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1 164 UNIDADE II - Primeira Infância ffia CONCEITO-CHAVE O domínio das habilidades motoras rudimentares da primeira infância é reflexo do controle motor e da competência motora crescentes, proporcionados por fatores intrínsecos à tarefa, ao ambiente e ao indivíduo. Os todos somos produtos de estruturas genéticas específicas e da soma total das experiências que temos desde a concepção. Sendo assim, a criança não é uma lousa em branco, pronta a ser moldada segundo os nossos caprichos ou segundo um padrão preestabelecido. As pesquisas atuais vêm tornando esse fato perfeitamente claro. Os bebês são capazes de processar muito mais informações do que podemos suspeitar. Eles pensam e usam os movimentos de forma objetiva, embora inicialmente imprecisa, a fim de obter informações sobre seus ambientes. Cada criança é um indivíduo único, e nunca dois indivíduos reagirão exatamente da mesma maneira. O ambiente hereditário e empírico das crianças e as exigências específicas das tarefas motoras têm efeito profundo no índice de obtenção das habilidades motoras rudimentares da primeira infância. É importante estudar o desenvolvimento motor, começando pelas experiências motoras precoces da primeira infância, para compreender melhor o desenvolvimento que ocorre antes de as crianças entrarem na escola e, também para pren-_ der mais sobre o conceito desen olvimentista de como os humanos aprendem a mover-se. A obtenção do controle sobre a musculatura, o aprendizado de como lidar com a força da gravidade e o ato de-movimentar-se de maneira controlada através do espaço são tarefas desenvolvimentistás importantes que o bebê enfrenta. No período neonatal, o movimento é nral-definido, controlado de modo deficiente, e os reflexos são gradualmente inibidos. Esse estágio de inibição de reflexos (ver Figura 3.1, p.57) estende-se pela maior parte do primeiro ano de vida do bebê. Este, aos poucos, progride em direção a uri movimento rudimentar controlado, que representa uni feito monumental com a supressão de reflexos e a integração dos sistemas sensorial e motor em movimento objetivo controlado. A medida que os reflexos primitivos e posturais da fase anterior começam a desaparecer, os centros cerebrais superiores assumem muitas das funções músculo-esqueléticas dos centros cerebrais inferiores. O estágio de inibição de reflexos, essencialmente, começa desde o nascimento, quando o recém-nascido é bombardeado por estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis e cinéticos. A tarefa é trazer ordem a esses estímulos sensoriais. As reações reflexas iniciais são inibidas até, aproximadamente, o primeiro aniversário, quando o bebê já demonstra progresso notável, possuindo certo controle sobre o seu movimento. O período compreendido entre 12,e l8/ 24 meses representa um período de prática e de domínio das rpu tas tarefas rudimentares iniciadas no primeiro ano. O bebê começa a controlar os seus movimentos nessé período de pré-controle. i' estágio de pré-controle situa-se aproximadamente no período entre o primeiro e segundo aniversários. Nesse estágio, o bebê começa a obter maior controle e precisão no movimento. A diferenciação e a integração dos processos sensorial e motor tornam-se mais altamente desenvolvidas, e os limitadores de ritmo do início da infância ficam menos pronunciados.

2 CAPÍTULO 8 - I labilidades Motoras Rudimentares 165 O bebê deve ser incentivado a fazer tentativas objetivas, mesmo rudimentares, de realizar inúmeras tarefas motoras. Um ambiente que forneça estímulos suficientes através de abundância de oportunidades e encorajamento positivo pode vir a ser benéfico, pois acelera o desenvolvimento de tarefas rudimentares estabilizadoras, locomotoras e manipulativas que se seguem. Uma questão, entretanto, deve ser levantada : Quais são os benefícios da aquisição precoce de habilidades motoras? A resposta torna-se cada vez mais clara e, hoje, há fortes argumentos que encorajam a aquisição precoce de habilidades motoras por bebês em desenvolvimento normal (Nash, 1997), bem como por bebês com incapacidades desenvolvimentistas ( Greenspan, 1997). ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL O estudo das habilidades motoras rudimentares da primeira infância recebeu impulso nas décadas de 1930 e de 1940, quando uma profusão de informação foi obtida a partir de observações de psicólogos desenvolvimentistas. Muitos desses estudos tornaram-se clássicos e têm resistido ao teste do tempo, pois seus controles e sua precisão são cuidadosos. Os trabalhos de H. M. Halverson, Mary Shirley, Nancy Bayley e Arnold Gesell, particularmente, são dignos de nota. O trabalho de H. M. Halverson (1937) é provavelmente o mais abrangente sobre a seqüência do aparecimento do comportamento voluntário de preensão na primeira infância. Pela análise de filmes de bebês entre 16 e 52 semanas de idade, ele descreveu três estágios distintos