Os grupos regionais de mídia - estratégias globais do mercado de comunicações e de cultura 1

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1 1 Os grupos regionais de mídia - estratégias globais do mercado de comunicações e de cultura 1 por Luiza Lusvarghi 2 As etapas iniciais da pesquisa 3 contribuíram para traçar um panorama dos veículos de mídia na região Nordeste, bem como definir o seu impacto sobre a produção cultural musical regional. Assim, o objetivo agora é delinear a estratégia adotada pelos grupos locais com relação às grandes corporações nacionais, mais especificamente aos holdings brasileiros formados a partir das mudanças estabelecidas a partir da década de 90. As novas tecnologias de informação e comunicação TV paga, celulares, Internet, câmeras portáteis, TV digital ampliaram a demanda por conteúdo audiovisual e estabeleceram novas possibilidades de produção e difusão da informação para as mídias regionais. A criação do Sistema Jornal do Commércio de Comunicação um complexo de comunicação que reúne tevê, jornal impresso, duas rádios, jornal e CBN, Internet, acompanha esta tendência. O acordo estabelecido com a Claro 4, que possibilitou o acesso da redação a novas mídias, como o equipamento 3G, que permite ao repórter na rua captar uma noticia, gravar e colocar no ar, consolida esta tendência. O blog do portal do JC Online, com três milhões de acesso, é o mais acessado do NE. O JC Online pertence ao Grupo Jornal do Commércio, pioneiro dentro do processo de criação dos grupos de radiodifusão do Nordeste, atualmente um afiliado da SBT, e parte integrante do SBT Nordeste. Palavras-chave: comunicação audiovisual; comunicação internacional; internacionalização midiática; regionalização Introdução A década de 90 assistiu ao crescimento do mercado regional audiovisual, impulsionados em parte por novas tecnologias e a necessidade de expandir os investimentos das grandes redes. A idéia deste estudo é identificar o impacto da globalização na relação 1 Comunicação para ser apresentada ao GT História da Mídia Audiovisual, durante o VI Congresso Nacional de História da Mídia., realizado de 13 a 16 de maio de 2008, em Niterói, na UFF. 2 BolsistaProdoc do PPGCOM da UFPE. 3 As pesquisas iniciaia do projeto Os Grupos Regionais de Mídia - Estratégias Globais do Mercado de Comunicações e de Cultura, que teve início, em 01/03/2005, foram desenvolvidas pelo pesquisador Edgard Rebouças, e tiveram continuidade com o pesquisador Felipe Trotta. 4 Claro, operadora celular do grupo mexicano America Móvil.

2 2 que o nacional estabelece com o regional no Brasil, a partir da Região Nordeste, rica em tradições locais, espaço historicamente relacionado à cultura nacional, e um dos grandes pólos de regionalização da mídia televisiva, já na década de 60. O objeto principal desta comunicação será analisar o grupo pernambucano conhecido como TV Jornal, que neste momento passa por grandes transformações, e foi, na década de 60, um projeto ousado e pioneiro do empresário e político Francisco Pessoa de Queiroz, mais conhecido como F.Pessoa de Queiroz, paraibano, como Assis Chateaubriand, que inaugurou a primeira emissora de televisão no Pais, em 1950, porém radicado em Pernambuco. O processo de consolidação de uma mídia nacional própria, moderna ocorre a partir, sobretudo, da década de 70, quando a parceria Globo e Time Life (HERZ, 1996) contribui para consolidar no pais, definitivamente, a trajetória de um grupo de mídia de cobertura nacional que atua nos moldes do mercado internacional, e reflete tendências do capitalismo mundial. Este fortalecimento atropela definitivamente qualquer expectativa de crescimento de uma mídia regional autônoma, que passa a ser organizar em função do Grupo Globo, que logo monopoliza o mercado, e contribui para reelaborar uma identidade nacional, criando um padrão jornalístico baseado no modelo americano e uma imagem de pais que reflete o carioca way of life (BRANT, 2005), fartamente difundido nosso principal produto de exportação, o formato telenovela. É na década de 90, contudo, que podemos assinalar o surgimento de sintomas que apontam claramente os efeitos da globalização na mídia nacional, acompanhando transformações em curso no mundo, tão peculiares à pós-modernidade, entendida aqui como o terceiro estágio do capitalismo, conceito tomado a Ernest Mandel por Jameson em sua obra (JAMESON, 1996) sobre a lógica cultural do capitalismo tardio, que só existiria onde houvesse o desenvolvimento do capitalismo. Não existindo, portanto, numa sociedade indígena. A globalização do capitalismo sempre se faz acompanhar do desenvolvimento e formação de vários sistemas econômicos regionais, nos quais as economias regionais se articulam com corporações maiores, criando-se assim novas para a organização e o desenvolvimento das atividades produtivas: Em lugar de ser um obstáculo à globalização, a regionalização pode ser vista como um processo por meio do qual a globalização recria a nação, de modo a conformá-la à dinâmica da economia transnacional. O globalismo tanto incomoda o nacionalismo quanto estimula o

