espírita apresentada como fé raciocinada, faculta-nos a grande felicidade de podermos raciocinar sobre a fé com razão e lógica, e entender porque que os valores morais que o Espiritismo nos passa são tão importantes. Por exemplo: Por que eu devo perdoar aquela pessoa? É só ela continuar andando lá e eu ando aqui e acabou, não é? Muitas pessoas pensam assim, mas a recuperação do nosso Espírito, no caso, não nos desvincula das histórias da nossa vida. Em um momento qualquer, nessa vida ou em outra existência, aquela pessoa retornará para perto de nós, e poderá reencarnar como meu filho ou como meu parente! Então, vamos entender o que Jesus disse, em seu Evangelho: Portanto, se estiveres para trazer a tua oferta ao altar e ali te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e depois virás apresentar a tua oferta. Assume logo uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. 7

8 Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. Significa que o sacrifício mais agradável a Deus é você depositar a sua oferenda ao pé do altar, mas não com aquela religiosidade extrema. Mas, antes, Deus nos pede que nos reconciliemos no convívio com aquele irmão que ainda não entendemos. Isso pode acontecer dentro da Casa Espírita, como pode acontecer entre familiares, amigos e companheiros de trabalho. Agradeço a todos pela atenção. Desejo-lhes força e coragem na tarefa a que se dedicaram. Perseverem. Não liguem para a chuva, comprem um guarda-chuva, certo? No frio, agasalhem-se e venham para o trabalho, porque a Espiritualidade está sempre esperando os trabalhadores de boa vontade. Muita paz a todos! Marco Antônio Maiuri Miranda Palestra proferida em 08 de junho de 2018, na Reunião do Grupo da Fraternidade, na Instituição Beneficente A Luz Divina. 8