de abordagem em direção a,um cubo e o desenvolvimento do uso da oposição entre os dedos da mão e o polegar no comportamento depreensão. O estudo pioneiro de Mary Shirley (1931), com 25 bebês do nascimento até a idade de 2 anos, possibilitou-lhe descrever a progressão desenvolvimentista seqüencial de atividades que levam à postura ereta e a certo modo de caminhar. Shirley observou que cada estágio separado era uma fase fundamental no desenvolvimento e que os bebês avançavam de estágio a estágio na mesma ordem. Também observou que, embora a seqüência fosse fixa, diferenças individuais eram expressas por variações no ritmo de desenvolvimento dos bebês. Nancy Bayley (1935) conduziu um estudo extenso similar àquele de Shirley. Com o resultado de suas observações de bebês, foi capaz de descrever uma série de habilidades locomotoras que surgiam, progredindo desde o ato reflexo de engatinhar até o ato de descer um lance de escada t.sando um padrão de pés alternados. Baseada nessas informações, Bayley desenvolveu uma escala cumulativa de desenvolvimento motor infantil que tem sido largamente usada como ferramenta de diagnóstico para determinar o estado de desenvolvimento de um bebê. Arnold Gesell (1945) realizou estudos extensos sobre o desenvolvimento motor infantil. Ele considerava a postura (isto é, a estabilidade) como a base de todas as formas de movimento. De acordo com Gesell, qualquer forma de locomoção ou manipulação infantil é realmente uma série de ajustes posturais seqüenciais intimamente relacionados. A seqüência de--- desenvolvimento--motor é-predeterminada por fatores-biológicos inatos que aproximam todas as fronteiras sociais, culturais, étnicas e raciais. Essa base comum de desenvolvimento motor presente nos primeiros anos de vida fez muitos especialistas levantarem a hipótese de que alguns movimentos voluntários (particu-

3 i 166 UNIDADE II - Primeira Intáncia larmente, os movimentos locomotores) são filogenéticos (Eckert, 1973) e, por se apoiarem na maturação, não estão sob um controle desenvolvimentista voluntário (1 lellcbrandt et al., 1961). Essa análise tem freqüentemente levado à conclusão errônea de que os bebês e, particularmente, as crianças pequenas adquirem suas habilidades motoras aproximadamente com a mesma idade cronológica, somente pela ação da maturação ncural e com pouca dependência da experiência. CONCEITO 8. 1 A seqüência do desenvolvimento motor infantil é previsível, mas o ritmo é variado. A seqüência de aquisição de habilidades é geralmente invariável na primeira infância e na infância, mas o ritmo de aquisição difere de criança para criança. Esse fato nos faz pensar que o início do desenvolvimento motor não se deve apenas à maturação neurológica, mas também a uni sistema auto-organizado que envolve a tarefa, o ambiente e o indivíduo. Assira como a fase reflexa, a maturação ncural pode apenas ser um entre muitos fatores que influenciam o ritmo de desenvolvimento das habilidades motoras rudimentares das crianças. De acordo cone o modelo da ampulheta de desenvolvimento motor, apresentado no capítulo 4, já é hora de olhar além da maturação ncural como único meio de explicar o desenvolvimento motor infantil. Atualmente, os pesquisadores estão examinando mais de perto, da perspectiva de sistemas dinâmicos auto-organizados, os processos transacionais embutidos na tarefa, rio indivíduo e nos ambientes (Alexander et al., 1993; Newell, 1992; Thelen et al., 1987). Desde o nascimento, o bebê está em constante luta para dominar o meio ambiente e poder sobreviver nele. Nos primeiros estágios de desenvolvimento, a interação básica do bebê com o ambiente ocorre pelos movimentos. O bebê deve começar a dominar três categorias básicas de movimento para sobreviver e para interagir, de modo efetivo e eficiente, com o inundo. Primeiramente, deve estabelecer e manter certa relação do corpo com a força da gravidade, a fim de atingir unia postura sentada ereta e tema postura em pé ereta (estabilidade). Em segundo lugar, a criança deve desenvolver habilidades básicas a fim de movimentar-se pelo ambiente ( locomoção ). Em terceiro lugar, o bebê deve desenvolver as habilidades rudimentares de alcançar, segurar e soltar para fazer contatos significativos com os objetos ( manipulação). CONCEITO 8.2 As variações no ritmo do desenvolvimento motor infantil emprestam apoio à proposição de que o desenvolvimento é uni processo dinâmico que se inclui em um sistema auto-organizado mais amplo. As habilidades motoras rudimentares do bebê são os blocos construtores do desenvolvimento mais extenso das habilidades motoras fundamentais no início da infância e das habilidades motoras especializadas da infância posterior e além dela. Essas assim chamadas habilidades motoras rudimentares são tarefas altamente envolventes para o bebê. A importância do seu desenvolvimento não pode ser ignorada ou minimizada. A questão que surge é esta: Os fatores ambientais podem melhorar o desenvolvimento des-