3 3 regionalismo. Tantas e tais são as tensões entre o globalismo e o nacionalismo que o regionalismo aparece como a mais natural das soluções para os impasses e as aflições do nacionalismo. (IANNI, Octavio, A Era do Globalismo, 1999, 4ª Ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pág. 101). Uma tendência que se consolida na era global, e se reflete nos mercados regionais de mídia, é a criação dos sistemas de comunicação, na verdade complexos de mídia que reúnem jornal, televisão, rádios e quase sempre outros negócios. No Brasil, esse processo começa a adquirir visibilidade a partir de 2000, não por acaso o ano da megafusão AOL Time Warner, o ápice das fusões de grandes corporações de mídia dentro do processo de globalização do capitalismo mundial. A década imediatamente anterior, de 90, assinala a implantação do sistema de televisão por assinatura no País. Apesar do discurso, os grupos de sinal aberto brasileiros, entretanto, evitaram o confronto e acirrar a discussão sobre os efeitos que a programação segmentada poderia trazer. De qualquer forma, dentro deste novo contexto, a regionalização, em paralelo com a massificação e a exploração do popularesco na grade aberta, poderia significar uma saída para enfrentar a eventual ameaça que a programação segmentada poderia trazer. Entretanto, reagem contra qualquer modificação legal neste sentido. Em maio de 2000 ocorreu o Seminário "Para onde vai a TV aberta?", evento promovido pela RBS, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre, em que a diretora-geral das Organizações Globo, Marluce Dias da Silva, analisou a televisão do futuro e as perspectivas da Globo dentro deste novo panorama. Dentre as suas previsões, chama a atenção a necessidade de integração e regionalização, apontadas como essenciais para este momento. Desta forma, o setor dominante do "media business" brasileiro passou a primeira metade da década de 90 evitando a ameaça da TV segmentada e a segunda metade se endividando e sonhando com os enormes lucros que adviriam dela. Se tudo desse certo, a TV aberta poderia regionalizar-se. O termo Regionalização faz parte do discurso da Globo de tempos em tempos. Nestes dias atuais ela tem se mostrado intransigente em relação ao projeto n.º 256/91, da Deputada Jandira Feghali, através das posições assumidas pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), notória defensora de seus interesses (fato tornado público por diversas outras redes de televisão brasileiras) nas reuniões da Comissão de Regionalização e Qualidade da Programação do Conselho de Comunicação Social (CCS), órgão do Congresso Nacional responsável por emitir parecer ao referido projeto. O mais curioso é que ela já foi a grande instigadora da regionalização em um tempo em que o tema não chamava a atenção de muitas pessoas.(simões, Cassiano Ferreira, TV a cabo, TV aberta e regionalização da televisão brasileira nos anos 90,, Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación, Vol. VIII, n. 3, sep dic. 2006, PÁG. 136).

4 4 A formação de grandes sistemas regionais é fundamental para que o processo de regionalização se complete. O caso das afiliadas da Rede Globo no Sul, como a RBS, e no Nordeste, o Sistema Mirante de Comunicação, no Maranhão, e o Sistema Verdes Mares, se sucedem naturalmente dentro deste quadro. O mais recente dentre eles é o Sistema Jornal do Commércio de Comunicação um complexo de comunicação que reúne a televisão, o jornal impresso, duas rádios, jornal e CBN, Internet, mas que integra um grupo maior, o JCPM, dirigido pelo empresário João Carlos Paes Mendonça, cujo lema é o mesmo da rede Bom Preço, criada por ele Orgulho de ser nordestino. No caso da TV Jornal, a junção de todos os veículos de mídia não foi apenas comercial, mas física, uma vez que há dois anos, por decisão do grupo, todos passaram a ocupar o prédio da emissora. A colocação em um mesmo ambiente facilitou o compartilhamento de conteúdos. Apesar das redações trabalharem individualmente, há uma reunião coletiva, diária. E as pautas são checadas por todos, o que potencializa o fluxo de informação. O consumidor pernambucano tem a tradição da noticia local, desde os primórdios com A Aurora Pernambucana, o primeiro jornal de Pernambuco e o terceiro publicado no Brasil, em Considerado o jornal mais antigo em circulação na América Latina, o Diario de Pernambuco foi fundado no dia 7 de novembro de Já o Jornal do Commercio foi criado em 3 de abril de Há 13 anos o JC ostenta o título de jornal de maior circulação de Pernambuco, segundo os índices do Instituto de Verificação de Circulação 5. Com 65% de seus assinantes fixados no bairro de Boa Viagem, seu portal integra o portal UOL, da Folha de S.Paulo, e seu padrão visual de uma certa forma reproduz o do periódico paulista. Em 1959, as Rádios Tamandaré, Clube de Pernambuco, Jornal do Commercio e Rádio Olinda já possuíam audiência cativa. A televisão pernambucana surge em 1960, dez anos após ter sido lançada no Brasil a pioneira TV Tupi, do jornalista Francisco Assis Chateaubriand. A TV Jornal, Canal 2, preparava-se para inaugurar os seus serviços, sob a direção de F. Pessoa de Queiroz, quando os Diários Associados se adiantaram e colocar no 5

