LUÍS ROGÉRIO G. FARINELLI ANTONIO CARLOS SALLA MAURI BÓRNIA DANIEL LACASA MAYA FABIA E. MOREIRA AZEVEDO JULIANA MARI TANAKA

Transcrição

1 JOSÉ MAURÍCIO MACHADO ISABEL A. BERTOLETTI LUÍS ROGÉRIO G. FARINELLI MIGUEL A. VALDÉS JÚLIO M. DE OLIVEIRA ANA MARIA NAKAZA ANTONIO CARLOS SALLA SÓCIO RESIDENTE (CHICAGO) CARLOS AUGUSTO DA CRUZ EDIMILSO GOMES DA SILVA CRISTIANE M. S. MAGALHÃES ROSIENE SOARES NUNES Mª CRISTINA BRAGA E SILVA MAURI BÓRNIA JOÃO CAIO GOULART PENTEADO LISIANE B. H. MENOSSI PACE RICARDO M. DEBATIN SILVEIRA DANIEL LACASA MAYA CONSULTOR RENÉ GELMAN MARTIM FRANCISCO M. MACHADO ADRIANO R. A. P. CHAVES RENATA ALMEIDA PISANESCHI FABIO F. LANZANA PEREIRA FABIO MEDEIROS MARCIO ROBERTO ALABARCE SORAIA MONTEIRO DA MATTA FABIA E. MOREIRA AZEVEDO CAROLINA ROMANINI MIGUEL ANDRÉA DE OLIVEIRA RAMOS CINTIA LADOANI BERTOLO JULIANA MARI TANAKA ERIKA YUMI TUKIAMA PATRICIA REGINA MARTIN DE GODOY CECÍLIA YOKOYAMA IARA M. S. SOUSA DO AMARAL FABÍOLA C. GIRÃO ROBERTO FLEURY A. CAMARGO VICTORIA ROZSAVOLGYI ROCHELLE RICCI FABIANO ABUJADI PUPPI LANA PATRÍCIA PEREIRA ANGÉLICA TAÍS P. SANTOS TORRES RODRIGO TAKEO SAKAI MAURO TAKAHASHI MORI RAQUEL MELLO LOPES JULIANA CARLA DE AGUIAR ALIOTI PAULO ROGÉRIO GARCIA RIBEIRO LIGIA MARIA BERNARDO FÁBIO LIMA DA CUNHA TICIANA CARNEIRO DA CUNHA FERNANDO FABRETTI GUILHERME FAVARO CORVO RIBAS HENRIQUE F. MUNIA E ERBOLATO TATIANA GALVÃO VILLANI JAQUELINE AP. FERREIRA SLUIUZAS PATRÍCIA RITA PAIVA BUGELLI SUTTO ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS PEREIRA MARCEL AUGUSTO SATOMI ANDRÉ DE PAIVA TEIXEIRA JULIANA NAOMI KAMINOME LUCIANE DE CARVALHO SUZANA CAMARÃO CENCIN EDUARDO AMIRABILE DE MELO ANA LÚCIA CASTAGNARI MARRA ANA GABRIELA GUILHERME MARQUES PEDRO ALMEIDA SAMPAIO LIMA BERNADETE DE FIGUEIREDO DIAS CAROLINA PAZELLO ROGER HIDEYUKI NAKAGAWA SIMONE CAMPETTI AMARAL NÁDIA LINARDI LUCHIARI RENATA FERRAIOLI AV. BRIG. FARIA LIMA, º ANDAR ( ) SÃO PAULO - SP - BRASIL THELMA ELIZA GATUZZO ROBERTO F. VESTERMAN ALCALDE ALEXANDRE R. GENTIL FERREIRA ROGERIO PINTO LIMA ZANETTA TEL MARIA PAULA ALVES DE SOUZA PATRICIA MEDEIROS BARBOZA PRISCILA JACOBER PASQUALIN RODRIGO DALLA PRIA FAX CELINA MORAES NAVARRO CARLOS EDUARDO DE A. NAVARRO DANIELA DE ARAÚJO SILVA OSÓRIO SILVEIRA BUENO NETO ENRICO SPINI ROMANIELO