Bruxelas, 24 de Setembro de 2002

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1 ,3 Bruxelas, 24 de Setembro de HJXURVDHURQiXWLFRV GHSRLV GH GH 6HWHPEUR D &RPLVVmR (XURSHLD SURS}H UHTXLVLWRV PtQLPRV GH VHJXUR SDUD WRGDV DV WUDQVSRUWDGRUDV DpUHDV TXH RSHUDPQD(XURSD 1RUHVFDOGRGRVDWDTXHVWHUURULVWDVGHGH6HWHPEURGHQRV(VWDGRV 8QLGRV DV FRPSDQKLDV DpUHDV ILFDUDP VXELWDPHQWH VHP FREHUWXUD R TXH REULJRX RV JRYHUQRV D LQWHUYLU DVVXPLQGR R SDSHO GH VHJXUDGRUHV 3DUD IDFLOLWDU R UHJUHVVR UiSLGR jv FRQGLo}HV GH PHUFDGR H UHVWDEHOHFHU D FRQILDQoD WDQWR QR VHFWRU GD DYLDomR FRPR QR VHFWRU GRV VHJXURV D &RPLVVmRDSUHVHQWRXKRMHXPDSURSRVWDOHJLVODWLYDTXHLQWURGX]UHTXLVLWRV PtQLPRV GH VHJXUR SDUD WRGDV DV WUDQVSRUWDGRUDV DpUHDV H RSHUDGRUHV GH DHURQDYHVTXHHIHFWXDPYRRVFRPGHVWLQRjRXSDUWLGDGD8QLmR(XURSHLD RX TXH VREUHYRDP R WHUULWyULR GD 8QLmR (XURSHLD (VWD SURSRVWD LQFRUSRUD QRGLUHLWRFRPXQLWiULRDVSULQFLSDLV UHJUDV SUHYLVWDV HP YiULDV FRQYHQo}HV LQWHUQDFLRQDLV KDUPRQL]DQGR DV UHJUDV DSOLFiYHLV QR WHUULWyULR GD 8( H WRUQDQGRDVREULJDWyULDVSDUDTXDOTXHUWUDQVSRUWDGRUDTXHRSHUHQD(XURSD $ SURSRVWD YLVD DLQGD PHOKRUDU DV DFWXDLV UHJUDV UHODWLYDV j UHVSRQVDELOLGDGH FLYLO SHUDQWH WHUFHLURV $OpP GLVVR D &RPLVVmR (XURSHLD DSUHVHQWD QXPD FRPXQLFDomR DQH[D DV SULQFLSDLV WHQGrQFLDV QR TXH UHVSHLWD j FRQVWLWXLomR GH XP IXQGR PXWXDOLVWD WHQGR HP FRQWD D HYHQWXDO GHFLVmR GH QmR PDQWHU DV DFWXDLV JDUDQWLDV GH (VWDGR GHSRLV GH GH 2XWXEUR GH 2 VHFWRU GRV WUDQVSRUWHV DpUHRV IRL R PDLV DWLQJLGR SHODVFRQVHTXrQFLDVGRVDWDTXHVGHGH6HWHPEURD&RPLVVmRSUHWHQGH S{UILPjVSHUPDQHQWHVGLILFXOGDGHVHPHQFRQWUDUXPDFREHUWXUDDGHTXDGD GRV ULVFRV e QRVVR GHYHU JDUDQWLU FRQGLo}HV HTXLWDWLYDV GH FRQFRUUrQFLD HQWUH DV WUDQVSRUWDGRUDV TXH RSHUDP QR HVSDoR DpUHR GD 8( QmR Vy HP UHODomRjVFRPSDQKLDVDpUHDVHXURSHLDVSUHVHQWHVQRPHUFDGROLEHUDOL]DGR PDVWDPEpPjVGLYHUVDVFRQFRUUHQWHVDQtYHOPXQGLDOªGHFODURX/R\RODGH 3DODFLR YLFHSUHVLGHQWH GD &RPLVVmR H UHVSRQViYHO SHORV WUDQVSRUWHV H D HQHUJLD 3HUDQWHDVQRYDVDPHDoDVGHYHPRVVLPXOWDQHDPHQWHIDYRUHFHUR UHWRUQRDRPHUFDGRGRVVHJXURVSULYDGRVHFRQWULEXLUSDUDDVUHIOH[}HVHP FXUVRDGLIHUHQWHVQtYHLVGHIHQGHQGRDFULDomRGHDOWHUQDWLYDVPXWXDOLVWDV QRPHDGDPHQWHQRFDVRGHUHWLUDGDLPSUHYLVWDGDVSULQFLSDLVJDUDQWLDVSHOR VHFWRUSULYDGRªH[SOLFRXD&RPLVViULD

2 No seguimento dos ataques terroristas nos Estados Unidos no ano passado, os seguros comerciais baixaram a sua cobertura efectiva dos riscos de responsabilidade civil perante terceiros no sector aeronáutico para 50 milhões de euros. Para lá deste montante, é possível uma cobertura comercial, mas apenas algumas companhias a garantem e em condições consideravelmente menos vantajosas para o sector da aviação do que antes de 11 de Setembro. Esta situação súbita e inesperada levou a Comissão Europeia a autorizar regimes de auxílio nacionais ao abrigo do nº 2, alínea b), do artigo 87º do Tratado, aplicável apenas em circunstâncias excepcionais. A crise do sector mostrou também a falta de harmonização na aplicação das convenções internacionais e a necessidade de estabelecer um quadro jurídico que preveja as condições de seguro e os montantes mínimos a respeitar sistematicamente pelas transportadoras aéreas e os operadores de aeronaves quer comunitários quer de países terceiros no que respeita à sua responsabilidade para com os passageiros, a bagagem, a carga, o correio e terceiros. Hoje, a Comissão Europeia aborda ambas as questões, propondo um regulamento relativo aos requisitos de seguro para as transportadoras aéreas e os operadores de aeronaves e apresentando as principais tendências a nível dos seguros no sector da aviação, incluindo as reflexões em curso sobre a constituição de fundos mutualistas. 