5 5 ar o sinal de Canal 6, TV Rádio Clube ela era uma das emissoras da Rede Tupi 6. Ou seja, desde cedo, o regional teve de enfrentar a concorrência os grupos de âmbito nacional. Mas durante muito tempo, as transmissões da TV Rádio Clube se limitaram à uma tela exibindo o logo da rede. Prevaleceram, na prática, os esforços e o empreendedorismo da visão de Queiroz, que construiu estúdios em um espaço de cerca de 10 mil metros quadrados, com equipamentos de ponta para aquela época, e uma área de cobertura de 500 quilômetros, que atingia Natal, João Pessoa, Maceió e Aracaju. A TV Rádio começou com um curso de preparação de equipe, pois seus diretores, Nilton Paes e Péricles Leal, no mercado desde 50, vinham de cursos preparatórios realizados nos Estados Unidos 7.A ambas se somaria o sinal da TV Universitária, em 1968, vinculada à Universidade Federal de Pernambuco, implementando o telecurso de segundo grau, com programação diversificada, com música, teatro, esportes. A programação inicial das emissoras pernambucanas já incluía jornalismo, teatro, e novelas. Esses antecedentes históricos certamente contribuíram para familiarizar o leitor e espectador pernambucano com a mídia impressa e audiovisual, e o tornaram mais consciente de sua cidadania e a participar ativamente deste processo. De qualquer forma, dentro desta nova perspectiva de trabalho, a Internet agregou valor e contribuiu para potencializar os negócios de mídia, sobretudo se esses negócios incluem outras mídias como jornal, rádio, entretenimento, e até mesmo filmes. Atualmente, todas as grandes corporações de mídia brasileiras Record Filmes e Entretenimento,m Band Filmes, SBT Filmes - possuem teledramaturgia, e já tentaram, embora não com o mesmo êxito da Globo Filmes, ligada ao Grupo Globo, investir neste novo e promissor mercado. Para que esse novo fator, que agrega valor à estratégia de cross media cumpra o seu papel, é necessário o aporte de uma empresa de telefonia. A legislação brasileira coloca vários obstáculos neste sentido. Mas a recente fusão OI-Brasil Telecom, e o lobby das demais empresas do segmento de telefonia, como Telefônica, interessadas em ampliar a exploração de banda larga e sistema a cabo de televisão, aponta em outra direção. 6 Na década de 1970, a crise nos Diários Associados afetou também a TV Rádio Clube. Em 18 de julho de 1980 engenheiros do Dentel cerraram seus transmissores. O acervo e a concessão foram transferidos para a iniciante Rede Manchete, que arrematara 4 canais da falida Rede Tupi. Atualmente o canal 6, no Recife, transmite o sinal da RedeTV!. 7 Logo depois, os produtores do Canal 2, Amarilio Niceias e Alberto Lopes, por sua própria conta, tomaram a iniciativa de viajar aos Estados Unidos para uma temporada de aprendizado.

6 6 Além disso, o mercado vai se ampliando cada vez mais,. O governo e as empresas de telefonia fixa concluíram as negociações para levar internet a todas as escolas e municípios brasileiros até O portal do JC Online, que já ganhou prêmios importantes, chega a atingir 2,5 milhões de acesso diários, equiparando-se aos portais das grandes corporações de mídia em performance, conforme se pode ver abaixo. Informações gerais FEVEREIRO 2008 Dia Views Dia Visitas Únicas Total de page-views , , ,00 Total Visitas Únicas , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , /12/ h47, Teles fecham acordo para levar internet a todo o país até 2010.Lorenna Rodrigues, Da Folha Online, Em Brasília. 21/12/ h47 Teles fecham acordo para levar internet a todo o país até 2010 Publicidade LORENNA RODRIGUES da Folha Online, em Brasília

7 , , , ,00 Dentro do Sistema JC existem atualmente 10 grupos de trabalho estudando as tendências da comunicação, para não perder oportunidades de distribuição de conteúdos. Atualmente, cinco deles são oficiais. O Noticia Celular, um dos produtos desenvolvidos a partir destas pesquisas de mercado, é um serviço surgido a partir de um acordo da Claro com a Nokia. O aparelho N95 da Nokia permite ao repórter captar informação da rua e colocar no ar, com qualidade de imagem. Para a redação, a nova tecnologia significa democratização de acesso e a desburocratização da pauta e do processo de produção da notícia.. As video-reportagens, no ar desde novembro, são captadas indistintamente por repórteres, motoristas, motoqueiros da TV. Todas as atenções convergem, entretanto, para a O Sistema JC pretende ainda lançar um novo portal que vai permitir acesso a repórteres de outros jornais. O novo portal também será abrigado pela UOL, do qual são parceiros há 10 anos. De qualquer modo, o surgimento deste acordo aponta para a convergência de conteúdos. E a mídia regional ganha uma interatividade e um nível de exposição mundial, sem depender somente de contratos com as grandes corporações. O projeto de convergência de mídias dentro do Sistema JC era antigo, mas não havia uma TI que satisfizesse essa demanda. Em 2003, foi criado o Banco de Imagens JC digitais. Paradoxalmente, sua criação coincide com a expansão das pequenas empresas de fotojornalismo no Nordeste, em detrimento das grandes equipes de outrora, e a relação do fotojornalista com o Banco é bastante diferenciada 9. A empresa fica com 50% do valor da foto, o fotógrafo com 50%. A implantação do Banco de Imagens JC trouxe novos desafios. Por exemplo, quando os fotógrafos queriam uma tomada diferente do Galo da Madrugada 10, e de repente decidiam subir num guindaste para tirar fotos, criava-se um impasse, pois não havia como mandar aquela imagem diretamente para o portal. Como o jornal tinha uma rede de dados GSM, eles passaram a transferir para o celular, que por seu turno enviava a imagem pra redação. O celular usado era o da Claro, que já era parceira em termos de 9 A tendência em curso é a contratação de PJs, profissionais terceirizados que atuam como empresas 10 Bloco carnavalesco que reúne um milhão de pessoas em Recife, Pernambuco, e existe há mais de 30 anos.