JULIANA R. FREDERICO CERAVOLO ANDRÉ QUINTINO SILVA PAIVA RENATO SILVEIRA TATIANA SPONCHIADO IUSIM GABRIELLA PAULA SILVA FERNANDO FARINELLI CAMILA DE OLIVEIRA GARCIA VICTOR BULCÃO MARTINELLI PINTO CAIO STÁVALE THAINÁ BERTOZZI FELISBINO MARINA BLEEKE FERNANDA HENRIQUES URIZAR RODRIGO GONZAGA DE OLIVEIRA GUILHERME AZEVEDO FIGUEIREDO CAMILA DIP CUNHA 8770 WEST BRYN MAWR SUITE 1335 (60631) PRISCILA TARANTO GABRIELA C. DE FARIA PIMENTA AMANDA VIEIRA DA SILVA DAVI FRANCO SUBTIL CHICAGO - IL - USA HELENA DE A. LEITE PENTEADO MORAES CAMILA MAGAMI CARDINALE JÉSSICA MAYRA CAMPOS ANDRÉ A. T. JUNQUEIRA AMARANTE TEL PEDRO TRENCH GONÇALVES DE MORAES FAX BOLETIM LEGAL Nº 150 / JANEIRO DE 2010 ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 478/09 Cristiane M. S. Magalhães e Ana Lucia C. Marra 1 1. Em foi publicada a Medida Provisória nº 478 ( MP 478 ) que introduz importantes alterações na legislação brasileira acerca dos preços de transferência, em particular com relação ao Método do Preço de Revenda menos Lucro PRL. 2. Lembramos que as regras de preços de transferência no Brasil foram introduzidas pela Lei nº 9.430, de 1996 ( Lei 9430 ), a partir de 1º de janeiro de Em linhas gerais, tais regras prevêem métodos para o cálculo de preços parâmetros para identificar a necessidade de ajustes ao cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido relativos aos preços praticados por pessoa jurídica brasileira em operações com pessoa vinculada residente no exterior ou em outras operações sujeitas às regras de preços de transferência por determinação legal (por exemplo, aquelas contratadas com residentes em paraísos fiscais). Ao longo do tempo, Lei 9430 foi objeto de diversas modificações, especialmente para alterar a forma de cálculo do Método PRL e ampliar o âmbito de aplicação de tais regras. 3. A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 243, de 2002 ( IN 243 ) atualmente regulamenta as regras de preços de transferência e inclui certas disposições questionáveis, por estabelecerem regras que divergem daquelas constantes na Lei 9430 ou por não possuírem base legal. 1 CRISTIANE M. S. MAGALHÃES e ANA LUCIA C. MARRA, sócia e associada, respectivamente, da área de Impostos Diretos de MACHADO ASSOCIADOS ADVOGADOS E CONSULTORES.

