PADRÃO COMENTADO. Não é nossa pretensão esgotar o assunto ou revestir essa publicação de caráter oficial.

Transcrição

1 PADRÃO COMENTADO INTRODUÇÃO O texto do Padrão Oficial da Raça Buldogue Campeiro, em alguns aspectos sucintamente descritos, pode levar os novos criadores a dúvidas e até mesmo a algumas interpretações distorcidas. Nossa proposta com a divulgação desse PADRÃO COMENTADO é colocar à disposição dos nossos leitores, de forma simples, o nosso entendimento sobre o assunto, alicerçado no texto oficial do Padrão do Buldogue Campeiro publicado no site da CBKC, nos nossos estudos do Manual de Estrutura e Dinâmica do Cão, e na nossa vivência nas exposições, onde tivemos oportunidade de colher impressões de vários árbitros cinófilos de renome internacional. Não é nossa pretensão esgotar o assunto ou revestir essa publicação de caráter oficial. Também cabe lembrar ao amigo leitor que o cão perfeito não existe. Se isso é verdade em raças com séculos de seleção, quanto mais no jovem Buldogue Campeiro, reconhecido como Raça Pura em Ainda são poucos os Buldogues Campeiros que se aproximam do Ideal descrito pelo Padrão.

2 PROPORÇÔES APARÊNCIA GERAL: Cão de constituição potente e larga, indicando força e agilidade. Formato corporal quase quadrado. Membros vigorosos, musculosos, com ossos fortes. Cabeça volumosa e peito amplo. Aspecto imponente. Visto de cima, deve ser largo nos ombros e comparativamente estreito no lombo. PROPORÇÕES IMPORTANTES: A altura na cernelha deve ser, preferencialmente, igual ao comprimento medido da cernelha até a inserção da cauda. É uma característica de todas as raças de Bulldogs um corpo compacto e pesado, com cabeça grande e uma frente ampla. A correta harmonia do conjunto sempre estará associada a um quadrado imaginário. CABEÇA CABEÇA: Volumosa com boas bochechas; larga com fortes maxilares e com pele solta sem excesso de rugas. A medida da circunferência da cabeça fica, no mínimo, na mesma proporção da altura e do comprimento para as fêmeas e obrigatoriamente maior nos machos.

3 A medida do perímetro da cabeça com uma fita métrica flexível tem que encontrar, no mínimo, a mesma medida da altura nas fêmeas e ser necessariamente maior que a altura nos machos. Medir o perímetro da cabeça com uma fita métrica flexível posicionada logo à frente das orelhas. Medir a altura do cão, da cernelha ao solo, com um instrumento rígido REGIÃO CRANIANA REGIÃO CRANIANA Crânio: Bastante largo, alto e levemente arredondado, com forte musculatura. Visto de frente, forma uma linha reta entre as orelhas, quando em atenção. Stop: Bem definido.

4 REGIÃO FACIAL Focinho: Curto, com no máximo 1/3 e no mínimo 1/5 do comprimento do crânio. Largo embaixo dos olhos; grosso com as linhas laterais paralelas até a ponta da trufa; o mais quadrado possível quando visto de cima.

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6 Trufa: Bem formada, de bom tamanho e bem pigmentada. ORELHAS Orelhas: Pequenas, pendentes, triangulares; também são aceitas as viradas para trás (em rosa), de inserção alta, o mais separadas possível entre si. Quando dobradas levemente no sentido dos olhos, o comprimento não pode ultrapassar o canto interno do globo ocular.

7 Olde English Bulldog OLHOS Olhos: Ovalados, de tamanho médio, não podendo ser profundos, nem saltados. Preferencialmente com as pálpebras bem pigmentadas. A coloração dos olhos, o mais escuro possível, indo do castanho ao marrom escuro, nos exemplares com a trufa escura. Nos exemplares de trufa ruiva, são aceitas as tonalidades mais claras, castanho claro (cor de mel). Deve-se evitar olhos caídos com aspecto de chorão.

8 A falta de pigmentação nas pálpebras torna o cão mais sujeito a problemas causados pelos raios solares. Embora um cão branco possa ter as pálpebras bem pigmentadas, isso não é o mais comum. É altamente desejável que um cão tenha bem pigmentado o seu perímetro ocular. Perímetro ocular sem pigmentação Branco com pálpebra bem pigmentada Perímetro ocular pigmentado LÁBIOS Lábios: Grossos e pendentes sem demasia, não devendo ultrapassar a linha inferior do maxilar em mais de 50% da altura do focinho em toda a sua extensão. A rima labial deve ser o mais pigmentada possível.

9 MORDEDURA Mordedura: Prognatismo inferior, sendo que este não deve exceder 3 cm. Maxilares: Largos, maciços e quadrados. O inferior deve avançar além do superior e elevar-se no extremo da mandíbula. DENTIÇÃO Dentes: Fortes com os caninos bem desenvolvidos para agarrar e bem distanciados entre si. Dá-se preferência aos incisivos bem alinhados aos

10 caninos. Dentes inferiores aparentes são aceitáveis. A dentição deve ser a mais completa possível. Tolera-se caninos aparentes, dentes a mais e falta dos P1. Ausência do P1 - Falta Leve Falta leve Torção de mandíbula, relativamente comum em todas as raças de Bulldogs. É falta desqualificante.