4 CAPITULO 8 - habilidades Motoras Rudimentares 167 sas habilidades motoras? A resposta é um sim não-qualificado. As habilidades motoras rudimentares, não sendo suscetíveis a modificações, não podem ser geneticamente determinadas. A aquisição precoce realmente parece influenciar o desenvolvimento posterior, porém mais informações quanto ao tipo, ao período de ocorrência, ao grau e à duração desse desenvolvimento são imprescindíveis. ESTABILIDADE O bebê está em constante luta contra a força da gravidade para atingir e manter uma postura ereta. Estabelecer controle sobre a musculatura em oposição à gravidade é um processo que obedece a uma seqüência previsível em todos os bebês. Os eventos que levam a urna postura em pé ereta começam com a obtenção de controle sobre a cabeça e o pescoço e continuam para baixo em direção ao tronco e às pernas. A operação do princípio céfalocaudal de desenvolvimento é geralmente aparente no progresso seqüencial do bebê, a partir da posição deitada para uma postura sentada e, finalmente, para urna postura em pé ereta. A Tabela 8.1 fornece um su vário da seqüência de desenvolvimento a idade aproximada do aparecimento de habilidades estabilizadoras rudimentares selecionadas. CONCEITO 8.3 A estabilidade é a mais básica das três categorias de movimento porque todo movimento voluntário envolve um ele- 1 meato de estabilidade. Controle da cabeça e do pescoço Ao nascer, o bebê tem pouco controle da cabeça e dos músculos do pescoço. Se o bebê for mantido na posição ereta pelo tronco, a cabeça cairá para a frente. No final do primeiro mês, o bebê ganha controle sobre esses músculos e é capaz de manter a cabeça ereta, quando apoiada na base do pescoço. Além disso, o bebê deve ser capaz de erguer o queixo acima do colchão do berço, quando estiver deitado em posição de pronação. No quinto mês, o bebê deve ser capaz de erguer a cabeça acima do colchão do berço, quando estiver deitado em posição de supinação. Controle do tronco Depois de os bebês obterem o domínio da cabeça e dos músculos do pescoço, eles começam a ganhar controle dos músculos das regiões torácica e lombar do tronco. O desenvolvimento do controle do tronco inicia-se por volta do segundo mês e pode ser observado quando você segura o bebê pela cintura, acima do solo, e presencia a habilidade dele em fazer ajustes posturais necessários para manter a posição ereta. No final do segundo mês, o bebê deve ser capaz de erguer o peito acima do solo, quando colocado em posição de pronação. Depois de o bebê conseguir erguer o peito, ele começa a estender os joelhos para cima e, então, estende-os para fora subitamente, como se estivesse nadando. Isso usualmente ocorre por volta do sexto mês. Outra indicação de crescente controle sobre os músculos do tronco é a habilidade de virar-se da posição supina para a posição pronada. Consegue-se isso, geralmente, por volta do sexto mês, flexionando-se os quadris e estendendo-se as pernas para fora, nos ângulos corretos, em relação ao tronco. O domínio do ato de rolar da posição de pronação para a posição de supinação usualmente acontece um pouco mais tarde. Sentar-se Sentar-se sozinho é uma realizaçãérque requer o controle completo do tronco. 0

5 168 UNIDADE II - Primeira infância bebê de 4 meses é geralmente capaz de sentar-se com apoio na região lombar. Ele tem controle sobre a parte superior do tronco, mas não sobre a parte inferior. Os primeiros esforços de sentar-se sozinho caracterizam-se por certa inclinação exagerada para a frente, a fim de obter acréscimo de apoio para a região lombar. Aos poucos, a habilidade de sentar-se ereto com limitada quantidade de apoio desenvolve-se. No sétimo mês, o bebê, em geral, é capaz de sentar-se sozinho, completamente sem apoio. Nessa ocasião, ele já obteve controle sobre a metade superior do corpo (Figura 8.1). Ao me imo tempo em que o bebê está aprendendo a sentar-se sozinho, ele está desenvolvendo controle sobre os braços e as mãos. Exemplos mais minuciosos dos princípios céfalo-caudal e próximo-distal de desenvolvimento em operação foram descritos no capítulo 4. Ficar em pé A obtenção da postura ereta, em pé, representa um marco desenvolvimentista na busca do bebê pela estabilidade. F indicação de que o controle sobre a musculatura já foi obtido até o ponto em que a força de gravidade não pode mais fixar exigências de restrições sobre o movimento. O bebê agora está a ponto de conseguir a locomoção ereta (caminhar), façanha celebrada pelos pais e pediatras como a tarefa mais espetacular de desenvolvimento motor do bebê. As primeiras tentativas voluntárias de ficar em pé ocorrem por volta do quinto mês. Quando é seguro pelas axilas e colõcado em contato com determinada superfície de apoio, o bebê, voluntariamente, vai estender o quadril, endireitar e enrijecer os músculos das pernas e manter a posição ereta com apoio externo considerável. Por volta do nono ou décimo rnês, o bebê