2 4. Dentro desse contexto, a MP 478 dá nova redação ao Artigo 18 da Lei 9430 e inclui nesta lei os Artigos 19-A e 19-B, aplicáveis desde 1º de janeiro de 2010, incorporando à legislação algumas regras já contidas na IN 243, além de estabelecer algumas inovações. 5. É importante observar que a Exposição de Motivos da MP 478 menciona que a redação proposta para o Artigo 18 da Lei 9430 traz disposições que, antes de sua edição, constavam apenas de instrução normativa, com o intuito de reduzir a litigiosidade que a matéria tem suscitado. Nesse sentido, a própria MP 478 e sua Exposição de Motivos podem ser vistas como um reconhecimento, pela própria União, da falta de base legal de certas disposições da IN 243, servindo de argumento adicional para questionar a sua aplicação. 6. Abaixo comentamos as principais modificações às regras de preços de transferência determinadas pelos Artigos 9, 10 e 11 da MP 478. I MÉTODO PRL E MÉTODO DO PREÇO DE VENDA MENOS LUCRO - PVL 7. O Artigo 9º da MP 478 dá nova redação ao Artigo 18 da Lei 9430 alterando a denominação do Método PRL para Método do Preço de Venda menos Lucro PVL e estabelecendo novas regras para o cálculo do preço parâmetro segundo este método. 8. Na redação original do Artigo 18 da Lei 9430, o preço parâmetro conforme o Método PRL correspondia à média aritmética dos preços de revenda dos bens ou direitos, diminuídos: (i) dos descontos incondicionais concedidos; (ii) dos impostos e contribuições incidentes sobre as vendas; (iii) das comissões e corretagens pagas; e (iv) de margem de lucro de 20%, calculada sobre o preço de revenda. Com base nesse dispositivo, discutia-se a possibilidade de aplicação deste método na importação de bens aplicados à produção de outros bens. 9. Posteriormente, o Artigo 18 da Lei 9430 foi alterado pelo Lei nº 9.959, de 2000 ( Lei 9959 ), para prever a utilização do Método PRL na importação de bens aplicados à produção, estabelecendo, neste caso, a dedução da margem de lucro de 60% calculada sobre o preço de revenda após subtraídos os descontos incondicionais concedidos, os impostos e contribuições incidentes sobre as vendas, as comissões e corretagens pagas, bem como o valor agregado no País. A margem de lucro de 20% permaneceu aplicável às demais hipóteses. Após a criação da margem de lucro de 60%, várias controvérsias surgiram com relação ao cálculo do preço parâmetro segundo o Método PRL, principalmente após a edição da IN 243, que trouxe regras distintas das constantes da Lei

3 10. A metodologia de cálculo do preço parâmetro no Método PVL determinada pela MP 478 é, em linhas gerais, aquela prevista no 11 do Artigo 12 da IN 243 para o Método PRL referente à margem de lucro de 60%. Entretanto, de acordo com a MP 478, há apenas uma margem de lucro de 35%, aplicável na importação de bens, direitos e serviços, sejam eles meramente revendidos ou utilizados na produção. 11. Assim, a MP 478 determina que o preço parâmetro conforme o Método PVL corresponde à média aritmética ponderada dos preços de venda no País dos bens, direitos ou serviços importados, calculada com base na seguinte metodologia: a) preço líquido de venda: a média aritmética ponderada dos preços de venda do bem, direito ou serviço produzido, diminuídos dos descontos incondicionais concedidos, dos impostos e contribuições sobre as vendas e das comissões e corretagens pagas; b) percentual de participação dos bens, direitos ou serviços importados no custo total do bem, direito ou serviço vendido: a relação percentual entre o custo médio ponderado do bem, direito ou serviço importado e o custo total médio ponderado do bem, direito ou serviço vendido, calculado em conformidade com a planilha de custos da empresa; c) participação dos bens, direitos ou serviços importados no preço de venda do bem, direito ou serviço vendido: aplicação do percentual de participação do bem, direito ou serviço importado no custo total, apurada conforme a alínea b, sobre o preço líquido de venda calculado de acordo com a alínea a ; d) margem de lucro: a aplicação do percentual de trinta e cinco por cento sobre a participação do bem, direito ou serviço importado no preço de venda do bem, direito ou serviço vendido, calculado de acordo com a alínea c ; e) preço parâmetro: a diferença entre o valor da participação do bem, direito ou serviço importado no preço de venda do bem, direito ou serviço vendido, calculado conforme a alínea c, e a margem de lucro, calculada de acordo com a alínea d. 12. Observamos que o Método PVL passa também a ser aplicado a serviços importados, o que não aconteceria segundo as disposições legais acerca do Método PRL. A referência à aplicação do Método PRL aos serviços constava somente da IN

