As cotas de aprendizes alternativas de intermediação para o setor e cadeia produtiva

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1 XI SIMPÓSIO TRABALHISTA SINDICAL CEISE Br e GERHAI As cotas de aprendizes alternativas de intermediação para o setor e cadeia produtiva TARCIO JOSE VIDOTTI Juiz do Trabalho, Coordenador do Juizado Especial da Infância de Adolescência da Justiça do Trabalho em Ribeirão Preto

2 Aprendizagem: previsão constitucional CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

3 Aprendizagem: conceito doutrinário A aprendizagem é a primeira fase de um processo educacional (formação técnico-profissional) alternada (conjugam-se ensino teórico e prático), metódica (operações ordenadas em conformidade com um programa que se passa do menos para o mais complexo), sob orientação de um responsável (pessoa física ou jurídica) em ambiente adequado (condições objetivas: pessoal docente, aparelhagem, equipamento)

4 Aprendizagem: distinção No instituto da formação técnico-profissional, a aprendizagem pode ser realizada de duas formas: a aprendizagem escolar e a aprendizagem empresária, conforme seja o órgão que assuma a responsabilidade pela sua efetivação, escola ou empresa, e a preponderância do estudo ou da produção Aprendizagem empresária Estágio

5 Aprendizagem: Definição na CLT Art Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. 1 o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.

6 Cota de contratação de aprendizes Art Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

7 Aprendizagem social (Decreto 5.598/2005, com redação alterada pelo Decreto 8.740, de 4 de maio de 2016) Art. 23-A. O estabelecimento contratante cujas peculiaridades da atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas práticas, além de poderem ministrá-las exclusivamente nas entidades qualificadas em formação técnico profissional, poderão requerer junto à respectiva unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Previdência Social a assinatura de termo de compromisso para o cumprimento da cota em entidade concedente da experiência prática do aprendiz. 2º Consideram-se entidades concedentes da experiência prática do aprendiz: I - órgãos públicos; II - organizações da sociedade civil, nos termos do art. 2º da Lei nº , de 31 de julho de 2014; e III - unidades do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo Sinase O SINASE regulamenta o proceder do Poder Público no que toca ao atendimento aos adolescentes autores de ato infracional..

8 Aprendizagem social (Decreto 5.598/2005, com redação alterada pelo Decreto 8.740, de 4 de maio de 2016) 5º A seleção de aprendizes será realizada a partir do cadastro público de emprego, disponível no portal eletrônico Mais Emprego e deverá priorizar a inclusão de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade ou risco social, tais como: I - adolescentes egressos do sistema socioeducativo ou em cumprimento de medidas socioeducativas; II - jovens em cumprimento de pena no sistema prisional; III - jovens e adolescentes cujas famílias sejam beneficiárias de programas de transferência de renda; IV - jovens e adolescentes em situação de acolhimento institucional;

9 Aprendizagem social (Decreto 5.598/2005, com redação alterada pelo Decreto 8.740, de 4 de maio de 2016) V - jovens e adolescentes egressos do trabalho infantil; VI - jovens e adolescentes com deficiência; VII - jovens e adolescentes matriculados na rede pública de ensino, em nível fundamental, médio regular ou médio técnico, inclusive na modalidade de Educação de Jovens e Adultos; e, VIII - jovens desempregados e com ensino fundamental ou médio concluído na rede pública.

10 Instrução normativa 146, de DO CUMPRIMENTO ALTERNATIVO DA COTA DE APRENDIZES Art O estabelecimento contratante cujas peculiaridades da atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas práticas, nos termos de regulamento específico do Ministério do Trabalho, poderão requerer junto à respectiva unidade descentralizada do MTb a assinatura de termo de compromisso para o cumprimento da cota em entidade concedente da experiência prática do aprendiz.

11 Portaria MT 693/2017 Art. 1º Os estabelecimentos que desenvolvem atividades relacionadas aos setores econômicos elencados abaixo poderão requerer junto à respectiva unidade descentralizada do Ministério do Trabalho a assinatura de Termo de Compromisso para o cumprimento da cota em entidade concedente da experiência prática do aprendiz, nos termos do 1º do artigo 23-A do Decreto 5.598/2005: [...] IX - Atividades agropecuárias;

12 RESUMO: 1. A aprendizagem social pode ser utilizada por estabelecimento cujas peculiaridades da atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas práticas. Tais setores da economia são definidos pelo MT na Portaria 693/2017: atividade agropecuária;

13 RESUMO: 2. Deve ser firmado termo de compromisso com Auditor Fiscal do Trabalho responsável pela ação fiscal (protocolar na Gerência Regional do Trabalho solicitação de assinatura de termo de compromisso, caso não haja ação fiscal em andamento);

14 RESUMO: 3. A aprendizagem prática deve ser realizada em entidade concedente: órgãos públicos organizações da sociedade civil art. 2º da Lei /14 unidades do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo;

