Algumas questões a que KIEV e os EUA deveriam dar resposta

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1 Aviões de guerra de Kiev derrubaram o avião MH71 Algumas questões a que KIEV e os EUA deveriam dar resposta ANNCOL* Sala de Controlo russa Tal como comentámos anteriormente (ver: Uma breve análise sobre a hipótese do míssil que supostamente derrubou o voo MH71 da Malaysia Airlines, Perante as evidências comprováveis, Kiev tem muitas explicações a dar sobre o derrube do avião da Malaysia Airlines, Manipulação e intoxicação à volta do avião da Malaysia Airlines derrubado na Ucrânia ), das hipóteses possíveis para explicar o derrube do voo MH71 da Malaysia Airlines ficava por analisar a possibilidade da causa do derrube ter sido um míssil ar-ar lançado a partir de um avião de caça próximo do voo daquela transportadora aérea. Mas hoje, 21 de Julho, o ministério da Defesa russo deu uma conferência de imprensa para expor as suas primeiras investigações sobre o trágico destino do voo MH71 em que se denuncia a presença de, pelo menos, um caça ucraniano a uma distância entre 3 e 5 km do avião malaio. Os possíveis indícios de um míssil ar-ar Um dos poucos vídeos da queda do MH71 Indica-nos várias coisas: Aparentemente o avião não explode no ar. É derrubado e explode ao estatelar-se no solo. Não se observa no céu a esteira de nenhum míssil como a que deixaria um BUK M1.

2 A descompressão da fuselagem. Isto explica porque apareceram cadáveres praticamente nus e inteiros. Assim o disse o perito de segurança aérea Alan Diehl no Daily Intelligencer [N. do T.: Revista nova-iorquina]. «O facto de não terem roupa vestida pode significar que [o passageiro] provavelmente foi atirado do avião ou que sofreu um forte golpe de vento de centenas de km/hora que o fizesse cair», declarou Diehl, que trabalhou como investigador da Junta Nacional para a Segurança no Transporte, na Administração Federal de Aviação e na Força Aérea dos EUA. E dos restos do avião foram publicados fotografias de pedaços de asas com sinais de impacto das hastes próprias dos misseis ar-ar. Os mísseis BUK vão a uma velocidade de 850 metros por segundo, a cabeça explosiva tem 70 kg de alta potência e contém bolas de metal que quando detona perto do objectivo (40-50 metros) cria um densa nuvem de fragmentos a alta velocidade que

3 desintegram o avião. A julgar pelos restos danificados do Boeing 777, alguns peritos concluíram que o avião foi atacado por misseis de um avião de caça, que lançam cargas de fragmentação formada por hastes. A velocidade das hastes é tal que inclusive pode seccionar uma fuselagem de titânio. E se o objectivo for golpeado por 2-3% destas barras o avião está condenado. Os aviões MIG-29 e SU-25 e 27 têm estas cabeças montadas como standard. Há que sublinhar também que a hipótese do míssil BUK era facilmente comprovável pois não escaparia aos radares militares que controlam o espaço da Ucrânia, tanto russos como dos países da OTAN. A Rússia tem uma estrutura extraordinariamente potente para o controlo terrestre aéreo e espacial. Chama-se «Sistema de Prevenção de Ataques de Misseis» e permite aos militares russos o seguimento em tempo real de todo o hemisfério boreal do planeta. Os operadores controlam a rota de qualquer aparelho ou míssil nos céus com a fixação exacta da trajectória, desde o lugar de lançamento até ao ponto de explosão ou queda. A eficiência deste sistema conhecemo-la pela história recente. Em Setembro do ano passado, no momento da fase mais aguda do conflito na Síria, a OTAN lançou mísseis balísticos a partir do Mediterrâneo Ocidental para a Síria que foram imediatamente detectados pelo sistema. Concretamente pela estação de radar situada em Armavirsky da nova geração «Voronezh-DM», que vigia e segue todo o desenvolvimento da OTAN. Nem é preciso dizer que a OTAN tem um sistema semelhante (se não for ainda mais efectivo). Portanto, podemos estar seguros que tanto o Kremlin como a OTAN se tivessem tido conhecimento que o avião fora derrubado por um míssil BUK sabiam igualmente quem, e donde o tinham lançado. Se tivessem sido os russos ou os pró-russos por que razão não mostraram essas provas publicamente? Se o míssil BUK tivesse sido lançado pelos ucranianos, por que razão Moscovo não divulgou os seus dados? Só há uma explicação racional porque esse míssil BUK não existiu. Por tudo isto, a hipótese de um míssil ar-ar foi tomando corpo com o passar do tempo, para além das estranhas informações do suposto controlador «Carlos» que, poucos minutos depois sinistro publicava os seus tweets a dizer que dois caças ucranianos «seguiam» o MH71. As primeiras declarações de Putin Sem dúvida que os dados foram imediatamente recebidos pelo Comandante Supremo das Forças Armadas da Rússia, Vladimir Putin. Depois de conhecer estes dados Putin fez a primeira declaração: 1. Putin disse que o acidente do avião era um «crime». Uma palavra improvável se não se está muito seguro dela, pois podia tratar-se de uma avaria técnica. 2. Declarou que o responsável era o país em que se tinha dado o derrube, isto é, a Ucrânia. («O Estado sobre cujo território isto se passou tem a responsabilidade desta tragédia terrível»).

