RELATÓRIO - /10, DE DE DE 2010

Transcrição

1 RELATOR: ASSUNTO: Minuta de Resolução para alterar e revogar dispositivos da Resolução ANTT nº 2885, de 09 de setembro de 2008, que dispõe sobre as normas para o Vale-Pedágio obrigatório. Processo nº / HISTÓRICO O Vale-Pedágio obrigatório sobre o transporte rodoviário de carga foi instituído pela Lei nº , de 23 de março de Este poderia ser adiantado em moeda corrente, o que inviabilizava o controle do cumprimento da legislação. Merece ressaltar em seu artigo 1º, os seguintes parágrafos: 1º O pagamento de pedágio, por veículos de carga, passa a ser de responsabilidade do embarcador. 2º Para efeito do disposto no 1º, considera-se embarcador o proprietário originário da carga, contratante do serviço de transporte rodoviário de carga. 3º Equipara-se, ainda, ao embarcador: I o contratante do serviço de transporte rodoviário de carga que não seja o proprietário originário da carga; II a empresa transportadora que subcontratar serviço de transporte de carga prestado por transportador autônomo. A Lei nº , de 13 de novembro de 2002, transferiu à ANTT a competência dos assuntos ligados ao Vale-Pedágio obrigatório, conforme disposto em seu art. 6º: Art. 6º Compete à ANTT a adoção das medidas indispensáveis à implantação do Vale- Pedágio obrigatório, a regulamentação, a coordenação, a delegação e a fiscalização, o processamento e a aplicação das penalidades por infrações a esta Lei. Juntamente com a transferência de atribuições relativas ao Vale-Pedágio para a ANTT, a legislação vetou o adiantamento em espécie, obrigando a antecipação em modelo próprio. Esta medida visava evitar que o transportador aceitasse um transporte com proporcional abatimento no valor do frete, sob pena de ser alijado do mercado. Com a atribuição de regulamentar a Lei, a ANTT aprimorou a legislação do Vale-Pedágio, em conjunto com todos os envolvidos. A Resolução nº 150, de 07 de janeiro de 2003, criou o Regime Especial, tentando minimizar as dificuldades operacionais dos embarcadores para antecipação do Vale-Pedágio.

2 A Resolução nº 673, de 04 de agosto de 2004, manteve o Regime Especial, com a inclusão da obrigatoriedade de comprovação de inscrição do requerente no RNTRC. É relevante relembrar alguns de seus dispositivos mais importantes: Art º O regime especial somente poderá ser concedido para o transporte de carga efetuado diretamente pela empresa transportadora, permanecendo esta obrigada a antecipar o Vale-Pedágio obrigatório, nas hipóteses em que subcontratar o serviço de transporte. 2º Constitui pré-requisito para avaliação do pedido a comprovação de existência de contrato de prestação de serviços de transporte entre a empresa transportadora e o embarcador ou equiparado, do qual conste expressamente a obrigação de integral ressarcimento do pedágio devido por todo o percurso contratado, desvinculado do pagamento do frete. Art. 30. O regime especial de que trata este Título poderá ser concedido à empresa que, devidamente inscrita no Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas, nos termos da Resolução nº 437, de 17/02/2004, submeta à ANTT cópia autenticada do contrato referido no art. 27, 2º, desta Resolução. Art. 33. O regime especial ora instituído não se aplica ao transportador rodoviário autônomo. Novas propostas foram objeto de estudo, até resultar na atual Resolução nº 2885, de 09 de setembro de O regime especial foi extinto, pois não mais justificava o fato de alguns embarcadores não terem como adquirir o Vale-Pedágio antecipadamente, já que as empresas fornecedoras utilizam tecnologias que, em princípio, permitiam acesso a qualquer lugar do País. Com vistas ao aperfeiçoamento da Resolução, a ANTT, por meio de sua Gerência de Regulação de Transportes Rodoviários de Cargas GEROC, iniciou uma série de reuniões com representantes do setor, tomando como primeiras contribuições as propostas alinhadas à inserção de um instrumento similar ao Regime Especial, como: - A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais ANEC, em 20/02/09, solicitou a inclusão de dois parágrafos ao art. 7º: Art.7º Compete ao embarcador: (...) 3º Poderá o embarcador delegar a antecipação legal e obrigatória do modelo próprio do vale pedágio a empresa transportadora por ele contratada ou a transportador rodoviário de carga por esta subcontratado, mediante contrato firmado para efetuar o transporte, onde contenha cláusula específica sobre esta obrigação e, cumulativamente, a de