é capaz de ficar em pé, ao lado de móveis, e de se apoiar nestes por considerável período de tempo. O bebê, gradualmente, começa a apoiar-se menos no objeto que lhe fornece suporte e pode, freqüentemente, ser visto testando o equilíbrio, sem apoio, por breve instante. Entre o 10 e o 12 mês, o bebê já consegue impulsionar-se para ficar em pé, primeiro de joelhos e, depois, com a impulsão das pernas, enquanto os braços estendidos para cima puxam para baixo. Ficar em pé sozinho por períodos extensos de tempo, em geral, ocorre ao mesmo tempo em que andar sozinho e não aparece separadamente na maioria dos bebês. O aparecimento da postura em pé, ereta, normalmente acontece em algum momento entre o 11 e 13 mês (Figura 8.2). Nesse ponto, o bebê já obteve considerável controle sobre a musculatura e pode realizar a difícil tarefa de erguer-se, a partir da posição deitada para a posição ereta, completamente sem auxílio. Da perspectiva desenvolvimentista, é importante notar que os padrões de movimentos demonstrados por bebês e crianças, quando passam da posição de supino para a posição em pé, mudam à medida que a criança cresce (Marsala e VanSant, 1998). LOCOMOÇÃO O movimento do bebê através ]o espaço depende do aparecimento de h, bilidades para lidar com a força da gravidade. A locomoção não se desenvolve independentemente da estabilidade, ao contrário, apóia-se muito nela. O bebê não será capaz de movimentar-se livremente até que as tarefas desenvolvimentistas rudimentares de estabilidade sejam dominadas. A seguir, estão as discussões das formas mais freqüentes de locomoção assumidas pelo bebê, enquanto aprende como lidar com a força da gravidade. Es-

6 CAPITULO 8 - Habilidades Motoras Rudimentares 169 TABELA 8.1 Tarefas de estabilidade Controle da cabeça e do pescoço C, ntrole do tronco Sentar Ficar de pé SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E IDADE APROXIMADA DO SURGIMENTO DE HABILIDADES RUDIMENTARES DE ESTABILIDADE Habilidades selecionadas Idade de início aproximada Vira para um lado Nascimento Vira para ambos os lados 1a semana Segura-se com apoio 1 mês Desencosta o queixo da superfície de contato 2 mês Bom controle em decúbito ventral 3 mês Bom controle em decúbito dorsal 5 mês Levanta cabeça e peito 2 mês Tenta virar de bruços 3 mês Rola com sucesso para ficar de bruços 6 mês Rola de bruços para a posição de decúbito 8 mês dorsal Senta com apoio 3 mês Senta com o próprio apoio 6 mês Senta sozinho 8 mês Fica em pé com apoio 6 mês Apóia-se segurando com as mãos 10 mês Puxa-se para ficar em pé com apoio 11 mês Fica em pé sozinho 120 mês padrão homolateral, o bebê pode pro- curar alcançar um objeto à sua frente, erguendo cabeça e peito acima do solo. Ao voltar essas partes do corpo para baixo, os braços estendidos para fora impulsionam as costas em direção aos pés. 1 resultado desse esforço combinado é um leve movimento escorregadio para a frente (Figura 8.3). As pernas não são usualmente usadas nessas precoces tentativas de arrastar-se. O ato de arrastar-se geralmente aparece no bebê por volta do sexto mês, podendo também aparecer até mesmo no quarto mês. sas formas de locomoção também estão sumariadas na Tabela 8.2. CONCEITO 8.4 O desenvolvimento das habilidades locomotoras rudimentares fornece ao bebê o meio de explorar rapidamente o mundo em expansão. Arrastar-se Os movimentos de arrastar-se do bebê são as primeiras tentativas de locomoção objetiva. O ato de arrastar-se evolui à medida que o bebê ganha controle dos músculos da cabeça, pescoço e tronco. Em posição de pronação e usando um Engatinhar O ato de engatinhar evolui do ato de arrastar-se e, freqüentemente, desenvol-

7 170 UNIDADE II - Primeira Infância a FIGURA 8. - Três estágios da tarefa de sentar-se independentemente : ( a) terceiro mês, (b) sexto mês e (c) oitavo mês. a FIGURA Três estágios da tarefa de ficar em pé, de forma ereta: (a) 6 mês, (b) 10 mês e (c) 12 mês. ve-se para uma forma altamente eficiente de locomoção do bebê. Engatinhar difere de arrastar-se, pois, nesse ato, pernas e braços são empregados em oposição entre si. As primeiras tentativas de engatinhar do bebê caracterizam-se por movimentos determinados de um membro de cada vez. Conforme a habilidade do bebê aumenta, os movimentos tornam-se sincronizados e mais rápidos. Os bebês que engatinham de modo mais eficiente valem-se de um padrão contralateral (braço direito e perna esquerda). Existem algumas evidências que sugerem que os bebês que pularam a fase de arrastar-se e passaram diretamente para o ato de engatinhar foram menos eficientes nos movimentos de engatinhar do que aqueles que experimentaram arrastar-se inicialmente. A Figura 8.4 é uma representação visual do ato de engatinhar contralateral. Tem havido considerável especulação quanto à importância de engatinhar no desenvolvimento motor do bebê e quanto ao método "apropriado" de engatinhar. A organização racional neurológica de Carl Delacato (1966) atribuiu grande importân-