8 8 telefonia celular corporativa. Em setembro de 2007, essa parceria se estendeu à utilização dos aparelhos Nokia N95, que deram muito mais agilidade à cobertura. A TV Jornal gravava, por exemplo, uma rebelião. O motoqueiro ia até o local, recolhia a fita, e levava para ser colocada no ar. O link ao vivo é caro, inacessível para uma pequena emissora. A Claro já estava testando a 3G. O grupo então decidiu estabelecer uma parceria com eles. No início, a qualidade do vídeo gravado pelo celular era baixa, e isso era um entrave. Eles eram obrigados a fazer uma máscara. Neste período, estava chegando ao Brasil um celular Nokia, que gravava 5 megas - a taxa de transferência era suficiente para transferir dados com velocidade compatível. Por fim, após diversas experiências, chegaram a um padrão de 30 segundos a cinco megas com qualidade, em 7 minutos. Se um vídeo chegasse 15 minutos antes do fechamento, ele conseguia ir ao ar no mesmo dia. A utilização do aparelho trouxe uma mudança de cultura para o cotidiano da produção do noticiário. Algumas pessoas do reportariado possuem o aparelho. Mas além deles, os motoqueiros e os motoristas também fazem uso do equipamento. Eles foram treinados em cursos realizados dentro da empresa, para desempenhar essa função. Assim, enquanto trafegam pela cidade, caso se deparem com algum evento que mereça destaque, podem captar imagem e som e enviar para a redação, que vai finalizar o material e colocar no ar em tempo de ir para ao ar. Isso cria uma condição diferente para a televisão, que em matéria de furos, vinha perdendo a função em tempo real, que passou a ser privilégio da Internet. Por enquanto, evidentemente, ela não possui a mesma qualidade, no que se refere a tempo, mas é uma tendência em curso. O Nokia N95 é comercializado no varejo, custa entre R$ e R$ 2 mil. Ele pode captar Áudio (rádio), video (tv) e Internet. Outros serviços desenvolvidos pelo Sistema JC também concorrem para colocar a nova tecnologia em evidência. O JC Móbile pega todas as noticias do portal e oferece em formato celular, disponível em Wap.jc.com.br Hoje, a cobertura do celular é maior do que a Internet no Brasil. Consciente destes dados, o JC tenta transformar seus conteúdos em noticia pelo sistema torpedo. Por uma tarifa módica, R$3,50, um dos clientes, torcedor do Santa Cruz, por exemplo, teve direito às

9 9 notícias, em tempo real, de dois jogos do seu time favorito. Quem implantou o JCMobile foi uma empresa espanhola especializada em conteúdos para celular, a Intiones,. O sinal da TV jornal está disponível pela Internet. O sistema JC foi um dos pioneiros a colocar rádio na Internet na América Latina, ainda em 1994, e uma das primeiras emissoras de televisão a entrar na web, com. com tecnologia de acesso a deficientes audiovisuais, em A programação local da TV Jornal não é constituída só jornalismo com a maior parte da programação local da Globo Nordeste, por exemplo, ou mesmo da Record. Somente pela manhã, eles possuem entre quatro e cinco horas de transmissão que incluem humor O Papeiro da Cinderela já inspirou marchinha de carnaval. E na TV Jornal Caruaru, só o jornal da manhã é da rede, o resto é local. No momento eles estão reivindicando mais uma hora de programação junto ao SBT. A cobertura de Carnaval foi a primeira cobertura local diária de Pernambuco numa televisão comercial. SBT Nordeste A TV Jornal é afiliada do SBT desde 1987 e integra o SBT Nordeste, projeto de regionalização do grupo que reúne 11 emissoras afiliadas do SBT. As emissoras com maior faturamento do SBT Nordeste são a TV Jornal (Pernambuco), a TV Jangadeiro (Ceará) e a TV Aratu (Bahia). Em 2004, os 11 canais da rede alcançaram um faturamento de R$ 70 milhões o que equivale a um crescimento de 8% sobre o ano anterior. Os projetos integrados "Micaretas do Nordeste" e "São João da Tradição" faturaram, juntos, R$ 8 milhões em A TV Jornal Recife, a Rádio e TV Jornal do Commercio S/A, foi fundada em 1960 e foi uma das pioneiras da televisão pernambucana, do Nordeste e do país. Nasceu com o nome TV Jornal do Commercio, e pertencia ao empresário e político Fernando Pessoa de Queiroz, como parte integrante da Empresa Jornal do Commercio, que já possuía o Jornal do Commercio, o Diário da Noite (depois descontinuado) e a Rádio Jornal do Commercio, em AM e ondas curtas. Foi instalada num prédio planejado especialmente para abrigar a emissora, no bairro de Santo Amaro. As instalações da televisão eram luxuosas, com três grandes estúdios, sendo um deles, inclusive, com auditório para 250 lugares, salas de apoio para os artistas, com camarins, salão de beleza, sala de maquilagem e até uma boutique e um restaurante. A