5HTXLVLWRVGHVHJXURSDUDDVWUDQVSRUWDGRUDVDpUHDVHRVRSHUDGRUHV GHDHURQDYHV O regulamento proposto oferece segurança jurídica às transportadoras aéreas e aos operadores de aeronaves comunitários e não comunitários que efectuam voos com destino à Comunidade ou intra-comunitários e garante a aplicação transparente, não-discriminatória e harmonizada de requisitos mínimos de seguro. O regulamento introduz uma abordagem harmonizada e condições de concorrência equitativas para todas as transportadoras aéreas e operadores de aeronaves, independentemente da sua nacionalidade, estabelecendo requisitos de seguro mínimos, claros, para todos os tipos de responsabilidade (passageiros, bagagem, mercadorias, correio e terceiros). As regras propostas clarificam a exigência geral de que as transportadoras aéreas comunitárias disponham de um seguro e estabelecem requisitos mínimos baseados na prática das convenções europeias (Conferência Europeia da Aviação Civil - ECAC) e internacionais. 2

3 São estes os principais aspectos da proposta : - passageiros e bagagem : todas as transportadoras aéreas devem dispor de um seguro que cubra a sua responsabilidade por morte, ferimentos ou quaisquer outras lesões corporais sofridas pelos passageiros, no montante mínimo de DSE por passageiro. Esse seguro cobrirá igualmente os danos sofridos em caso de destruição, perda ou avaria da bagagem controlada de um passageiro. - mercadorias : as transportadoras aéreas e os operadores de aeronaves devem dispor de um seguro que cubra a sua responsabilidade por danos sofridos em caso de destruição, perda ou avaria da mercadoria transportada, no montante mínimo de 17 DSE por quilograma, se os danos tiverem ocorrido durante o voo. - correio : os Estados-Membros devem estabelecer os requisitos mínimos de seguro em valor para o transporte de correio pelas transportadoras aéreas ou os operadores de aeronaves, sem discriminação em razão da respectiva nacionalidade ou identidade. - Responsabilidade civil perante terceiros : até ao momento, não existiam regras comunitárias que definissem a base para este tipo de responsabilidade. O único quadro internacional existente é a Convenção de Roma (1933, alterada em 1952 e 1978), que segue o princípio da responsabilidade objectiva por danos sofridos em terra, sem considerar os actos de guerra ou terrorismo. Além disso, nem todos os Estados-Membros são signatários desta convenção e nem todos a ratificaram. O regulamento proposto exige que todas as transportadoras aéreas e os operadores de aeronaves que efectuam voos entre aeroportos comunitários ou com destino à - ou partida da - UE, ou que sobrevoam o território da UE disponham de um seguro ou apresentem provas de que respeitam sistematicamente os requisitos mínimos de seguro para os danos sofridos por terceiros em caso de acidente, actos de guerra e actos de terrorismo (ver anexo). Além disso, os Estados-Membros deverão efectuar inspecções regulares para aferir do cumprimento do disposto no regulamento pelas transportadoras aéreas que utilizam aeroportos no seu território, ou pelas transportadoras aéreas e operadores aéreos sob o seu controlo (aos quais tenham concedido uma licença de exploração - transportadoras aéreas- ou um certificado de operador de aeronave). Quando os Estados-Membros em causa considerarem que as condições estabelecidas no regulamento não são respeitadas, recusarão o acesso da transportadora aérea ou do operador de aeronaves a rotas com destino ou no interior da Comunidade ou o direito de sobrevoar o seu território ou não autorizarão a descolagem da aeronave. As transportadoras aéreas ou os operadores de aeronaves registados num país terceiro devem apresentar, como alternativa aos requisitos de seguro, outras garantias, como depósitos em numerário no país de origem ou uma garantia emitida por um banco autorizado para o efeito pelo país de registo da aeronave, em condições rigorosas que garantam o pagamento efectivo, se necessário. Direito de Saque Especial (DSE): definido pelo Fundo Monetário Internacional em 1969, é um activo de reserva internacional, em complemento dos activos de reserva dos seus membros (reservas oficiais de ouro, divisas e posições de reserva no FMI). DSE/Euro : 0, Euro/DSE : Até Julho de 2002, tinham assinado a Convenção os seguintes Estados-Membros : Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha e Reino Unido. Apenas ratificaram a Convenção a Bélgica, a Itália, o Luxemburgo e a Espanha. 3