15 RESUMO: 4. A localização dos órgãos públicos concedentes da experiência prática poderá ser em Municípios do Estado de São Paulo, mediante autorização do AFT fundamentada na existência de vagas no SENAC e no órgão público da localidade (IN 146, art. 4º, 1º);

16 RESUMO: 5. A contratação deve ser de adolescentes em situação de vulnerabilidade ou risco social; 6. O compromisso é de cumprir a cota integralmente, estabelecendo-se as quantidades no sistema regular e na forma alternativa. O cumprimento integral da cota pode ser escalonado considerando-se a disponibilidade de vagas no SENAC e nos órgãos públicos e datas de início dos cursos;

17 Projeto APRENDIZ DE JUSTIÇA O programa APRENDIZ DE JUSTIÇA é uma variante de projeto de aprendizagem profissional lastreado na nova redação do Decreto 5.598/2005, que incluiu o art. 23-A, já analisado A aprendizagem tem a duração de 24 meses, após os quais os aprendizes estarão capacitados para o exercício da profissão de auxiliar de serviços jurídicos (COB ). As aulas teóricas serão ministradas pela FUNDET (em parceria com a Fundação de Formação Tecnológica de Ribeirão Preto - FORTEC) e pelo SENAC - Ribeirão Preto, em parceria, e a grade curricular, no tocante à carga teórica jurídica, será supervisionada pela ESCOLA JUDICIAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO.

18 Projeto APRENDIZ DE JUSTIÇA Aos aprendizes, após um período de aclimatação, serão ministradas as aulas do arco administrativo do SENAC, a par de aulas com noções mais profundas dos softwares Word, Excel e Libre-Office. A FUNDET (em parceria com a FORTEC) administrará, ainda, disciplinas complementares nas quais serão oferecidos rudimentos de direito do trabalho, direitos humanos, processo civil e processo do trabalho, legislação do processo eletrônico e PJe. A ênfase da carga teórica será a preparação do aprendiz para a tramitação eletrônica dos processos. Outros cursos ministrados no âmbito de outros ramos do Poder Judiciário e Ministério Público eventualmente serão ofertados aos aprendizes e integrados à carga teórica do programa.

19 Projeto APRENDIZ DE JUSTIÇA A expectativa é de que esses aprendizes se tornem profissionais objeto de grande procura pelo mercado da advocacia, haja vista que estarão preparados para uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais, além de possuírem noções elementares de gerenciamento de dados e conhecimentos rudimentares de processo. A par disso, com certeza haverá desafogo da carga de trabalho no âmbito das secretarias das Varas do Poder Judiciário e Ofícios do Ministério Público, uma vez que eles serão preparados para o exercício de tarefas hoje a cargo de técnicos judiciários, profissionais em falta no quadro de servidores tanto no Poder Judiciário quanto no Ministério Publico. Por fim, a existência desses aprendizes evitará eventual desvirtuamento da atividade de estagiários de direito.

20 Projeto APRENDIZ DE JUSTIÇA O acordo de cooperação entre o TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO, JUIZADO ESPECIAL DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO DE RIBEIRÃO PRETO e a FUNDET foi assinado em 10 de abril de 2017, data do início do programa, contando com quase 18 meses de execução e resultados satisfatórios.

21 JEIA Ribeirão Preto (16) / Falar com Marta Barbeiro tarciovidotti@trt15.jus.br COMPETÊNCIA DOS JEIAS Analisar, conciliar e julgar todos os processos envolvendo trabalhador com idade inferior a 18 anos, incluindo os pedidos de autorização para trabalho de crianças e adolescentes (excluído aqui o trabalho infantil artístico) Ações civis públicas e coletivas Autorizações para fiscalização de trabalho infantil doméstico A jurisdição do JEIA de Ribeirão Preto atinge 33 unidades judiciárias, entre varas, fóruns e postos avançados, situados em 22 municípios.

22 Jurisdição do JEIA de Ribeirão Preto Araraquara Mococa Américo Brasiliense Orlândia Batatais Morro Agudo Bebedouro Pirassununga Cajuru Porto Ferreira Cravinhos Ribeirão Preto Ituverava São Carlos Igarapava São Joaquim da Barra Jaboticabal São José do Rio Pardo Matão Sertãozinho Taquaritinga

23 Área metropolitana de Ribeirão Preto Sub-Região 1: Barrinha, Brodowski, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Luis Antônio, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Preto, Santa Rita do Passa Quatro, São Simão, Serrana, Serra Azul e Sertãozinho; Sub-Região 2: Guariba, Jaboticabal, Monte Alto, Pitangueiras, Taiúva e Taquaral; Sub-Região 3: Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Mococa, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa do Viterbo e Tambaú; Sub-Região 4: Altinópolis, Batatais, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Sales Oliveira e Santo Antônio da Alegria.

24 JEIA Ribeirão Preto (16) / Falar com Marta Barbeiro tarciovidotti@trt15.jus.br Muito obrigado pela atenção!