10 10 televisão mantinha sua própria marcenaria, responsável pela confecção dos cenários e manutenção dos móveis. Os ambientes eram preparados de forma a atender às necessidades específicas da administração, da técnica, da produção artística e, também, do setor jornalístico. Os equipamentos foram importados da indústria inglesa Marconi, que atendiam desde os programas jornalísticos até as produções de entretenimento e cultura. O atual proprietário é o empresário João Carlos Paes Mendonça, que já foi o dono da rede Bom Preço 11, hoje pertencente ao Grupo Wall Mart 12. Há cerca de dois anos foi criado o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, reunindo as TVs Jornal Recife e Caruau, as rádios Jornal e CBN, o jornal impresso diário Jornal do Commercio, e o portal de notícias JC Online. Sua cobertura atinge a região metropolitana do Recife, Litoral Norte e Sul, e Parte do Agreste. Sua afiliação anterior foi com extinta a Rede Excelsior ( ) de televisão brasileira. A programação da TV Jornal chegou a ser captada em João Pessoa, na Paraíba, de 1960 a 1986, quando ali não havia emissoras regionais. Em 1986, o sinal foi substituído pelo da TV Cabo Branco, primeira emissora de Televisão de João Pessoa (PB). Outros sistemas os maiores grupos em atividade no Nordeste são Record, Globo e SBT. O SBT, que nos anos 80 parecia ser o maior rival da poderosa Globo, o primeiro grupo televisivo a estabelecer uma rede de cobertura efetivamente nacional, na década de 70, consolidou-se nas faixas C e D, tentou um projeto de jornalismo e programação mais ousado nos 90, mas acabou, em função de problemas internos, e parcerias mal resolvidas, como foi o caso das telenovelas da Televisa, perdendo esse posto para a Record. Durante o período de votação da alteração do artigo 222, sobre concessões e participações de grupos e capital estrangeiro nas empresas de radiodifusão, houve especulações fortes sobre uma provável venda do grupo para a Viacom (holding que detém a MTV, Blockbuster, Paramount Films, dentre outras marcas) e para a própria Telefónica, que supostamente teria 11 O sergipano Pedro Paes Mendonça inaugurou o primeiro Bom Preço em Serra do Machado, distrito de Ribeirópolis, interior de Sergipe. Em 2000, já como uma grande rede de varejo, ele passou o controle acionário para o megagrupo holandês Royal Ahold No processo de expansão, criou-se em 1990 o HiperCard - primeiro como cartão de compras da própria rede, depois, a partir de 1993, como cartão de crédito que tem hoje cerca de 1,5 milhão de usuários, hoje administrado pelo Unibanco. Em 2003, o grupo americano Wall Mart comprou a rede Bom Preço, que já incluía a loja de departamentos, o Hiper. A rede não opera com outro cartão. Wall_Mart_compra_o_supermercad.shtml

11 11 feito lobby para a alteração (LUSVARGHI, 2007). Em função das restrições legislativas impostas pela legislação nacional, entretanto, mesmo a alteração do artigo não seria suficiente para validar essa aquisição. A origem do grupo vem do programa dominical produzido de forma independente nos anos 60 por Sílvio Santos. Em maio de 1976 Sílvio Santos inaugurou a TV Studios (TVS) do Rio de Janeiro, com a concessão obtida do canal 11. A principal atração da nova emissora era exatamente o Programa Silvio Santos, exibido aos domingos aproximadamente das 11h às 20h (a extensão real do programa variou muito no período) simultaneamente com a TV Tupi. Em 1980, com o fechamento da Rede Tupi, Silvio consegue a concessão de mais quatro canais, dos quais três pertenciam à Tupi: o canal 4 de São Paulo (ex-tv Tupi), o canal 5 de Porto Alegre (ex-tv Piratini) e o canal 5 de Belém (ex-tv Marajoara). O canal 9 do Rio de Janeiro, que fazia parte do pacote com os quatro canais, pertencia à TV Continental e entrou no ar em 1982 como filial carioca da TV Record (em 1987 o canal foi renomeado sucessivamente TV Copacabana e TV Corcovado). Reunindo os antigos canais da Tupi e o canal 11 do Rio, Silvio forma em 19 de agosto de 1981 o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A marca SBT, porém, só seria amplamente divulgada anos mais tarde. A praça de São Paulo passa a ser a sede e a fonte geradora da programação da nova rede. O mote do SBT, entretanto, sempre foi a busca da vice-liderança, clara referência à Rede Globo, a maior corporação de mídia do País. O canal 9 do Rio de Janeiro, que fazia parte do pacote com os quatro canais, pertencia à TV Continental e entrou no ar em 1982 como filial carioca da TV Record (em 1987 o canal foi renomeado sucessivamente TV Copacabana e TV Corcovado). Reunindo os antigos canais da Tupi e o canal 11 do Rio, Silvio forma em 19 de agosto de 1981 o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A marca SBT, porém, só seria amplamente divulgada anos mais tarde. A praça de São Paulo passa a ser a sede e a fonte geradora da programação da nova rede. Em 1987, Silvio Santos vendeu sua parte da Record no Rio. Em 1993, em uma negociação polêmica, ela seria vendida como TV Rio, canal 13, aos bispos da Igreja Universal, controlada pelo pastor Nilson Fanini.