8 CAPÍTULO 8-1 labilidades Motoras Rudimentares 171 SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E IDADE TABELA 8.2 APROXIMADA DE INÍCIO DE SURGIMENTO DE HABILIDADES LOCOMOTORAS RUDIMENTARES Tarefas Habilidades selecionadas Idade aproximada de locomotoras início Movimentos Movimentos rápidos das pernas horizontais Arrasta-se Engatinha Anda em quatro apoios Andar ereto Anda com apoio - Anda segurando com as mãos Anda com orientação Anda sozinho ( mãos para o alto) Anda sozinho ( mãos abaixadas) 3 mês 6 mês 9 mês 11 mês 6 mês 10 mês 11 mês 12 mês 13 mês cia ao ato de engatinhar apropriadamente e às técnicas de arrastar-se, como um estágio necessário para alcançar o domínio hemisférico cortical. O domínio de um lado do córtex é necessário, de acordo com Delacato, para a organização neurológica apropriada. Levanta-se a hipótese de que urna organização com falhas levará a problemas motores, perceptivos e de linguagem, na criança e no adulto. Essa hipótese vem sendo atacada por neurologistas, pediatras e pesquisadores da área de desenvolvimento infantil. Em 1982 e novamente em. 1999, a Academia Americana de Pediatria declarou que programas de tratamento de padronização neurológica não têm nenhum mérito especial e que as alegações de seus patrocinadores continuam sem provas (American Academy of Pediatrics, 1982, 1999). Postura ereta A obtenção da locomoção ereta ou caminhada depende da estabilidade do bebê. Este deve, primeiro, ser capaz de controlar o corpo em pé, antes de dominar as mudanças posturais dinâmicas necessárias para a locomoção ereta. As primeiras tentativas do bebê de andar de forma independente, em geral, ocorrem em algum ponto entre o 10 c o 15 mês e caracterizam-se por larga base de apoio, pés virados para fora e joelhos levemente flexionados. Esses primeiros movimentos de caminhada não são sincronizados e fluidos. Eles são irregulares, hesitantes e não são acompanhados por movimentos recíprocos dos braços. Enquanto a maturação do sistema nervoso central é extremamente importante para o advento da caminhada, outros fatores de orientação individual, como as qualidades elásticas dos músculos, as propriedades anatômicas dos ossos e articulações, e a energia empregada para mover os membros servem como um sistema interativo crítico (Thelen, 1992). Fatores ambientais adicionais, como encorajamento e assistência dos pais e disponibilidade de móveis à sua volta que sirvam como apoio para as mãos, contribuem com o aparecimento do ato de caminhar independente na criança. Shirley (1931) identificou quatro estágios pelos quais o bebê passa no aprendizado de caminhar sem auxílio:

9 172 UNIDADE II - f'rimeira Infância FIGURA Arrastando-se. FIGURA Engatinhando. (a) um período precoce da caminhada, no qual pouco progresso é realizado (3/6 meses); (h) um período de ficar em pé com ajuda (6 /10 meses); (e) um período de caminhar amparado (9/12 meses); (d) um período de caminhar sozinho (12 /15 meses).(p.18) À medida que o bebê passa por esses estágios e progride em direção a um padrão maduro de caminhada, várias alterações ocorrem. Primeiro, a velocidade da caminhada aumenta e o comprimento da passada também. Segundo, a largura da passada aumenta, até que o ato de caminhar independente esteja bem-estabelecido, e então diminui ligeiramente. Terceiro, a reversão do pé gradualmente diininui, até que os pés estejam posicionados para a frente. Quarto, o modo de andar ereto gradualmente firma-se, o com-

10 CAPÍTULO 8 - Habilidades Motoras Rudimentares 173 primento da passada torna-se regular e os movimentos do corpo ficam sincronizados. logo depois que o bebê já caminha independentemente, ele vai tentar caminhar de lado, para trás (Eckert, 1973), e na ponta dos pés (Bayley, 1935). MANIPULAÇÃO Da mesma forma que a estabilidade e a locomoção, as habilidades manipulativas do bebê evoluem ao longo de uma série de estágios. Nesta seção, porém, apenas os aspectos mais básicos da manipulação - alcançar, segurar e soltar - vão ser considerados. Outro ponto comum entre a dupla estabilidade /locomoção e as habilidades manipulativas do bebê é que estas também podem desenvolver-se antes do tempo, embora sejam fortemente influenciadas pela maturação. A criança apta do ponto de vista da maturação vai beneficiar-se das primeiras oportunidades para praticar e aperfeiçoar as habilidades manipulativas rudimentares. Seguem-se as três fases gerais com as quais o bebê envolve-se na aquisição das habilidades manipulativas rudimentares. A Tabela 8.3 fornece um resumo da seqüência de desenvolvimento e da idade aproximada do aparecimento de habilidades manipulativas rudimentares. CONCEITO 8.5 O aparecimento de habilidades manipulativas rudimentares fornece ao bebê em desenvolvimento o primeiro contato significativo com os objetos do ambiente imediato. Alcançar Nos primeiros quatro meses, o bebê não faz movimentos direcionados para alcan- çar objetos, embora possa