UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO"

Transcrição

1 I - Histórico da Instituição Informações integradas em: História da criação da UNESP A UNESP, criada em 1976, resultou da incorporação dos Institutos Isolados de Ensino Superior do Estado de São Paulo, então unidades universitárias situadas em diferentes pontos do interior paulista. Abrangendo diversas áreas do conhecimento, tais unidades haviam sido criadas, em sua maior parte, em fins dos anos 50 e inícios dos anos 60. Entre essas escolas que vieram compor a UNESP, pode-se observar, de um lado uma certa identidade. Um grupo bastante expressivo, formado por sete unidades universitárias, num conjunto de 14, ocupando amplo espaço, constituído pelas chamadas Faculdades de Filosofia, voltadas preferencialmente para a formação de professores que deveriam compor os quadros das escolas secundárias do Estado. Desse conjunto fizeram parte a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, a de Araraquara, de Franca, de Marília, de Rio Claro e de São José do Rio Preto. Outros Institutos Isolados foram criados com a finalidade de formação profissional como a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara, a mais antiga de todas essas escolas, fundada em 1923 e incorporada ao patrimônio estadual em As outras foram as duas odontologias, de Araçatuba e de São José dos Campos, a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, a de Engenharia de Guaratinguetá e a Medicina de Botucatu. No entanto, essas escolas, pela própria formação e por uma qualificação precisa adotadas, foram marcadas por uma identidade entre a docência e a pesquisa na compreensão da necessidade da busca de um aprimoramento acadêmico. Associada a essa característica, essas escolas estiveram fundamentadas no tripé que identifica a instituição acadêmica a docência, a pesquisa e a extensão de serviços à comunidade. Essas escolas, que foram pioneiras na implantação do ensino superior público de qualidade no interior do Estado de São Paulo, estiveram, desde sua criação, sob a administração da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Em 1969 foi instituída, na Secretaria da Educação, a Coordenadoria do Ensino Superior do Estado de São Paulo (CESESP), com a finalidade de gerir a administração daquelas

2 escolas. Apesar da existência da CESESP, essa administração sofria muitas críticas, dado o volume de atribuições acumuladas naquela Secretaria, encarregada de toda matéria relativa ao ensino, desde a educação primária até o nível superior. Essas dificuldades eram registradas, principalmente, no interior do Conselho Estadual de Educação, que passou a estudar a busca de uma solução. Por outro lado, os Institutos Isolados sentiam a necessidade da adoção de uma política que os aproximasse e desse a eles uma identidade própria. Desde o início de 1975, as discussões a respeito de uma nova forma de organização para os Institutos Isolados ocorreram na CESESP e contaram com a colaboração dos diretores daquelas faculdades. Foram apresentadas várias sugestões, visando o desligamento dos Institutos Isolados da esfera de ação da Secretaria da Educação e sua organização sob novas bases. As idéias giraram em torno da integração dos Institutos Isolados numa Federação ou numa Universidade, sendo que esta última proposta foi a que contou com a aprovação. União dos Institutos Isolados - Em 1976, por determinação do então governador Paulo Egydio Martins, e de comum acordo com o Secretário da Educação, essas escolas deixaram o CESESP para assumir uma direção própria, na forma Universidade, uma autarquia submetida ao governo do Estado de São Paulo. De conformidade com a Lei 952 de 30 de janeiro de 1976, foi criada a Universidade Estadual Paulista que recebeu do governador o nome de "Júlio de Mesquita Filho", da qual passavam a fazer parte os Institutos Isolados. A sede da Universidade estaria provisoriamente em Ilha Solteira, onde foi criada uma Faculdade de Engenharia, no local das antigas dependências da CESP. De conformidade com seu Estatuto, aprovado em 1977, a UNESP era constituída por 14 campi e sua sede ficaria em São Paulo, de acordo com as disposições transitórias, enquanto não houvesse em Ilha Solteira as condições necessárias para o funcionamento da Reitoria. À nova universidade deveria ser anexado, na forma de autarquia, o Centro de Educação Tecnológica "Paula Sousa". Da mesma forma, a Faculdade de Música Maestro Julião funcionaria como autarquia, agregada à UNESP, até seu pleno reconhecimento, quando então passaria a ser integrada à Universidade, funcionando em São Bernardo do Campo. Assim criada, a UNESP teve como primeiro reitor o Professor Luiz Ferreira Martins, que havia sido coordenador da CESESP até esse momento. Em seus primeiros meses de funcionamento a UNESP se deparou com uma série de dificuldades resultantes dos ajustes propostos por uma estrutura excessivamente centralizadora e burocratizada. A nova forma de administração havia