12 12 O SBT conta com 106 emissoras (sendo 15 geradoras e 91 retransmissoras) em todo o Brasil. Vale ressaltar que o SBT por enquanto não possui afiliadas em Sergipe mais tem retransmissores, desde a desafiliação da TV Atalaia, atual retransmissora da Rede Record. A TV Cidade, canal 20 da TV a Cabo na cidade, afiliada à RedeTV!, está pretedendo assinar um acordo de afiliação com SBT para que esta emissora seja transmitida em TV Aberta não mais a cabo. As negociações devem começar no início de Segundo dados fornecidos pela assessoria de imprensa da emissora, o SBT é a segunda maior rede de televisão do país, com alcance de 98% do total da população que tem acesso às transmissões de TV e 98% do Índice de Potencial de Consumo (IPC). A aquisição da Record pela Igreja Universal do Reino de Deus, é o fato mais importante na batalha entre os grupos de mídia brasileiros. Dotada de um marketing agressivo, a Rede Record vem paulatinamente lutando por um espaço maior dentro do cenário nacional, investindo pesadamente em dramaturgia, jornalismo, nos mesmos moldes da emissora do Grupo Globo, a TV Globo. O lançamento da Record News, serviço noticioso por assinatura, em setembro de 2007, veio coroar essa estratégia de tentar ocupar espaços. No que diz respeito à regionalização, embora apostando em modelos estratégicos de expansão diferentes uma aposta no sinal aberto, e outra no sistema a cabo -, e com histórico distinto, ambas mantêm um padrão semelhante: o de manter a cobertura nacional, estabelecendo espaços que reproduzam a identidade de ambas, sediadas em São Paulo, com sotaque regional, numa espécie de glocalismo. A Globo se instala em 1970 com sede própria, sem afiliadas, no Recife, criando a TV Globo de Recife. A empresa, responsável pela comercialização e produção da programação da Globo Nordeste, foi extinta em 2001 para se integrar à TV Globo Rio, num processo de incorporação que envolveu outros centros, como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, e passou a ser oficialmente apenas mais uma afiliada. Nas demais capitais nordestinas, ela mantêm afiliadas, com destaque para alguns grupos regionais, que também se converteram em Sistemas, como o Sistema Mirante de Comunicação (Maranhão), Sistema Verdes Mares, e a Rede Bahia. Estes sistemas estabelecem uma cooperação com a Globo Nordeste, sediada em Recife, na eventualidade de alguma cobertura regional, como o Carnaval, e as festividades de São João. Mas não chegam a constituir um grupo à parte,

13 13 como ocorre com o SBT Nordeste, que possui estatuto e se reúne mensalmente. Na verdade, a cobertura regional da Globo quase sempre se limitou a reproduzir os programas da matriz. A Globo News é o canal de notícias 24 horas por dia das Organizações Globo, exibido em UHF e pelo sistema a cabo. Criado em 15 de outubro de 1996 pela jornalista Alice Maria, a mesma do Jornal Nacional, tem com principais noticiários o Em Cima da Hora e o Jornal das Dez e na verdade, até hoje, se assemelha muito mais à programação do grupo em sinal aberto do que a um canal segmentado de noticias. Surgiu a partir da constatação de que o público brasileiro, desacostumado à diversidade, estava digerindo mal as ofertas de canais segmentados em outras línguas que não o português, disponíveis na televisão por assinatura. Também reapresenta programas da Rede Globo, como o Fantástico, o Jornal da Globo e o Globo Repórter, o que faz com que muitas vezes sua programação efetivamente se confunda com a de sinal aberto. Possui programas culturais (Almanaque e Starte) e de entrevistas, como o Espaço Aberto. É exibida via Internet, para assinantes da Globo.com. A Record News, lançada por ocasião da comemoração dos 54 anos da rede no país, a 27 de setembro de 2007, tenta imitar o telejornalismo regional americano seus criadores fizeram estágio na CNN, em Atlanta e é exibido na tevê aberta, embora seu formato lembre para o mercado brasileiro, que assistiu a este tipo de produto pela primeira vez no sistema a cabo, a tv por assinatura. O Record News, que compreende as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Paulista. Os estúdios da Record News Nordeste estão baseados na Bahia. Seu programa de notícias é transmitido diretamente do newsroom da Record Nordeste, instalado na TV Itapoan, em Salvador (BA), afiliada local do grupo, por Carolina Lima e Jeferson Beltrão, e procura trazer as principais notícias da região. O telejornal tem o propósito de levar ao resto do país as características do nordeste brasileiro. O programa Record News é apresentado de segunda a sexta, às 12h30, mas sua identidade visual lembra, por vezes o Jornal Nacional. A Band News é um canal exibido pelo sistema a cabo que investe inclusive em novas tecnologias e projetos experimentais. Na prática, trata-se de um canal 24 horas de notícias distribuído pelo sistema de assinaturas e pelo portal UOL, com o qual mantém parceria.