observá-los atentamente e fazer movimentos de envolvimento globular na direção geral do objeto. Por volta do quarto mês, ele começa a fazer os ajustes manuais e visuais refinados necessários para o contato com o objeto. Freqüentemente, o bebê pode ser observado olhando alternadamente um objeto e sua mão. Os movimentos são lentos e desajeitados, envolvendo basicamente o ombro e o cotovelo. Depois, o pulso e a mão tornam-se mais diretamente envolvidos. No final do quinto mês, a pontaria da criança está quase perfeita e, agora, ela é capaz de alcançar e fazer contato tátil com objetos do ambiente. Essa realização é necessária antes que a criança possa realmente pegar o objeto e segurá-lo na mão. Alguns fatores indicados como influenciadores da precisão do alcance infantil incluem a velocidade do movimento (Thelen, Corbetta e Spencer, 1996) e a posição do corpo do bebê quando alcançar um objeto (isto é, vertical, reclinado ou supino) (Savelsbergh e Kamp, 1994). Segurar O recém-nascido vai segurar um objeto quando este for colocado na palma de sua mão. Essa ação, entretanto, é totalmente reflexa até o quarto mês. O ato de segurar voluntariamente, porém, não será assimilado enquanto o mecanismo sensório-motor não se desenvolver até o ponto em que o alcance eficiente e o contato significativo possam ocorrer. Halverson (1937) identificou vários estágios no desenvolvimento da preensão. No primeiro estágio, um bebê de 4 meses não realiza nenhum esforço real voluntário para contato tátil com um objeto. No segundo estágio, o bebê de 5 meses é capaz de alcançar e fazer contato com o objeto. Ele segura o objeto com a mão inteira, mas não firmemente. No terceiro estágio, os

11 174 UNIDADE II - Primeira Infância movimentos da criança são gradualmente refinados de modo que, por volta do sétimo mês, a palma e os dedos estejam coordenados. A criança ainda é incapaz de usar efetivamente os dedos e o polegar. No quarto estágio, por volta dos 9 meses de idade, a criança inicia o uso do dedo indicador no ato de segurar. Aos 10 meses de idade, o ato de alcançar e o ato de segurar estão coordenados em um movimento contínuo. No quinto estágio, o uso eficiente do polegar e do dedo indicador entra em cena por volta dos 12 meses de idade. No sexto estágio, quando a criança tem 14 meses de idade, as habilidades de preensão são muito similares às dos adultos. Fatores ambientais que parecem influenciar a qualidade de movimento de segurar incluem o tamanho, peso, a textura e a forma do objeto que está sendo segurado (Case-Smith, Bigsb_y e Clutter, 1998; Siddiqui, 1995). A progressão desenvol imentista do ato de alcançar e segurar é complexa. Landreth (1958) afirmou que seis coordenadas componentes parecem estar envolvidas no desenvolvimento da preensão. Eckert (1987) objetivamente resumiu os seis atos desenvolvimentistas nestas transições: (1) a transição da localização visual de uni objeto para a tentativa de alcançá - lo; (2) a transição da coordenação simples olho-mão para a progressiva independência do esforço visual, com sua expressão máxima em atividades como tocar piano e digitar; (3) a transição do envolvimento máximo inicial da musculatura corporal para um envolvimento mínimo, com maior economia de esforço; (4) a transição da atividade proxinial dos grandes músculos dos braços e dos ombros para a atividade distal dos músculos finos dos dedos ; ( 5) a transição dos movimentos precoces, rudimentares e abrangentes, na manipulação de objetos, para a precisão de controle similar à de unia pinça, com o polegar e o dedo indicador em oposição; e (6) a transição do alcance e da manipulação inicial bilateral para o uso definitivo da mão preferida. (p ) TABELA 8.3 SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E IDADE APROXIMADA DE INÍCIO DE SURGIMENTO DE HABILIDADES MANIPULATIVAS RUDIMENTARES Tarefas Habilidades selecionadas Idade aproximada de manipulativas início Alcançar Alcance globular ineficaz 1 ao 30 mês Alcance de procura definido 4 mês Alcance controlado 6 mês Pegar Pegadura reflexiva Nascimento Pegadura voluntária 3 mês Pegadura palmar com duas mãos 3 mês Pegadura palmar com unta mão 5 mês Pegadura de pinça 9" mês Pegadura controlada 14" mês Come sem ajuda 18" mês Soltar Soltura básica 12 ao 14" mês Soltura controlada 18" mês

