UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NO DESIGN

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1 UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NO DESIGN Ana Carolina Bonini Penteado, Carolina Bernardi Baronio, Daniella Zanlorenzi Berton e Francine Miyuki Matsumura [Graduandas em Bacharelado em Design], Dra. Joselena de Almeida Teixeira [Orientadora] Departamento Acadêmico de Desenho Industrial Câmpus Curitiba Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Avenida Sete de Setembro, Curitiba/PR, Brasil - CEP anacarolina_penteado@hotmail.com, carolina.baronio@gmail.com, daniellaberton@hotmail.com francinemiyuki@hotmail.com, joselena.dealmeidateixeira@gmail.com Resumo - Este artigo apresenta as várias formas do uso da madeira de demolição a fim de promover a idéia de que um material considerado lixo pode ser reutilizado para a criação de novos materiais, originando um ciclo sustentável. A partir de dados e conceitos extraídos por meio de revisão de literatura de artigos publicados e sites sobre o assunto, o artigo analisa as possibilidades que a madeira de demolição propicia para a promoção da sustentabilidade, atuando de forma diferencial e com muita elegância em projetos da área da arquitetura, engenharia e decoração. Palavras-chave: Madeira de Demolição; Sustentabilidade. Abstract - This article presents the various forms of the demolition wood, in order to promote the idea that a garbage-considered material can be reutilized to create new materials, originating a sustainable cycle. From data and concepts extracted by reviewing the literature of published articles and websites, the article analyses the possibilities that demolition wood brings, to sustainability promotion, acting in a differential form and with elegancy in the architecture, engineering and decoration areas. Key-words: Demolition Wood; Sustainability. INTRODUÇÃO Este artigo tem por objetivo apresentar a madeira de demolição como uma alternativa para a utilização da madeira de uma forma sustentável, analisando suas vantagens e desvantagens. Devido a sua origem, tradicionalmente ligada à ideia de descarte, esta madeira carrega consigo certo preconceito para ser adquirida, mas além de possuir um diferencial estético muito apreciado e criar ambientes aconchegantes e únicos, este recurso natural, proveniente da demolição de antigas construções, denota princípios sustentáveis. Aliado a esses conceitos, o design demonstra sua influência, não apenas no quesito estético, mas também na necessidade direta de que seus projetos proporcionem melhorias à sociedade. METODOLOGIA