4 13. Adicionalmente, a MP 478 determinou as seguintes regras para o Método PVL, diferentes daquelas aplicáveis ao Método PRL: (i) (ii) inclusão dos demais gastos com o desembaraço aduaneiro no custo de aquisição dos bens importados para fins de cálculo do preço médio ponderado a que se refere este método; e previsão de que, na hipótese de um mesmo bem ser revendido e aplicado na produção de um ou mais produtos ou de um bem importado ser submetido a diferentes processos produtivos, o preço parâmetro final será a média ponderada dos valores encontrados mediante a aplicação do método PVL de acordo com suas respectivas destinações. 14. Notamos que o Artigo 11 da MP 478 estabelece que, até 2009, o contribuinte que optar pelo Método PRL estará sujeito às regras do Artigo 18 da Lei 9430 com as alterações determinadas pela Lei 9959, ou seja, considerando a margem de lucro de 60% caso os bens importados sejam aplicados à produção ou a margem de 20% nas demais hipóteses. II MÉTODO DOS PREÇOS INDEPENDENTES COMPARADOS - PIC 15. No Método PIC, o preço parâmetro corresponde à média aritmética ponderada dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda em condições de pagamento semelhantes. 16. Com relação a esse método, a MP 478 introduziu novo requisito para que os dados das próprias operações do cliente possam ser considerados no cálculo do preço parâmetro, qual seja, que as operações utilizadas para fins de cálculo representem, ao menos, 10% do valor das operações de importação sujeitas ao controle de preços de transferência, empreendidas pelo contribuinte, no período de apuração, quanto ao tipo de bem, direito ou serviço importado. III MARGENS DE LUCRO 17. A MP 478 introduziu o Artigo 19-A na Lei 9430, autorizando o Ministro de Estado da Fazenda a fixar margens de lucro diferentes por setor ou ramo de atividade econômica para fins de apuração dos preços parâmetro conforme os métodos legais aplicáveis à importação e às exportações de bens, serviços e direitos. 4

5 18. Observamos que o Artigo 20 da Lei 9430 já permitia a alteração dessas margens pelo Ministro de Estado da Fazenda em circunstâncias especiais e que a IN 243 e a Portaria do Ministro de Estado da Fazenda nº 222, de 2008, já regulamentavam o assunto. IV OUTRAS ALTERAÇÕES 19. O Artigo 19-B da Lei 9430, inserido pela MP 478, dispõe que a opção por um dos métodos de cálculo de preços parâmetro será efetuada na Declaração de Informações Econômicos-Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, não podendo ser alterada após o início do procedimento fiscal. 20. De acordo com esse artigo, a autoridade fiscal poderá determinar o preço parâmetro com base nos documentos que dispuser e em conformidade com um dos métodos previstos nos Artigos 18 e 19 da Lei 9430 quando o contribuinte: (i) (ii) (iii) não indicar, precedentemente ao início do procedimento fiscal, o método de apuração escolhido; não apresentar os documentos que dêem suporte à determinação do preço praticado nem as respectivas memórias de cálculo para apuração do preço parâmetro, segundo o método escolhido; apresentar documentos imprestáveis ou insuficientes para demonstrar a correção do cálculo do preço parâmetro pelo método escolhido. 21. O 2º do Artigo 19-B determina que os métodos de cálculo para o preço parâmetro devem ser utilizados de forma consistente por bem, serviço ou direito durante todo o ano-calendário. 22. Com exceção da regra referida no item 19, as demais disposições desse artigo já constavam da IN 243. O presente boletim contém informações e comentários gerais sobre assuntos jurídicos de interesse de nossos clientes e amigos, não caracterizando opinião legal de nosso escritório acerca dos temas aqui tratados. Em casos específicos, os leitores deverão obter a assessoria jurídica adequada antes da adoção de qualquer providência concreta relativamente aos assuntos abordados. 5