14 14 Apesar da Globo ter sido a pioneira, o primeiro grupo a inaugurar um serviço de assinaturas de notícias pela televisão com formato apropriado para o sistema cabo foi a Rede Bandeirantes. O canal de notícias de TV por assinatura BandNews foi inaugurado no dia 19 de março de 2001 pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação. Foi o primeiro canal de notícias do Brasil a exibir jornais durante as 24 horas do dia não entram em sua grade reapresentações de programas da Band em sistema aberto -, com programação formada por blocos de 15 minutos, com todas as notícias do dia, indicadores e serviços. O BandNews TV é produzido pela Central de Jornalismo do Grupo Bandeirantes, que produz e fornece material jornalístico para toda a Rede. Conta ainda com material noticioso de agências de notícias nacionais e internacionais e boletins econômico produzidos diretamente da Bolsa e Mercadorias & Futuros (BM&F). O canal possui também afiliadas, como BandNews RJ e BandNews PE. Mas o fato da cobertura e do alcance do Grupo não se estender às principais regiões dificulta o crescimento. No entanto, pela primeira vez, em 2008, a Band realizou cobertura do carnaval pernambucano, o que demonstra uma preocupação com os investimentos dos outros grupos na área. O Band News Pernambuco é um canal da grade de programação da TV por assinatura Cabo Mais do Grupo Rede Cidade, afiliada do Bandnews, distribuído ainda pela DirecTV e Sky. A BandNews possui uma parceria com a UOL para distribuição de conteúdos. A RedeTV! Também é uma rede de televisão brasileira, com sede no município de Barueri-SP, na Grande São Paulo, a 26 km da capital São Paulo, situada no condomínio empresarial Alphaville. Entrou no ar no dia 15 de novembro de 1999 e das principais redes de televisão brasileiras, a RedeTV! Se coloca como a mais nova, tendo protagonizado um episódio conturbado dentro do mercado de televisão nacional. Herdeira do espólio da extinta Rede Manchete, pertencente ao Grupo Bloch, em função de problemas financeiros e de seu passivo trabalhista, acabou levando seus atuais proprietários a fundar uma nova empresa, que nega qualquer relação com a anterior, justificando que as concessões da TV Manchete estavam vencidas e o Governo Federal realizou a transferência direta das mesmas para a REDE TV, obedecendo a todos os requisitos da legislação. Sua programação é voltada principalmente para o entretenimento, com programas de humorismo, shows de

15 15 auditório, jornalismo, esportes, séries de TV importadas, entrevista, femininos e cobertura do showbizz. Não possui política definida de cobertura regional e nem mesmo capacidade de cobertura nacional estruturada está presente em 26 estados da federação, mas quase nenhuma capital -, em comparação com as outras redes. Sua maior cobertura está no estado de Minas Gerais, onde alcança 234 municípios. Na Região Nordeste está presente somente nas capitais do Ceará e Pernambuco. Regionalização à brasileira - A principal característica de duas das maiores corporações de mídia do País, Globo e Record, com relação aos mercados regionais, portanto, é a de negar a programação local, sua história anterior, e estruturar a cobertura regional a partir de seus próprios padrões de qualidade, tentando estabelecer uma identidade local que seja um apêndice do nacional, num processo de mcdonaldização da noticia dos grandes centros do País, situados entre o eixo Rio-São Paulo. A partir de um determinado padrão visual, que inclui desde vinhetas, ao tratamento da notícia e à forma de apresentação, diferenças regionais são diluídas para integrar, por fim, todas as regiões à grande cidade global, num processo de urbanização do país que corresponde ao movimento de globalização da mídia. Boa parte desta cobertura se apóia nas mazelas da exclusão social, com matérias sobre crianças assassinadas, desabamentos, enquanto que a cobertura política e econômica destaca sempre a matriz. Dentro dessa perspectiva, mesmo a cobertura esportiva de futebol, o esporte mais popular do país, e profundamente enraizado nas cidades e regiões, com times locais, é centrada nos grandes times dois grandes centros, Rio e São Paulo. A cobertura de festas típicas, como Carnaval e São João, é a única aresta dentro da programação em que o regional pode emergir, cativando o público com um certo sentimento de identidade, num processo que Raymond Williams já denominou de estrutura de sentimento (CEVASCO, 2001). Na região Nordeste, um dos territórios onde se engalfinham Record e Globo, essas características evidenciam-se: de um lado, essa reinvenção de tradições populares como fenômeno midiático, e de outro, a elaboração de um noticiário descaracterizado, o glocal, integrando o local ao global, sem trair a marca. Dentre as duas, a Globo Nordeste, entretanto, pela sua própria história de inserção dentro da região, é a mais preocupada em