2 A metodologia do trabalho foi baseada na leitura de variados artigos sobre madeira de demolição e sustentabilidade, ligadas à produção da mesma. Após a leitura, os artigos mais pertinentes foram selecionados para passarem por uma nova leitura mais atenta. Produtos feitos deste tipo de material também foram analisados para que se confirmasse, na prática, a adequação do embasamento teórico anteriormente pesquisado. Por fim, o referencial teórico e os produtos pesquisados propiciaram recursos para a construção do artigo. Assim, foi possível analisar de forma concreta todas as condições, vantagens e desvantagens da utilização dessa madeira juntamente com a questão da sustentabilidade aliada ao design, que está em voga atualmente. DESENVOLVIMENTO Madeira e sustentabilidade. A madeira é um material que sempre esteve com a humanidade, como Teixeira [1] afirma um dos materiais mais antigos utilizados pelo homem, a madeira, vem acompanhando o processo da humanidade. A madeira, como qualquer outro material, possui suas desvantagens, como a de absorver ou eliminar umidade, expansão volumétrica, entre outros, mas as suas vantagens são de ser uma matéria de fácil obtenção, um material leve comparado a outros materiais, e ainda propicia isolamento térmico. As madeiras de demolição, provenientes da demolição de construções de madeira, são em geral recuperadas de casas, galpões, fazendas, construções abandonadas, igrejas, entre outras. Esta madeira é um material que possui história, sendo às vezes madeiras nobres, de lei, e que por isso resistem ao tempo. Independentemente da sua origem apresentam como característica em comum a interferência dos vários anos das construções, pois o tempo realiza um tratamento ao longo dos anos sobre as madeiras, provoca um efeito de estufa natural, diminuindo a sua retratilidade e empenamento. Dentre os tipos de madeiras mais encontrados no mercado de demolição temos, em primeiro lugar a peroba rosa, muito utilizada para pisos e móveis e, em seguida: cerejeira, canela, pinho, ipê, jatobá. Após a demolição, as madeiras ainda se encontram com camadas de tinta, vernizes, acabamentos e pregos, além de grandes imperfeições e defeitos. Quando a madeira chega à marcenaria primeiramente retiram-se os pregos e parafusos e, dependendo da sua finalidade, podem receber vários tipos de acabamento, como por exemplo, os com nervuras, para deixar a madeira mais rústica ou ainda, podem passar por uma lixa para que seu aspecto final seja semelhante ao de uma madeira nova. Antes de começar a produção do móvel, a madeira é lavada com soda cáustica que, além de deixar a madeira mais clara, proporciona a eliminação dos cupins, já as madeiras que são utilizadas para decks de piscina, utilizam-se do verniz para proteção e maior durabilidade. Interessante notar que em alguns países, como nos EUA, empresas simulam, na produção de móveis novos, efeitos de móveis antigos, chegando a reproduzir os furos feitos por cupins, valorizando esteticamente esse mobiliário, tendo um público cativo. Com a preocupação de promover a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, muitos designers, arquitetos e engenheiros buscam a utilização da madeira de demolição em seus trabalhos. Assim, desenvolvem produtos mais perenes, já que fazem o uso de um material que seria descartado, promovendo um ciclo sustentável. "No âmbito biofísico, a sustentabilidade pode ser definida como a tendência dos ecossistemas em balancear, de modo dinâmico, seus padrões de consumo de matéria e energia, e evoluir a um ponto em que a vida possa continuar [2]. Isso é sustentabilidade, utilizar recursos sem prejudicar a natureza e as gerações futuras. Desde o tempo da descoberta do Brasil, a madeira foi um recurso amplamente explorado, mas nem toda madeira retirada da mata era aproveitada, o mesmo ocorreu em outras partes do mundo, somente quando o ser humano percebeu que os recursos naturais

3 estavam esgotando-se, iniciaram-se pesquisas a respeito de novas formas de se utilizar e reaproveitar a madeira, como por exemplo, as madeiras compensadas, que se utilizam das sobras e também as de demolição. Reutilização: mais do que evitar que algo vá para o lixo. Porém, não basta apenas reutilizarmos materiais que iriam antes para o lixo, sem pensar no que ele irá se transformar no futuro. Segundo Ono [3] A definição de Design, atualmente adotada pela ICSID (International Council of Societies of Industrial Design), reflete a preocupação com a ética global, social e cultural, e com a semilogia e a estética. Design, não é apenas para ser belo, ele realmente deve atender às suas premissas básicas, que são ajustar o produto a preço acessível, ter originalidade e funcionalidade, pensar no ciclo de vida do produto e no seu descarte [4]. Dessa forma o papel dos designers estaria ligado à melhoria da vida moderna, por meio da criação de novos produtos, novos serviços ou a melhoria de outros já existentes de acordo com a necessidade das pessoas, promovendo vantagens à sociedade sem prejudicar o meio ambiente, podendo criar soluções para materiais que não teriam mais aproveitamento e achar novas funcionalidades para seu uso. A madeira de demolição que antes tinha um lugar certo no lixo, hoje ganha espaço por ser um material de aspecto interessante, boa relação custo-benefício e alta resistência. A utilização desta madeira é ampla, sendo usada em pisos, mesas, cadeiras e até mesmo em pequenos objetos de decoração. Sempre que econômica e tecnicamente viável, a valorização de um resíduo é uma alternativa superior ao seu descarte, pois, além de contribuir para a solução de um problema ambiental, pode ajudar a reduzir os custos de produção e os de disposição final dos resíduos não valorizados [5]. O uso da madeira de demolição tem como desvantagem o fato de que ao ser retirada das antigas construções, precisa de uma mão-de-obra especializada, e isto pode acabar encarecendo a madeira, sendo mais fácil comprar algo novo. Outro problema é com relação ao rendimento, pois apenas 30% das madeiras de demolição de antigas residências são aproveitadas, o restante é perdido durante a retirada. Ao utilizarmos madeira de demolição estamos prevenindo que novas árvores sejam derrubadas para a confecção de móveis. Com o móvel resultante do uso da madeira de demolição pode-se compor ambientes que vão do estilo clássico ao contemporâneo, com objetos dos mais diversos materiais, cores e estilos. Geralmente atribui-se a esses móveis a característica de rústicos e a sensação de aconchego (Figura 1), sobretudo se o ambiente inclui outros elementos naturais e uma boa iluminação [6]. De acordo com os autores, essa madeira pode se adaptar a diversas situações. Como algumas madeiras não podem ser mais extraídas, pela proibição do corte, são mais valorizadas pela as raridade.