3 disponibilizar previamente os respectivos recursos necessários para o cumprimento de tal responsabilidade, não incluídos no preço do frete. 4º Na forma do parágrafo anterior, o contratante do serviço de transporte rodoviário de carga que não seja proprietário originário de carga e a empresa de transporte rodoviário, que subcontratar serviço de transportador rodoviário autônomo, será o responsável pelo pagamento do pedágio por veículo de carga. - A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação ABIA, em 13/04/2009, solicitou a inclusão de três parágrafos: Art.7º Compete ao embarcador: (...) 3º Fica facultado ao transportador rodoviário renunciar ao recebimento, no ato do embarque, do Vale-Pedágio obrigatório, desde que haja cláusula própria, em contrato de prestação de serviço de transporte escrito, ou em termo de serviço temporário em que se discipline que o Vale-Pedágio obrigatório será satisfeito posteriormente à realização do efetivo transporte. 4º O Valor do Vale-Pedágio será informado em campo próprio contido no documento comprobatório de embarque, não integrando a composição do frete. 5º O transportador rodoviário que não seja o proprietário originário da carga e que decida pela subcontratação de transportador autônomo será o único responsável pelo pagamento do Vale-Pedágio obrigatório. - A Associação Brasileira de Alumínio ABAL, em 25/06/2009, propôs: Art.7º Compete ao embarcador: (...) 3º Fica facultado ao transportador rodoviário renunciar ao recebimento, no ato do embarque, do Vale-Pedágio obrigatório, desde que haja cláusula própria, em contrato de prestação de serviço de transporte escrito, ou em termo de serviço temporário em que se discipline que o Vale-Pedágio obrigatório será satisfeito posteriormente à realização do efetivo transporte. 4º O Valor do Vale-Pedágio será informado em campo próprio contido no documento comprobatório de embarque, não integrando a composição do frete. 5º O transportador rodoviário que não seja o proprietário originário da carga e que decida pela subcontratação de transportador autônomo será o único responsável pelo pagamento do Vale-Pedágio obrigatório.

4 Verificadas as condições reais da operação em todo o território nacional, constatou-se que os procedimentos não atendiam plenamente a dinâmica do transporte. Por outro lado, a expansão do conceito de logística levou as empresas de transporte a prestarem serviços de forma integrada, desonerando os embarcadores de executarem diretamente ações isoladas. JUSTIFICATIVA No sentido de harmonizar os conflitos de interesses entre os atores da cadeia de transporte rodoviário de cargas quanto à utilização do Vale-Pedágio obrigatório e quanto ao cumprimento dos atos de regulação e fiscalização, tornou-se necessário um novo debate sobre o tema, que culminou na elaboração da minuta de Resolução em anexo. Assim, as propostas de alteração da Resolução nº 2.885, de 2008 são: ARTIGO 7 - Substituição de texto do caput, do Inciso I e inclusão dos parágrafos 3 e 4 : Art. 7º Compete ao embarcador ou equiparado: I antecipar ao transportador rodoviário de carga, no ato do embarque, o Vale-Pedágio obrigatório, independentemente do frete, correspondente ao tipo de veículo, no valor necessário à livre circulação entre a sua origem e o destino, observando o disposto no parágrafo único do art. 3º desta Resolução; e... 3º No caso de contratação direta de Empresa de Transporte de Cargas, a comprovação do pagamento do valor do Vale-Pedágio obrigatório poderá ser feita mediante a exibição do Contrato ou Conhecimento de Transporte firmado com o Embarcador ou equiparado, no qual conste expressa obrigação de integral pagamento do pedágio devido por todo o percurso contratado, desvinculado do valor do frete. 4º A situação prevista no 3º não se aplica na contratação ou subcontratação de Transportador Autônomo de Cargas TAC. (NR) Tais inclusões resolvem o problema operacional do embarcador quanto à aquisição antecipada do Vale-Pedágio, garantindo ao transportador, que executa efetivamente a operação, o recebimento do valor do pedágio desvinculado do frete.

5 ARTIGO 15 Substituição de texto: Art. 15 Para fins de aprovação do modelo operacional de fornecimento do Vale-Pedágio obrigatório em âmbito nacional, a empresa deverá apresentar Certificação de Conformidade com as Normas de Tecnologia de Informação da ABNT, conforme Anexo I, emitido por entidade certificadora nacionalmente reconhecida (NR) As empresas que pretendem habilitar-se ao fornecimento do Vale-Pedágio alegam dificuldades em cumprir com o dispositivo legal anterior. Assim, faz-se necessário proceder a alguns ajustes na Resolução para contemplar a necessidade de apresentação de Certificado de Conformidade com as normas da ABNT emitido por entidade certificadora nacionalmente reconhecida. ANEXO 1 Substituição de texto: a) Substituição do texto que exige a Certificação de Conformidade, passando a vigorar na seguinte forma: Certificação de conformidade das ferramentas tecnológicas que suportam o modelo operacional de fornecimento do Vale-Pedágio obrigatório em âmbito nacional, com as Normas de Tecnologia de Informação da ABNT de qualidade de produto e de segurança de sistema de informação, emitido por entidade certificadora nacionalmente reconhecida. ARTIGO 15 Revogação do parágrafo único Art Parágrafo único. O Certificado de Conformidade apresentado pela empresa deverá ser objeto de expressa ratificação pela área técnica da ANTT. No que tange a estas revogações, pode-se dizer que estão em harmonia com as regras documentais desta Agência e com o Marco Regulatório, também calcado no citado Decreto nº 6.932, de PROPOSIÇÃO Que a Diretoria Colegiada, no uso de suas atribuições, delibere por submeter a inclusa minuta de Resolução a procedimento de Audiência Pública, como proposta de alteração da Resolução ANTT nº 2.885, de 9 de setembro de 2008, que dispõe sobre as normas para o Vale-Pedágio obrigatório e institui os procedimentos de habilitação de empresas fornecedoras em âmbito nacional, aprovação de modelos e sistemas operacionais, as infrações e suas respectivas penalidades, conforme determinam a Lei nº , de 05 de junho de 2001 e a Resolução nº 3.026, de 10 de fevereiro de 2009.

6 ANEXOS: Minuta de Deliberação Minuta de Resolução. Diretor