16 16 trabalhar a cobertura de eventos típicos, notadamente o Carnaval e as festividades de São João, popularíssimas em todo o Nordeste, que nos últimos 5 anos tiveram sua cobertura ampliada internamente e reproduzida pela Globo Internacional. Já a Record vem se limitando, por enquanto, a cobrir os fatos jornalísticos locais ligados às editorias de Geral. Desde o final da década de 90, o SBT voltou suas atenções para tradicionais festas populares que são realizadas em várias regiões do Brasil. Desta forma, a Oktoberfest, em Blumenau Santa Catarina, o Círio de Nazaré, no Pará e a Semana Farroupilha, no Rio Grande do Sul, são eventos transmitidos com exclusividade pela emissora. A festa do peão de Barretos chegou a ter os direitos exclusivos comprados, mas acabou voltou para a TV Globo, antiga proprietária, e atualmente pertencem ao Grupo Bandeirantes. O projeto de regionalização da Rede Globo fica evidente inclusive dentro da forma como ela se relaciona com os Sistemas, as organizações mais complexas que integram a rede nacional de cobertura, hospedados em seu website como se fossem extensões departamentalizadas de sua cobertura, tratadas visualmente de forma a diluírem a sua identidade corporativa. Esse tratamento não é fortuito, e corresponde na prática à função destes grupos regionais dentro da Rede Globo, como ocorre por exemplo, com o Sistema Verdes Mares: O fato mais importante dessa reorganização da antiga produção industrial para a televisão é a absorção dos padrões de administração americanos. As emissoras do Sudeste, especificamente do Rio de Janeiro e de São Paulo, têm reforçado o seu papel de intermediários entre o mercado brasileiro e as multinacionais da cultura, além de se consolidarem como centros produtores da programação audiovisual nacional. (RIBEIRO DE SOUSA, Bruno Marinoni, TV Verdes Mares: a história de um empreendimento, 2007, pág.9). O SBT Nordeste, que está completando 10 anos, surge a partir desta estratégia de regionalização, que diferentemente da Record e da Globo, incorpora as programações locais surgidas dentro de um processo históricos nestas regiões. O projeto reúne 11 emissoras afiliadas da Rede SBT. Atualmente compreende 10 projetos regionais: Micaretas e outros carnavais; São João da tradição; Teledramatugia; Sabor da Terra; Nordeste Terra da Gente; Dia das Mães; Dia dos Pais; Dia das Crianças e Natal. No entanto, o Carnaval e o São João são as grandes datas. O núcleo de Teledramaturgia tenta retomar o período áureo

17 17 da emissora, que introduziu tantos atores e atrizes para a televisão nacional, como Arlete Salles, Lucio Mauro, Jose Wilker, mas sob novo formato, mais apropriado à minissérie. Nasce uma nova indústria. Cria-se o Pólo de Teledramaturgia do Nordeste, uma fonte inesgotável de riquezas culturais, geradora de empregos e renda. No cenário econômico, o universo conspira a favor dos novos investimentos - empreendimentos se multiplicam. O Pólo de Teledramaturgia do Nordeste, que prevê quatro produções, já lançou Cruzamentos Urbanos (Pablo Polo, com roteiro de Valdir Oliveira), exibida em novembro de 2007, e Santo por Acaso (direção Léo Falcão, roteiro Geraldo Motta,), exibida em outubro de Referências BRANT, Leonardo. (Org.) Diversidade cultural, globalização e culturas locais: dimensões, efeitos e perspectivas. São Paulo: Editora Escrituras; Instituto Pensarte, BUCCI, Eugênio (Org.). A TV aos 50, Criticando a televisão brasileira no seu cinqüentenário. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, CEVASCO, Maria Elisa. Para ler Raymond Williams. São Paulo: Paz e Terra, HERZ, Daniel. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Tchê, IANNI, Octavio, A Era do Globalismo (1999), 4ª Ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: A lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, LUSVARGHI, Luiza, De MTV a Emetevê, Cultura McWorld e Pós-modernidade na televisão brasileira (2007), São Paulo: Editora de Cultura. MORAES, Dênis de. O planeta mídia: tendências da comunicação na era global. Campo Grande: Letra Livre, NASCIMENTO, Luiz do. História da imprensa de Pernambuco ( ). Recife: Universidade Federal de Pernambuco, v. 4, p RIBEIRO DE SOUSA, Bruno Marinoni, TV Verdes Mares: a história de um empreendimento (2007), Trabalho apresentado ao GT de Mídia Audiovisual, do V Congresso Nacional de Historia da Mídia. SANTANA, Jorge José B.Santana, A televisão pernambucana por quem a viu nascer (2007), Recife: Edição do Auto, FacForm Gráficar. SIMÕES, Cassiano Ferreira Simões, TV a cabo, TV aberta e regionalização da televisão brasileira nos anos 90, Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación Vol. VIII, n. 3, sep dic. 2006

18 WILLIAMS, Raymond. Cultura e Sociedade ( ). São Paulo: Companhia Editora Nacional,