3 adotado uma postura inflexível e excludente da participação da comunidade universitária, o que não agradou a muitas unidades, havendo várias manifestações de descontentamento. Durante os anos 80, a UNESP passou por algumas modificações que ficaram registradas em seu novo Estatuto, assinado em As expectativas da mudança consistiam na possibilidade de transformar a UNESP numa universidade essencialmente democrática na qual seus integrantes tivessem poder de decisão. No mesmo momento que no Brasil levantava-se a bandeira das diretas-já, a UNESP havia iniciado a campanha pela adoção de formas mais democráticas de gestão. Também abria-se a possibilidade da integração de um universo maior de interessados. Expansão - Democratização e expansão foram as bandeiras defendidas pela universidade na passagem dos anos 80 para 90. Ainda durante esse período a Universidade esteve à procura da formação de uma identidade que pudesse superar sua marca de origem, a excessiva fragmentação. Esta procura significou uma aproximação cada vez maior da Universidade com o interior do Estado de São Paulo, ao atender aos insistentes apelos das comunidades do interior, quer pela incorporação de novos espaços, como no caso da Universidade de Bauru (1987), do IMESPP (1989), ou ainda, na busca de um aprimoramento da criação de novos cursos como no caso da incorporação do IFT (1987). Visando uma dinamização da pesquisa e uma maior integração entre os vários núcleos de pesquisadores, a UNESP incentivou o desenvolvimento de um plano de criação de unidades auxiliares, unidades complementares e centro interunidades. Propunha, ainda, o desenvolvimento de museus com atividades coletivas e a criação de um projeto de integração e desenvolvimento das bibliotecas. Com a finalidade de otimizar sua administração, o estatuto de 1989 criou as pró-reitorias, distribuindo, dessa forma, as várias atribuições de administração da Reitoria, bem como assessorias especiais para uma maior divulgação da universidade em vários setores. Outras inovações vieram contribuir para uma ação mais completa da Universidade, com a criação da FUNDUNESP (1987) e de uma Editora (1987), transformada posteriormente em Fundação. Também foi criado o Jornal da UNESP e houve o desenvolvimento de um plano de informatização. Durante toda a década de 1990 a UNESP ampliou seu raio de atuação, sobretudo na forma de aumento da oferta de vagas. Mas em 2003, atendendo a numerosas solicitações e de acordo com a política do governo estadual de promover maior incremento do ensino superior público, a UNESP se expande em várias direções com a criação das então chamadas Unidades Diferenciadas, atualmente denominadas Campi Experimentais (2006).

4 1.2 - História da Criação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas Informações integradas em : Na década de 1950 já era grande a procura pelos jovens rioclarenses pelo ensino superior. Estes cursavam na Escola Joaquim Ribeiro os cursos clássico e científico, em busca de uma vaga em instituições de ensino superior fora da cidade. Esta necessidade crescente motivou o início de um movimento político local para que fosse criada na cidade uma Faculdade. Neste objetivo envolveram-se alunos, professores, cidadãos e os lideres políticos locais, inúmeras entidades de classe e de clubes de serviço, que passaram a se organizar com o intuito de apoiar essa iniciativa. A mesma concretizou-se em 07 de Julho de 1957, quando o governador do Estado de São Paulo, Jânio da Silva Quadros sancionou o Projeto de Lei no que criava a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro. O projeto de criação foi apresentado pelo Deputado Maurício dos Santos, tendo sido aprovado e transformado em lei no dia 07 de junho de A mesma foi promulgada pelo Governador Dr. Jânio da Silva Quadros. Tinha assim início a trajetória da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro, hoje, parte do Câmpus da UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita filho. O Prof. Dr. João Dias da Silveira, foi nomeado o primeiro Diretor da Faculdade, por ato do Governador do Estado, Sr. Jânio da Silva Quadros, pelo Decreto de 27 de fevereiro de Para a escolha dos cursos a serem oferecidos pela nova faculdade, o Dr. João Dias da Silveira recorreu a consultas junto à população de Rio Claro e região. As pesquisas feitas apontaram para os cursos de Pedagogia, História Natural, Geografia e Matemática. O passo seguinte foi a escolha do local para a construção do prédio para a faculdade. Optou-se naquele momento por aproveitar um prédio já em construção, para abrigar um Grupo Escolar Barão de Piracicaba, situado no Bairro Santana. Acordos foram feitos entre as autoridades municipais e estaduais e o sonho da instalação de uma faculdade em Rio Claro se tornou realidade. A Câmara Municipal de Rio Claro, aprovou por unanimidade, na reunião de 09/05/1958, o repasse de quinhentos mil cruzeiros para dar início às obras de adaptação e ampliação do prédio do Bairro Santana, para abrigar a FAFI. Para acelerar o andamento das obras, a Prefeitura Municipal colocou a disposição mão-de-obra especializada dedicando-se com exclusividade e trabalhando contra o tempo para poder terminar as obras e proceder à inauguração do prédio.