4 3. Putin prometeu apresentar as provas da sua declaração. («Dei ordens aos correspondentes departamentos militares para que prestem toda a ajuda necessária à investigação deste crime. Faremos tudo o que dependa de nós para que se realize uma investigação objectiva para bem da nossa comunidade, da comunidade da Ucrânia e de todo o mundo»). O presidente da Federação Russa, nesta altura o político mais influente do mundo nunca se permitiria empregar as palavras «crime» e a «parte culpada» sem razões de muito peso. Ainda duas importantes nuances Primeiro. Como dissemos, os EUA têm um sistema de controlo do espaço análogo ao russo. Os satélites norte-americanos e os radares tudo detectam tudo o que mexe, voa e navega. Os representantes da inteligência norte-americana declararam que houve o lançamento de um míssil «terra-ar» que impactou o Boeing malaio. Mas não disseram qual foi o ponto de lançamento. Disseram que não o podiam determinar, informou a edição de The Wall Street Journal. Não pode ser verdade. Só se os norte-americanos não querem dizer publicamente o local de lançamento do Míssil. Porquê? Segundo. Uma hora depois da queda do Boeing, Vladimir Putin telefonou a Barack Obama. Depois disto, as notícias não oficiais nos EUA e na UE falam da tragédia do voo MH71 malaio como o «acidente». Provavelmente, na conversa telefónica com Obama Putin comunicou-lhe que a Rússia tinha registado exactamente quem e de onde dispararam contra o MH71. Além disso, a Rússia tem a certeza que Washington também tem dados análogos. Isto é: «sabes que eu sei que sabes». Por isso Obama recusa-se a apoiar de imediato a versão das marionetas kievianas e decide ser «extremamente cauteloso nas conclusões». A resposta de Moscovo Entretanto os papagaios da imprensa internacional repetiam e tornavam a repetir a patranha da culpabilidade da Rússia e, concretamente, de Putin e alimentavam as manipulações e intoxicações dos golpistas do governo de Kiev. Moscovo preparava a resposta. O primeiro aviso foi a presença pública de um alto responsável do ministério da Defesa, Lanza Antonov, com uma série de perguntas sobre o derrube do avião, a que Kiev deveria dar resposta. Simultaneamente, tornava-se evidente que as imagens da suposta bateria de mísseis BUK nas mãos das milícias eram, na realidade, do exército ucraniano. Os espias das autodefesas em Lugansk puderam comprovar que em 15 de Julho a Ucrânia instalou um sistema antiaéreo BUK perto de Donetsk. «Em 15 de Julho [o exército ucraniano] instalou estes complexos BUK. E não o anunciou a ninguém. Por isso, creio que é incorrecto dizer que o governo da Ucrânia não controla o espaço aéreo. Desviou propositadamente este avião para a zona de combate. Informou claramente os pilotos e o controlador deu a ordem à tripulação sobre que território e

5 onde em concreto deviam voar», disse Gromov. [N.do T,: parece tratar-se de um prestigiado general do exército russo que foi governador da região de Moscovo]. Peritos põem em questão a autenticidade da informação publicada pelas autoridades ucranianas que implicava os rebeldes apoiados pela Rússia como responsáveis do ataque com misseis contra o voo MH71, alegando que a fita magnética foi fabricada, «O segundo fragmento da fita magnética compõe-se de três partes, mas foi apresentado como uma única gravação áudio. No entanto uma análise do espectro e do tempo demonstrou que o diálogo foi cortado em pedaços e depois montado a partir de episódios diferentes, afirmou um perito da agência Tass. Apesar das declarações de Kiev e da propaganda ocidental sobre os obstáculos levantados pela Rússia para chegar aos destroços do avião e permitir a acção dos investigadores, a realidade é que o ministério dos Transportes da Malásia declarou oficialmente que a Federação Russa «faz tudo o que é possível para ajudar a investigação». A companhia aérea disse que fizeram descer o avião e isso só podia ser feito pelos controladores ucranianos. A OSCE não vê falsificações mas a Ucrânia declara que recebeu «as caixas negras» e que «as perdeu». «Todas as coisas dos passageiros do avião malaio que se estatelou encontram-se integralmente no local do desastre, não há motivo para falar de falsificações dos milicianos», declarou o representante da missão especial da OSCE na Ucrânia, Michael Bochurkiv. «No local vemos uma enorme quantidade de pedaços, não foram mudados, estão conservados.