11 PESCOÇO PESCOÇO: Forte, de comprimento moderado, muito musculoso e de circunferência aproximada a do crânio, com pele frouxa que forma barbela a qual não deve ser excessiva. TRONCO TRONCO Peito: De amplitude notável, quase redondo, sendo que a profundidade deve alcançara altura dos cotovelos.

12 Dorso: Moderadamente curto, reto, com linha ascendente levemente inclinada até a garupa. Costelas: Bem arqueadas. Ventre: Ligeiramente esgalgado. Garupa: Levemente arredondada. CAUDA CAUDA: Inserida baixa, grossa na raiz, de comprimento moderado e de linha inconstante; quebrada naturalmente. Dá-se preferência a cauda que não exceda em comprimento, em dois terços, a distância da inserção da cauda à ponta do jarrete.

13 Cauda ultrapassando o Jarrete Defeito Falta leve Cauda amputada. Deve ser considerada como ultrapassando o jarrete

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15 MEMBROS ANTERIORES: Vigorosos e musculosos, com ossos fortes. Ombros: Largos, musculosos e oblíquos. Em relação à horizontal deve ter 45 enquanto que a angulação escápulo-umeral deve ter menos de 90.

16 Cotovelos: Ligeiramente afastados das costelas, são corretamente direcionados para a frente, em uma linha vertical medida dos cotovelos até o solo, proporcionalmente a altura. Antebraços: Bem desenvolvidos e com ossos fortes e retos.

17 Metacarpos: Moderadamente angulados. Filhote com angulação incorreta de metacarpo. Achinelado. Isso pode ser um problema de conformação, transmitido geneticamente, mas esses casos são

18 raros. Normalmente a origem do achinelamento é nutricional, causada por um desequilíbrio na relação CÀLCIO/FÓSFORO/VITAMINA D. Patas: São ligeiramente voltadas para fora com dedos levemente separados e um pouco arqueado. Aqui cabe a observação de que a mão francesa é um problema estrutural, reconhecido como defeito em todos os estudos da biodinâmica aplicada à cinofilia. As mãos voltadas para os lados prejudicam a movimentação e sobrecarregam as articulações, podendo levar a luxações. Independentemente do descrito no Padrão do Buldogue Campeiro, os árbitros cinófilos têm penalizado nos julgamentos nas exposições os exemplares que apresentam mãos francesas. Correção de aprumos é um pressuposto básico na cinofilia, exigível de todas as raças. Quando o Padrão foi escrito para o reconhecimento da raça, não havia ainda exemplares com aprumos corretos em quantidade significativa. Mas a seleção vem melhorando a raça e atualmente há muitos Buldogues Campeiro com aprumos corretos e ótimas frentes. Certamente esse aspecto será corrigido em uma eventual revisão do texto do Padrão pela CBKC, passando a Mão Francesa a ser uma característica tolerável no Padrão, mas não recomendada como ideal no fenótipo.

19 POSTERIORES: Vigorosos, musculosos, com ossos fortes. Coxas: Bem desenvolvidas, que indicam vigor e atividade. Jarretes: levemente angulados, paralelos. MOVIMENTAÇÂO MOVIMENTAÇÃO: Com caminhar balanceado, mantém a cabeça na linha do dorso e a cauda baixa. Seu movimento é típico; o balanço do corpo deve ser perceptível na garupa e nas costelas, enquanto caminha, mantém a traseira nivelada mas não firme.

20 Seu galope é rápido, com grande propulsão. PELAGEM PELAGEM Pelo: Curto, liso, de textura média, não sendo nem macio e nem áspero ao toque. COR: Todas as cores são aceitas. A diversidade de cores se constitui em uma grande riqueza para a raça, mas deve ser considerada apenas como uma opção na escolha dos filhotes. Não deve se constituir no foco da seleção. Exemplos de cores consideradas tradicionais na raça Tigrado e suas variações Baio e suas variações Branco

21 Exemplos de cores consideradas exóticas na raça Preto Chocolate Azul TAMANHO TAMANHO / PESO Altura ideal : Machos: 53 cm. Fêmeas: 51 cm PESO: Machos: de 35 kg a 45 kg aproximadamente. Fêmeas: de 30 kg a 40 kg aproximadamente. A tolerância na altura é de 48cm a 58cm. Devem ser respeitadas as proporções de peso e altura que confiram aspecto vigoroso ao exemplar.

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23 Chegar ao tamanho preconizado como ideal tem sido uma das grandes dificuldades em boa parte dos planteis que se dedicam à seleção do Buldogue Campeiro. Há muitos machos com peso variando entre 34 e 36 kg de peso sendo empregados na reprodução. Não há nenhum problema nisso, se for observada a proporção de peso/altura determinada pelo Padrão. A não observação dessa proporção pode levar a produção de subtipos, que embora possam apresentar muitas virtudes, conflitam com as características determinadas pelo Padrão do Buldogue Campeiro.

24 Simon Molosso di Jerivá Lambão Molosso di Jerivá Bulgari da Alma Campeira O texto do Padrão peca em alguns pontos pela descrição muito resumida de algumas características, dificultando a compreensão dos novos criadores, mas é muito objetivo na descrição do Buldogue Campeiro Ideal Cabe a todos nós criadores, reconhecermos as deficiências dos nossos cães e focarmos a nossa seleção na produção de exemplares, a cada geração, melhor enquadrados no Padrão Oficial A SELEÇÃO DEVE IR DE ENCONTRO AO PADRÃO E NUNCA O PADRÃO SER ADAPTADO A SELEÇÃO.