4 Figura 1: Mesa de centro em madeira de demolição [7]. CONCLUSÃO Mediante análise e reflexão acerca da madeira de demolição, suas características e seu uso em artigos de mobiliário, foi possível perceber que além de ser uma forma sustentável e ecologicamente eficiente de obter matéria-prima para a confecção de móveis, os produtos dela resultantes são capazes de criar ambientes diferenciados e únicos, já que nenhum móvel é exatamente igual a outro. Conta também com o benefício de uma enorme variedade de projetos que podem fazer uso dessa madeira, sendo essa uma das suas maiores vantagens. Muitos designers criam a partir do material que conseguem, ao contrário de utilizar metodologia mais tradicional, para consumo da massa, baseada na aquisição de matéria-prima produzida em série. REFERÊNCIAS [1] TEIXEIRA, J. de A. Design &Materiais/ Joselena de Almeida Teixeira Curitiba: Ed. CEFET-PR, 1999, p. 15. [2] SOUZA, P. F.de A. Design para sustentabilidade: equilibrando natureza, técnica e necessidades humanas In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN - P&D DESIGN, 9, 2010, São Paulo. Anais do IX Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo: Blücher Universidade Anhembi Morumbi, CD-ROM, p 2. [3] ONO, M. M. Design e cultura. Sintonia essencial. Curitiba, Edição da Autora, 2006, p.48. [4] AIEX, V.; VIENTINE, M.; SAITO, M.; FUKUMOTO, E. Análise de Jóias Feitas com Materiais Alternativos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN - P&D DESIGN, 9, 2010, São Paulo. Anais do IX Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo: Blücher Universidade Anhembi Morumbi, CD-ROM, p 2.

5 [5] SILVA, M. W.; MACIEL, C. V.; MATOS, S. J.; Utilização de Madeira Alternativa no Design de Mobiliário. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN - P&D DESIGN, 9, 2010, São Paulo. Anais do IX Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo: Blücher Universidade Anhembi Morumbi, CD-ROM, p. 3. [6] TEIXEIRA, J. de A.; VIEIRA, G. C.; VORONOVICZ, P.. Madeira de demolição: Uma nova opção para o design sustentável. Design Brasileiro Empregando o Uso da Madeira de Demolição. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN - P&D DESIGN, 9, 2010, São Paulo. Anais do IX Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo: Blücher Universidade Anhembi Morumbi, CD-ROM. [7] ARTE EM DEMOLIÇAO. Disponível em:< Acesso em: 19/09/2012.

6 Nome do arquivo: UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE DEMOLIÇÃO COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NO DESIGN Diretório: C:\Users\Marilzete\Documents Modelo: C:\Users\Marilzete\AppData\Roaming\Microsoft\Templates\Normal. dotm Título: INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS Assunto: Autor: abatti Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 19/09/ :15:00 Número de alterações: 2 Última gravação: 19/09/ :15:00 Salvo por: Marilzete Tempo total de edição: 2 Minutos Última impressão: 19/09/ :18:00 Como a última impressão Número de páginas: 5 Número de palavras: (aprox.) Número de caracteres: (aprox.)