12 CAPITULO 8 - habilidades Motoras Rudimentares 175 Soltar O frenético balançar de um chocalho é a visão mais familiar quando se observa um bebê de 6 meses brincando. Trata-se de uma atividade de aprendizagem geralmente acompanhada por sorrisos, balbucios e diversão. Minutos mais tarde, todavia, o mesmo bebê pode ser observado balançando o chocalho com frustração e raiva aparentes. A razão dessa abrupta mudança de humor pode vincular-se ao fato de que, aos 6 meses de idade, o bebê ainda não dominou a arte de soltar os objetos que segura nas mãos. A criança já conseguiu alcançar e segurar a alça do chocalho, mas ainda não tem maturidade para comandar os músculos flexores dos dedos a fim de relaxar a pressão deles sobre o objeto. Aprender a encher de pedras um frasco, construir torres com blocos, arremessar bolas e virar as páginas de uri livro são, aparentemente, exemplos simples de tentativas que a criança pequena faz para aprender a soltar. Comparadas às tentativas anteriores de alcançar e de segurar, essas ações são, de fato, avanços notáveis. Mais ou menos aos 14 meses de idade, a criança já dominou os elementos rudimentares do ato de soltar os objetos da mão; aos 18 meses, possui controle bem coordenado de todos os aspectos de alcançar, segurar e soltar (Ilalverson, 1937). À medida que o bebê domina as habilidades rudimentares de alcançar, segurar e soltar, as razões para o manuseio de objetos são revistas. Em vez de simplesmente tocar os objetos, senti-los ou colocá-los na boca, a criança, agora, envolve-se no processo de manipulação dos objetos para aprender mais sobre o mundo em que vive. A manipulação é direcionada por percepções apropriadas a fim de atingir objetivos significativos (Figura 8.5). O desenvolvimento das habilidades motoras locornotoras, estabilizadoras e manipulativas dos bebês é influenciado tanto pela(maturação quanto pelo apren ditado. Da inter-relação dessas duas facetas, o bebê produz e refina habilidades motoras rudimentares, que são estágios necessários para o desenvolvimento de padrões motores fundamentais e de habilidades motoras especializadas. PROGRAMAS ESPECIAIS PARA BEBÊS Por muitos anos, pais, pediatras, terapeutas e educadores reconheceram a importância de dar aos bebês um ambiente estimulante e enriquecedor para crescerem e se desenvolverem. Isso é especialmente evidente nos bebês com desenvolvimento atrasado ou em risco (Ramey e Ramey, 1994). Essa consciência nos leva à aprovação, em 1986, da Lei Pública (nos Estados Unidos) e sua reedição na Lei Pública , em 1997, que criava os serviços de intervenção precoce para bebês e crianças com deficiências. Uma das estipulações dessa ação legal é que uni plano de serviço familiar individualizado (PSFI) seja planejado por uma equipe multidisciplinar para estruturar e avaliar a estratégia de facilitação do desenvolvimento saudável e reduzir ou eliminar os potenciais atrasos de desenvolvimento. A implementação bem-sucedida desses planos é resultado da qualidade e intensidade do programa de intervenção (Ramey e Rarney, 1998). Além do mais, a fundamentação teórica na qual as atividades de intervenção são baseadas deve ser bem desenvolvida (Palmer, 1992). Enriquecer experiências motoras é geralmente a parte principal do PSFI de

13 176 UNIDADE II - Primeira Infância FIGURA (a) :'Mcance rudimentar, (b) preensão rudimentar e (c) liberação rudimentar. uma criança em risco. Movimentar-se e interagir com o ambiente são das primeiras maneiras com que os bebês se desenvolvem cognitivamente. Uma recente e ímpar estratégia de intervenção precoce no horizonte é a facilitação da caminhada independente de bebês com atrasos de desenvolvimento usando o paradigma de treinamento de andador. Baseados nos estudos teóricos de Esther Thelen (1985, 1986), Beverly e Dále Ulrich propuseram urna linha de pesquisa que resultou num procedimento que pode facilitar o início da caminhada independente em bebês com síndrome de Down (Ulrich e Ulrich, 1995; Ulrich, Ulrich e Collier, 1992; Ulrich, Ulrich, Collier e Cole, 1995). Sua técnica envolve uma pequena esteira motorizada que apóia a criança ao ficar em pé. Quando a esteira começa a se movimentar, os bebês mostram um padrão de caminhada bem coordenado e alternado, mesmo que não sejam capazes de caminhar independentemente. Como resultado da prática de caminhada em sessões de esteira, os bebês com síndrome de Down andaram independentemente meses mais cedo que outros bebês que não praticaram. Essas descobertas podem ser resultado de uma série de fatores, incluindo a fortificação e a estabilização do padrão de caminhada, o aumento da força das pernas e a melhora dos mecanismos do corpo associados com equilíbrio e postura (Ulrich e Ulrich, 1999). Enquanto ainda 'ocorre o progresso nos projetos de esteira e nos procedimentos, o treinamento com esteira representa uma estratégia de intervenção precoce que mostra uma grande promessa para bebês com síndrome de Down ou outros atrasos de desenvolvimento. Outro corpo de pesquisa que surgiu nos últimos dez anos é a área de aumento do desenvolvimento do cérebro ou de recuperação de alguma lesão cerebral com a tentativa de realização de tarefas motoras complexas em sessões ambientalmente enriquecidas (Ivanco e Greenough, 2000; Jones e Greenough, 1996; Jones et al.,1997; Kleim, Pipitone, Czerlanis e Greenough, 1998). Enquanto esses estudos envolvem o uso de ratos como objetos de pesquisa, preparam o terreno para posteriores estudos teóricos e pesquisa com seres humanos. Isso representa um potencial para bons resultados não somente com bebês, mas durante toda a vida.