4 $RSomRGRIXQGRPXWXDOLVWD Para além deste regulamento, a Comissão Europeia traça o panorama da situação actual do mercado dos seguros e as diferentes opções a considerar. Desde os ataques terroristas de 11 de Setembro, a Organização Internacional da Aviação Civil e os grupos do sector aeronáutico dos Estados Unidos e da Europa estão a estudar eventuais soluções baseadas em sistemas mutualistas que ofereçam cobertura para a responsabilidade civil perante terceiros em caso de actos de guerra ou de terrorismo em condições mais razoáveis. Após um acompanhamento atento da introdução de garantias estatais que dão cobertura às companhias aéreas, bem como da evolução dos mercados dos seguros aeronáuticos, a Comissão Europeia estudou as propostas do sector relativas à criação de um sistema de constituição de um fundo mutualista a nível europeu (EUROTIME) e internacional (GLOBAL TIME), sob os auspícios da ICAO. A Comissão deu um sinal positivo cauteloso em 2 de Julho de 2002 quanto à criação de um sistema mutualista a nível mundial (ICAO), desde que este preveja salvaguardas suficientes que garantam que o mercado comercial não será desnecessariamente restringido, que a exposição do Estado seja, na medida do possível, limitada, que exista uma estratégia clara e que os principais membros da ICAO participem no sistema. A Comissão Europeia mantém a sua posição sobre o fundo mutualista, defendendo o seu carácter internacional, mas, se necessário, prevendo a possibilidade de cosntituir um fundo europeu, semelhante ao previsto pelo sector nos Estados Unidos. A Comissão Europeia considera que a eventual criação de um sistema de fundos mutualistas a nível mundial permitirá às transportadoras aéreas e aos operadores de aeronaves, incluindo as transportadoras aéreas de países terceiros, encontrar uma cobertura de seguro a um preço acessível e ajudá-las-á a cumprirem os requisitos mínimos propostos. Acrescente-se que as actuais condições de mercado na Europa já não parecem tão intensamente afectadas pelas repercussões dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 como há um ano. Um número crescente de transportadoras aéreas, aeroportos e fornecedores de serviços conseguiram obter seguros no mercado em condições acessíveis, mostrando um regresso a uma situação aceitável em termos de seguros aeronáuticos comerciais. Alguns Estados-Membros retiraram as suas garantias (como o Luxemburgo, a Suécia e a Dinamarca), outros limitaram-nas até ao final de Setembro (Irlanda, Grécia, Países Baixos, Áustria, Finlândia, Reino Unido). Estas medidas levaram alguns Estados-Membros a ajustarem consideravelmente o nível e os prémios dos seus sistemas nacionais. Por conseguinte, sugere-se que as garantias não se mantenham para além de 31 de Outubro de No entanto, a Comissão Europeia acompanhará atentamente a situação das garantias de seguro existentes em vários países terceiros, nomeadamente no Japão e nos Estados Unidos, as quais podem conferir fortes vantagens concorrenciais às companhias aéreas desses países em relação às suas concorrentes europeias. Estes últimos desenvolvimentos e as diversas hipóteses para a constituição de um fundo mutualista serão examinados em profundidade no próximo Conselho de Ministros dos Transportes, a realizar no Luxemburgo, em 3 de Outubro de Ver Comunicação da Comissão Europeia de 2 de Julho, que manifesta o seu apoio às iniciativas tomadas pelo sector para mutualizar os riscos em caso de terrorismo e guerra (IP/02/977). 4

