O RÓCIO DIVINO OU O LEITE VIRGINAL DE MARIA

Transcrição

1 te1 29/1/16 11:35 Página 19 O RÓCIO DIVINO OU O LEITE VIRGINAL DE MARIA Meu meigo ao seio de tua Mãe, Irradias de contentamento Deixa-me Olhar! Foi o mistério inefável do Amor Que te exilou da Celeste Morada Eu sei. Ah! Deixa que me esconda sob o véu Que te esconde de todo o olhar mortal E, juntinho a ti, ó Estrela Matinal, poderei Saborear o Céu que terei mais tarde. Quando a aurora desperta, de novo, E do Sol se vêem os primeiros raios, A flor frágil ela mal se abre Espera o bálsamo precioso que vem do alto Sabe Como o rócio benfazejo da manhã Pura frescura transbordante Lhe activa a abundante seiva Do botão em flor a flor que será mais tarde. Flor que contemplo ao desabrochar, Não és tu a flor por vir? Vejo-te assim, esplendente Rosa, Botão em flor carmim, grácil e nóvel. Os braços tão puros de Maria São teu berço o seu trono real Teu doce sol o seu seio de Mãe Teu Rócio o seu Leite Virginal!... Meu Bem-Amado, meu menino irmão divino, O por vir está perfeito no teu olhar que vejo. Por mim, deixarás tua Mãe em breve

2 te1 29/1/16 11:35 Página 21 O Amor activa-te para a dor que vem Mesmo sobre a cruz Ó Flor Plena, Teu perfume matinal inconfundível Como o Rócio de Maria Eu sei O teu sangue é o seu Leite Virginal! Esse Rócio escondido no santuário E teu encanto contemplativo, ó anjo dos Céus, Oferece em sublime oração a D, Como João, o bem-amado, repete «Ei-lo aqui». Sim, eis aqui, esse Verbo feito Hóspede. Sacerdote eterno Cordeiro sacerdotal, Filho de Deus e Filho de Maria, O pão do Anjo é o Leite Virginal. De glória te alimentas, ó Anjo, De paraíso é feito teu contentamento, Enquanto eu, criança débil apenas contemplo Uma cor branca uma figura, O Leite que convém à infância. Ó terno Amor ó insondável potência, Ó amor ímpar e sem igual, Meu Hóspede e meu Leite Virginal! 2 de Fevereiro de

3 te1 29/1/16 11:35 Página 23 À NOSSA MESTRA E MÃE QUERIDA PARA FESTEJAR OS SEUS SESSENTA ANOS Ó que radioso dia de anos festejamos hoje. À nossa boa e terna Mãe, Ofereçamos uma irradiante melodia. Contam-se agora sessenta anos que sobre a terra contemplais, Uma flor que muito desejais. E que de vossos cuidados se alimenta. A tua flor de perfume trouxe-te outros corações, Uma bela colheita de flores que semeou no vale da vida. Na Pátria para onde iremos saberás recompensá-la, Hás-de coroá-la com as flores que terá cuidado em vida. A tua Rosa é ela, a Mãe que nos dirige os corações, ouve o nosso pedido De Crianças Que desejam alegrar-se com os seus oitenta anos. As suas três noviças: Irmã Teresa do Menino Jesus Irmã Marta de Jesus Irmã Maria Madalena 20 de Fevereiro de

4 te1 29/1/16 11:35 Página 25 SANTA CECÍLIA Na sonoridade dos instrumentos, Cecília, em seu coração, cantava... Ó bem-amada Santa, contemplo encantada O teu rasto luminoso que perdura ainda. Oiço a tua doce melodia. Ou creio ouvir Sim, o teu canto celeste derrama-se até mim. Escuta a prece de minh alma exilada, Deixa-me pousar sobre teu coração de virgem Esse lírio imaculado que brilhou na órbita da terra Com um esplendor magnífico e quase sem igual. (Ofício da Igreja) Atravessaste a vida como pomba branquíssima Somente procurando um único esposo Jesus Sentiu ele o perfume das tuas forças E, atraído pela tua alma, uniu-se a ti Cecília. Um mortal, todavia, irradiando juventude, Respirou o teu perfume, branca flor celeste! Para te ter sua, respirar só ele tua fragrância, Valeriano quis dar-te todo o coração que tinha. Preparou bodas esplendorosas sem demora, Vibrava de cantos melodiosos seu palácio... Enquanto tu virgem de coração murmuravas cânticos Cujo eco íntegro e divino no próprio Céu se ouvia! Que cantavas tu Cecília longe da tua Pátria, tão longe, Tão perto de um mero mortal frágil? Estou certa que desejarias seguir teu eco Unir-te, no Céu, ao esposo que te ouvia... 25

5 te1 29/1/16 11:35 Página 27 Estou errada Oiço vibrar a tua lira angélica, Lira de um amor persuasivo e tão suave Cantavas ao Senhor este cântico alado: «Guarda o meu coração puro Jesus meu único Esposo!» É esse o teu indizível abandono? A tua melodia? O teu celeste cântico desnuda o amor Um amor Que não teme, adormece e se esquece como uma Criança, Menino sobre o coração do seu D. Na abóbada azulada surgiu a estrela alva Vinha iluminar com os seus tímidos raios A claríssima noite que nos mostra ao vivo O virginal amor dos gémeos celestes conjugais... Nesse mesmo instante Valeriano sonhava Com o gozo do teu amor era tudo quanto desejava... Na nobre aliança que fez contigo encontrou todavia a vida A felicidade que lhe revelaste sem mais sem fim. «Jovem e amigo lhe dizes junto de mim está alguém, Um anjo do Senhor a guardar-me o coração alvo e sem mistura, Mesmo quando durmo, não se ausenta, O seu júbilo é envolver-me de azul com as asas. De noite, vejo-lhe brilhar de benevolência o rosto Os raios da manhã não têm o suave do seu esplendor, O seu rosto meu amigo revela transparente A irradiação sem mácula do rosto divino». «Mostra-me esse rosto pediu Valeriano Que à tua jura eu acrescente fé pediu Valeriano Teme, de outro modo, que o meu amor não se transforme Num terrível furor em ódio contra ti...» Ó pomba resguardada pelo vão da pedra Que tinhas a temer das redes do caçador? A luz mantinha-se no rosto de Jesus 27