14 CAPÍTULO 8 - Habilidades Motoras Rudimentares 177 CONCEITO 8.6 Os programas de estimulação do desenvolvimento para bebês de risco têm o potencial de melhorar o desenvolvimento posterior. Programas aquáticos infantis Os programas de natação infantil são uma atividade popular nos Estados Unidos. A maior parte das comunidades possuern instalações com piscinas e oferecem alguma forma de atividade aquática para bebês. Os pais matriculam seus filhos em programas de natação infantil por motivos variados. Alguns querem tornar seus filhos "à prova de afogamento". Outros querem que os bebês aprendam a nadar, na crença de que esse é um período crítico para o desenvolvimento de habilidades de natação. Outros, ainda, matriculam seus bebês pelo simples prazer de interagir em um ambiente diferente e melhorar o processo vinculador. Embora cada urna dessas razões possa ter o seu mérito, os programas aquáticos para os bebês deveriam ser abordados com cuidado. C ONCEITO Os programas aquáticos infantis podem ser muito benéficos em termos de fornecimento de estímulos adicionais, pois promovem a interação entre os pais e a criança. Eles, porém, envolvem perigos potenciais que devem ser conhecidos. Langendorfer (1987) enfatiza que "independentemente da idade ou da habilidade, nenhuma pessoa é completamente imune à água!" Os pais que procuram tornar os filhos "à prova de afogamento" precisam ser alertados de que isso, literalmente, não é possível e que constante vigilância é necessária quando as crianças estão perto da água. Langendorfer mostrou, ainda, que não há evidências de que a natação infantil melhore o desempenho posterior. A noção de um período crítico, estreitamente definido, para aprender a nadar, não tem apoio nas pesquisas disponíveis. Outros problemas associados aos programas de natação infantil são a hiponatremia (ou intoxicação aquática infantil) e problemas de giárdia. A hiponatremia é uma condição rara, mas grave, ativada pelo ato de engolir quantidades excessivas de água, o que reduz o nível sérico de sódio do corpo. Os sintomas incluem letargia, desorientação, fraqueza, náuseas, vômitos, convulsões, coma e morte. A giárdia, um problema muito mais comum nas aulas de natação infantil, é um parasita intestinal que pode ser transmitido entre os bebês. Esse parasita causa diarréia prolongada e grave. Como resultado das informações equivocadas sobre atividades aquáticas para bebês e os problemas potenciais, a AcademiaAinericana de Pediatria (2000) oferece uma série de recomendações que incluem as seguintes: - as crianças geralmente não estão suficientemente desenvolvidas para lições formais de natação até os 4 anos. - programas aquáticos para bebês e crianças não devem ser promovidos como forma de diminuir o risco de afogamentos. - os pais não devem pensar que seus filhos estão seguros na água ou livres de afogamentos depois de participarem de tais programas. - sempre que bebês e crianças pequenas estiverem na água ou perto dela, um

15 178 UNIDADE II - 1'rir,,eira Infância adulto deve estar por perto, à distância de um braço, pronto para alcançá-los. - todos os programas aquáticos devem fornecer informação sobre as limitações cognitivas e motoras de bebês e crianças, dos riscos inerentes à água, das estratégias de prevenção de afogamentos e sobre o papel dos adultos na supervisão e Inonitoramento das crianças na água ou perto dela. - hipotermia, intoxicação pela água e doenças contagiosas podem ser evitadas seguindo as orientações médicas e não impedem que bebês e crianças participem de programas de experiência aquática apropriados.