5 A Faculdade foi oficialmente inaugurada em 27 de Setembro de Uma Placa Comemorativa foi colocada no saguão de entrada do prédio principal, para registrar o ato solene, de significativa importância para a cidade de Rio Claro e região. Hoje, nesse prédio funciona a parte administrativa do Instituto de Geociências e Ciências Exatas e também parte da Biblioteca do Câmpus. Ao longo dos anos, muitas adaptações foram feitas, adequando-o as necessidades que gradativamente foram surgindo, porém o mesmo guarda ainda a sua arquitetura original. Após a instalação da Faculdade de Filosofia, uma das grandes preocupações iniciais foi com a preparação dos alunos que iriam prestar o exame de seleção para compor a primeira turma a iniciar os cursos a serem oferecidos. Alguns professores já haviam sido contratados para integrar o corpo docente da Faculdade de Filosofia e desta forma os mesmos passaram a se dedicar à preparação do exame vestibular. A primeira atividade foi a de criar cursos preparatórios para os interessados em prestar os exames vestibulares para a primeira turma da Faculdade de Filosofia. Para tanto foram criados os Cursos Prévios. A primeira aula inaugural ocorreu em Os professores contratados para atuar na Faculdade eram profissionais que já se destacavam junto a Universidades e Institutos de Pesquisa e dessa forma, os mesmos puderam trazer para a Faculdade de Filosofia, seus conhecimentos e experiências tanto na área científica como na educacional possibilitando a formação de uma equipe de profissionais dedicados à docência e à pesquisa. Por meio da formação e do conhecimento científico trazido por esses primeiros professores, a Faculdade de Filosofia pode dar início às suas atividades de ensino e pesquisa. O mês de Março de 1958 marcou o início das suas atividades, com as aulas dos cursos de História Natural, Geografia, Matemática e Pedagogia. Em 1963, passaram a funcionar mais dois novos cursos: Ciências Sociais e Física, e em 1969, o Curso de Geologia. Em 1973, Dr. Antônio Buschinelli, Diretor da Faculdade, apresentou proposta para criação do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, já tentado em 1970, agora acrescido dos cursos de Bacharelado em Geografia, Física, Matemática e Ciências Sociais os quais foram aprovados em 5 de Abril de Também em 1974, foi autorizado pelos órgãos competentes, o funcionamento na Faculdade de Filosofia do primeiro curso de pósgraduação, em Biologia, e em Geografia nos níveis de mestrado e doutorado. Em Março de 1975, foi autorizado o funcionamento do Curso de Preservação do meio Ambiente, com

6 habilitação em Ecologia, a ser ministrado pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro. Em 30 de janeiro de 1976, pela lei no. 952 foi criada a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, sendo a ela incorporada a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro, deixando, portanto, de ser Instituto Isolado. Em 20 de Janeiro de 1977, o Decreto no criou, o Câmpus da UNESP, passando o mesmo a se constituir de dois Institutos: o Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) e o Instituto de Biociências (IB). A cerimônia de inauguração das primeiras instalações do Câmpus Universitário, Dr. João Dias da Silveira, foi realizada em 24 de Junho de 1977, com a presença do Presidente da República, Ernesto Geisel. Hoje, o IGCE (Instituto de Geociências e Ciências Exatas) constitui-se dos cursos de graduação em: Ciência da Computação, Engenharia Ambiental, Física, Geografia, Geologia, e Matemática. Quanto à Pós-Graduação desenvolve os seus cursos na área de Educação Matemática, Física, Geociências e Meio Ambiente, Geografia e Geologia Regional. Integra a sua estrutura uma Unidade Auxiliar, Centro de Pesquisa CEAPLA Centro de Análise e Planejamento Ambiental criado em Seu objetivo consiste em estudar, avaliar e gerenciar problemas ambientais de ordem setorial ou regional. Conta também com uma Unidade Complementar CEA, que reúne especialistas dos diversos setores da área de meio ambiente. O IB (Instituto de Biociências) é formado por 7 Departamentos de Ensino (Biologia, Bioquímica e Microbiologia, Botânica, Ecologia, Educação, Educação Física e Zoologia) que reúnem 112 docentes entre Professores Titulares, Adjuntos e Assistentes Doutores. Integra a sua estrutura uma Unidade Auxiliar - CEIS - Centro de Estudos de Insetos Sociais. Oferece os cursos de graduação em Ciências Biológicas (Bach/Lic), Ecologia, Educação Física (Bach/Lic) e Pedagogia, e Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Celular e Molecular, Ciências Biológicas Biologia Vegetal, Microbiologia Aplicada e Zoologia), Pós-Graduação em Ciências da Motricidade (Biodinâmica da Motricidade Humana e Pedagogia da Motricidade Humana) e Pós- Graduação em Educação. O IB está empenhado no desenvolvimento e na promoção da cultura, na formação de recursos humanos para o exercício do magistério, na investigação científica e atividades profissionais e na extensão de serviços à comunidade por meio do ensino e da pesquisa. Ao longo desses 50 anos de atividades, a FAFI e o IGCE vem construindo e divulgando conhecimentos por meio de seus docentes e pesquisadores. Desenvolve, portanto, um trabalho conjunto na busca contínua de formar alunos, profissionais e futuros docentes e pesquisadores

7 que vem perpetuando a importância de um centro de referência nacional e internacional quer queira na área de ensino como na de pesquisa.