5 $6,78$d 2$&78$/(212925(*8/$0(172 $1(;2 'HILQLo}HV «Direitos de Saque Especiais (DSE)», os direitos definidos pelo Fundo Monetário Internacional em 1969, isto é, um activo de reserva internacional, em complemento dos activos de reserva dos seus membros (reservas oficiais de ouro, divisas e posições de reserva no FMI). DSE/Euro : 0, Euro/DSE : 1, «MTOW»( Maximum Take Off Weight ), o peso máximo à descolagem que corresponde a um valor certificado específico a cada tipo de aeronave, tal como consta do certificado de aeronavegabilidade da aeronave. 5HFDSLWXODomR Responsab ilidade pelos passageiro s : 6LWXDomRDFWXDO Convenção de Montreal : - seguro mínimo : DSE a título de responsabilidade objectiva Sem limite máximo de responsabilidade 3URSRVWDGD &RPLVVmR Requisito mínimo de seguro : DSE Responsab ilidade pela bagagem : Responsab ilidade pelas mercadoria s : Correio : Convenção de Varsóvia : Responsabilidade ilimitada baseada na presunção ilidível de responsabilidade da transportadora por lesões ou morte, sob certas reservas, e concomitante limitação da responsabilidade, salvo determinadas excepções (conduta dolosa). Sem limite máximo de responsabilidade Os mesmos limites que a responsabilidade pelos passageiros, na condição de a bagagem ter sido controlada e estar a cargo da transportadora aérea e não ter defeitos ou vícios próprios. Convenção de Montreal : Limita a responsabilidade da transportadora aérea, nomeadamente em casos de actos de guerra ou de conflitos armados. Os requisitos mínimos de seguro reflectem o montante actualmente previsto nessa convenção. Convenção de Varsóvia : responsabilidade ilimitada, salvo determinadas excepções (falta de cuidado no manuseamento, negligência e conduta dolosa) Convenção de Montreal e Convenção de Varsóvia: O correio está excluído - Seguro mínimo a estabelecer pelas administrações nacionais, reflectindo as respectivas legislações relativas ao transporte de correio. Idem Coberta pela responsabilidade pelos passageiros Seguro mínimo : DSE por ton (17 DSE por kg) O Regulamento propõe para as mercadorias o regime de responsabilidade civil. Seguro mínimo a estabelecer pelas administrações nacionais, reflectindo as respectivas legislações relativas ao transporte de correio. 5

6 5HVSRQVDELOLGDGHSHUDQWHWHUFHLURV D 6LWXDomRDFWXDO - Convenção de Roma : - aeronave com MTOW < kg : DSE - aeronave com MTOW < kg : DSE +175 DSE por kg - aeronave com MTOW > : DSE + 62,5 DSE por kg - aeronave com MTOW > kg : DSE + 65 DSE por kg. Apenas quatro Estados-Membros são Partes na Convenção (IT, LUX, BEL e ESP). Os maiores parceiros comerciais da Europa não são Partes nessa convenção (os EUA e o Japão nunca a assinaram), a Austrália e o Canadá denunciaram-na. A maioria dos países terceiros aplica requisitos mais elevados, ou impõe mesmo uma responsabilidade ilimitada às transportadoras aéreas. Por conseguinte, os requisitos mínimos de seguro propostos no regulamento não infringem quaisquer obrigações a respeitar pelos Estados-Membros ou os países terceiros no âmbito do direito internacional. - Requisitos da ECAC (European Civil Aviation Conference) (resolução 25/1) : - aeronave com MTOW < kg : DSE - aeronave com MTOW < kg : DSE - aeronave com MTOW < kg : DSE - aeronave com MTOW < kg : DSE - aeronave com MTOW > kg : DSE E3URSRVWDGD&RPLVVmR(XURSHLD Categoria 1:aeronave com MTOW < kg : 80 milhões de DSE Categoria 2:aeronave com MTOW < kg : 270 milhões de DSE Categoria 3:aeronave com MTOW < kg : 400 milhões de DSE Categoria 4:aeronave com MTOW > kg : 600 milhões de DSE Estes requisitos reflectem os actuais prémios de locação financeira das aeronaves. 6