6 Também vemos pedaços que arderam intensamente. Os pedaços com as cores características das linhas aéreas da Malásia estão dispersos num território de cerca de 30 quilómetros. Vimos também muitos objectos pessoais dos passageiros, documentos, sacos de duty free, malas, - informa a OSCE. Efectivamente, Kiev não tem as caixas negras porque estão nas mãos das milícias que só as entregarão ao governo da Malásia e aos investigadores internacionais: Gravadores a bordo do «Boeing» em estado de conservação para serem decifrados. Então o que é que Kiev perdeu? A vergonha? Pelo contrário, Kiev sabendo que os investigadores deveriam chegar hoje [21 de Julho], dedica-se a lançar uma grande ofensiva militar com novos bombardeamentos sobre a população civil. A chegada de 12 peritos da Malásia teve que ser adiada devido aos confrontos em Donetsk e nos subúrbios, disse numa conferência de imprensa o Primeiro-Ministro Alexander Boroday. O Primeiro-Ministro chamou a atenção para a ofensiva sobre Donetsk precisamente no dia da chegada dos peritos. «O inimigo tomou hoje a cidade de Debaltseve. Atacando os subúrbios do norte de Donetsk. Há um enorme número de vítimas». Mostrou também a sua surpresa por os representantes da Comissão Internacional terem sido enviados para Donbass sem acompanhamento. «Foram enviados para a zona de guerra sem protecção. Um condutor contratado». Sobre o que aconteceu hoje em Donetsk para «celebrar» a chegada dos peritos ver: Fala o Ministério da Defesa da Rússia. Chegamos assim à conferência de hoje, dia 21 de Julho, do general Andrei Kartopólov. O Ministério da Defesa russo assegurou que um avião de combate ucraniano SU-25 voava a uns 5 quilómetros da aeronave sinistrada da Malaysia Airlines. Segundo o organismo russo, a rota do Boeing estava no rádio em que operavam as Forças Armadas da Ucrânia e desviou-se 14

7 em quilómetros direcção a norte. Além disso, os militares russos acrescentaram que os meios de reconhecimento espacial russos determinaram que uma aeronave militar ucraniana, concretamente um avião de ataque SU-25 chegou a uns 5 quilómetros do avião malaio. «As características do SU-25 permitem-lhe alcançar metros de altura», disse o general Andréi Kartiopólov. «Está dotado de mísseis ar-ar R-60 capazes de derrubar objectos a uns 12 quilómetros de distância e de impactar de forma segura alvos situados a 5 quilómetros, explicou. Aqui está um Screengrab de um avião de combate SU-25 detectado perto do MH71, antes do acidente. «Prova disso é um vídeo obtido pelo centro de reconhecimento de Rostov», assegurou Kartopólov, que acrescentou: «Interessa-nos obter a resposta à pergunta: com que objectivo o avião ucraniano fazia o voo por uma rota civil e ao mesmo nível do voo do Boeing malaio?» O

8 alto funcionário do Exército russo voltou a confirmar que a Rússia não tinha entregado sistemas antiaéreos BUK à milícia que actua no Este da Ucrânia. Informou também que um satélite espia estadunidense sobrevoava o território onde foi derrubado o avião malaio. É um aparelho com um avançado sistema que supervisiona o lançamento de mísseis. O ministério russo da Defesa propõe que os EUA tornem públicas as imagens de que diz dispor do satélite que demonstram que o Boeing da Malaysia Airlines foi derrubado a partir do território controlado pela milícia popular. «Se os EUA dispõem de imagens obtidas por este satélite, solicitamos-lhes que as proporcione para um estudo detalhado», assinalou o funcionário. Por seu lado, o ministério da Defesa russo anunciou que entregará hoje, segunda-feira, todos os materiais relacionados com a catástrofe do Boeing aos peritos malaios e europeus. «Os materiais recolhidos pelo ministério da Defesa russo serão entregues hoje aos peritos dos principais estados europeus e da Malásia, assegurou Kartopólov. Radares de defesa antiaérea da Ucrânia 5 quilómetros a sul da cidade de Donetsk.

9 Além disso, os militares russos dispõem de imagens obtidas por um satélite russo que demonstram que uma das instalações de mísseis terra-ar BUK foi transferida para território controlado pela milícia popular do Este da Ucrânia. «Dispomos de imagens do espaço de meios de defesa antiaérea ucraniana no sudeste do país», destacou Kartapólov. Elementos do sistema Buk-1M do exército ucraniano a 50 quilómetros a Este da cidade de Donetsk. Instalações do sistema de defesa antiaérea BUK do exército ucraniano, a uns 8 quilómetros a Noroeste da cidade de Lugansk. Esperamos que Kiev responda agora às questões colocadas. Esperamos que ocidentais apresentem os seus dados. Esperamos que os investigadores possam trabalhar sem pressões

10 E agora, o que é que vão dizer os papagaios? [1]

11 Nota do tradutor: [1] A esta lista de imagens podíamos acrescentar o Diário de Notícias, O Público, a RDP/RTP, A SIC, a TVI, o Expresso, a TSF, e comentadores como o embaixador José Cutileiro, Nuno Rogeiro, Jorge Almeida Fernandes, Teresa de Sousa e tantos outros que, apelidados de comentadores, mais não fazem do que amplificar a central de desinformação e contrainformação sediada em Washington e remeter-se ao silêncio quando aquela central é desmascarada. * Agência de Noticias Nova Colômbia (publicado sexta-feira, 25 Julho 2014) Fonte: Tradução de José Paulo Gascão